Semana passada, um vídeo muito engraçado apareceu na net com Augusto Farfus dando uma 'voltinha' com sua esposa numa pista de corrida. Lembrou outra cena célebre, ocorrida com Riccardo Patrese e sua esposa uns anos atrás, com a moça no banco de passageiros quase em desespero. E no desespero, a moça chamava Augusto de Ninho, o que passou a ser o apelido não apenas íntimo, como também mundial de Augusto Farfus. O que ninguém sabia, nem Farfus, que a revelação do seu apelido lhe daria uma sorte para entrar para a história do automobilismo brasileiro alguns dias depois.
Após uma temporada de adaptação difícil no DTM, num carro totalmente novo (BMW), Farfus conseguiu a proeza de logo em sua temporada de estréia conseguir vencer no DTM, se tornando o primeiro brasileiro a fazê-lo. E foi uma vitória sem sustos, largando da pole e dominando de ponta a ponta, tirando, é claro, as várias paradas que marcam o DTM atual. Porém, Farfus soube manter a calma e após uma hora e oito minutos, derrotou o pelotão da Audi que o perseguia e garantiu sua primeira vitória na categoria.
O DTM é a principal categoria de turismo do mundo e mesmo com toda a tradição brasileira nas pistas, houve poucas chances de pilotos tupiniquins no certame alemão, com carros (Mercedes, Audi e agora BMW) que mais parecem protótipos. Houve corridas esporádicas e o máximo que houve foi um segundo lugar de Max Wilson numa prova em Interlagos, quando o DTM se chamou ITCC, em 1996. No começo da carreira, Farfus era uma espécie de discípulo de Felipe Massa, sendo seu companheiro de equipe e seguindo sua trajetória, vencendo a F-Renault e a F3000 Italiana nos seguintes aos triunfos de Massa, mas ao contrário de Felipe, que logo teve uma boa proposta da F1 e está lá até hoje, Farfus se enveredou para as categorias de turismo, primeiro no WTCC, onde foi piloto da Alfa Romeo, mas rapidamente começou uma longa relação com a BMW, que o tirou do WTCC e o colocou no DTM esse ano, após uma temporada parada unicamente de testes. Mesmo há quase dez anos correndo de turismo, Farfus teve dificuldades com os carros do DTM, ainda mais com a BMW também tendo que se readaptar à categoria depois de vinte anos fora. Farfus já tinha conseguido um pódio e hoje, conseguiu a proeza de uma belíssima vitória.
Com a temporada no fim, Farfus pode começar 2013 embalado e brigando pelo título, que este ano ficará entre Gary Paffet (Mercedes) e Bruno Spengler (BMW). Porém, a motivação de Farfus agora é outra!
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