Poucos pilotos tiveram uma carreira tão meteórica e um final tão repentino como este homem. Freddie Spencer é até hoje um dos melhores pilotos que os Estados Unidos já tiveram em corridas de moto e este piloto de estilo técnico e refinado coroou um início de carreira impressionante com três títulos mundiais em quatro temporadas completas no Mundial de Motovelocidade e tendo apenas 24 anos de idade. Porém, por causa de problemas físicos que nunca foram resolvidos Spencer jamais foi o mesmo piloto e abandonou a carreira tristemente com apenas 32 anos de idade. Completando 50 anos no dia de hoje, vamos ver um pouco mais da rápida, mas incrível carreira de mais uma fera norte-americana do Mundial de Motovelocidade nos anos 80.
Freddie Spencer nasceu no dia 20 de dezembro de 1961 na cidade de Shreport, no estado de Louisiana, nos Estados Unidos. Desde muito jovem o pequeno Spencer começou a correr e aos quatro anos deu suas primeiras aceleradas em motos e no ano seguinte já participava de corridas em mini-motos em pista de terra, tendo seu pai como preparador. A precocidade sempre foi uma característica de Spencer e aos 11 anos já havia ganho vários campeonatos regionais no Texas e Louisiana em corridas de terra. Em 1972 ele fez sua primeira corrida no asfalto com uma Yamaha 100cc em Dallas e cinco anos depois, Freddie já havia ganho vários títulos nacionais na American Motorcycle Association (AMA) ainda como amador. Em 1978 Spencer se profissionalizou e simplesmente ganhou todas as corridas na categoria estreante das 250cc. Subindo para a categoria principal das 250cc, Spencer repetiu o feito e conquistou o campeonato invicto, com doze vitórias. Na ocasião, ele derrotou aquele que seria seu maior rival na carreira: Eddie Lawson. Spencer também participou do Campeonato Americano de Superbike pela Kawasaki e sua vitória em Sears Point fez dele o mais jovem na história da categoria a se tornar vencedor, com apenas 18 anos. Suas exibições chamaram a atenção da Honda, que o contratou para 1980 e Spencer entrou em contato com uma pessoa que lhe marcaria para sempre em sua carreira: o engenheiro americano Erv Kanemoto. A Honda tinha planos mais ambiciosos do que apenas participar do Campeonato Americano de Superbike e seu principal objetivo era retornar de forma triunfante no Mundial de Motovelocidade depois de quinze anos com uma moto de quatro tempos, algo que não era feito desde o início da década de 70.
Pensando em dar experiência ao seu piloto em pistas européias, a Honda não se importou muito em deixar Spencer correr pela histórica rival Yamaha no Grande Prêmio da Bélgica em 1980 das 500cc, onde o americano correu pela primeira vez em solo europeu. Porém, aquele final de ano marcaria a tradicional competição Trans-Atlantic, um torneio envolvendo pilotos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Os maiores rivais no momento do Mundial das 500cc eram Kenny Roberts e Barry Sheene, ambos campeões mundiais, mas o jovem Freddie Spencer impressionou a todos quando venceu o torneio. Sua explosão no motociclismo não demoraria a acontecer e seu rápido amadurecimento seria acrescido com a grande rivalidade com Eddie Lawson no Campeonato Americano de Superbike, que fez com que o certame se popularizasse bastante. Em 1981, Spencer dividiria seu tempo entre o Campeonato Americano e Mundial de motovelocidade, onde seria vice de Lawson no Americano de Superbike, e sofreria com o desenvolvimento da moto quatro tempos da Honda na Europa, mas que não traria resultados. Porém, o feedback técnico de Spencer tinha feito do jovem americano o queridinho da Honda e quando o time japonês resolveu trocar a aventura da moto de quatro tempos para uma moto mais convencional de dois tempos em 1982, Spencer rapidamente se tornou um piloto muito competitivo no Mundial de Motovelocidade nas 500cc, conquistando sua primeira vitória no Grande Prêmio da Bélgica e terminando seu primeiro campeonato completo no Mundial em terceiro lugar, apenas atrás de Franco Uncini e Graeme Crosby, da Yamaha. Para 1983, a Yamaha resolve investir em sua volta as vitórias no Mundial das 500cc e com o apoio da Marlboro forma um verdadeiro dream team com Giacomo Agostini como chefe de equipe, Kal Carruthers como preparador e Kenny Roberts como primeiro piloto. Parecia uma combinação perfeita, mas a Honda estava ainda mais forte em 1983 e com Spencer ainda mais experiente, o Campeonato Mundial das 500cc em 1983 entraria para a história do motociclismo. Kenny Roberts já tinha três títulos mundiais e era um ícone americano e mundial na motovelocidade. Seu estilo agressivo na pista contrastava com o estilo cartesiano de Spencer. Fora das pistas, Roberts já havia anunciado que se aposentaria no final do ano e por isso queria a vitória a qualquer custo. Já Spencer tinha uma expressão angelical e mesmo tendo como companheira a Miss Lousiana, Freddie pensou seriamente em ser pastor protestante quando jovem. Seria uma batalha épica. Era Spencer x Roberts. Honda x Yamaha. Michelin x Dunlop, Kanemoto x Carruthers. Assim o campeonato foi amplamente dominado por Spencer e Roberts, que venceram todas as doze provas do certame, mas a verdadeira decisão ocorreu na penúltima etapa do ano, na Suécia, quando os dois pilotos colidiram na última volta e Roberts saiu da pista, enquanto Spencer conseguia a vitória. Roberts ainda venceria a última corrida do ano em Misano, mas com o segundo lugar, Freddie Spencer se tornava, aos 21 anos de idade, o piloto mais jovem a vencer o Mundial de Motovelocidade das 500cc.
Rapidamente Spencer se tornou uma estrela do Mundial de Motovelocidade, mas ganharia um rival à altura. Sabendo da iminente saída de Roberts, a Yamaha preparou seu sucessor ainda em 1983 e este seria alçado a primeiro piloto em 1984. Seu nome era Eddie Lawson e as disputas ocorridas nas pistas americanas no final da década de 70 voltariam a acontecer agora nas pistas de todo mundo. Lawson dá seu cartão de visitas ao vencer sua primeira corrida logo na estréia do campeonato de 1984. Spencer desenvolvia a nova Honda NSR500, mas um acidente na Holanda e outro nos treinos para o Grande Prêmio da Inglaterra acabou estragando a defesa de título de Spencer e mesmo com três vitórias, o americano ficou apenas em quarto lugar no campeonato, com Lawson sendo o campeão. Além de desenvolver a moto nas 500cc, a Honda também desenvolvia uma nova moto nas 250cc, mas não tinha encontrado alguém experiente o suficiente para o serviço. Sem muitas opções, a Honda resolve colocar Spencer participando dos dois campeonatos em 1985, mas antes da temporada começar, Freddie foi a Daytona para o seu tradicional Racing Days. E Spencer entrou para a história pela primeira vez em 1985. Participando de três corridas (Superbike, F1, 250cc), Spencer venceu todas elas, se tornando até hoje o único a conseguir este feito. Voltando a Europa, Freddie Spencer mostrou que estava recuperado dos seus acidentes e que a Honda estava muito bem desenvolvida tanto nas 500cc, como nas 250cc. Na classe menor, ele participou de dez corridas e ganhou sete corridas, com seis poles. Nas 500cc, foram sete vitórias em onze corridas, além de nove poles. Em cinco oportunidades, Freddie venceu as duas corridas no mesmo final de semana. Até os anos 70 era normal se correr em mais de uma categoria no Mundial de Motovelocidade e Giacomo Agostini chegou a vencer várias dobradinhas no final da década de 60. Em 1985 Freddie Spencer venceu ambos os campeonatos de forma antecipada e seria o último a conseguir a marca de dois títulos mundiais num mesmo ano na motovelocidade. Aos 23 anos de idade, Spencer estava no auge da carreira e parecia que nada poderia lhe impedir que ele conseguisse bater todos os recordes do Mundial de Motovelocidade. Seus feitos mereceram menções até do presidente Ronaldo Reagan! O que ninguém sabia era que a vitória no Grande Prêmio da Suécia nas 500cc seria a última vitória de Spencer no Mundial de Motovelocidade...
Ainda em 1985 Spencer começou a relatar dores fortes nos pulsos e chegou a se imaginar que isso provinha do esforço de participar de duas corridas num mesmo final de semana, tanto que o americano só participaria das 500cc em 1986. Só que as dores aumentavam e após não terminar a primeira etapa do ano na Espanha por causa de problemas físicos, Spencer ficou duas corridas de fora para tentar se recuperar do que seria uma tendinite crônica. O americano voltou na Áustria, mas os problemas se repetiram e Spencer simplesmente não conseguiu completar uma única corrida em 1986. Um ano depois de conquistar dois títulos mundiais, ele estava zerado em pontos! A Honda resolve investir em Wayne Gardner como seu principal piloto a partir de 1987, enquanto Spencer ficava numa equipe especial da Honda, esperando retornar às corridas rapidamente. Depois de um longo tratamento, Spencer volta às pistas em Donington Park, já no meio do campeonato, e o americano chega a liderar a corrida até sofrer uma queda. Todos pensam que Spencer estaria de volta, mas um forte acidente em Misano fez com que Freddie ficasse o resto do ano de fora. Ainda se recuperando do acidente e com seu crônico problema no pulso, Spencer não correria em 1988 e surpreende ao voltar ao Mundial nas mãos da Marlboro Yamaha em 1989. Chateado com a saída repentina de Lawson para a Honda, Agostini arrisca em trazer Spencer para sua equipe, mas o resultado é pífio. O máximo que Spencer consegue é um quinto lugar e o americano estava claramente fora de forma, por causa aos fortes anti-inflamatórios que tomava fazendo-o ganhar muito peso. Se no começo da carreira ele era conhecido como “Fast Spencer”, no final era chamado de ‘Fat Spencer’. Após um novo acidente na França, Freddie anuncia sua precoce aposentadoria das pistas e retorna ao Campeonato Americano de Superbike pela Ducati, vencendo três corridas. Em 1993 Spencer faz um frustrado retorno ao Mundial de Motovelocidade, mas seus anos de glória tinham ficado definitivamente para trás e aos 32 anos de idade, Freddie Spencer se aposentava do Mundial com um ainda respeitável cartel de 72 corridas, 27 vitórias, 33 poles, 24 melhores voltas, 39 pódios, 610,5 pontos e os títulos em 1983 e 1985 (250cc e 500cc).
Spencer correu profissionalmente até 1996, sem antes conseguir uma vitória brilhante em Laguna Seca pelo Campeonato Americano de Superbike, debaixo de muita chuva e com 23s de vantagem sobre o segundo colocado. A diferença de 16 anos entre a primeira e a última vitória nos Estados Unidos representou o último recorde de Freddie Spencer no motociclismo. Após sua aposentadoria definitiva, Spencer montou uma escola de pilotagem em 1997 em Las Vegas, onde mora até hoje, mas sua escola foi fechada em 2008 por problemas financeiros. Mesmo tendo corrido por Yamaha e Ducati, Freddie Spencer sempre será lembrado como uma lenda da Honda, onde se tornou o primeiro campeão pela marca japonesa em sua volta ao Mundial de Motovelocidade. Sua carreira meteórica sempre será lembrada como um piloto frio, de aparência até mesmo frágil, mas que derrotou lendas vivas como Kenny Roberts e Eddie Lawson, seus grandes rivais na carreira. Nem mesmo seus problemas físicos, que praticamente acabaram com sua carreira, fizeram com que seus feitos fossem diminuídos.
Parabéns!
Freddie Spencer
Freddie Spencer nasceu no dia 20 de dezembro de 1961 na cidade de Shreport, no estado de Louisiana, nos Estados Unidos. Desde muito jovem o pequeno Spencer começou a correr e aos quatro anos deu suas primeiras aceleradas em motos e no ano seguinte já participava de corridas em mini-motos em pista de terra, tendo seu pai como preparador. A precocidade sempre foi uma característica de Spencer e aos 11 anos já havia ganho vários campeonatos regionais no Texas e Louisiana em corridas de terra. Em 1972 ele fez sua primeira corrida no asfalto com uma Yamaha 100cc em Dallas e cinco anos depois, Freddie já havia ganho vários títulos nacionais na American Motorcycle Association (AMA) ainda como amador. Em 1978 Spencer se profissionalizou e simplesmente ganhou todas as corridas na categoria estreante das 250cc. Subindo para a categoria principal das 250cc, Spencer repetiu o feito e conquistou o campeonato invicto, com doze vitórias. Na ocasião, ele derrotou aquele que seria seu maior rival na carreira: Eddie Lawson. Spencer também participou do Campeonato Americano de Superbike pela Kawasaki e sua vitória em Sears Point fez dele o mais jovem na história da categoria a se tornar vencedor, com apenas 18 anos. Suas exibições chamaram a atenção da Honda, que o contratou para 1980 e Spencer entrou em contato com uma pessoa que lhe marcaria para sempre em sua carreira: o engenheiro americano Erv Kanemoto. A Honda tinha planos mais ambiciosos do que apenas participar do Campeonato Americano de Superbike e seu principal objetivo era retornar de forma triunfante no Mundial de Motovelocidade depois de quinze anos com uma moto de quatro tempos, algo que não era feito desde o início da década de 70.
Pensando em dar experiência ao seu piloto em pistas européias, a Honda não se importou muito em deixar Spencer correr pela histórica rival Yamaha no Grande Prêmio da Bélgica em 1980 das 500cc, onde o americano correu pela primeira vez em solo europeu. Porém, aquele final de ano marcaria a tradicional competição Trans-Atlantic, um torneio envolvendo pilotos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Os maiores rivais no momento do Mundial das 500cc eram Kenny Roberts e Barry Sheene, ambos campeões mundiais, mas o jovem Freddie Spencer impressionou a todos quando venceu o torneio. Sua explosão no motociclismo não demoraria a acontecer e seu rápido amadurecimento seria acrescido com a grande rivalidade com Eddie Lawson no Campeonato Americano de Superbike, que fez com que o certame se popularizasse bastante. Em 1981, Spencer dividiria seu tempo entre o Campeonato Americano e Mundial de motovelocidade, onde seria vice de Lawson no Americano de Superbike, e sofreria com o desenvolvimento da moto quatro tempos da Honda na Europa, mas que não traria resultados. Porém, o feedback técnico de Spencer tinha feito do jovem americano o queridinho da Honda e quando o time japonês resolveu trocar a aventura da moto de quatro tempos para uma moto mais convencional de dois tempos em 1982, Spencer rapidamente se tornou um piloto muito competitivo no Mundial de Motovelocidade nas 500cc, conquistando sua primeira vitória no Grande Prêmio da Bélgica e terminando seu primeiro campeonato completo no Mundial em terceiro lugar, apenas atrás de Franco Uncini e Graeme Crosby, da Yamaha. Para 1983, a Yamaha resolve investir em sua volta as vitórias no Mundial das 500cc e com o apoio da Marlboro forma um verdadeiro dream team com Giacomo Agostini como chefe de equipe, Kal Carruthers como preparador e Kenny Roberts como primeiro piloto. Parecia uma combinação perfeita, mas a Honda estava ainda mais forte em 1983 e com Spencer ainda mais experiente, o Campeonato Mundial das 500cc em 1983 entraria para a história do motociclismo. Kenny Roberts já tinha três títulos mundiais e era um ícone americano e mundial na motovelocidade. Seu estilo agressivo na pista contrastava com o estilo cartesiano de Spencer. Fora das pistas, Roberts já havia anunciado que se aposentaria no final do ano e por isso queria a vitória a qualquer custo. Já Spencer tinha uma expressão angelical e mesmo tendo como companheira a Miss Lousiana, Freddie pensou seriamente em ser pastor protestante quando jovem. Seria uma batalha épica. Era Spencer x Roberts. Honda x Yamaha. Michelin x Dunlop, Kanemoto x Carruthers. Assim o campeonato foi amplamente dominado por Spencer e Roberts, que venceram todas as doze provas do certame, mas a verdadeira decisão ocorreu na penúltima etapa do ano, na Suécia, quando os dois pilotos colidiram na última volta e Roberts saiu da pista, enquanto Spencer conseguia a vitória. Roberts ainda venceria a última corrida do ano em Misano, mas com o segundo lugar, Freddie Spencer se tornava, aos 21 anos de idade, o piloto mais jovem a vencer o Mundial de Motovelocidade das 500cc.
Rapidamente Spencer se tornou uma estrela do Mundial de Motovelocidade, mas ganharia um rival à altura. Sabendo da iminente saída de Roberts, a Yamaha preparou seu sucessor ainda em 1983 e este seria alçado a primeiro piloto em 1984. Seu nome era Eddie Lawson e as disputas ocorridas nas pistas americanas no final da década de 70 voltariam a acontecer agora nas pistas de todo mundo. Lawson dá seu cartão de visitas ao vencer sua primeira corrida logo na estréia do campeonato de 1984. Spencer desenvolvia a nova Honda NSR500, mas um acidente na Holanda e outro nos treinos para o Grande Prêmio da Inglaterra acabou estragando a defesa de título de Spencer e mesmo com três vitórias, o americano ficou apenas em quarto lugar no campeonato, com Lawson sendo o campeão. Além de desenvolver a moto nas 500cc, a Honda também desenvolvia uma nova moto nas 250cc, mas não tinha encontrado alguém experiente o suficiente para o serviço. Sem muitas opções, a Honda resolve colocar Spencer participando dos dois campeonatos em 1985, mas antes da temporada começar, Freddie foi a Daytona para o seu tradicional Racing Days. E Spencer entrou para a história pela primeira vez em 1985. Participando de três corridas (Superbike, F1, 250cc), Spencer venceu todas elas, se tornando até hoje o único a conseguir este feito. Voltando a Europa, Freddie Spencer mostrou que estava recuperado dos seus acidentes e que a Honda estava muito bem desenvolvida tanto nas 500cc, como nas 250cc. Na classe menor, ele participou de dez corridas e ganhou sete corridas, com seis poles. Nas 500cc, foram sete vitórias em onze corridas, além de nove poles. Em cinco oportunidades, Freddie venceu as duas corridas no mesmo final de semana. Até os anos 70 era normal se correr em mais de uma categoria no Mundial de Motovelocidade e Giacomo Agostini chegou a vencer várias dobradinhas no final da década de 60. Em 1985 Freddie Spencer venceu ambos os campeonatos de forma antecipada e seria o último a conseguir a marca de dois títulos mundiais num mesmo ano na motovelocidade. Aos 23 anos de idade, Spencer estava no auge da carreira e parecia que nada poderia lhe impedir que ele conseguisse bater todos os recordes do Mundial de Motovelocidade. Seus feitos mereceram menções até do presidente Ronaldo Reagan! O que ninguém sabia era que a vitória no Grande Prêmio da Suécia nas 500cc seria a última vitória de Spencer no Mundial de Motovelocidade...
Ainda em 1985 Spencer começou a relatar dores fortes nos pulsos e chegou a se imaginar que isso provinha do esforço de participar de duas corridas num mesmo final de semana, tanto que o americano só participaria das 500cc em 1986. Só que as dores aumentavam e após não terminar a primeira etapa do ano na Espanha por causa de problemas físicos, Spencer ficou duas corridas de fora para tentar se recuperar do que seria uma tendinite crônica. O americano voltou na Áustria, mas os problemas se repetiram e Spencer simplesmente não conseguiu completar uma única corrida em 1986. Um ano depois de conquistar dois títulos mundiais, ele estava zerado em pontos! A Honda resolve investir em Wayne Gardner como seu principal piloto a partir de 1987, enquanto Spencer ficava numa equipe especial da Honda, esperando retornar às corridas rapidamente. Depois de um longo tratamento, Spencer volta às pistas em Donington Park, já no meio do campeonato, e o americano chega a liderar a corrida até sofrer uma queda. Todos pensam que Spencer estaria de volta, mas um forte acidente em Misano fez com que Freddie ficasse o resto do ano de fora. Ainda se recuperando do acidente e com seu crônico problema no pulso, Spencer não correria em 1988 e surpreende ao voltar ao Mundial nas mãos da Marlboro Yamaha em 1989. Chateado com a saída repentina de Lawson para a Honda, Agostini arrisca em trazer Spencer para sua equipe, mas o resultado é pífio. O máximo que Spencer consegue é um quinto lugar e o americano estava claramente fora de forma, por causa aos fortes anti-inflamatórios que tomava fazendo-o ganhar muito peso. Se no começo da carreira ele era conhecido como “Fast Spencer”, no final era chamado de ‘Fat Spencer’. Após um novo acidente na França, Freddie anuncia sua precoce aposentadoria das pistas e retorna ao Campeonato Americano de Superbike pela Ducati, vencendo três corridas. Em 1993 Spencer faz um frustrado retorno ao Mundial de Motovelocidade, mas seus anos de glória tinham ficado definitivamente para trás e aos 32 anos de idade, Freddie Spencer se aposentava do Mundial com um ainda respeitável cartel de 72 corridas, 27 vitórias, 33 poles, 24 melhores voltas, 39 pódios, 610,5 pontos e os títulos em 1983 e 1985 (250cc e 500cc).
Spencer correu profissionalmente até 1996, sem antes conseguir uma vitória brilhante em Laguna Seca pelo Campeonato Americano de Superbike, debaixo de muita chuva e com 23s de vantagem sobre o segundo colocado. A diferença de 16 anos entre a primeira e a última vitória nos Estados Unidos representou o último recorde de Freddie Spencer no motociclismo. Após sua aposentadoria definitiva, Spencer montou uma escola de pilotagem em 1997 em Las Vegas, onde mora até hoje, mas sua escola foi fechada em 2008 por problemas financeiros. Mesmo tendo corrido por Yamaha e Ducati, Freddie Spencer sempre será lembrado como uma lenda da Honda, onde se tornou o primeiro campeão pela marca japonesa em sua volta ao Mundial de Motovelocidade. Sua carreira meteórica sempre será lembrada como um piloto frio, de aparência até mesmo frágil, mas que derrotou lendas vivas como Kenny Roberts e Eddie Lawson, seus grandes rivais na carreira. Nem mesmo seus problemas físicos, que praticamente acabaram com sua carreira, fizeram com que seus feitos fossem diminuídos.
Parabéns!
Freddie Spencer
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