Automobilisticamente falando, janeiro se resume unicamente ao Dakar e neste final de semana chegou ao fim mais uma edição em Santiago (?) com várias marcas históricas ganhando forma durante os 18 dias que durou a travessia pela costa do Pacífico no último janeiro que, como infelizmente sempre acontece ao longo dos anos, teve algumas mortes para incrementar as estatísticas. Em 2013 foram mais três.
Stéphane Peterhansel chegou ao seu incrível 11º triunfo no rally, o quinto nos carros, superando o não menos lendário Ari Vatanen na história da categoria carros. Peterhansel usou toda a sua experiência para levar seu Mini rumo ao título na base da regularidade, pois os buggys de Nasser Al-Ittihad e Carlos Sainz eram protótipos mais rápidos, mas como foram pouco testados, acabaram ficando pelo caminho. Sendo o mais rápido em apenas dois dias, Peterhansel liderou o rally desde o segundo dia, mas sofria pressão de Ittihad, Sainz e também do maluquinho Robby Gordon e seu famoso Hummer. Contudo, seus adversários foram caindo um a um, enquanto o francês marcava seus adversários mais próximos, conseguindo outro triunfo em seu vasto plantel de vitórias.
Outro que se consagrou de forma definitiva foi o irascível Cyril Deprés. O francês da KTM se tornou favoritíssimo ao título antes mesmo da largada quando seu principal rival, Marc Coma, desistiu de participar graças a um problema no ombro, porém, Deprés não teve vida fácil com vários adversários aparecendo pela frente, como a revelação Olivier Pain e o veterano David Casteur, ambos da Yamaha. Os dois franceses lideraram o rally com consistência, mas acabaram vítimas das armadilhas do rally (no caso de Casteur, de uma vaca...) e Deprés aproveitou para conquistar seu quinto título, encostando em Peterhansel no quesito vitórias em motos e superando o italiano Edi Orioli.
E nos caminhões, após Chaguine e Kabirov, em 2013 foi a vez do jovem Eduard Nikolaev fazer a Rússia vencer o rally com os míticos caminhões Kamaz. O Nikolaev pilotou como um veterano, já que ele não venceu nenhuma especial e viu seus adversários da Iveco, dominante ano passado, ficando pelo caminho após liderarem várias especiais.
O Dakar 2013 terminou com a consolidação de velhos nomes, assim como a chegada de algumas revelações que podem tomar forma nos próximos anos, mas o velho Dakar, atravessando o Saara e chegando na capital do Senegal, era o verdadeiro Dakar. Mesmo os organizadores tentando fazer um rally parecido na América do Sul, o charme e a tradição de uma prova na África nunca será igual, fora as polêmicas, como no caso da troca do motor de Deprés, onde a ASO foi acusada (novamente) de ajudar os franceses. Acho que a primeira ação a fazer era mudar o rally de nome. Dakar na América do Sul é o mesmo de usar Rally dos Sertões no Rio Grande do Sul!
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