A saída de Christian suscitou vários questionamentos, mas o principal é: Horner saiu porque a Red Bull já sabe que perdeu Max Verstappen ou Horner saiu para segurar Max Verstappen numa tentativa desesperada?
Por mais que se fale do escândalo em que Horner se meteu no começo de 2024, quando foi acusado de importunação sexual contra uma funcionária, ou até mesmo a perca de rendimento da equipe Red Bull nos últimos dezoito meses, o certo é que a queda de Horner passa muito por Max Verstappen. Trazido como menina dos olhos da Red Bull, Max logo tomou de conta da equipe, com beneplácito de Horner, que já havia feito algo parecido na época de Vettel, porém, a relação com Max foi mais visceral e Sebastian, em seus bons tempos de Red Bull, não tinha em seu entourage um pai que se mete em tudo que ronda a carreira do filho.
A relação entre Christian Horner e Jos Verstappen, pai de Max, não era dos melhores fazia um bom tempo. Quando Dietrich Mateschitz faleceu no final de 2022, um vácuo de poder ficou aparente na equipe Red Bull e dois personagens apareceram. De um lado, Horner, na equipe desde 2005 e cujo trabalho ninguém poderia colocar muitos defeitos. Do outro lado, havia Helmut Marko, consultor de longa data de Mateschitz e de muita influência dentro do programa Red Bull no automobilismo. Horner mantinha o pode centralizado nele, mesmo com outras equipes dando exemplos que uma gestão decentralizada funciona melhor, como é o caso da McLaren. Marko se incomodava com esse poder e a chance concreta de ser descartado pelo todo-poderoso Horner. Então veio o caso de acusação de assédio contra Horner no início de 2023 e a situação dentro dos bastidores da Red Bull começou a degringolar. Uma luta de poder dentro da equipe colocava Horner e Marko como grandes antagonistas. Logicamente os dois procuraram aliados e a velha raposa Marko procurou o clã Verstappen, piorando ainda mais o clima dentro da equipe.
Horner acabou inocentado das acusações e fincava seu lugar na equipe muito pelo lado tailandês do grupo Red Bull, mas o inglês passou a ter seu trabalho observado minuciosamente. Toda a confusão no ano passado quase custou o tetracampeonato de Verstappen, mas a Red Bull terminou o Mundial de Cosntrutores em terceiro. Um êxodo de peças-chave da equipe afetaram o time, começando por Adrian Newey, que fez muita falta nos piores momentos da equipe em 2024. A gestão de pilotos de Horner foi questionada. Com todas as atenções em Verstappen, ser o segundo piloto da Red Bull se tornou uma missão ingrata. Mesmo com o contrato renovado, Sergio Pérez foi demitido no final de 2024 e ainda recebeu uma bela indenização. Liam Lawson chegou para substituir Checo, mas após duas apresentações lamentáveis, o neozelandês foi dispensado, causando a promoção de Yuki Tsunoda, mas com resultados tão ruins quanto. Todos sabem que Pérez, Lawson e Tsunoda não são bobos, portanto, toda a culpa de seus dissabores caiu para a Red Bull. E a gestão de Horner.
Então surgiu o interesse da Mercedes em Max Verstappen, que foi aumentando na medida em que o neerlandês tendo que tirar coelhos da cartola para se manter minimamente na briga por vitórias e, principalmente, poles. Horner trouxe a Ford para o seio da Red Bull, mas todos sabem que o início dessa parceria tende a ser complicada, enquanto se fala que a Mercedes virá muito forte com o novo motor em 2026. Por mais que os vários títulos e vitórias que Horner trouxe, além da Ford, para a Red Bull, a chance real de perder Max Verstappen era ruim demais para ser verdade dentro do reino da Red Bull Racing.
Nessa quarta-feira, foi anunciado o desligamento de Christian Horner com efeito imediato para a entrada de Laurent Meckies, antigo chefe de equipe da Racing Bulls, que assim como faz com os pilotos, também ajudou a promover um chefe. Horner foi de uma geração mais antiga, onde toda a equipe era centralizada numa só pessoa. O inglês enfrentou Ron Dennis, Jean Todt, Flavio Briatore e Frank Williams na carreira, mas seu grande rival foi mesmo Toto Wolff, que se confirmado a ida de Max para a Mercedes, o dirigente austríaco teria ajudado bastante na saída de Horner da Red Bull. Lógico que o futuro de Horner será acompanhado com bastante carinho, inclusive com a Ferrari ainda não tendo renovado com Fred Vasseur, sendo uma grande candidata a contar com Horner, isso sem falar de como será o futuro da Red Bull sem Christian Horner, que além dos vários problemas a resolver, a Red Bull ficará sem o seu grande líder, que foi o rosto da equipe nos seus primeiros vinte anos.
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