terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

F1 na Band


 Foi um anúncio tão sem suspense como a renovação de Lewis Hamilton com a Mercedes, anunciada ontem. Faziam semanas que essa notícia corria de boca a boca ou de clique em clique, mas somente nessa tarde houve o anúncio oficial: a TV Bandeirantes será a nova casa da F1.

Após quarenta e um anos ininterruptos com a Globo, mudaremos de canal pela primeira vez nessa geração para ver F1, algo que já se sabia fazia algum tempo, pois a Vênus Platinada havia desistido duas vezes de renovar seu contrato com a F1, que de forma rápida migrou para a Bandeirantes, assinando por dois anos. Logo de cara uma das atrações será Reginaldo Leme. Contratado à princípio como comentarista da Stock Car, o veterano jornalista viu a F1 voltar para ele após apenas um ano, enquanto Mariana Becker, recém desligada da Globo, irá continuar no paddock da F1 pela Band. Uma pessoa que foi muito importante nessa negociação foi Jayme Brito. Pessoa influente nos bastidores da F1, Brito havia sido demitido da Globo e foi intermediário entre a Liberty Media e a Bandeirantes. Uma vendetta?

O que importa é o fato da Bandeirantes ter um portfólio dos mais interessantes para quem gosta de corridas. Se até o início de 2020 a emissora paulista tinha apenas a Indy e com a maioria das corridas no Bandsports, durante o ano concluiu uma negociação com a Stock e a Truck, terminando por conseguir a principal categoria do mundo. Reformulando-se para novamente ser o canal dos esportes, a Band já pode ser conhecida como o canal das corridas. Além de Reginaldo e Mariana, a Band tá tem o rodado Celso Miranda na sua equipe, mas com certeza terá que fazer contratações para cobrir tantas categorias, principalmente na narração e muito se fala que o ótimo Sergio Maurício seria a nova voz da F1.

Além da F1, a Band conseguiu a F2 e F3, essas passando no canal Bandsports. Tudo muito legal e muito bonito, mas tenho o sério receio de até quando haverá essa empolgação toda com a F1 e as demais categorias. Apesar da reclamação de como a Globo tratou a F1 nos últimos anos, a emissora carioca ainda tratava melhor do que suas rivais. A definição da transmissão da Indy pela Band nesse ano aconteceu poucos dias antes da abertura, que acabou adiada pela pandemia. Em outros canais, a Indy teve uma cobertura incrível de SBT e Record, com direito a programas especiais, coberturas in-loco e várias inovações técnicas, mas com o tempo essa animação iria diminuindo até as corridas ficarem escondidas em algum horário no domingo. Tomara que isso não aconteça com a F1 na Band, mesmo que sejam apenas dois anos.

E a Globo? Muito se fala que a emissora carioca, usual crítica do atual desgoverno Bolsonaro, teria perdido vários investimentos governamentais e por isso estaria sofrendo séries restrições econômicas. A F1 foi apenas mais um evento perdido nos últimos tempos, assim como ocorreu com a Libertadores e o Campeonato Carioca. A história de que não ter brasileiro na F1 diminuía o interesse era até a página três, pois a Globo vendia facilmente suas verbas publicitárias ligadas a F1. Será uma perda grande e sentida não apenas financeiramente, mas também de forma afetiva. Fico imaginando como Galvão Bueno não deva estar triste. A Libertadores fora da Globo parecia impossível, mas se tornou real esse ano, o mesmo acontecendo com a F1, alguns campeonatos de futebol e atores consagrados saindo da emissora. O que acontece no Jardim Botânico é ainda uma incógnita, mas algo acontece por lá.

O fato de ainda termos a F1 em canal aberto é algo a se comemorar, assim como a chegada da F1 TV, algo que complicou bastante as negociações entre Liberty e Globo. Sinceramente não sei se teria como pagar a F1 TV e por isso esse contrato com a Band foi um alívio. Só espero que essa empolgação continue ainda por muitos anos. 

Um comentário:

  1. O preço mensal da F1TV Pro é de R$28,90 e anual é R$279,90, ficou bem mais barato que o esperado

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