sábado, 29 de janeiro de 2022

Fim de uma Era

 


Apesar do blog ser especializado em esporte a motor e na minha apresentação eu falar do amor ao futebol (e ao Vozão!), um outro esporte que gosto muito é o futebol americano. Considero o esporte tipicamente americano um xadrez abrutalhado, onde a rainha, ou o centro de todas as atenções do tabuleiro, é o Quarterback. Poucos esporte coletivos dependem tanto de uma posição para fazer a diferença no jogo e no campeonato como o Quarterback no futebol americano. Se uma franquia tiver um QB muito bom, isso fará a toda diferença na sua história. 

No já distante ano 2000, o New England Patriots, fincado em Boston e sem nenhum Super Bowl até então, escolheu um jovem Quarterback da Universidade de Michigan chamado Tom Brady. Número 199 do Draft e bem longe de ser atlético, Tom Brady chegou nos Patriots para ser reserva de Drew Bledsoe e comandado por Bill Belichik, considerado um gênio como coordenador defensivo, mas ainda dando os primeiros passos como treinador principal. Bledsoe se machucou gravemente num jogo contra o New York Jets e Brady assume a titularidade para se iniciar uma longa história de 22 anos que reescreveram a história da NFL.

Apesar de sua grandiosidade dentro dos Estados Unidos e ser indubitavelmente o esporte mais popular do país, o futebol americano ainda não tinha a penetração mundial da NBA por exemplo, onde Michael Jordan ajudou a tornar a liga de basquete americana numa coqueluche. Porém, dizer que Tom Brady é o Michael Jordan na NFL seria muito simplista, assim como chama-lo de 'marido da Gisele Bündchen' aqui no Brasil. Tom Brady fez mais. Além de popularizar a NFL em todos os cantos do mundo, Brady quebrou recordes muito difíceis de serem superados. Para começo de conversa, as franquias com mais Super Bowls na NFL com seis triunfos são os Patriots (todos liderados por Brady) e o Pittsburgh Steelers. Tom Brady tem sete Super Bowls. Somente por aí se tem a dimensão da grandiosidade dos números e feitos de Thomas Edward Patrick Brady Jr.

Se os americanos se interessaram pelo futebol por causa de Pelé nos anos 1970, o mundo passou a se interessar pelo futebol americano por causa de Tom Brady. Essa troca fez com que a NFL entrasse numa era de ouro capitaneada por Brady. Após vinte anos nos Patriots e já contando com 42 anos, Brady se mudou para o Tamba Bay Buccaneers, uma espécie de patinho feio da liga, mesmo tendo vencido o Super Bowl uma vez. Todos pensavam que Brady relaxaria na Flórida. Brady deu a resposta com o seu sétimo Super Bowl logo no primeiro ano no novo time. No último domingo, no Divisional contra o Los Angeles Rams, Brady quase protagonizou uma virada histórica, mas um Field Goal salvador dos Rams no finalzinho fez com que a partida no Raymond James Stadium se tornasse histórica.

Seis dias depois da derrota dos Buccaneers, o mundo soube da decisão de Tom Brady de se aposentar aos 44 anos de idade. Não faltarão homenagens para o GOAT (Maior de Todos os Tempos) do futebol americano. Para a NFL está sendo o fim de uma era. A Era dos grandes Quaterbacks. Brady foi indiscutivelmente o maior de todos, mas ele teve ótima companhia. Nos anos 2000 e 2010, manteve uma rivalidade de altíssimo nível com Payton Manning. Além de Payton, haviam Ben Rothisberger, Aaron Rogers e Eli Manning (irmão mais novo de Payton), que venceu Brady em dois Super Bowls. Eli se aposentou ano passado, Big Ben anunciou sua aposentadoria nessa semana e o destino de Rogers é uma incógnita e muito se fala em aposentadoria para a lenda de Green Bay. Todos eles ajudaram a Brady a elevar seu nível, assim como inesquecível Joe Montana foi ídolo de Brady, junto à Dan Marino, John Elway e Jim Kelly, os QB's de elite dos anos 1980/1990. Com saída de de cena de Brady, Big Ben, os irmãos Manning e Rogers (ainda não se tem certeza), a NFL viu sair de cena uma geração inesquecível de Quaterbacks, mas o futuro do esporte é próspero com Patrick Mahomes, Josh Allen, Joe Burrow e Justin Herbert.

Mesmo que esses jovens QB's se tornem o futuro da NFL, o que Tom Brady fez nesse início de século 21 já o coloca no panteão dos maiores atletas da história de qualquer esporte, onde Brady elevou todo um esporte para outro nível com sua grandiosidade. Se não vi Pelé, posso dizer que vi Tom Brady em seu esplendor. 

domingo, 23 de janeiro de 2022

Lenda viva

 


Sebastien Loeb simplesmente não precisa provar mais nada a ninguém. Após seus anos de domínio no WRC nos anos 2000, emendando nove títulos seguidos, Loeb participa com cada vez mais sucesso do Rally Dakar. Loeb tem seu nome pintado de dourado na história do esporte a motor. Porém, para uma pessoa tão competitiva como ele, ficar parado praticamente o ano todo esperando o próximo Raid é muito pouco. Loeb quer mais. Nem mesmo a saída da Citröen, com quem conquistou tudo no WRC, fez com que Sebastien abandonasse por inteiro o WRC, participando de alguns eventos. Para 2022, prestes a completar 48 anos, Loeb assinou com a Ford um contrato parcial nessa temporada. Seu sucessor e xará Ogier, atual campeão e dono de sete títulos, também assinou o mesmo contrato com a Toyota. 

O Rally de Montecarlo é um dos principais do calendário do WRC e o preferido de Loeb, onde venceu seis vezes, o primeiro no já longínquo ano de 2003. De forma surpreendente, os dois Sebastiens, cheios de título e que nem irão participar de todo o campeonato, deram um show nas pistas congeladas ao redor de Monte Carlo. De forma incrível, Loeb liderou o primeiro dia, mas Ogier, mais experiente com o carro e embalado pelo título de 2021, assumiu a ponta e estava prestes a vencer quando teve um pneu furado numa das últimas especiais. Loeb assumiu a ponta para vencer depois de quase oito ano, além de assegurar sua primeira vitória sem ser com um Citröen. 

Foi a vitória de número oitenta de Loeb no WRC. Uma lenda vida!

História: 40 anos do Grande Prêmio da África do Sul de 1982


 A F1 iniciava 1982 com muitas equipes prontas para brigar pelo título, como era normal naqueles frenéticos início dos anos 1980, onde os times ganhavam cada vez mais experiência com os motores turbo e os carros-asa. Qualquer vantagem obtida em alguma dessas áreas era vista imediatamente na pista! O atual campeão Nelson Piquet via a Brabham dar um novo passo com a chegada do motor BMW turbo, que apareceu pela primeira vez em Silverstone em 1981. O novo BT50 foi bastante testado em Paul Ricard e os resultados não foram nada animadores, com o velho BT49 além de ser mais rápido, o motor BMW quebrava demais, mas ao menos Piquet teria um piloto mais forte ao lado (Patrese) para enfrentar as grandes forças que teve que derrotar em 1981. Ao contrário do imaginado, Carlos Reutemann resolveu ficar na Williams mesmo com todos os problemas internos e sua inimizade com Patrick Head. Com a aposentadoria de Jones, em teoria Reutemann seria o piloto número um da equipe. Frank Williams tentou trazer John Watson, mas teve que se contentar com Keke Rosberg, que já contava com 34 anos e nem pontuara em 1981, mas tinha fama de piloto sólido e agressivo. Como Jones. A Renault tentava evoluir seu bom (porém frágil) carro e com Prost elevando o nível da equipe, para desespero de Arnoux, o objetivo dos franceses era o título. A Ferrari tinha o motor mais potente da F1, mas o chassi 126C se mostrou muito ruim, fazendo com que Enzo Ferrari contratasse Harvey Postlethwaite da Fittipaldi e construísse o modelo 126C2, primeiro chassi monocoque da Scuderia, feito de alumínio, mas também de fibra de carbono. Outra mudança era a troca dos pneus Michelin para os Goodyear, enquanto Forghieri cuidava unicamente dos motores. Ainda amigos, Pironi e Villeneuve tinham tudo nas mãos para voltar aos bons tempos da scuderia.


Após toda a polêmica com o chassi-duplo de 1981 e o tempo perdido com o problema, Colin Chapman foi mais conservador com o novo Lotus 91, mantendo Elio de Angelis e Nigel Mansell como pilotos, além de ter tido a volta do velho chefe de equipe Peter Warr. A Tyrrell afundava cada vez mais no pelotão e com a saída de Eddie Cheever para a Ligier, Michele Alboreto se tornava o primeiro piloto da equipe. A McLaren tentaria manter sua reconstrução e um desses pilares foi Ron Dennis convencer Niki Lauda sair de sua aposentadoria, financiado pela Marlboro, trazendo muita atenção para a equipe e com os melhoramentos aerodinâmicos feitos no inverno, Lauda e John Watson esperavam estar no pelotão da frente, mesmo a McLaren ainda usando motores aspirados. Entre as temporadas de 1981 e 1982, a FISA introduziu várias regras novas nos contratos de pilotos e a superlicença deles. Enquanto até mesmo a rival FOCA foi convidada a participar das novas decisões, os pilotos foram deixados de lado e itens como 'não se pode prejudicar os interesses materiais e morais do campeonato mundial' deixaram Niki Lauda, que iria retornar à F1, desconfiado. Experiente, Lauda procurou o presidente da GDPA Didier Pironi antes de viajarem para Kyalami. Quando desembarcaram na África do Sul, a maioria dos pilotos assinaram o novo acordo sem pensar, mas sete deles (Pironi, Lauda, ​​Laffite, Villeneuve, De Cesaris, Arnoux e Giacomelli) o rejeitaram. Logo os pilotos 'revoltosos' convenceram os demais e na manhã de quinta-feira, os pilotos fretaram um ônibus e saíram de Kyalami, com destino a Joanesburgo, a trinta quilômetros do circuito. Só faltou Jochen Mass que não pôde ser contatado. Uma confusão é formada, para fúria de Bernie Ecclestone e Jean Marie Balestre, pois o circo estava armado, mas faltavam as estrelas. Os pilotos permaneceram unidos e diante da determinação dos pilotos, Balestre foi obrigado a ceder. Às 10h de sexta, quando começaram os primeiros testes, Pironi anunciou a vitória dos pilotos. Chateado, Ecclestone tentou impedir Piquet de correr por 'problemas médicos'. Ao saber disso, Villeneuve novamente reuniu os pilotos e ameaçou uma nova greve se Nelson não corresse sem passar por um exame. Gilles ficou na porta do centro médico enquanto Nelson era liberado e Bernie teve que engolir a insubordinação de Piquet.

Os treinos ficaram reduzidos a um dia e aproveitando o ar rarefeito de Kyalami, os motores turbo dominaram e René Arnoux ficou com a pole, enquanto Prost teve um pneu furado e foi apenas quinto. Os Brabham-BMWs eram muito rápidos em linha reta, com Piquet ocupando o segundo lugar e Patrese em quarto. No entanto, a confiabilidade dos BT50's era deficiente e Gordon Murray declarou que ficaria surpreso se eles terminassem a corrida. A Ferrari completou os seis primeiros num domínio dos turbo, enquanto a Williams era o primeiro dos carros com motores aspirados, mas quase 3s atrás do tempo de Arnoux. A classificação foi marcada por um sério acidente de Marc Surer, que bateu de frente nos esses. O suíço já havia sofrido um sério acidente em Kyalami dois anos antes e transportado para o hospital de Joanesburgo, os médicos o diagnosticaram com calcanhares quebrados, fazendo com que Surer tivesse que ser operado e não correr naquele confuso final de semana.

Grid:

1) Arnoux (Renault) - 1:06.351

2) Piquet (Brabham) - 1:06.625

3) Villeneuve (Ferrari) - 1:07.106

4) Patrese (Brabham) - 1:07.398

5) Prost (Renault) - 1:08.133

6) Pironi (Ferrari) - 1:08.360

7) Rosberg (Williams) - 1:08.892

8) Reutemann (Williams) - 1:09.306

9) Watson (McLaren) - 1:09.736

10) Alboreto (Tyrrell) - 1:10.037


O dia 23 de janeiro de 1982 amanheceu com sol e calor em Joanesburgo, trazendo um fator adicional aos pilotos. Sem muitos treinos devido à greve de quinta-feira (a corrida fora realizada num sábado), os pilotos não estavam com os carros devidamente acertados e não foram feitos muitos testes com relação à durabilidade de carros e principalmente pneus. Com o calor, o desgaste de pneus seria um fator chave para a corrida. O famoso retardo do turbo na largada era cada vez mais entendido pelas equipes e por isso não foi surpresa Arnoux largar feito um míssil e permanecer na ponta, enquanto Piquet, pela primeira vez largando com um carro turbinado, ter perdido tantas posições. Prost também aproveitou esse conhecimento sobre o turbo lag e pulou de quinto para segundo, à frente das duas Ferraris de Villeneuve e Pironi. 


A primeira volta foi completada sem maiores incidentes com as duplas de Renault e Ferrari na ponta, com Keke Rosberg segurando a Brabham de Patrese em quinto e Piquet apenas em décimo terceiro. Nelson tentaria uma corrida de recuperação, mas tudo terminaria na quarta volta quando o brasileiro usou a potência do motor BMW para ultrapassar Cheever e Alboreto na reta dos boxes, mas ao frear para a primeira curva, as rodas traseiras travaram e Piquet acabou rodando, terminando sua corrida nas cercas de proteção. Patrese finalmente ultrapassa Rosberg, o que foi seguido por Reutemann, que fazia uma corrida de espera e já estava nos pontos. Na sétima volta o motor de Villeneuve explode de forma espetacular, criando uma imensa bola de fumaça, mas ninguém é atingido pelo óleo da Ferrari, enquanto Arnoux e Prost dominam a prova com 7s de vantagem para Pironi, que tem mais de 7s de frente para Patrese, que se livrava dos carros aspirados. Arnoux tentava controlar o ritmo, enquanto Prost parecia ter mais ação. Quando a dupla da Renault encontrava os primeiros retardatários, Prost deu o bote na volta 14 para assumir a ponta da corrida. 


Arnoux acompanhava de Prost de perto, mas sem atacar o companheiro de equipe num domínio da Renault em Kyalami. Rosberg tem um problema com seu seletor de marchas e era alcançado por Watson, enquanto que sem surpresas para ninguém, Patrese abandona ainda na volta 18 com um vazamento de óleo de motor. Na volta 25, já perdendo rendimento por causa dos pneus, Pironi vai aos boxes realizar um pit-stop, mas a Ferrari se atrapalha completamente e o francês só retorna à pista depois de 35s, saindo da zona de pontuação. Com isso Reutemann, correndo isolado, já estava no pódio, enquanto Pironi iniciava uma corrida de recuperação. Lá na frente tudo parecia tranquilo, quando na volta 41 Prost aparece no meio da pista com o pneu traseiro esquerdo furado. Lentamente Alain levou seu Renault aos boxes e após um rápido pit-stop, Prost retorna à pista em oitavo, uma volta atrás do novo líder Arnoux. Em Kyalami, a diferença entre os carros turbo e aspirados era brutal. Pironi rapidamente se recuperou e vinte voltas depois do seu horrível pit-stop, já aparecia em terceiro, tendo ultrapassado Alboreto, Watson e Rosberg, além de se aproximar rapidamente do segundo colocado Reutemann. Porém, o destaque era para Prost. Com pneus novos para o último terço de corrida, o francês voava na pista e tirou a volta de Arnoux com facilidade, enquanto ultrapassava o sétimo colocado Alboreto como se o italiano estivesse parado. Alain marcou a volta mais rápida da corrida e era nitidamente o mais veloz na pista, protagonizando o que seria uma de suas obras-primas na F1.


Arnoux começa a ter problemas de pneus, mas ainda assim sua vantagem para Reutemann era grande o suficiente para se manter tranquilo na ponta. De forma irresistível, Prost ultrapassa Lauda, Watson e Rosberg em questão de poucas voltas e já aparecia em quarto lugar. Mesmo 32s na frente de Reutemann, as vibrações no carro de Arnoux aumentam, mas o francês prefere arriscar e ficar na pista. Algo que se arrependeria depois. Faltando quinze voltas para o fim, Pironi e Prost encostam em Reutemann praticamente juntos e ultrapassam o argentino com facilidade, mas Alain tinha pneus melhores e não demora mais do que um volta para retornar à segunda posição. A diferença para Arnoux era de 30s, mas o ritmo de Prost era simplesmente avassalador. Alain estava 3s mais rápido do que René, que teimosamente permanecia na pista. A vantagem de Arnoux definhava a olhos vistos e seis voltas depois de assumir a segunda posição e chegar a ficar uma volta atrás de Arnoux, Prost assumia a ponta da corrida de forma espetacular. Ao mesmo tempo, o motor de Pironi começa a ter problemas e o piloto da Ferrari tem que procurar os boxes para consertos. Niki Lauda começa a forçar o ritmo após uma corrida discreta do austríaco. Ele ultrapassa Watson e fixa-se no quarto lugar, num bom retorno para o velho campeão. Arnoux está tão lento, que ele foi alcançado por Reutemann e num erro de comunicação, René praticamente deixa o argentino passar pensando que Reutemann estava uma volta atrás! Porém, com os pneus em mau estado, Arnoux não tinha muito o que fazer. Aqui no Brasil, um jovem narrador estreava pela Rede Globo. Galvão Bueno fazia sua primeira corrida após ser contratado pela Globo e nas voltas finais, a transmissão ficou mais focada em Niki Lauda, enquanto Prost dava um show na pista e Arnoux perdia rendimento. Lembrando que quarenta anos atrás, não havia tanta informações na tela como temos agora. Na volta 77, Alain Prost recebia a bandeirada para a sua quarta vitória e uma de suas melhores na sua longa carreira. Prost e Arnoux tinham capacetes brancos e sem se atentar para o que tinha ocorrido nas voltas finais, o jovem Galvão gritou na bandeirada: vencedor foi Arnoux! Foi um dos maiores erros da carreira do Galvão. Reutemann conseguiu um belo segundo lugar, no que seria seus últimos pontos na F1 antes de sua repentina aposentadoria semanas mais tarde. Arnoux estava com cara de poucos amigos no pódio pelo erro estratégico e ainda entregar a vitória de bandeja para seu rival Prost. Lauda era outro grande destaque com seu quarto lugar em seu retorno, seguido por Rosberg e Watson, que fecharam a zona de pontuação. Após a corrida, Balestre ainda tentou uma pequena vingança contra os pilotos grevistas, mas sem apoio político, o caso foi encerrado. O domínio da Renault em Kyalami mostrava a força dos franceses para 1982, mesmo que a Ferrari tenha se mostrado bem competitiva enquanto esteve na pista. Essa vitória de Prost foi também um belo cartão de visitas. Após sair de oitavo para primeiro em pouco mais de vinte voltas, Alain provava de uma vez por todas que ele era um piloto top não apenas de 1982, mas para os próximos dez anos.

Chegada:

1) Prost

2) Reutemann

3) Arnoux

4) Lauda

5) Rosberg

6) Watson

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Susto!

 O jovem francês Adrien Formaux começou com o pé esquerdo sua primeira temporada completa pela Ford no WRC. Formaux despencou de um precipício de trinta metros, mas felizmente os novos carros do WRC fizeram com que o francês e seu navegador saíssem ilesos do Ford Puma. Mas que assustou, isso assustou...


sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

O tetra de Nasser

 


Nos últimos anos o Rally Dakar (que não passa em... Dacar!) vem sendo dominado por um trio de ouro na história do Raid. Stephane Peterhansel, Carlos Sainz e Nasser Al-Attiyah venceram nada mais, nada menos do que quinze Dakar's nos últimos dezoito anos, lembrando que 2008 houve a ruptura definitiva com o Saara e a África, levando a caravana do Dakar para a América do Sul e agora estando na Arábia Saudita. O trio já venceu com vários veículos diferentes e sempre se mantiveram na ponta, brigando pelo título, normalmente entre si. Para 2022, Peterhansel e Sainz entraram de cabeça no projeto da Audi de um modelo totalmente elétrico, debutando exatamente esse ano. As dificuldades de noviciado do novo carro acabaram com qualquer chance de título para os dois europeus, mesmo o Audi ter mostrado muita velocidade nos doze dias de deserto saudita e tanto Sainz como Peterhansel, além do terceiro piloto Mattias Ekstrom, mais conhecido pelos vários anos no DTM, venceram pelo menos uma especial nesse ano.

Com isso, o caminho ficou praticamente livre para Al-Attiyah. O veterano catari de 51 anos usou a robustez e a confiabilidade da Toyota para vencer com até bastante facilidade seu quarto Dakar (2011, 15, 19 e 22), tendo como principal adversário a lenda do WRC Sebastien Loeb. Usando um BRX da famosa Prodrive, Loeb venceu várias especiais, mas o francês ainda aprende as manhas do Dakar e sua primeira vitória não demorará a acontecer. 

As motos viu uma emocionante disputa que muitas vezes envolveram cinco pilotos separados por minutos, que numa disputa que soma mais de quarenta horas, é o mesmo que andarem colados! No fim o britânico Sam Sunderland conquistou o bicampeonato, superando a força da Honda de Pablo Quintanilla e a KTM de Mathias Walkner com sua Gas Gas, marca espanhola que foi comprada recentemente pela KTM e usa a tecnologia dos austríacos. Nos caminhões a Kamaz dominou inteiramente a disputa e no fim foi o russo Dmitry Sotnikov a conquistar o bicampeonato, enquanto seus três companheiros de equipe completaram a quadra da Kamaz. O Brasil teve um vencedor nos UTVs, protótipos leves que estrearam a pouco no Dakar e Gustavo Gugelmin, navegador do americano Austin Jones, derrotaram o espanhol Gerard Farrés no último dia de disputa.

No primeiro grande evento do esporte a motor no ano, não houveram exatamente surpresas. Até mesmo a morte, que sempre persegue o Dakar, surgiu no último dia com o falecimento de um chefe de mecânicos, que se acidentou numa etapa de deslocamento. Desde a saída do continente africano em 2008 o Rally Dakar perdeu em muito seu charme e até mesmo sua atratividade. Mesmo Argentina e Arábia Saudita mostrando os mesmos desafios de antes, nem todo o dinheiro dos árabes pode pagar uma largada aos pés da Torre Eiffel, a passagem pelas dunas do deserto do Saara e o fim ao lado do lago rosa em Dacar. 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Visita à Reims

 Num vídeo que vi no blog parceiro Continental-Circus do também parceiro Speeder76, um vídeo sobre o 'abandonado' circuito de Reims. Entre aspas porque a estrutura do circuito do primeiro Grande Prêmio da França de F1 em 1950 ainda resiste por causa de alguns abnegados, que fazem do lugar um museu à céu aberto. 

Uma verdadeira viagem no tempo.