Por um problema de alinhamento no grid, o Grande Prêmio da Inglaterra de 1999, realizado quinze anos atrás, já estava paralisado. Os dois carros da Ferrari, com Irvine à frente, estavam na reta Hangar, mas de forma estranha a segunda Ferrari, mas do piloto numero um Michael Schumacher, parece estar tentando ultrapassar seu companheiro de equipe no final da reta e acionou o freio com força. A fumaça subiu pelo atrito dos pneus com o asfalto de Silverstone, enquanto a Ferrari do alemão deslizava velozmente rumo a barreira de pneus.
O impacto foi violento. A corrida tinha um segundo motivo para ser paralisada. Viu-se um movimento dentro da Ferrari, mas logo as câmeras de TV passaram a mostrar o carro de Michael Schumacher de longe, enquanto um resgate era organizado ao redor da Ferrari enfiada na barreira de pneus. Suspense em Silverstone e para quem assistia tudo pela TV. Ralf Schumacher saiu do seu carro atrás de notícias do seu irmão juntamente com Jean Alesi, que além de amigo de Michael, tentava acalmar o jovem alemão. Quando as câmeras mostraram mais detalhes, viu-se vários lençóis para não mostrar todo o resgate, mas um sinal de 'ok', acima das cabeças dos médicos, por parte de Michael Schumacher, acalmava os que pensaram no pior, mas pela comitiva de ambulâncias que se dirigiu ao centro médico, o alemão não estava ileso.
Como a Internet não tão popular assim em 1999 (particularmente eu não tinha...) e Redes Sociais era um sonho de ficção científica, as informações chegavam à conta-gotas e na base de intervenções da Globo por parte do João Pedro Paes Leme durante a prova, vencida por David Coulthard. Logo chegou a notícia que Schumacher estava com a perna quebrada direita em dois locais e seria operado ainda naquele 11 de julho.
Esse acidente acontecido quinze anos atrás mudou a história do Campeonato Mundial de Pilotos de 1999. Schumacher era o principal favorito à vencer aquele campeonato e tirar a Ferrari de um jejum que completava exatos vinte anos, mas com o alemão fora de combate por tempo indeterminado, todas as fichas estariam jogadas na Ferrari de número 4 de Eddie Irvine. Considerado um piloto de segunda linha, pensar no irlandês como principal esperança de título da Ferrari era quase uma piada e Mika Hakkinen parecia ter o caminho rumo ao bicampeonato livre. Porém, ainda em Silverstone, Hakkinen abandonou e com um segundo lugar, Irvine empatava com Schumacher no campeonato em segundo lugar, oito pontos atrás de Mika. O tempo provaria que Hakkinen teria um trabalho redobrado que ninguém poderia imaginar para conquistar seu segundo título.
Já Michael Schumacher passou vários meses de molho. Houve até quem duvidasse que o alemão voltasse à F1. Mas o alemão voltaria em grande estilo no final dessa temporada para ajudar Irvine em sua luta pelo título com Hakkinen, mas, mais importante, Schumacher se prepararia para dominar a F1 nos anos seguintes de uma forma poucas vezes vista. Visto hoje, pela situação que Michael Schumacher vive após seu sério acidente no final do ano passado, o acidente em Silverstone e sua posterior recuperação é fichinha pelo o que o alemão passa hoje.
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