Sinceramente, não me conformo muito com essa história do Rally Dakar ser realizado na América do Sul. É o mesmo que existisse um "Rally Ceará" e ele fosse realizado entre São Paulo e Porto Alegre. Apesar da marca forte e ainda atrair os melhores pilotos de moto e carro de endurance, o 'Dakar' perdeu muito do seu charme com veículos atravessando dunas pelo deserto do Saara e isso acabou por interferir em algumas medidas que fizeram da edição de 2012 inesquecível pelo lado da polêmica.
Claro que Stephane Peterhansel (conquistando seu histórico décimo título) e Cyrill Deprés não tem do que reclamar das vitórias nos carros e nas motos respectivamente, mas os rivais dos dois franceses terão muito o que reclamar. Nas motor, Depres foi ajudado de forma decisiva por uma decisão para lá de discutível ao ser beneficiado por ter ficado atolado em um lamaçal e ter voltado a competição, tendo seu tempo perdido abonado na confusão. Ué, atolar na lama não faz parte dos rallis? Para piorar, Deprés foi ajudado e não retribuiu...
Já nos carros, a confusão ocorreu na equipe de Robby Gordon, mais conhecido por querer ser sempre chefe de equipe em variadas categorias. O americano colocou o robusto Hummer no deserto e ainda teve o reforço considerável de Nasser Al Attiyah, campeão em 2011. Tudo levava a crer no crescimento da equipe e o carro se mostrou muito rápido, mas também bastante inconfiável, o que levou Al Attiyah dizer que nunca mais guiaria o Hummer. Gordon, que foi desclassificado e depois correu na base do recurso, ficou uma arara e criticou não apenas seu ex-comandado, como também Peterhansel e Nani Roma, da rival Mini.
Apesar das vitórias marcantes de Peterhansel e Deprés, será mais lembrado da edição 2012 toda a confusão nas decisões da organização, que parece mais inspirado nos desertos africanos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário