Como tudo que envolve Ayrton Senna, um simples e despretensioso teste pode se transformar em algo histórico e mitológico. Final de 1992. Ayrton Senna estava extremamente descontente com sua situação dentro do cenário da F1. A McLaren estava perdendo sua parceira e artificie do domínio dos anos anteriores na F1, a Honda. Porém, mesmo ainda contando com os japoneses, a McLaren não foi páreo para a Williams de outro mundo e Senna sabia que se ele quisesse trilhar seu caminho como o maior de todos, ele teria que estar num carro da Williams. Porém, para enorme desgosto do brasileiro, a Williams contratou seu inimigo fidagal Alain Prost, que logo deixou claro no seu contrato: nada de Senna como companheiro de equipe. Sem o motor Honda para 1993 e tendo um piloto que ele conhecia de perto o potencial, a temporada vindoura não parecia nada promissora para Senna.
Em outras palavras, Senna estava puto com toda aquela situação. Senna se ofereceu para a Williams até de graça, enquanto negociava com a McLaren para 1993. Se não podia ser campeão, pelo menos Senna poderia garantir um salário altíssimo frente ao seu enorme talento, que estava podado naquele momento pelo carro da Williams, que naquele momento era intocável para o paulistano. Querendo botar pressão na McLaren, Senna aceitou um convite despretensioso de Emerson Fittipaldi para testar seu Penske no pequeno circuito de Firebird, nas vésperas do Natal de 1992.
A Indy vivia seus momentos áureos e já se sabia que Nigel Mansell correria em 1993 por lá, na Newman-Hass. Por que não a Penske responder à equipe rival contratando Senna? O patrocínio era até o mesmo! Era isso que todos imaginaram quando Senna testou um carro que lembrava muito sua McLaren, ao lado do amigo Emerson. A TV Bandeirantes fez reportagens à respeito, enquanto Bernie Ecclestone se desesperava com o vislumbre de perder não apenas seu atual campeão, como também sua principal estrela para uma categoria que crescia mais e mais.
Mas como se falou no início, foi apenas um teste despretensioso, que completou hoje 25 anos. Senna nunca se empolgou em correr na Indy, ainda mais sabendo que ainda tinha muito lenha para queimar na F1, mesmo numa situação difícil naquele momento. Tudo não passou de uma pressão na McLaren e até mesmo na própria F1, algo que Fernando Alonso fez 24 anos e meio depois, mas de forma ainda explícita. Como sempre quando o nome Senna está envolvido, histórias brotaram sobre esse teste. Não apenas sobre sua velocidade, mas sobre sua aura e de como tudo pareceu clarear naquele dia. Porém, Senna apenas acelerou um carro diferente do que estava acostumado, com ideias políticas na cabeça e com certeza se divertiu pra caramba!
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