Passado mais de uma semana após o grave acidente de Maria de Villota, irei falar sobre este polêmico acidente quando a poeira baixou e a espanhola, mesmo com a perda do olho direito (ou vista...?), deverá continuar sua vida dentro de uma certa normalidade. Por ter acontecido durante um obscuro teste aerodinâmico de uma pequena equipe numa base aérea inglesa com uma piloto novata, o acidente não teve tanta cobertura assim da mídia, mas esse grave acidente levantou duas grandes polêmicas.
Quando a F1 testava indiscriminadamente até 2007, os custos estavam estrangulando a categoria aos poucos. As equipes tinham times de testes até mesmo maiores que eles levavam para as corridas. A Ferrari chegou a testar com quatro carros em três pistas diferentes e isso, definitivamente, não era barato. Para tentar diminuir os custos cada vez mais exorbitantes, a FIA radicalizou e extinguiu os testes no meio da temporada. Não sou muito fã dessa decisão, mas não podemos voltar aos tempos de esbanjação de cinco anos atrás, principalmente numa crise tão forte como a atual. Porém, a FIA permitiu que os times realizassem testes aerodinâmicos, em linha reta, durante o ano. Claro que as equipes aproveitaram, mas em nenhum momento a FIA disse que as equipes estavam proibidas de irem a autódromos. É totalmente inexplicável o motivo de equipes, principalmente as pequenas, utilizarem bases aéreas ou pequenos aeroportos para realizarem esses testes em linha reta. Logisticamente falando, acho que dá na mesma ir a um circuito, mesmo pequeno, ou ir a uma base aérea nos confins da Inglaterra. Ou seja, no lugar de muitos apontarem o dedo para a FIA, é muito melhor fiscalizar os procedimentos das equipes, pois essa economia, que não parece ser tão grande assim, não valeu a pena.
Outro ponto é a própria Maria de Villota. A espanhola está há anos militando em categorias de monoposto, onde nunca conseguiu o mínimo destaque, subindo na escada do automobilismo apenas pelos patrocinadores que carrega consigo. Conseguiu a vaga de piloto de testes na Marussia após uma pequena experiência na Renault em 2010, mas a realidade era que Maria não conseguiu a vaga na base do seu desempenho na pista em outras categorias e por mais cruel que possa parecer, o bizarro acidente pode levar como resultado um erro da piloto, que teria se atrapalhado com os fartos botões do volante da Marussia. Por mais que esteja lento, um F1 pode se tornar perigoso por a cabeça do piloto estar exposta e no caso de Maria, ele teria acionado a embreagem por falta de conhecimento e fez seu carro atingir a porta de um caminhão de apoio, a deixando gravemente ferida e com a vista danificada definitivamente. A crise econômica pode fazer com que pilotos sem condições de estar na F1, mas com muito dinheiro no bolso, entrarem na categoria e se envolver em acidentes, bestas, assim. É preciso cuidado para quando colocar um piloto num cockpit da F1 e esse acidente pode ter mostrado isso da pior maneira possível.
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