sábado, 27 de fevereiro de 2021

Que pena...

 


O mundo do rali está de luto. Nesta quinta-feira o ex-piloto e campeão do mundo em 1983 Hannu Mikkola faleceu aos 78 anos de idade. Estreando nos ralis nos anos 1960, Mikkola logo se destacaria em sua Finlândia natal e não demoraria a se tornar um piloto de ponta no recém-criado mundial, perdendo o título de 1979 por um ponto. Em 1981 Mikkola se mudou para a equipe Audi e participou de forma ativa do início da chamada Era de ouro do rali com a criação do Grupo B, onde se tornou campeão em 1983, sendo o primeiro piloto a se tornar campeão num carro 4x4. Mikkola participaria de apenas mais uma temporada completa, mas só sairia da Audi em 1987, quando conquistou sua 18º e última vitória no Mundial. Participando de etapas eventuais do Mundial até 1993, Mikkola nunca abandonou de vez os ralis, sempre correndo em eventos de carros de rali históricos. No dia 26 de fevereiro, vítima de um câncer, Mikkola se tornou mais uma estrela no céu do esporte a motor.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Que pena...

 


O alarme falso de ontem à noite já era um sinal de que as coisas não iam bem. Infelizmente nessa manhã se confirmou algo que todos no esporte a motor temiam: após uma luta de dois meses contra o terrível Coronavírus, Fausto Gresini faleceu em decorrência dessa peste aos 60 anos de idade. Gresini é o que chamamos de true racer. Mesmo sem condições financeiras Gresini ingressou no mundo da motovelocidade e no início dos anos 1980 estreou no Mundial nas 125cc, se tornando campeão em 1985 e 1987. Numa época em que os pilotos se especializavam nas categorias menores, Gresini ficou vários anos nas 125cc até se aposentar em 1994. Três anos depois Fausto começou sua equipe nas 125cc, que foi crescendo até chegar à categoria máxima, tendo contato com grandes pilotos, como Alexandre Barros, Sete Gibernau, Marco Melandri e Marco Simoncelli. Ele venceu o Mundial das 250cc com o saudoso Daijiro Kato em 2001, a Moto2 com Toni Elias em 2010 e com Jorge Martin na Moto3 em 2018. Gresini tinha uma equipe estruturada e marcava presença nas quatro categorias do Mundial, sendo o chefe da equipe oficial da Aprilia na MotoGP. Fausto viu morrer na sua equipe Simoncelli e Kato, que devem estar esperando por ele para dar uma volta na pista do céu.

RB16B

 


As poucas diferenças do novo carro da Red Bull em comparação ao da temporada passada escondem uma grande expectativa do que os austríacos podem fazer em 2021, além das grandes novidades envolvendo a equipe que dominou o começo dos anos 2010.

Foram três companheiros de equipe para Max Verstappen nos seus anos na Red Bull. Daniel Ricciardo percebeu que a equipe se montava em torno do neerlandês e se mandou para a Renault. Pierre Gasly e Alexander Albon não aguentaram a pressão da comparação com Max e sucumbiram. Com o deserto que se tornou o programa de jovens pilotos da Red Bull, a cúpula do time resolveu pensar fora da caixa e trouxe pela primeira vez em catorze anos um piloto 'forasteiro'. Sergio Pérez tem dez anos de F1 se mostrando um piloto cada vez mais sólido, mas sempre em equipes medianas. Sua experiência com a McLaren não foi das melhores, mas mais experiente, o mexicano conseguiu uma rara segunda chance numa equipe grande e será um dos destaques da temporada 2021. Pérez será mais uma tentativa da Red Bull de ter um segundo piloto mais consistente e que consiga acompanhar Verstappen.

Ainda com 23 anos de idade Max Verstappen já pode ser considerado um piloto experiente, mas o holandês deu azar de estar em meio ao maior domínio da história da F1 e muitas vezes Max foi incapaz de enfrentar a Mercedes, principalmente sem apoio de um companheiro de equipe. Livre dos erros de afobamento do passado, mas mantendo sua exuberante velocidade, Verstappen é a resposta da Red Bull à Mercedes e com certeza é um dos pilotos mais empolgantes dos últimos anos da F1. Max espera que Pérez esteja por perto quando a Red Bull tiver condições de atacar a Mercedes e com isso, a estratégia possa favorecer os rubro-taurinos. 

No último ano da Honda na F1, os japoneses esperam entregar um motor à altura da alta expectativa da Red Bull e de Verstappen (que teria uma cláusula de performance em seu contrato), além do mais, a Red Bull assumirá os motores japoneses no final de 2021, se tornando uma equipe completa de F1, construindo todas as peças do seu carro. Verstappen espera mais apoio de um companheiro de equipe experiente e motivado, enquanto a Red Bull espera que Max não utilize tão cedo sua cláusula de contrato. A Red Bull terá um 2021 para mostrar que preparada para enfrentar a Mercedes.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

C41

 


Continuando a série de apresentações para a atual temporada, a Alfa Romeo mostrou seu novo carro para 2021, o chamado C41. Após um 2020 bem abaixo da temporada anterior na esteira da piora do motor Ferrari, a Alfa espera retomar os bons resultados. A novidade da equipe foi o belo lay-out de 2021, com mais vermelho na pintura.

Depois de uma temporada 2020 bem chinfrim, a Alfa Romeo espera conseguir uma evolução nesse ano e muito provavelmente tudo passará pelo novo motor Ferrari. Em 2019, quando a Ferrari tinha o melhor motor da F1, a Alfa conseguiu se consolidar entre as equipes intermediárias com certa facilidade, mas quando descobriu-se que o propulsor italiano era mais 'correto' que os demais, a Alfa Romeo seguiu sua irmã maior e caiu muito em 2020, com os italiano brigando para não se juntar à Williams como a pior equipe da F1. Com relação aos pilotos, nenhuma mudança. Kimi Raikkonen vai para a sua 19º temporada e exatos vinte anos depois de sua estreia querendo mostrar que ainda tem lenha para queimar, além de divertir os fãs da F1 com suas patadas via rádio. No oposto está Antonio Giovinazzi querendo mostrar que pode se tornar um piloto da Ferrari no futuro, algo que vem sendo desenvolvido para se tornar, mas que o italiano ainda não demonstrou ter as condições necessárias.

Com uma dupla de pilotos entrosada e ainda querendo provar algo, basta à Alfa Romeo dar um bom carro para que Kimi e Giovinazzi conseguir seus respectivos objetivos, mas tudo passará pelo novo motor Ferrari que a Alfa irá receber. 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

AT02

 


O primeiro ano da 'nova' equipe satélite da Red Bull foi bem acima das expectativas. A Alpha Tauri, sucessora da Toro Rosso, conseguiu uma vitória e foi levada nas costas por um revigorado Pierre Gasly e mesmo ficando com a sétima posição no Mundial de Construtores, ficou próxima da briga do pelotão intermediário, descolando das equipes clientes da Ferrari e da Williams. Sem maiores mudanças para 2021, a equipe deu uns retoques na pintura e dispensou o insosso Daniil Kvyat e fazer valer sua vocação de reveladora de pilotos da Red Bull ao trazer Yuki Tsunoda.

Sendo uma espécie de 'cantera' da Red Bull, a Alpha Tauri terá dois jovens pilotos bastante promissores. Pierre Gasly fez uma temporada excelente com a equipe após seu rebaixamento pela Red Bull, se mostrando um piloto cada vez melhor, principalmente sem a insana pressão de Helmut Marko na equipe principal. O francês se mostra cada vez mais maduro e sua vitória ocasional em Monza foi resultado de uma pilotagem precisa e digna de um piloto que pode brilhar no futuro. Gasly espera continuar seu desenvolvimento dentro da Alpha Tauri para conseguir um lugar na Red Bull ou até mesmo numa outra equipe grande. Tsunoda é um piloto da Honda e foi graças aos nipônicos que o japonês ingressou no automobilismo europeu com relativo sucesso. Muito jovem, Tsunoda estreia na F1 com 20 anos, se tornando o primeiro piloto nascido nos anos 2000 a correr na F1. A expectativa sobre Tsunoda é muito boa, pelas suas apresentações convincentes nas F2 e F3.

A Alpha Tauri passou pelo perrengue de sua irmã maior por causa da repentina saída da Honda, mas graças às negociações de Christian Horner e Marko, a equipe se utilizará do motor da Honda até o final desse ano e depois usufruirá dos motores construídos pela própria Red Bull. Equipe satélite da Red Bull, a Alpha Tauri esperar experimentar a mesmo boa perspectiva da irmã maior e ainda desenvolver seus pilotos. 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

20 anos sem Earnhardt

 


Num dia como hoje vinte anos atrás, a Nascar teria seu 'primeiro de maio'. Antes do fatídico 11 de setembro daquele mesmo ano, os americanos já tinham uma data marcante em 2001, principalmente para os amantes do automobilismo. Dale Earnhardt podia não ser o maior piloto da história da Nascar, mas era uma lenda viva e um dos seus maiores vencedores. De estilo agressivo dentro e fora das pistas, Earnhardt se tornou um piloto extremamente popular e conhecido carinhosamente (ou não) como 'The Intimidator'. O Intimidador. Atrás de sua segunda vitória na Daytona 500, mas também imaginando seu filho Dale Jr conseguindo essa glória, Dale Earnhardt estava em terceiro na volta final quando bateu no muro da curva 3 num acidente aparentemente banal, mas por uma infeliz sequência de coincidências, se mostrou fatal, mesmo que isso transformasse sua morte em um legado, pois fazem vinte anos que não há mortes em categorias nacionais da Nascar graças aos incentivos à segurança causada pela morte de Dale. Alguns dias atrás escrevi no GPTotal sobre o último dia de Dale Sr e seu legado. Segue abaixo o texto na íntegra e o link:

https://gptotal.com.br/o-legado-de-earnhardt/

No dia 1º de maio de 1994, Dale Earnhardt vencia as 500 Milhas de Talladega mais uma vez. O carismático piloto do Chevrolet número 3 não exibia, porém, a mesma alegria de outras vitórias. Logo após deixar seu carro, ele dedicou sua vitória a Ayrton Senna, falecido horas antes. A F1 tinha visto sua maior estrela e um dos maiores pilotos de sua longa história morrer ao vivo num acidente forte, mas menos plástico do que já tinha sido visto naquele infeliz final de semana em Ímola, numa série de coincidências trágicas.

Senna parecia indestrutível e aquilo não poderia ser verdade. Mesmo a Nascar, uma categoria que 27 anos atrás parecia ainda mais distante da F1 do que hoje, também não parecia acreditar, mas menos de sete anos depois, a categoria americana estaria em choque com a morte ao vivo de sua maior estrela num acidente de certa forma banal, mas como ocorrera com a F1 em relação à trágica morte de Senna, a Nascar aprenderia muitas lições em termos de segurança.

Dale Earnhardt estava prestes a completar 50 anos quando a temporada 2001 se iniciava na Nascar. Se não estava no auge da carreira, também estava longe do declínio. Ele tinha acabado de ser vice-campeão da Nascar, mas havia rumores de que poderia se aposentar em breve e alguns indícios mostravam que, mesmo ainda muito competitivo, preparava terreno para tal. Depois de uma longa espera, ele finalmente vencera a Daytona 500 em 1998, mesmo ano em que seu filho e herdeiro das pistas, Dale Earnhardt Jr, vencia pela primeira vez a Busch Series, a segunda divisão da Nascar, algo que repetiria em 1999. Mesmo se mantendo fiel à Richard Childress, Earnhardt tinha montado sua equipe para Junior e o irmão mais novo do seu velho rival Darrell Waltrip, Michael.

Os últimos dias de Earnhardt foram de algumas surpresas.  Nas semanas anteriores a Daytona 500 de 2001, optou por não comparecer ao evento anual de pré-estreia e pela primeira vez participou das 24 Horas de Daytona, correndo ao lado do filho e conseguindo um respeitável quarto lugar.

No dia 18 de fevereiro de 2001, Dale Earnhart estava relaxado no seu motorhome ao lado de sua esposa, Teresa, no infield do Daytona International Speedway. Pouco antes das 11h, foi para o briefing da corrida. O presidente da Nascar, Mike Helton, deu as boas-vindas aos pilotos e falou sobre a importância do momento na história da categoria, por causa do novo contrato bilionário de seis anos com a TV. O briefing terminou com uma oração de Dale Beaver, do Motor Racing Outreach, que pediu a Deus uma corrida segura. Numa entrevista para a TV, Dale seria profético: “Vocês verão algo que provavelmente nunca viram na Fox”, o ‘Intimidador’ Dale Earnhardt prometeu de uma forma quase provocante. O que ele tinha em mente, nunca saberemos.

Earnhardt largou em sétimo, ao lado de Jeff Burton e antes da largada chegou a brincar com o piloto. Max Helton, da Motor Racing Outreach, parou ao lado do carro número 3. Antes de começar a corrida, Earnhart orou com Teresa e Helton, como o capelão fazia com vários outros pilotos.

Bandeira verde.

A Daytona 500 de 2001 começou logo após as 13 horas. Com dez voltas, Earnhardt era o terceiro colocado. Na volta 27, assumiu a liderança, permanecendo na frente por 11 voltas até que Mike Skinner o ultrapassasse. Como acontece até hoje, aquela Daytona 500 foi uma ‘pack-race’, com todos os carros correndo num pelotão compacto a tarde inteira. Na volta 174, Dale estava na frente de Robby Gordon, Ward Burton e Tony Stewart quando eles colidiram para causar um forte acidente envolvendo 19 carros. Bandeira vermelha e Stewart foi mandado para o hospital com uma concussão. A corrida é retomada com 21 voltas para o fim e Earnhardt estava em segundo atrás de seu filho, Dale Earnhardt Jr., mas logo a dupla pai e filho foi superada por Michael Waltrip, que estava tentando vencer sua primeira corrida em 463 tentativas. Nas voltas derradeiras, Earnhardt ocupava o terceiro lugar, atrás de Waltrip e Earnhardt Jr. e parecia bloquear os carros atrás dele em vez de atacar agressivamente como de costume.

Earnhardt, Sterling Marlin e Ken Schrader disputavam o terceiro lugar na reta final, quando Dale vai para o lado mais baixo da pista. Seu carro bate na pista plana na parte inferior da pista ou foi tocado na traseira direita pelo Dodge de Marlin – ou talvez ambos. O carro número 3 vira para a direita, o nariz apontando para o muro. Schrader, correndo no lado alto, bate no lado direito do carro de Earnhardt, que bate de frente na parede externa. Aparentemente um acidente mais do que normal na Nascar, enquanto Michael Waltrip derrotava Dale Jr para vencer pela primeira vez na Nascar. Na cabine da TV, seu irmão Darrell quase chorava de emoção.

Quando há um acidente na Nascar, existe um sinal que os pilotos usam para dizer que estão bem: eles abaixam a rede protetora que fica na janela do piloto. Quando Earnhardt não baixou a sua rede, Schrader vai ao local e quando vê a situação, imediatamente acena freneticamente para que os socorristas fossem ao local. Earnhart foi levado imediatamente ao Halifax Medical Center, que fica ao lado da pista de Daytona. Chegou ao hospital às 16h54, com Teresa ao seu lado.  Às 17:16, foi declarado morto.

No Victory Lane, Michael Waltrip comemorava sua primeira vitória e, disse ele mais tarde, procurava Dale Earnhart para lhe dar um abraço. Schrader se aproximou do vencedor da prova e lhe fala da gravidade da situação de Dale. Minutos mais tarde, Michael fica sabendo da notícia e se enfurna em seu motorhome a noite toda. Por volta das 19h, o presidente da Nascar Mike Helton, com lágrimas nos olhos, fala simplesmente: Perdemos Dale Earnhardt.

A Nascar entra em choque e as homenagens começaram imediatamente, com as sedes da Richard Childress e da Dale Earnhardt Incorporated sendo invadida por fãs entristecidos. Se antes havia festa em Daytona, naquele momento vinte anos atrás havia apenas um silêncio sepulcral.

Nas semanas seguintes, Sterling Marlin recebeu várias ameaças de morte, assim como Bill Simpson, presidente da Simpson Performance Products, quando surgiu a notícia de que o cinto de segurança de sua empresa havia se partido no impacto fatal de Earnhardt. Bill Simpson pediria demissão poucas semanas mais tarde.

Logo uma comissão foi instaurada para investigar as causas da morte da maior estrela da Nascar. Estudos diziam que o impacto fora equivalente a um carro cair de um edifício de seis andares. Porém, acidente como o de Daytona vinte anos antes ocorriam aos montes. O que tinha dado tão errado?

Como um piloto da velha guarda, Dale Earnhardt tinha algumas manias ainda dos tempos de quando começou na Nascar, no final dos anos 1970. Ele era o único piloto do grid a ainda correr com o capacete aberto e para seu maior conforto, não apertava o cinto de segurança forte o bastante para lhe deixar devidamente preso no banco do carro. Essas ações somadas fizeram com que o cinto se soltasse e Earnhart fosse contra o volante do seu carro, causando uma fratura basilar fatal no seu crânio.

A morte de Earnhart fora a terceira em menos de oito meses dentro do mundo da Nascar e de repente a categoria se deu conta que estava muito atrasada em termos de segurança em comparação à F1 e a Indy. Como acontecera com a F1 em 1994, a morte de sua maior estrela causou mudanças severas de segurança. Os capacetes integrais se tornaram obrigatórios, assim como um procedimento de aperto no cinto de segurança foi exigido a todos os pilotos. Isso provavelmente salvaria a vida de Earnhart. Mais significativo, o HANS Device se tornaria obrigatório na Nascar no final de 2001 e o soft-wall seria instalado em todo oval da Nascar. Nos últimos vinte anos, não houve mais mortes nas três principais divisões da Nascar.

Assim como Ayrton Senna na F1, esse provavelmente foi o maior legado que Dale Earnhardt deixou para a Nascar.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

MCL35M

 


A McLaren inaugurou a temporada de apresentações do ano de 2021 da F1, que tomara Deus, seja mais tranquila e 'normal' do que o ano passado. Com a já histórica pandemia adiando as grandes mudanças nas regras da F1 para 2022, além de praticamente obrigar as equipes a manterem seus carros de 2020 para a atual temporada, visualmente a McLaren não mostrou grandes mudanças, contudo, o time britânico foi a que teve mais mudanças do ano passado para cá.

Após seis anos a McLaren retoma a parceria vitoriosa com a Mercedes, porém, numa situação diferente de outrora, pois se os germânicos eram parceiros e viam a McLaren como sua equipe principal, hoje o time de Zak Brown é nada mais do que mais uma cliente da Mercedes. No momento isso garante apenas que a McLaren tenha o melhor motor do pelotão e tenha melhores armas para enfrentar o poderio da Aston Martin, que também será equipado com o motor Mercedes. Mais a frente se pensa que a Mercedes saía parcialmente da F1, se tornando apenas uma fornecedora de motores como foi muitos anos (ao lado da McLaren) e terminar sua vitoriosa (e cara) equipe própria. Contudo, isso é pura especulação.

Outra novidade importante para a McLaren é a chegada de Daniel Ricciardo para substituir Carlos Sainz. O sorridente australiano já pode ser considerado um veterano na F1 e a McLaren tentará usar a experiência de Ricciardo para dar ainda outro passo, já que a McLaren vem claramente em ascensão nos últimos anos, depois da péssima experiência com a Honda. Lando Norris vai para a sua terceira temporada cada vez mais maduro e com velocidade comprovada, tentará ser mais um jovem piloto da próxima geração de estrelas da F1.

Atual terceira colocada no Mundial de Construtores, a McLaren tentará brigar mais assiduamente pelo pódio e, quem sabe, beliscar uma vitória, mesmo que isso seja muito difícil de acontecer no cenário atual da F1. Porém, com o motor Mercedes e a experiência da Ricciardo, a McLaren tentará se consolidar como a terceira força da F1 contra Aston Martin e a tradicional rival Ferrari.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

F1 na Band


 Foi um anúncio tão sem suspense como a renovação de Lewis Hamilton com a Mercedes, anunciada ontem. Faziam semanas que essa notícia corria de boca a boca ou de clique em clique, mas somente nessa tarde houve o anúncio oficial: a TV Bandeirantes será a nova casa da F1.

Após quarenta e um anos ininterruptos com a Globo, mudaremos de canal pela primeira vez nessa geração para ver F1, algo que já se sabia fazia algum tempo, pois a Vênus Platinada havia desistido duas vezes de renovar seu contrato com a F1, que de forma rápida migrou para a Bandeirantes, assinando por dois anos. Logo de cara uma das atrações será Reginaldo Leme. Contratado à princípio como comentarista da Stock Car, o veterano jornalista viu a F1 voltar para ele após apenas um ano, enquanto Mariana Becker, recém desligada da Globo, irá continuar no paddock da F1 pela Band. Uma pessoa que foi muito importante nessa negociação foi Jayme Brito. Pessoa influente nos bastidores da F1, Brito havia sido demitido da Globo e foi intermediário entre a Liberty Media e a Bandeirantes. Uma vendetta?

O que importa é o fato da Bandeirantes ter um portfólio dos mais interessantes para quem gosta de corridas. Se até o início de 2020 a emissora paulista tinha apenas a Indy e com a maioria das corridas no Bandsports, durante o ano concluiu uma negociação com a Stock e a Truck, terminando por conseguir a principal categoria do mundo. Reformulando-se para novamente ser o canal dos esportes, a Band já pode ser conhecida como o canal das corridas. Além de Reginaldo e Mariana, a Band tá tem o rodado Celso Miranda na sua equipe, mas com certeza terá que fazer contratações para cobrir tantas categorias, principalmente na narração e muito se fala que o ótimo Sergio Maurício seria a nova voz da F1.

Além da F1, a Band conseguiu a F2 e F3, essas passando no canal Bandsports. Tudo muito legal e muito bonito, mas tenho o sério receio de até quando haverá essa empolgação toda com a F1 e as demais categorias. Apesar da reclamação de como a Globo tratou a F1 nos últimos anos, a emissora carioca ainda tratava melhor do que suas rivais. A definição da transmissão da Indy pela Band nesse ano aconteceu poucos dias antes da abertura, que acabou adiada pela pandemia. Em outros canais, a Indy teve uma cobertura incrível de SBT e Record, com direito a programas especiais, coberturas in-loco e várias inovações técnicas, mas com o tempo essa animação iria diminuindo até as corridas ficarem escondidas em algum horário no domingo. Tomara que isso não aconteça com a F1 na Band, mesmo que sejam apenas dois anos.

E a Globo? Muito se fala que a emissora carioca, usual crítica do atual desgoverno Bolsonaro, teria perdido vários investimentos governamentais e por isso estaria sofrendo séries restrições econômicas. A F1 foi apenas mais um evento perdido nos últimos tempos, assim como ocorreu com a Libertadores e o Campeonato Carioca. A história de que não ter brasileiro na F1 diminuía o interesse era até a página três, pois a Globo vendia facilmente suas verbas publicitárias ligadas a F1. Será uma perda grande e sentida não apenas financeiramente, mas também de forma afetiva. Fico imaginando como Galvão Bueno não deva estar triste. A Libertadores fora da Globo parecia impossível, mas se tornou real esse ano, o mesmo acontecendo com a F1, alguns campeonatos de futebol e atores consagrados saindo da emissora. O que acontece no Jardim Botânico é ainda uma incógnita, mas algo acontece por lá.

O fato de ainda termos a F1 em canal aberto é algo a se comemorar, assim como a chegada da F1 TV, algo que complicou bastante as negociações entre Liberty e Globo. Sinceramente não sei se teria como pagar a F1 TV e por isso esse contrato com a Band foi um alívio. Só espero que essa empolgação continue ainda por muitos anos. 

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Triste incêndio

 


Enquanto o mundo enfrenta essa terrível pandemia, as consequências econômicas dessa guerra ainda são desconhecidas com clareza, mesmo que a conta de tantas restrições ainda serão pagas. Com o aperto financeiro, é triste saber do grande incêndio que destruíram os boxes do circuito argentino de Termas de Rio Hondo, acontecido nessa sexta-feira. Menos mal que não houveram vítimas, mas num país que está passando por sérios apertos econômicos a muitos anos, nos resta torcer que os argentinos possam se recuperar desse incrível baque.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

A volta

 


Na NFL, existe um jogador chamado Alex Smith que merece um filme sobre sua incrível recuperação, donde o quarterback do Washington Redskins sofreu uma fratura na perna direita, necessitando de uma cirurgia. O que parecia ser uma intervenção relativamente simples, infelizmente causou em Smith uma sepse que quase lhe tirou a vida e, posteriormente, a perna. Com a perna direita deformada e praticamente sem músculos e pele, Smith tinha não mais uma contusão esportiva, mas uma ferida de guerra. E assim Alex Smith começou sua longa recuperação, primeiro como cidadão, depois como atleta de elite, retornando à NFL após quase dois anos, ainda sendo capaz de levar seu time aos play-offs.

A bela história de Alex Smith deve ter sido uma bela motivação para Juan Manuel Correa. O piloto americano de ascendência equatoriana se envolveu no trágico acidente que custou a vida de Anthoine Hubert na prova de F2 em Spa de 2019. Mesmo sobrevivendo, Correa ficou vários dias em estado muito grave e com suas pernas em estado delicado. Assim como Alex Smith, a amputação era a medida mais adequada no momento, mas Correa pensou como o quarterback de Washington. Ele resolveu lutar por sua perna, iniciando um doloroso e longo período de reabilitação. Após um ano e meio do acidente em Spa, hoje Juan Manuel Correa anunciou sua volta às pistas na F3, correndo pela ART.

Smith nunca chegou ao Superbowl e se fala de sua aposentadoria, mas sua incrível volta aos gramados americanos lhe colocou na história. Assim é o mesmo com Juan Manuel Correa. Não importa os seus resultados nesse ano na F3, pois Correa já está na história do automobilismo.