O início do Grande Prêmio da Alemanha de MotoGP foi um dos mais caóticos dos últimos tempos. Uma chuva minutos antes da largada embaralhou a cabeça de engenheiros e pilotos: com qual pneu largar? Até porque a chuva não tinha sido tão forte assim e foi bastante rápida. Conhecedor do clima local, Stefan Bradl colocou pneus slicks. Sem muito o que perder, a maioria dos pilotos da classe Aberta fez o mesmo. Os líderes da MotoGP foram conservadores e saíram para a volta de apresentação com pneus para piso molhado. Para no final dela voltar aos boxes e trocar de moto, calçados com pneus slicks. A largada da corrida em Sachsenring foi surreal, com poucas motos no grid, sendo que Bradl estava na primeira fila sozinho e então um enorme buraco até os últimos colocados, que seguiram sua estratégia, enquanto os principais pilotos do pelotão da MotoGP estavam na saída dos boxes, esperando o sinal verde aparecer para eles partirem para a corrida.
Tudo levava a crer que a invencibilidade de Márquez em 2014 estava em perigo, principalmente por Bradl, terceiro no grid, estar em primeiro e disparado. Porém, não há como subestimar a genialidade de Marc Márquez. Como quem saía na frente do pit-lane dependia a velocidade da troca das motos, não na classificação, o pole Márquez se sobressaiu também nesse item e foi o primeiro a deixar os pits. Mesmo bastante atrasado com relação ao pelotão que saiu no grid, ao final da primeira volta o espanhol da Honda já encontrava os primeiros adversários e com a ferocidade do ataque da Alemanha no Mineirão, foi passando por cima de todos. A Honda de Bradl, teoricamente parecida com a de Márquez, estava mais 1.5s mais lenta do que o espanhol. Foi necessário apenas cinco voltas para que Marc Márquez retornasse ao seu habitat natural e de lá não saísse mais, mesmo com Daniel Pedrosa o perseguindo de perto, mas em nenhum momento ameaçando a vitória de Márquez, que com nove vitórias seguidas em 2014, bateu um recorde de Mike Hailwood, que conseguiu esse feito em 1964 com 24 anos, enquanto Marc tem incríveis 21 anos.
A Honda dominou a prova alemã, mesmo com Bradl tendo uma corrida medonha, onde apenas problemas mecânicos ou de acerto explicam o alemão terminar a prova apenas em 16º. A Yamaha demorou um pouco mais a se subir o pelotão, mas os 8s de desvantagem que Lorenzo teve com relação a Pedrosa mostra que a Yamaha não teve ritmo o suficiente para acompanhar as imbatíveis Hondas. Rossi terminou num longínquo quarto lugar, lembrando momentos que o italiano não gosta de lembrar de 2013, quando era superado com enorme facilidade pelo trio espanhol, mas Valentino agora já aparece em terceiro lugar no campeonato, perdendo a vice-liderança e muito provavelmente o vice-campeonato para Pedrosa.
A MotoGP parará algumas semanas para um merecido descanso com Marc Márquez só esperando o momento de celebrar o bicampeonato e com todos que acompanham a MotoGP com a pergunta: será capaz de Márquez vencer todas as corridas de 2014?
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