domingo, 27 de julho de 2025

Figura(BEL): Oscar Piastri

 Vindo de duas derrotas consecutivas para Lando Norris e a diferença no campeonato cair para apenas oito pontos, Oscar Piastri precisava de uma resposta em Spa. O australiano dominou na sexta-feira, mas foi duplamente derrotado no sábado, mas um dessas derrotas se transformou num baita aprendizado no domingo. Piastri largada na pole na Sprint Race e foi ultrapassado pelo segundo colocado Max Verstappen na primeira volta, com o neerlandês pegando o vácuo na longa reta Kemmel e assumindo a ponta para não mais perdê-la. Horas mais tarde Piastri perdeu a pole para Norris na classificação, mas largaria no domingo na mesma posição de Verstappen. Era a sua chance, mesmo com o piso molhado. Usando a mesma tática certeira de Max, Piastri ultrapassou Lando Norris na primeira volta valendo e tomou a primazia das decisões da McLaren, inclusive de parar na frente quando chegasse o momento de colocar slicks. Sua equipe optou pelos pneus médios, enquanto Lando foi para os duros, indicando que não pararia mais e teria mais pneu nas voltas finais se Piastri fizesse o mesmo. Oscar controlou a corrida com maestria e se aproveitando de alguns pequenos erros de Lando, Piastri voltou a vencer no campeonato, freando a reação de Norris e aumentando novamente a vantagem no campeonato. 

Figurão(BEL): Mercedes

 Depois de conquistar de forma até dominante o Grande Prêmio do Canadá, com vitória de Russell e o primeiro pódio de Antonelli, a Mercedes entrou numa espiral negativa que está afetando até mesmo os nervos dos seus pilotos. Falava-se que a Mercedes funciona melhor em climas mais frios e em Spa não se tem notícia de corridas calorentas, mas ainda assim o time comandado por Toto Wolff esteve longe de ter um bom rendimento, repetindo as últimas corridas medíocres pós-Montreal. Em Spa nada funcionou direito pelos lados da Mercedes e após outra classificação ruim, o jovem Andrea Kimi Antonelli deu entrevista aos jornalistas com cara de choro e reclamando que perdeu confiança em sua pilotagem. Na corrida o italiano parecia corroborar com o que disse, correndo sem confiança e com vários receios em atacar seus adversários por posições, mesmo tendo um carro nitidamente superior. Foi uma corrida ruim de Antonelli, que esteve longe dos pontos, enquanto Russell, mais experiente, foi ao Q3 no sábado, mas apenas superou a Williams de Albon e ficou boa parte da corrida isolado na quinta posição, vendo sua quarta posição no Mundial de Pilotos sendo seriamente ameaçado por Charles Leclerc. Não bastasse ver uma equipe cliente sua dominar o campeonato, a Mercedes corre o risco de se tornar a quarta força do campeonato, só não sendo mais ameaçada no Mundial de Construtores por a Red Bull correr praticamente com apenas um carro.

Sonolência belga

 


Spa Francorchamps. Essas duas palavrinhas significam velocidade, clima instável e emoção nesses 75 anos de F1. Contudo, se os dois primeiros adjetivos apareceram nesse final de semana belga, a terceira parte ficou em falta. O belíssimo traçado ainda emociona pilotos e público, com curvas históricas e de tirar o fôlego de quem está no carro e assistindo. A esperada chuva deu às caras e atrasou em mais de uma hora a largada, muito pelos problemas técnicos dos carros atuais da F1, que causou até a farsa de 2021. No entanto, a corrida em si ficou longe de empolgar para quem assistiu. Nem mesmo o sensível momento de trocar pneus intermediários para slick ainda no primeiro terço de prova fez com que a corrida tivesse alguma emoção mais forte. E falando em anti-empolgação, Oscar Piastri aprendeu bem a lição de sábado na Sprint e após a bobeada (mais uma) de Lando Norris na largada lançada, o australiano ultrapassou facilmente o companheiro de equipe para administrar a corrida por inteiro e frear a reação de Norris no campeonato, que é colorida pelas cores papaia. 


A esperada chuva apareceu em Spa no domingo, após dois dias de piso seco e relativa calmaria. A corrida da F3 foi suspensa e no momento da largada da F1, a pista estava encharcada. Por contrato a volta de apresentação ocorreu na hora marcada e no final dela os carros já estavam de volta aos boxes, com a bandeira vermelha à mostra, enquanto a chuva aumentava. Sim, mais uma vez a F1 mostrou sua alergia à chuva. Atrasos de largada SEMPRE aconteceram na história da F1, mas ao contrário do fato mais simplório de acusar os pilotos atuais de falta de coragem, o que acontece nos atrasos atuais são dois problemas técnicos dos carros. O primeiro é o assoalho soprado, que em asfalto molhado cria uma nuvem de spray que torna a visibilidade praticamente nula para quem vem atrás dos carros, como Lando Norris falou via rádio nesse domingo. Outro ponto é o pneu de chuva forte da Pirelli, que tem a mesma serventia de um fósforo a prova de fogo. Pilotos e equipes usam os pneus intermediários como limite de aderência, pois o famoso pneu 'azul' é mais folgado que colarinho de palhaço e ninguém quer usar. Após oitenta minutos de atraso e já com sol sobre Spa, a largada foi autorizada atrás do Safety-Car. No sábado Piastri largara na pole e fora ultrapassado por Max Verstappen na primeira volta da Sprint, facilmente superado na briga por vácuo na longa reta Kemmel. Apesar de muito jovem, de bobo Piastri não tem nada e mesmo tendo lamentado muito a derrota na classificação no sábado, sabia que poderia usar a mesma tática do neerlandês no domingo. Já está se tornando folclórico os vacilos que Lando Norris dá quando larga na ponta e hoje o inglês repetiu seus 'feitos' ao acelerar cedo demais, permitindo que Piastri o perseguisse muito de perto os primeiros metros valendo do Grande Prêmio da Bélgica. Após fazer a Eau Rouge colado em seu companheiro de equipe e debaixo de muito spray, Piastri colocou de lado na Kemmel e com muita facilidade, tomou a ponta da corrida. Cópia carbono (os mais velhos saberão do que estou falando) do que acontecera no sábado, mas com Piastri sendo o beneficiado.


Para complicar as coisas para Lando Norris, a pista já tinha pontos secos e com o sol do lado de fora, o asfalto secaria rapidamente. Com Piastri na ponta, ele teria a prioridade na hora sempre vulnerável de se colocar pneus slicks com a pista ainda úmida. Um dos pilotos mais rápidos dos que largaram mais atrás, Lewis Hamilton abriu os trabalhos para colocar os slicks, dando o sinal de que havia chegado a hora de fazer a troca. Com a dupla da McLaren separada por menos de 2s, o parada dupla não era possível, portanto, Piastri entrou nos boxes para colocar slicks, com Norris tendo que esperar uma volta para calçar slicks. A diferença que era em torno de 2s subiu para 8s, mas a disputa entre os dois discípulos de Zak Brown não havia terminado totalmente. Com os rivais novamente longe, Norris resolveu arriscar e ao invés de seguir o que todo pelotão fez, que foi colocar pneus médios, saiu dos pits com pneus duros, dando um claro sinal a todos: não pararia mais. Mesmo com uma bela vantagem nas mãos, Piastri precisou administrar seus pneus o resto da prova e o próprio australiano chegou a duvidar se seria possível ir até o fim com os pneus médios. E foi nisso que o nível da corrida caiu demais. Com praticamente todo o pelotão com pneus médios, todos precisaram administrar a borracha, pegando leve se quisesse chegar até o fim. Se alguns pilotos não conseguiram, boa parte de quem largou entre os dez primeiros conseguiu, incluindo Piastri e sua McLaren, que é conhecida por tratar bem a borracha da Pirelli. Sem maiores arroubos, Oscar Piastri venceu pela sexta vez em 2025 e voltou a abrir uma boa vantagem para Lando Norris no campeonato. Depois da corrida, Piastri comemorou como sempre, ou seja, sem esboçar qualquer expressão de alegria, enquanto Norris estava chateado por perder uma corrida que estava em suas mãos e por (mais um) vacilo dele, Lando acabou derrotado. Uma vitória em Spa, a terceira consecutiva, seria decisiva para Norris, mas em mais um momento 'clutch', Lando valeu seu maldoso apelido de 'Dando Mollis'. Enquanto isso, Piasti vibrava e mais ainda a McLaren, que conquistava sua primeira dobradinha em Spa em muitos anos e consolida um bicampeonato no Mundial de Construtores, só faltando a confirmação matemática.


Com a dupla da McLaren lá na frente de forma imponente, Charles Leclerc fez uma prova bem aguerrida, onde se não teve a mínima condição de atacar os pilotos da frente, segurou como pôde um ameaçador Max Verstappen. Com pista molhada, Leclerc fez um enorme favor à McLaren ao segurar Verstappen numa situação onde o piloto da Red Bull poderia fazer a diferença frente a inferioridade técnica que tem no momento, mas Leclerc não se fez de rogado e segurou Max até a única parada deles. Ambos saíram no meio do trânsito de carros mais lentos por estarem calçados com pneus intermediários, fazendo com Charles e Max ficassem colados, além de receberem a pressão de Russell, que ultrapassara Albon ainda quando a pista estava molhada e parara uma volta antes. Os três chegaram a andar colados, mas não houve trocas de posições entre eles. No fim, Russell perdeu contato com Leclerc e Verstappen, ficando isolado na quinta posição. Verstappen chegou a usar o DRS contra Leclerc, que quando avisado pelo engenheiro, encarnou Kimi Raikkonen e soltou 'leave me alone'. Charles fez um bom trabalho e administrando os pneus, segurou Verstappen rumo a mais um pódio. A nova suspensão traseira da Ferrari funcionou bem em sua estreia em situação de corrida e Lewis Hamilton fez uma bela corrida de recuperação, principalmente quando a pista estava molhada, ganhando várias posições no processo. Sendo o primeiro a visitar os pits para colocar pneus slicks, Hamilton ganhou muito tempo e pulou para sétimo, mas empacando atrás de Albon. Mesmo não podendo atacar a Williams de Alex por mais da metade da corrida, as onze posições ganhas de Hamilton lhe garantiu uma das suas melhores corridas na Ferrari até o momento.


Se a dupla da Ferrari conseguiu bons pontos em Spa, o mesmo não se pode falar de Red Bull e Mercedes. Tsunoda largou entre os dez primeiros e tinha boas chances de pontuar, mas ao esperar Verstappen fazer sua parada, perdeu terreno e saiu da zona de pontuação. Empacado num trem de DRS, Tsunoda ainda foi ultrapassado por Bearman e nas voltas finais por Hulkenberg, terminando numa opaca 13º posição. Mais uma atuação ruim do pequeno nipônico, que vê sua situação dentro da Red Bull se complicar cada vez mais. Já Antonelli teve um final de semana de chorar. Literalmente. Após se emocionar após de mais uma péssima classificação, o jovem italiano não impressionou durante a corrida e não esteve perto da zona de pontuação, acabando empacado atrás de Ocon na 16º posição, após ter sido um dos que pararam duas vezes. Outra corrida ruim de Antonelli já faz aumentar a pressão sobre o italiano e questionamentos surgem se Kimi entrou cedo demais numa equipe grande na F1. Albon confirmou sua ótima classificação e se manteve nos pontos o tempo inteiro, só sendo ultrapassado por Russell no começo da prova, mas suportando bem a pressão de Hamilton nas voltas finais. Albon marcou bons pontos para a Williams depois de uma fase menos boa da tradicional equipe, mas assim como outros times, a Williams só pôde contar com um carro, pois Carlos Sainz esteve longe de brilhar e terminou numa horrorosa 18º posição.


A Racing Bulls também seguiu essa toada, só que com o piloto inesperado. Se até o meio do ano Hadjar vinha superando de forma sistemática Liam Lawson, em Spa os dois tiveram destinos diferentes, mesmo tendo largado juntos e antes da parada estivessem muito próximos, mas se Lawson cresceu com pneus slicks, a corrida de Hadjar foi por água abaixo e o francês terminou em último, único a tomar uma volta numa corrida sem abandonos, algo surpreendente com um quarto de prova realizado com pista molhada. Lawson sofreu a pressão de Gabriel Bortoleto, que mostrou bastante personalidade nesse domingo. Sempre entre os dez primeiros, Bortoleto viu Hulkenberg se sobressair inicialmente pela estratégia, quando o alemão parou junto de Hamilton e pulou para nono, logo à frente de Gabriel. Com mais ritmo, Bortoleto exigiu a troca de posições e a Sauber aquiesceu com o pedido, que logo se mostrou coerente. Se Gabriel não conseguiu atacar Lawson, ele abriu grande vantagem sobre Hulkenberg, que precisou fazer uma segunda parada e saiu da zona de pontos, enquanto Bortoleto manteve a ótima sequência da Sauber nos pontos. Com Hulkenberg tendo que fazer uma segunda parada, quem se aproveitou disso foi Pierre Gasly, garantindo mais um pontinho para a Alpine, onde o francês sempre teve alguém lhe fustigando, mas Pierre fez um bom trabalho para segurar o ímpeto de Bearman, Tsunoda e quem mais estivesse lhe atacando. A Haas esteve próxima de pontuar com Bearman, mas o inglês não conseguiu ultrapassar Gasly, enquanto a Aston Martin, que ficou com as últimas posições na classificação, estiveram longe de pontuar.


Não foi das corridas mais emocionantes que Spa já viu, mesmo com a chuva dando as caras como já ocorreu inúmeras vezes em que a tradicional pista belga recebeu a F1, mas como a F1 segue uma estrofe da música 'Súplica cearense' de que se for para pedir para chover, que chova de mansinho, umas gotas a mais transforma qualquer corrida num caos e expõe-se ao ridículo de uma categoria que parece ter medo da chuva. Se Piastri precisava responder à recente boa fase de Norris, num dos poucos momentos de briga na corrida, o australiano superou o companheiro de equipe e voltou a abrir no campeonato, que tende cada vez mais a ser uma disputa particular entre a dupla da McLaren.

sábado, 26 de julho de 2025

Primeiro, mas vale a pena?

 


Na Sprint realizada mais cedo, Max Verstappen deu uma verdadeiro show ao vencer a prova mais curta controlando a dupla da McLaren. O neerlandês usou o acerto extremo da Red Bull com pouquíssima asa para não dar chances à Oscar Piastri. Todavia, Max deu o tom da corrida ao pegar o vácuo de Piastri, que largara na pole, na longa reta Kemmel na primeira volta e assumir a ponta, para não mais larga-la. O australiano da McLaren havia feito a pole para a Sprint com meio segundo de vantagem para Verstappen e parecia incomodado pela derrota, mas aprendera a lição. Largar na ponta em Spa parece não ser o melhor das estratégias e mesmo não tendo como controlar isso, Piastri não parecia triste com a segunda derrota do sábado, perdendo a pole para Norris por muito pouco, mas tendo a vantagem de repetir a tática de Verstappen no domingo.

A classificação desse sábado foi realizado com pista seca e sol, contrariando a meteorologia que previa chuva. Destaques negativos para a Aston Martin e Lewis Hamilton. A equipe verde trouxe vários updates, mas nada funcionou corretamente e Alonso e Stroll compartilharão a última fila do grid, em outro final de semana desafiador para a Aston Martin, que reza para chegar logo 2026. Já Hamilton, que na classificação da Sprint já ficará na primeira fase, repetiu a proeza no sábado, ao ter sua volta deletada e largará apenas em 16º. Nada bom para Lewis, mas que salvou Bortoleto da eliminação e o brasileiro barbarizou no Q2, fazendo uma ótima volta, quatro décimos mais rápido do que Hulkemberg, e indo para o Q3. Nesse seu primeiro ano de F1, Bortoleto vai conquistando a boa fama de piloto muito rápido em volta lançada.

Com altas chances de chuva para o domingo, a Red Bull teve que reverter seu acerto de pouco downforce e Verstappen não teve chances contra a dupla da McLaren, mas pelo menos Tsunoda foi ao Q3. Ok, levou mais de 1s de Max, mas ao menos Yuki vai para largar entre os dez primeiros. Para complicar a situação de Max, Leclerc tirou uma ótima volta e conseguiu um ótimo P3, deixando Verstappen ainda mais longe da dupla papaia, que brigaram centésimo a centésimo pela pole, com Norris conseguindo a vantagem, extinguindo a enorme desvantagem que tinha para Piastri na sexta-feira, mas como visto na Sprint, a vantagem da pole pode durar menos de uma volta. Sem contar que a chance de chuva para domingo é enorme e tudo pode ficar ainda mais bagunçado.  

domingo, 20 de julho de 2025

Táticas, táticas, táticas...

 


O tradicional circuito de rua em Toronto viu mais uma prova da Indy decidida pela estratégia. Desde sempre um circuito de dificílima ultrapassagem, Toronto viu também as equipes tendo o mesmo problema de St Petersburg e Long Beach: os pneus macios durando muito pouco. Evidentemente isso mexeu na estratégia das equipes, que procuraram fazer algo parecido com as referidas pistas de rua, onde os pilotos largavam com os pneus macios e rapidamente faziam um pit-stop para colocar os pneus duros e assim fazerem suas provas. Porém, a Chip Ganassi pensou diferente e colocou pneus duros nos carros de Palou e Dixon. Isso fez com que a Ganassi, que já venceu várias vezes pela estratégia, visse seus dois principais pilotos ficarem para trás, mesmo Palou tendo liderado a primeira metade da corrida com categoria, mas uma bandeira amarela fora de fora fez com que o atual dominador da Indy terminasse a prova fora do top10. E bandeira amarela não faltou no Canadá, sendo que duas delas causadas pela Penske, em outra corrida terrível para o time, que viu McLaughlin bater no muro logo após o pit-stop por uma roda solta e Newgarden se envolvendo num acidente com Jacob Abel na curva um. Power bateu algumas vezes, mas ainda salvou um top10. McLaughlin poderia ter terminado bem a corrida, pois parou junto de Pato O'Ward e o mexicano logo se mostrou o grande favorito à vitória. Pato não se incomodou quando ficou para trás durante as bandeiras amarelas e as várias táticas das equipes, assumindo a ponta no terço final para vencer pela segunda vez e se consolidar como vice-líder do campeonato, ainda muito longe de Palou. Veekay e Simpson acertaram na estratégia e completaram o pódio, enquanto a Andretti, que dominou os treinos, ficou apenas em quarto (Herta), quinto (Ericsson) e sexto (Kirkwood). Muito se fala que hoje poderá ter sido a última corrida em Toronto da Indy, mas esperamos que Pato não seja o último vencedor no Exibition Place, 

Mais do mesmo

 


O script simplesmente não muda. Por mais que Brno tenha retornado ao calendário da MotoGP após cinco anos de ausência, Marc Márquez não sabe brincar. Um acidente na classificação viu Márquez perder a pole para Bagnaia, prejudicado por um erro eletrônico em sua moto na Sprint. Vencida por quem? Marc Márquez. A corrida na tradicional pista tcheca teve um enredo parecido das outras doze corridas da MotoGP. Márquez largou de forma razoável, enquanto era ultrapassado pela Aprilia de Bezzecchi, que logo ultrapassou o compatriota Bagnaia para liderar as primeiras voltas. Márquez cozinhou um pouco o galo para não repetir o problema na pressão de pneus que lhe atormentara na véspera durante a Sprint, porém, na oitava volta efetuava a ultrapassagem decisiva para mais uma vitória em 2025. Com Alex Márquez retornando ao normal, ou seja, sendo um piloto no mínimo mediado e se envolvendo em acidentes bestas, a diferença de Marc para o vice-líder já chega aos três dígitos, praticamente confirmando que o espanhol conquistará o título desse ano com ampla antecedência. Bezzecchi foi segundo, mas para a Aprilia a notícia do dia foi o retorno de Jorge Martin, que terminou em sétimo, recuperado de seus graves machucados e a tendência é de crescimento para o espanhol, que anunciou que ficará na Aprilia em 2026, após longa luta nos bastidores. Pedro Acosta segurou a terceira posição na frente do CEO da KTM, mesmo pressionado por Bagnaia, que amargou uma quarta posição. A MotoGP entrará num período de recesso, mas nada parece mudar a situação e parar Marc Márquez rumo ao seu sétimo título da MotoGP.

domingo, 13 de julho de 2025

O Rei da Saxônia

 


Certos atletas criam uma conexão com um palco esportivo que os tornam praticamente imbatíveis. O pequeno circuito alemão de Sachsenring tem uma magia junto à Marc Márquez que faz o espanhol executar corridas como a de hoje. Mais confiante do que nunca, Márquez passeou pelo circuito saxônico e venceu pela nona vez no autódromo localizado em Hohenstein-Ernstthal e pela sétima vez em 2025, consolidando uma liderança absoluta na MotoGP 2025. A junção do melhor piloto, a melhor motor e um circuito favorável tornou o Grande Prêmio da Alemanha monótono na luta pela vitória, mas atrás de Márquez uma penca de acidentes fez com que apenas dez motos completassem a corrida. Fabio Di Giannantonio e Marco Bezzecchi ocuparam a segunda posição antes de caírem, elevando Alex Márquez ao segundo lugar, completando mais uma dobradinha Márquez em 2025, mesmo Alex voltando de contusão. Vindo de um final de semana horroroso na Alemanha, Bagnaia se aproveitou de todas as quedas para fechar o pódio mais comum dessa temporada e na posição de sempre: terceiro. Quartararo foi a melhor moto japonesa, seguido de perto da Ducati de Aldeguer. Recuperado de um sério acidente em Suzuka, Luca Marini conseguiu um ótimo sexto lugar. Márquez vai encaminhando um título fácil nessa temporada 2025.

sábado, 12 de julho de 2025

Pato frustra a Penske

 


Em meio a escândalos, falta de sorte e resultados ruins, a Penske tinha tudo para se recuperar um pouco de sua temporada miserável na Indy em Iowa. Com sete vitórias no pequeno circuito oval localizado em Iowa, Josef Newgarden largou na pole e liderou praticamente a corrida inteira, sem ser muito ameaçado. Will Power fazia uma corrida sempre entre os cinco primeiros, enquanto Scott McLaughlin dava um show, após bater na classificação e largar em último. O neozelandês fez uma corrida de recuperação incrível e no penúltimo pit-stop, já aparecia no top10 e no último, já fustigava Power. Pato O'Ward passou boa parte da corrida a menos de 1s de Newgarden, mas o mexicano precisou de uma ótima parada da McLaren, somado a um ligeiro erro do mecânico da Penske no pneu dianteiro esquerdo, para assumir a ponta nas voltas finais da corrida. Power e McLaughlin ultrapassaram Alex Palou nesse momento, fazendo com que o trio da Penske fosse para cima de O'Ward nas voltas finais. Nem duas bandeiras amarelas e uma vermelha impediu que Pato controlasse os ataques de Newgarden para vencer pela primeira vez no ano, além do primeiro triunfo da McLaren na Indy, enquanto a Penske, em sua melhor corrida em 2025, ficou sem o gosto da vitória,

Volta pra casa?

 


Desde o ano passado muito se especulou sobre uma saída da F1 da Band. Dívidas não pagas, confusões extra-transmissão, polêmicas, erros de fatos históricos e de visão da corrida da equipe da Band, além de audiências baixas em comparação com os tempos da Globo, que seria o porto seguro da F1, após uma parceria de mais de quarenta anos ter terminado em 2020.

Ainda em 2024 a Globo chegou a anunciar num evento interno que transmitiria a F1 em 2025, mas numa reviravolta espetacular, a Band conseguiu manter seu contrato para 2025. Todavia, todos sabiam que o contrato com a Band terminaria em 2025 e que a Rede Globo viria com força para trazer a F1 de volta. Nessa sexta-feira à tarde já começaram os rumores de que a Globo anunciaria durante o Jornal Nacional a volta da F1 à sua grade a partir de 2026. Foi tão grande os murmúrios que a Globo antecipou o anúncio nas suas redes sociais. De forma oficial, a F1 retorna à Rede Globo após cinco anos.

Observando o comportamento nas redes sociais, houve alguma revolta, com muitas pessoas reclamando da troca. Para início de conversa, mais de 90% das pessoas que reclamam se acostumaram a assistir a F1... pela Globo. A polarização política atual faz da empresa da família Marinho inimiga número um de uma parcela da população e isso se reflete numa situação totalmente alheia. Outro ponto é que o Brasil pode se considerar privilegiado de ter a F1 em TV aberta, mesmo que nesse novo contrato, as corridas no período da tarde ficarão no SporTV, com a Rede Globo transmitindo em torno de quinze corridas, com as demais passando em horário alternativo. No caso, de madrugada. Em boa parte do mundo, se você quiser ver uma corrida de F1 terá que pagar TV por assinatura ou Streaming. 

Sim, a Globo tem seus defeitos, mas o fato de termos transmissão em TV aberta em boa parte do calendário será um baita privilégio. No entanto, a Globo cometeu algumas gafes com os fãs da F1 nos seus últimos anos de transmissão. A classificação foi limada da grade de sábado, só passando no SporTV, que passará também todos os treinos livres, além de F2 e F3, algo parecido que a Band fazia no Bandsports. O pódio também deixou de ser passado e a transmissão se iniciava poucos minutos antes da largada. A Band abria a transmissão com uma hora de antecedência e passava os pódios normalmente. O motivo é bem simples para isso. Enquanto a Band tem uma flexibilidade muito grande em sua grade, se um programa não for ao ar na Globo, isso pode causar um seríssimo problema comercial. Não duvido nada que os pódios continuem de fora da transmissão, até mesmo porque nos últimos anos surgiu a entrevista pré-pódio e a cerimônia está bem demorada.

Muita gente sentirá falta da Band, mas olhando de uma forma bem parcial, havia ali bastante coisa contestável. Sergio Maurício teve um ótimo primeiro ano como titular da F1, mas depois se perdeu, tentando achar emoção onde não havia e mandando 'abraços' a todo momento. Sem contar que o narrador se meteu em várias polêmicas fora das corridas, tornando-o uma persona non grata para determinados públicos. Reginaldo Leme é uma lenda, todos crescemos ouvindo sua voz pausada, contudo, o veterano jornalista pecou em vários momentos em citar fatos históricos de forma errônea e o próprio Reginaldo já falou que sua aposentadoria das transmissões está próxima, até mesmo pela idade. Havia uma sensação de que Mariana Becker, sem dúvida uma insider do mundo da F1, não aproveitava muito bem seu espaço, falando mais sobre os cachorrinhos de Hamilton e Leclerc do que algo mais construtivo da F1. Max Wilson tentava ser engraçado, mas era nítido que o nível da transmissão caía bastante quando ele estava escalado, principalmente em comparação à Felipe Giaffone, não sem surpresas, o único que a Globo ainda cogita trazer de volta.

A Band fez bem seu papel, mesmo com bastante erros, que muitas vezes irritavam um ouvido mais atento. A Globo retorna à F1, mas espera-se que a Vênus Platinada trate melhor o produto F1. Os fãs agradecem. 

F1, o filme - Crítica


 Gravar um filme baseado na F1 já foi realizado uma vez, no mítico 'Grand Prix', da década de 1960, quando havia mais glamour e menos frisson dos dias atuais. Três décadas mais tarde Sylvester Stallone era figurinha carimbada no paddock da F1, na tentativa de gravar um novo filme baseado na categoria, mas felizmente Bernie Ecclestone negou a empreitada, fazendo surgiu o horripilante 'Driven', traduzido como 'Alta Velocidade' no Brasil, baseado na Indy. Porém, a saída do próprio Ecclestone do comando da F1 deu uma lufada de ar jovial para a categoria, abrindo ações nas redes sociais, além do surgimento de 'Drive to Suvirve', série do Netflix de sucesso, alcançando um público mais jovem, algo que o velho Bernie vinha pecando. Então surgiu novamente a ideia de gravar um filme dentro da F1. Não teve Stallone fazendo lobby, mas a própria Liberty Media, detentora dos direitos da F1, em realizar a obra. Após muitos atrasos e um orçamento astronômico, o filme foi lançado no final de junho.

Confesso que fui assistir ao filme com uma expectativa baixa, mesmo com as primeiras críticas sendo muito boas. Dirigido pelo mesmo diretor de Top Gun Maverick, foi falado na divulgação que o filme seria uma espécie de Top Gun em quatro rodas. Logo de cara percebi algo que seria confirmado ao longo de duas horas e meia de filme: a película seria clichê do começo ao fim. Um roteiro previsível e com alguns buracos para quem entende da realidade das corridas se faz presente. Grande estrela do filme, Brad Pitt é carisma puro, mas faz um papel de canastrão, já visto em outros filmes do ator. Tendo como um dos produtores Lewis Hamilton, o papel de Damson Idris é uma cópia perfeita do que era o próprio Lewis no começo de carreira, ou seja, um piloto talentoso, mas sem nenhum conteúdo. Muito provavelmente Hamilton tenha se inspirado em si mesmo em 2007 para desenvolver o personagem Joshua Pearce. 

A imersão dentro do cockpit chama a atenção, junto à uma edição de som próxima da perfeição, além de uma trilha sonora de arrepiar. Para quem curte F1, as referências atuais e históricas são bem interessantes, com praticamente todo os pilotos e dirigentes marcando presença, inclusive em entrevistas e mensagens de rádio. A menção de Kevin Magnussen chegou a ser engraçada de tão real. Situações inverossímeis podem entrar na parte de 'licença poética'. Uma equipe sair do nada para vencer provas por causa de uma mudança sutil vinda de um piloto que estava trinta anos fora da F1 dói nos ouvidos dos mais puristas. Isso sem contar que uma equipe contratar um piloto de cinquenta anos já é dose de lascar, como Will Buxton fala numa das 'entrevistas'. O receio do filme ser uma continuação de 'Driven' não acontece, mas em alguns momentos esbarra no esquecível filme de 2001, como no acidente de Joshua Pearce em Monza. Também ao contrário do filme de Stallone, 'F1, the movie', conquistou uma bela bilheteria e já há quem fale que foi o filme de 2025, mesmo estando ainda no meio do ano.

Se fosse dar uma nota, daria nota 7. 'F1, the movie' passa de ano por não ser uma espécie de 'Driven 2, a missão', mas fica muito distante dos recentes 'Rush' e 'Ford vs Ferrari'. Se você quer um filme realista, melhor não ir, mesmo com muitas referências à F1 atual e até mesmo do passado, mas se você procurar um bom passatempo e curtir um verdadeiro 'Blockbuster', 'F1, the movie' é a aposta certa.    

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Final de uma era

 


Evitar o clichê na saída de Christian Horner após vinte anos liderando a Red Bull Racing beira o impossível. Uma era se fechou para a Red Bull com a saída do dirigente inglês, que chegou à equipe, nas próprias palavras de Horner, 'quando trabalhavam em dois edifícios caindo os pedaços'. O trabalho de Horner fez dele um dos chefes de equipe mais premiados da história da F1, mas nem uma temporada quase perfeita apenas dois anos atrás segurou Horner na chefia da Red Bull.

A saída de Christian suscitou vários questionamentos, mas o principal é: Horner saiu porque a Red Bull já sabe que perdeu Max Verstappen ou Horner saiu para segurar Max Verstappen numa tentativa desesperada? 

Por mais que se fale do escândalo em que Horner se meteu no começo de 2024, quando foi acusado de importunação sexual contra uma funcionária, ou até mesmo a perca de rendimento da equipe Red Bull nos últimos dezoito meses, o certo é que a queda de Horner passa muito por Max Verstappen. Trazido como menina dos olhos da Red Bull, Max logo tomou de conta da equipe, com beneplácito de Horner, que já havia feito algo parecido na época de Vettel, porém, a relação com Max foi mais visceral e Sebastian, em seus bons tempos de Red Bull, não tinha em seu entourage um pai que se mete em tudo que ronda a carreira do filho.

A relação entre Christian Horner e Jos Verstappen, pai de Max, não era dos melhores fazia um bom tempo. Quando Dietrich Mateschitz faleceu no final de 2022, um vácuo de poder ficou aparente na equipe Red Bull e dois personagens apareceram. De um lado, Horner, na equipe desde 2005 e cujo trabalho ninguém poderia colocar muitos defeitos. Do outro lado, havia Helmut Marko, consultor de longa data de Mateschitz e de muita influência dentro do programa Red Bull no automobilismo. Horner mantinha o pode centralizado nele, mesmo com outras equipes dando exemplos que uma gestão decentralizada funciona melhor, como é o caso da McLaren. Marko se incomodava com esse poder e a chance concreta de ser descartado pelo todo-poderoso Horner. Então veio o caso de acusação de assédio contra Horner no início de 2023 e a situação dentro dos bastidores da Red Bull começou a degringolar. Uma luta de poder dentro da equipe colocava Horner e Marko como grandes antagonistas. Logicamente os dois procuraram aliados e a velha raposa Marko procurou o clã Verstappen, piorando ainda mais o clima dentro da equipe.

Horner acabou inocentado das acusações e fincava seu lugar na equipe muito pelo lado tailandês do grupo Red Bull, mas o inglês passou a ter seu trabalho observado minuciosamente. Toda a confusão no ano passado quase custou o tetracampeonato de Verstappen, mas a Red Bull terminou o Mundial de Cosntrutores em terceiro. Um êxodo de peças-chave da equipe afetaram o time, começando por Adrian Newey, que fez muita falta nos piores momentos da equipe em 2024. A gestão de pilotos de Horner foi questionada. Com todas as atenções em Verstappen, ser o segundo piloto da Red Bull se tornou uma missão ingrata. Mesmo com o contrato renovado, Sergio Pérez foi demitido no final de 2024 e ainda recebeu uma bela indenização. Liam Lawson chegou para substituir Checo, mas após duas apresentações lamentáveis, o neozelandês foi dispensado, causando a promoção de Yuki Tsunoda, mas com resultados tão ruins quanto. Todos sabem que Pérez, Lawson e Tsunoda não são bobos, portanto, toda a culpa de seus dissabores caiu para a Red Bull. E a gestão de Horner.

Então surgiu o interesse da Mercedes em Max Verstappen, que foi aumentando na medida em que o neerlandês tendo que tirar coelhos da cartola para se manter minimamente na briga por vitórias e, principalmente, poles. Horner trouxe a Ford para o seio da Red Bull, mas todos sabem que o início dessa parceria tende a ser complicada, enquanto se fala que a Mercedes virá muito forte com o novo motor em 2026. Por mais que os vários títulos e vitórias que Horner trouxe, além da Ford, para a Red Bull, a chance real de perder Max Verstappen era ruim demais para ser verdade dentro do reino da Red Bull Racing.

Nessa quarta-feira, foi anunciado o desligamento de Christian Horner com efeito imediato para a entrada de Laurent Meckies, antigo chefe de equipe da Racing Bulls, que assim como faz com os pilotos, também ajudou a promover um chefe. Horner foi de uma geração mais antiga, onde toda a equipe era centralizada numa só pessoa. O inglês enfrentou Ron Dennis, Jean Todt, Flavio Briatore e Frank Williams na carreira, mas seu grande rival foi mesmo Toto Wolff, que se confirmado a ida de Max para a Mercedes, o dirigente austríaco teria ajudado bastante na saída de Horner da Red Bull. Lógico que o futuro de Horner será acompanhado com bastante carinho, inclusive com a Ferrari ainda não tendo renovado com Fred Vasseur, sendo uma grande candidata a contar com Horner, isso sem falar de como será o futuro da Red Bull sem Christian Horner, que além dos vários problemas a resolver, a Red Bull ficará sem o seu grande líder, que foi o rosto da equipe nos seus primeiros vinte anos.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Figura(ING): Nico Hulkenberg

 Não poderia ser outro!!! Poucas vezes a F1 se uniu para celebrar algo como o esperado primeiro pódio de Nico Hulkenberg na F1. Além de querido por todos, Nico Hulkenberg nunca teve sua qualidade questionada em seus mais de quinze anos de F1. Vindo de ótimos resultados na ascendente Sauber, Hulkenberg se aproveitou da ótima tática da Sauber em meio ao turbilhão de mudanças que marcou o Grande Prêmio da Inglaterra. A Sauber não colocou pneus slicks no carro do alemão, mas o time helvético foi esperto em colocar pneus intermediários novos no momento em que desgaste era mais acentuado, fazendo com que Hulkenberg ganhasse um terreno considerável na frente dos rivais, subindo para quarto, logo atrás de Lance Stroll. Quando DRS pôde ser ativado, Hulk rapidamente ultrapassou Stroll, mas Nico ainda teria que enfrentar Lewis Hamilton em sua casa. Quando deixou Lance para trás, Hulkenberg imprimiu um ritmo fortíssimo, parecido com o de Hamilton, que mesmo quando teve o DRS à disposição, não intimidou Hulkenberg. No sempre delicado momento de colocar pneus slicks em condições mistas, Hulkenberg novamente se deu bem, pois ao colocar pneus médios no momento certo, viu sua vantagem para Hamilton aumentar para 7s. Lewis estava com macios e chegou a se aproximar, mas com o asfalto mais quente, os macios se acabaram rapidamente, fazendo com que Hulkenberg se sustentasse no terceiro lugar e conseguisse o seu primeiro pódio na F1 e o primeiro da Sauber desde 2012. Foi um dos pódios mais comemorados dos últimos tempos.

Figurão(ING): Franco Colapinto

 Quando estreou na F1 pela Williams em meados da temporada passada, substituindo Logan Sargeant, Franco Colapinto não demorou para se transformar na nova coqueluche da F1, trazendo consigo a força da torcida argentina para dentro do ecossistema da F1 após anos sem pilotos portenhos na categoria. Com personalidade forte e alguma velocidade, Colapinto impressionou muita gente, mas após algumas corridas, Franco começou a mostrar alguns problemas, sendo o principal sua predileção a sofrer grandes acidentes. Com dois pilotos contratados para 2025, a Williams não pôde usar Colapinto, mas o emprestou à Alpine. O time francês está sob comando do veterano Flavio Briatore e o italiano se enamorou por Colapinto. Mesmo a Alpine tendo promovido Jack Doohan de sua canteira, Briatore praticamente escanteou o jovem australiano e deixou Colapinto à espera no começo da temporada. Pressionado, Doohan pouco mostrou e acabou substituído por Colapinto após apenas cinco provas, para alegria de Briatore e a torcida argentina. Contudo, não demorou muito para o sonho portenho se tornar num pesadelo. Piloto da academia da Williams, Colapinto conhecia o carro e por isso demonstrou bom rendimento... quando não estava no muro. Sem muito tempo para ter contato com o novo carro da Alpine, Franco está sofrendo muito mais do que o esperado, só que além de bem mais lento do que Gasly, Colapinto continua batendo demais e em Silverstone, o argentino colecionou mais um acidente durante o Q1, relegando-o à última posição. As câmeras de TV, cruéis, procuraram a reação de Briatore nos boxes, que não escondeu o incômodo com mais um incidente do piloto que alguns meses atrás era tratado como um fenômeno, mas agora se vê na mesma situação de Doohan. Colapinto nem largou no domingo por causa de um estranho problema mecânico antes da largada, enquanto Toto Wolff declarou que Briatore já o procurou para explorar a situação contratual de Valtteri Bottas. Mantendo a pose blasé, Colapinto se faz que não é com ele, mas de piloto promissor, Franco tende a sair da F1 pelas portas dos fundos.

domingo, 6 de julho de 2025

Normalidade em meio ao caos

 


Ah, Silverstone e seu clima instável, com as quatro estações do ano numa mesma tarde. O lendário circuito britânico viu uma das corridas mais caóticas dos últimos tempos devido às condições mistas, onde muitas vezes fazia sol, enquanto a pista ainda estava molhada. Tudo isso fez com que a magia da excepcional volta de Max Verstappen no sábado não servisse para nada e surpresas aconteceram aos montes, começando com o primeiro pódio de Nico Hulkenberg, após largar da 19º posição e 239 largadas depois, acabando com a piada em cima do piloto alemão. Gasly e Stroll também marcaram pontos de forma inesperada, assim como Max Verstappen errou de forma inesperada. O que não mudou foi o domínio da McLaren. Em meio à tantas intempéries, a dupla cromada laranja completou a dobradinha, mas não sem algum grau de polêmica. Oscar Piastri tinha tudo para vencer e aumentar sua vantagem no campeonato, mas uma freada forte demais durante uma das relargadas pôs tudo a perder para o australiano, que viu Lando Norris fazer a festa junto à sua torcida, encostando no seu companheiro de equipe tanto em número de vitórias como no campeonato.


Desde o começo da semana a previsão de tempo para Silverstone era bastante... britânico. Havia previsão de chuva no sábado e no domingo, mas se a classificação ocorreu sem maiores problemas meteorológicos, no domingo a chuva apareceu desde cedo, afetando bastante as corridas da F3 e da F2. Para desespero das equipes e dos pilotos, no momento da largada não apenas não chovia, mas havia sol banhando uma pista ainda úmida em sua maior parte, mas o horizonte no plano circuito inglês mostrava nuvens ameaçadoras se aproximando. Ou seja, a escolha de pneus era uma verdadeira loteria e as luzes vermelhas ainda nem haviam se apagado. O grid inteiro escolheu sair com pneus intermediários, mas alguns pilotos optaram em voltar aos boxes ao final da volta de apresentação e calçarem pneus slicks. A largada, contando com apenas treze carros no grid, viu Verstappen vacilar na saída, mas o neerlandês colocou ordem na casa antes da curva 1, apontando na frente de Piastri, Norris e Hamilton, que se tocaram levemente, mas sem maiores dramas. Todavia, mais atrás houve, sim, drama. Cada vez mais ameaçado, Tsunoda ficou por dentro ao lado de Ocon e Lawson. Três lado a lado simplesmente não funcionou e quem sobrou foi Lawson, se tornando o primeiro abandono do dia e neutralizando a corrida pela primeira vez. De muitas.


Os pilotos que colocaram pneus slicks sofriam com a pista úmida, principalmente no último setor e mal a corrida reiniciava, Gabriel Bortoleto batia pela segunda vez sua Sauber num muro em Silverstone, destruindo sua corrida num final de semana bastante acidentado do brasileiro. Novamente o VSC se fez presente, enquanto Antonelli ia aos boxes colocar pneus slicks. Na relargada, Verstappen sofria claramente com seu Red Bull acertado com pouco downforce para ser veloz nas retas, mas sem apoio aerodinâmico em condições mistas, seu carro mal se mantinha à frente das McLarens. Primeiro foi Piastri e logo em seguida Norris ultrapassou o neerlandês, que reclamava que seus pneus intermediários já tinham ido embora, enquanto a pista secava nitidamente, fazendo com que a Aston Martin trouxesse Lance Stroll e o calçasse com pneus macios. E o motivo era que na mesma medida em que a pista secava, o céu ia ficando cada vez mais escuro. McLaren e Red Bull optaram pela tática mais segura e mesmo a pista secando, colocaram pneus intermediários no carro dos seus pilotos, bem no momento em que a chuva retornava à Silverstone. A McLaren precisou fazer duas paradas e acabou se atrapalhando com Norris, fazendo o inglês retornar à pista atrás de Verstappen. A chuva era forte, mas com os pneus de chuva extrema mais servindo de enfeite, ninguém cogitou ir aos pits colocar os chamados pneus 'azuis'. Quando a pista estava claramente alagada em alguns lugares, a FIA mandou Bernd Maylander à pista, terminando com a ótima vantagem de 13s que Piastri abrira em cima de Verstappen. Isso era apenas o início do pesadelo do australiano.

No momento da relargada, Piastri cometeu um erro que mostrou decisivo e poderá ser ainda mais crucial na contagem final de pontos. O Safety-Car estava prestes a recolher aos boxes e Piastri freou forte na reta Hangar, diminuindo o ritmo para reacelerar quando puder e quiser. O problema era que a visibilidade ainda estava ruim e o segundo colocado Max Verstappen desviou de última hora e Norris freou forte para não ultrapassar o companheiro de equipe. A manobra do líder frear um pouco antes da relargada já aconteceu centenas de vezes no automobilismo, mas hoje havia a questão da visibilidade e da pista molhada. O incidente seria julgado algumas voltas depois, com Piastri tomando 10s pela manobra. Se isso tem a ver ou não, Max Verstappen esbravejou via rádio e na curva seguinte, rodou sozinho, caindo para a décima posição e saindo da luta pela vitória. 


A tática da Aston Martin tinha se mostrado genial e com a rodada de Verstappen, Lance Stroll pulara para terceiro, com Hulkenberg logo atrás. A Sauber não colocou pneus slicks no carro do alemão, mas o time helvético foi esperto em colocar pneus intermediários novos no momento em que desgaste era mais acentuado, fazendo com que Hulkenberg ganhasse um terreno considerável na frente dos rivais. Gasly se mantinha heroicamente na frente da batalha britânica entre Hamilton e o recuperado Russell, mas o momento de bandeira verde foi breve, com Isack Hadjar enchendo a traseira de Antonelli antes de bater seu carro fortemente no muro. Mais trabalho para Maylander e para os mecânicos da Racing Bulls, com dois carros para reconstruir antes da próxima etapa. Mesmo com a pista encharcada, o sol novamente se mostrava presente em Silverstone, aumentando as dúvidas de todos para o que fazer nas próximas voltas. 


Com Piastri punido e Verstappen no meio do pelotão, Norris começou a vencer a corrida. O carro mais próximo das duas McLarens eram os surpreendentes Aston Martin de Stroll e Sauber de Hulkenberg. Piastri foi avisado para acelerar tudo e ficar pelo menos 10s na frente do terceiro colocado, algo que fez sem maiores arroubos, mas em nenhum momento Oscar se mostrou capaz de fazer o mesmo com Norris, que na verdade diminuiu bastante sua diferença para o companheiro de equipe. Quando Alonso e Russell colocaram pneus slicks, a McLaren chamou seus pilotos para fazerem o mesmo, com Piastri tendo que cumprir a penalização e por consequência, perdendo a ponta. Norris levou sua McLaren para uma vitória popular na frente de sua torcida, com um incomodado Piastri completando mais uma dobradinha da McLaren, mesmo saindo da pista nas voltas finais, sem maiores problemas. No entanto, Piastri estava cuspindo maribondo depois da corrida e sua entrevista pré-pódio mostrava sua irritação, mesmo que suas feições não mudassem tanto, como nas suas vitórias. Oscar sabe que essa vitória pode dar à Lando o boost de confiança necessário para partir para cima no campeonato. Nesse momento Norris só tem uma vitória a menos do que Piastri e apenas oito pontos separam os dois pilotos da McLaren no campeonato, que com a equipe cada vez mais isolada na frente, está cada vez mais nítido que os dois lutarão sozinhos pelo título. E uma vitória de Norris em casa não estava no script de Piastri nessa corrida em Silverstone. Contudo, essa não foi a melhor história do dia.


Nico Hulkenberg nunca teve sua qualidade questionada em seus mais de quinze anos de F1, mas não faltavam piadas quanto à falta de pódios do alemão. Se o Palmeiras continua sem mundial, dois dias depois da eliminação do clube paulista no Mundial de Clubes, Hulkenberg acabou com essa piada com uma atuação exuberante em Silverstone. A estratégia certeira da Sauber o colocou numa situação bastante interessante na metade final da corrida. Quarto colocado, Hulkenberg tinha à sua frente Lance Stroll. Se todos não questionam a qualidade de Hulkenberg, ninguém questiona a FALTA de qualidade de Lance. Quando DRS pôde ser ativado, Hulk rapidamente ultrapassou Stroll, mas ainda havia um empecilho para Nico. Hamilton fazia uma bela corrida, talvez sua melhor com a Ferrari, porém Lewis demorou bastante para ultrapassar Gasly, mas quando o fez, encostou em Hulkenberg e Stroll, que brigavam pelo terceiro lugar. Ao ultrapassar o canadense, Hulkenberg imprimiu um ritmo fortíssimo, parecido com o de Hamilton, que mesmo quando teve o DRS à disposição, não intimidou Hulkenberg. No sempre delicado momento de colocar pneus slicks em condições mistas, Hulkenberg novamente se deu bem, pois ao colocar pneus médios no momento certo, viu sua vantagem para Hamilton aumentar para 7s. Lewis estava com macios e chegou a se aproximar, mas com o asfalto mais quente, os macios se acabaram rapidamente, fazendo com que Hulkenberg se sustentasse no terceiro lugar e conseguisse o seu primeiro pódio na F1 e o primeiro da Sauber desde 2012. Foi um dos pódios mais comemorados dos últimos tempos, culminando num momento espetacular de Hulkenberg, vindo de quatro pontuações consecutivas, sempre largando fora dos dez primeiros. Se nas demais corridas Hulk pontuou sem maiores ajudas, hoje o alemão contou com a sorte para lhe colocar num merecido terceiro lugar, mostrando que panela que faz comida boa.


Hamilton foi quarto, enquanto a outra Ferrari de Leclerc se atrapalhou nas estratégias, fazendo o monegasco terminar fora dos pontos, após arriscar demais na hora de optar pelos slicks e sair da pista algumas vezes. Max Verstappen ainda salvou um quinto lugar em outro dia para esquecer da Red Bull. O neerlandês reclamou inúmeras vezes do seu carro tanto em condições molhadas ou secas, mais uma vez levando a Red Bull a posições acima do potencial do carro. Um exemplo claro disso foi Tsunoda, em outra péssima corrida, punido por um toque com Bearman e terminando em último, mais de 39s atrás do penúltimo colocado. Está cada vez mais difícil defender Tsunoda, mas o nipônico é mais uma vítima do carro extremo da Red Bull, que somente um talento sobrenatural como Max Verstappen seja capaz de lidar, mas até o neerlandês está cansando de fazer algo a mais quinzena após quinzena. Sem surpresa que Raymond Vermeulen, empresário de Max, manda sempre 'bom dia' para o zap de Toto Wolff, que viu seu principal piloto tentar estratégias heroicas, mas que não deram em nada. Russell se voluntariou algumas vezes para colocar os pneus slicks na frente dos outros pilotos e sempre a tática se mostrava cedo demais, acabando com a corrida de George, apenas décimo colocado na sua corrida caseira. Provavelmente Toto responde com um emotion para Vermeulen a cada 'bom dia'...


Outro destaque do dia foi Gasly. Com a Alpine caindo pelas tabelas e vários problemas internos no time, o francês foi capaz de arrancar duas voltas espetaculares no Q1 e no Q2, se manter o tempo inteiro entre os dez primeiros colocados no domingo, segurando como podia carros bem mais rápidos e ainda ultrapassar Stroll na última volta para garantir um ótimo sexto lugar. Os pontos conquistados por Pierre podem ser decisivos, além do francês ser outro piloto a levar a equipe nas costas. Com Colapinto a ponto de ter o mesmo destino de Jack Doohan, Briatore nem esconde mais que quer trazer Bottas para correr ao lado de Gasly. Stroll terminou em sétimo, marcando alguns pontos para a Aston Martin, mas ficando abaixo do esperado, após completar algumas voltas em terceiro. Alonso foi o primeiro a colocar slicks nas voltas finais, num movimento que se mostrou açodado, fazendo o espanhol ficar apenas em nono separando as duas Williams, que finalmente terminaram nos pontos depois de um longo período com zero ponto no final de cada domingo. Nos boxes da Haas, Bearman e Ocon terão que se explicar pelo toque fizeram os dois saírem da pista, enquanto Ocon manteve o 100% de sempre bater com seu companheiro de equipe.


Ao fim de uma corrida cheia de reviravoltas em Silverstone e seu clima inclemente, a McLaren manteve seu domínio em 2025 em meio à várias surpresas, em mais uma dobradinha do seus pilotos. Lando Norris e Oscar Piastri tiveram um desempenho parecido nesse domingo, mas a contenda foi decidida por uma decisão até certo ponto questionável da FIA em punir o australiano numa das relargadas da prova de hoje. Correndo em casa, Norris não tem do que reclamar e começa a se encher de confiança na luta que deverá travar com seu companheiro de equipe até o final do ano. Em vários momentos Lando Norris precisou dar uma resposta ao seu companheiro de equipe, mas vindo de duas derrotas consecutivas, agora é a vez de Oscar Piastri responder à Lando.  

sábado, 5 de julho de 2025

Mais uma da cartola

 


A forma como Max Verstappen comemorou sua pole position em Silverstone dá a dimensão do seu feito. As reclamações do neerlandês durante os treinos livres de sexta-feira já se tornaram hábitos para quem acompanha a F1 em 2025 e a sexta-feira britânica não foi diferente, inclusive com Max dizendo que tinha sido 'um dia muito difícil'. Porém, nesse momento de inferioridade da Red Bull, Verstappen vem também se tornando habitué em tirar coelhos da cartola, conseguindo mais uma pole incrível.

Havia previsão de chuva para o sábado, mas afora garoas (neblina no Ceará) durante alguns momentos, a classificação ocorreu com pista seca o tempo inteiro, mas o vento com fortes rajadas também se fez presente. Depois de três finais de semana favoráveis, a Sauber sofreu em Silverstone, com seus dois pilotos não passando ao Q2, mesmo sendo claro o erro da equipe em não deixar combustível o suficiente para mais uma tentativa de Bortoleto, que já tinha saído da pistas três vezes em cada um dos treinos livres. Pior situação está Franco Colapinto. Trazido para a Alpine como salvador da lavoura, substituindo Jack Doohan, Franco vem fazendo exatamente o mesmo trabalho que vinha executando o jovem australiano. Ou seja, abaixo do esperado. Apesar da Alpine ter um dos piores carros do pelotão, Gasly ainda é capaz de surgir no Q3, enquanto Colapinto saiu da pista na última curva, causando a única bandeira vermelha, terminando com o último tempo. A situação de Colapinto se complica cada vez mais...

Tsunoda pelo menos foi ao Q2, mas esteve longe do Q3. A situação da Red Bull não parecia muito diferente de outros finais de semana, mas Max Verstappen conseguiu uma pole impressionante, desbancando no último momento a dupla da McLaren, que cometeu ligeiros erros no terceiro setor. Piastri superou Lando em casa, enquanto Hamilton, em seu final de semana mais forte do ano, também vacilou quando poderia brigar pela pole. Para domingo, a previsão é de chuva. Verstappen comemorou bastante, mas sabe que manter um carro difícil (palavras dele) por uma corrida inteira será um desafio ainda maior, mas quem pode apostar contra Max? 

terça-feira, 1 de julho de 2025

Figura(AUT): Gabriel Bortoleto

 E os primeiros pontos vieram! Depois de sete anos e meio e 160 corridas, o Brasil voltou a pontuar na F1, mas o mais legal disso tudo foi que Gabriel Bortoleto teve mérito na conquista. Não foi um Safety-Car na hora certa ou uma corrida chuvosa e cheia de abandonos. Foi no desempenho na pista! Aproveitando o crescimento da Sauber nas últimas corridas, Gabriel teve um final de semana excelente no Red Bull Ring, onde venceu na F2 em 2024. Bortoleto ficou entre os dez primeiros em todos os treinos livres e foi ao Q3 pela primeira vez na carreira, com direito a uma volta no Q2 apenas dois centésimos de segundo atrás de Max Verstappen na mesma condição de pneus. Havia receio sobre o ritmo de corrida da Sauber e do próprio novato brasileiro, mas Bortoleto fez uma corrida sólida. Poderia ser melhor? Sim, a Sauber foi na bola de segurança e parou Gabriel duas vezes, enquanto Lawson e Alonso, que vinham atrás da Sauber, pararam apenas uma vez e receberam a bandeirada na frente, mas a Sauber tinha total confiança de que Bortoleto tinha ritmo para se manter entre os dez primeiros e quase que Gabriel ultrapassou o 'mestre' Alonso nas voltas finais. Um final de semana consistente e que dá confiança ao brasileiro. Que seja os primeiros pontos de muitos para Gabriel Bortoleto!

Figurão(AUT): Mercedes

 Duas semanas depois de colocar dois pilotos no pódio, com direito a uma vitória contundente de George Russell no Canadá, a Mercedes entrou em parafuso no escaldante Grande Prêmio da Áustria. Os problemas que a Mercedes tem com pistas quentes já vem de algum tempo, mas no Red Bull Ring, principalmente em comparação ao que aconteceu na Áustria, ficou ainda mais evidente. Em nenhum momento a dupla prateada se mostrou competitiva debaixo do forte calor que fez na Áustria nesse final de semana e com Max Verstappen sendo praticamente a Red Bull inteira, não foi exagero afirmar que a Mercedes foi a quarta força na Áustria. Por sinal, com os constante sinais de que Max pode ir para a Mercedes já em 2026, não ficou bem Antonelli acertar o seu pretenso futuro companheiro de equipe logo na primeira volta por culpa única e exclusiva do novato italiano. Único representante da Mercedes para o resto da corrida, em certos momentos Russell chegou a ser mais lento que a Sauber (!) de Gabriel Bortoleto, fazendo a Mercedes trazer o inglês para os pits para que George pelo menos garantisse sem maiores problemas o quinto lugar. Porém, exatos um minuto depois do vencedor. A falta de consistência da Mercedes faz da equipe tedesca ficar distante dos áureos tempos.