sábado, 12 de julho de 2025

Volta pra casa?

 


Desde o ano passado muito se especulou sobre uma saída da F1 da Band. Dívidas não pagas, confusões extra-transmissão, polêmicas, erros de fatos históricos e de visão da corrida da equipe da Band, além de audiências baixas em comparação com os tempos da Globo, que seria o porto seguro da F1, após uma parceria de mais de quarenta anos ter terminado em 2020.

Ainda em 2024 a Globo chegou a anunciar num evento interno que transmitiria a F1 em 2025, mas numa reviravolta espetacular, a Band conseguiu manter seu contrato para 2025. Todavia, todos sabiam que o contrato com a Band terminaria em 2025 e que a Rede Globo viria com força para trazer a F1 de volta. Nessa sexta-feira à tarde já começaram os rumores de que a Globo anunciaria durante o Jornal Nacional a volta da F1 à sua grade a partir de 2026. Foi tão grande os murmúrios que a Globo antecipou o anúncio nas suas redes sociais. De forma oficial, a F1 retorna à Rede Globo após cinco anos.

Observando o comportamento nas redes sociais, houve alguma revolta, com muitas pessoas reclamando da troca. Para início de conversa, mais de 90% das pessoas que reclamam se acostumaram a assistir a F1... pela Globo. A polarização política atual faz da empresa da família Marinho inimiga número um de uma parcela da população e isso se reflete numa situação totalmente alheia. Outro ponto é que o Brasil pode se considerar privilegiado de ter a F1 em TV aberta, mesmo que nesse novo contrato, as corridas no período da tarde ficarão no SporTV, com a Rede Globo transmitindo em torno de quinze corridas, com as demais passando em horário alternativo. No caso, de madrugada. Em boa parte do mundo, se você quiser ver uma corrida de F1 terá que pagar TV por assinatura ou Streaming. 

Sim, a Globo tem seus defeitos, mas o fato de termos transmissão em TV aberta em boa parte do calendário será um baita privilégio. No entanto, a Globo cometeu algumas gafes com os fãs da F1 nos seus últimos anos de transmissão. A classificação foi limada da grade de sábado, só passando no SporTV, que passará também todos os treinos livres, além de F2 e F3, algo parecido que a Band fazia no Bandsports. O pódio também deixou de ser passado e a transmissão se iniciava poucos minutos antes da largada. A Band abria a transmissão com uma hora de antecedência e passava os pódios normalmente. O motivo é bem simples para isso. Enquanto a Band tem uma flexibilidade muito grande em sua grade, se um programa não for ao ar na Globo, isso pode causar um seríssimo problema comercial. Não duvido nada que os pódios continuem de fora da transmissão, até mesmo porque nos últimos anos surgiu a entrevista pré-pódio e a cerimônia está bem demorada.

Muita gente sentirá falta da Band, mas olhando de uma forma bem parcial, havia ali bastante coisa contestável. Sergio Maurício teve um ótimo primeiro ano como titular da F1, mas depois se perdeu, tentando achar emoção onde não havia e mandando 'abraços' a todo momento. Sem contar que o narrador se meteu em várias polêmicas fora das corridas, tornando-o uma persona non grata para determinados públicos. Reginaldo Leme é uma lenda, todos crescemos ouvindo sua voz pausada, contudo, o veterano jornalista pecou em vários momentos em citar fatos históricos de forma errônea e o próprio Reginaldo já falou que sua aposentadoria das transmissões está próxima, até mesmo pela idade. Havia uma sensação de que Mariana Becker, sem dúvida uma insider do mundo da F1, não aproveitava muito bem seu espaço, falando mais sobre os cachorrinhos de Hamilton e Leclerc do que algo mais construtivo da F1. Max Wilson tentava ser engraçado, mas era nítido que o nível da transmissão caía bastante quando ele estava escalado, principalmente em comparação à Felipe Giaffone, não sem surpresas, o único que a Globo ainda cogita trazer de volta.

A Band fez bem seu papel, mesmo com bastante erros, que muitas vezes irritavam um ouvido mais atento. A Globo retorna à F1, mas espera-se que a Vênus Platinada trate melhor o produto F1. Os fãs agradecem. 

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