Dez anos após o conturbado Grande Prêmio da Áustria de 1987, o país da Europa Central voltava a receber uma corrida de F1 no reformado (e criticado) circuito de Zeltweg. No final dos anos 80, a F1 saiu da Áustria por causa da velocidade excessiva dos carros no velocíssimo autódromo e em 1995 a empresa de telefonia celular A1 reformou toda a pista e a grande polêmica foi exatamente aí. O tradicional e amado Österreichring, com suas famosas curvas longas e rápidas, foi totalmente destruído para uma circuito banal, ainda com muitas retas, mas curvas como a Jochen Rindt Kurve deu lugar a curvas travadas e de segunda marcha. Hakkinen e Irvine criticaram ferozmente a atitude.
De cara, os pneus Bridgestone se comportaram muito bem no compacto circuito austríaco e cenas inusitadas foram vistas, como Pedro Paulo Diniz, com um Arrows, ficando com a primeira posição em um treino livre. Num treino classificatório muito emocionante, Jacques Villeneuve voltou à pole ao superar por menos de um décimo Mika Hakkinen. Corroborando com a boa forma da Bridgestone, Jarno Trulli levou a equipe Prost ao terceiro lugar com o carro reserva acertado para seu companheiro de equipe, já que o italiano teve o motor do seu bólido titular estourado. A Stewart colocou seus dois carros entre os dez primeiros, enquanto a Ferrari sofria com seus dois carros largando no rodapé do top-10.
Grid:
1) Villeneuve (Williams) - 1:10.304
2) Hakkinen (McLaren) - 1:10.398
3) Trulli (Prost) - 1:10.511
4) Frentzen (Williams) - 1:10.670
5) Barrichello (Stewart) - 1:10.700
6) Magnussen (Stewart) - 1:10.893
7) Hill (Arrows) - 1:11.025
8) Irvine (Ferrari) - 1:11.051
9) M.Schumacher (Ferrari) - 1:11.056
10) Coulthard (McLaren) - 1:11.076
O dia 21 de setembro de 1997 estava ensolarado e os austríacos lotaram o renovado Österreichring para assistir novamente a uma corrida de F1 e torcer para seu piloto local, Gerhard Berger. Porém, o austríaco, que lutou como nunca para a volta de sua corrida caseira, decepcionou tremendamente desde antes da largada, quando um pequeno problema o fez largar do box e evitar o vexame, talvez maior, de largar à frente apenas dos Tyrrells e Minardis. Villeneuve largou mal ao deixar seus pneus patinarem, permitindo que Hakkinen e Trulli ficassem à sua frente ainda na primeira curva. Para piorar as coisas para o canadense, Rubens Barrichello partiu para cima ainda na primeira volta e deixou Villeneuve apenas em quarto. Os pneus Goodyear estavam tendo dificuldades de aquecimento e o piloto da Williams era a principal vítima.
Porém, quem liderava era um piloto com pneu Goodyear e Mika Hakkinen, não sofrendo com problemas de pneus e pressionado pela vitória na corrida anterior do seu companheiro de equipe, se preparava para completar a primeira volta quando algo claramente quebrou em seu McLaren e o finlandês, numa cena de dar dó, parou seu carro na sombra das grandes arquibancadas da reta principal. Com isso, Jarno Trulli liderava pela primeira vez em sua carreira com seu humilde Prost, que tinha a primeira grande alegria desde a ótima fase de Olivier Panis na primeira metade do ano. Todos esperavam o comportamento do jovem italiano, apenas em sua 14º corrida de F1, e Trulli se comportou tremendamente, completando volta mais rápida em cima de volta mais rápida, abrindo uma ótima vantagem para Barrichello. Quando seus pneus atingiram a temperatura ideal, Villeneuve aumentou seu ritmo e passou a atacar o brasileiro da Stewart, mas o canadense só efetuou a ultrapassagem na volta 15 e imediatamente superou a melhor volta de Trulli. E se aproximava do italiano, descontando a respeitável vantagem de 10.8s de Trulli.
Na volta 38, um momento assustador aconteceu quando Irvine tentou uma ultrapassagem para lá de otimista em cima de Alesi e o francês quase capotou, com o pneu da Benetton passando perto de atingir o capacete de Irvine. Nesse exato instante, Michael Schumacher ultrapassava Frentzen quando um mar de bandeiras amarelas eram mostradas. O alemão da Ferrari, que tentativa descontar o prejuízo da má performance da Ferrari em Zeltweg, levaria uma punição mais tarde. Quando Trulli fez sua primeira parada, o italiano tinha 7s de vantagem sobre Villeneuve, mas o canadense vinha voando em Zeltweg e oito voltas depois, quando fez seu pit-stop, liderava confortavelmente à frente de Trulli. O piloto da Prost não parecia ter condições de atacar Villeneuve, que permanecia andando muito forte e o pódio já estava bom demais para Trulli, quando o motor Mugen Honda estourou na volta 58. Foi outra cena penosa para quem assistia a ótima exibição de Trulli, que lhe garantiu uma passagem longe (até demais...) na F1.
Após a segunda parada, Villeneuve passou a ter problemas com seus pneus e era alcançado por David Coulthard, em ótima corrida de recuperação e animado pela boa vitória em Monza. O duo da Stewart também teve problemas e após uma visão pouco usual de equipes como Prost e Stewart brigando pela vitória, quem lutava pelo triunfo eram as gigantes Williams e McLaren. Tentando ajudar seu companheiro de equipe, Frentzen também se aproximava de Coulthard. No final, os três primeiros receberam a bandeirada separados por 4s e Villeneuve voltava a vencer depois de um meio de temporada ruim e para ajuda-lo, Schumacher só marcou um pouco, mas com muita luta. Após receber sua punição, Schumacher voltou agressivo à pista e fez Barrichello errar e sair da pista, enquanto ultrapassava espetacularmente seu antigo rival Damon Hill na última volta. O campeonato abria novamente, mas 1997 ficou marcado por surpresas como a de Trulli.
Chegada:
1) Villeneuve
2) Coulthard
3) Frentzen
4) Fisichella
5) R.Schumacher
6) M.Schumacher
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