terça-feira, 4 de novembro de 2025

Precisamos falar dos play-offs

 


Neste domingo a Nascar decidiu seus três campeonatos em Phoenix, mas focarei na categoria principal, a Cup. Desde o título de Matt Kenseth em 2003, onde venceu apenas uma corrida para ser campeão, a Nascar resolveu trocar o clássico 'pontos corridos' pelo 'Play-Off', com vários nomes diferentes em mais de vinte anos. Kenseth venceu sua única corrida na já distante temporada 2003 logo na terceira corrida e depois administrou o campeonato, colecionando vários top10, numa configuração que distribuía farta pontuação. Para piorar, Kenseth ainda foi campeão com antecedência, tirando ainda mais a 'emoção' da disputa.

Incomodada com a situação, a Nascar introduziu os Play-Offs em 2004 e Kurt Busch foi o primeiro campeão, mas não demoraram a surgir problemas e vários formatos foram testados até chegar o atual, onde quatro pilotos vão para a corrida final e quem chegar na frente, leva o título. Denny Hamlin está na Nascar desde 2005 e já obteve várias marcas que o colocam entre os destaques da história da Nascar, mas com um senão. Hamlin não tem um título. Parecia que 2025 seria diferente. Correndo com a Joe Gibbs desde o início da carreira, Hamlin venceu seis provas ao longo do ano e dominava a corrida derradeira. Seus adversários pelo título, William Byron, Kyle Larson e Chase Briscoe não tiveram chance contra o ótimo desempenho de Hamlin no oval do Arizona.

Em Phoenix, como sempre realizada debaixo de muito calor, os pneus da Goodyear sofreram e vários pilotos tiveram problemas com furos, incluindo os quatro postulantes ao título. Na penúltima volta, Byron foi a vítima derradeira da várzea dos pneus em Phoenix e trouxe a bandeira amarela. Parar ou não parar? Quatro ou dois pneus? Hamlin foi na opção segura, colocando quatro pneus, mas Larson arriscou nos dois pneus. Na relargada, Hamlin não teve qualquer chance de atacar Larson, que ficou com o título mesmo terminando a prova em terceiro. Piloto com duas passagens em Indianápolis pela Indy, Larson talvez seja um dos pilotos mais talentosos do grid atual da Nascar, passando por cima da polêmica de 2020, acusado de racismo e bastante criticado por isso.

E Hamlin? Depois de dominar o campeonato e a corrida final, viu seu sonho pelo título ir pelo ralo por um pneu furado de outro piloto, que até lhe pediu desculpa depois da corrida. Já há várias vozes dentro da Nascar apontando para a deslealdade que é os Play-Offs e se no Brasil muita gente ainda sonha com a volta dos 'mata-mata' no Campeonato Brasileiro, na Nascar pensa-se exatamente o contrário. Enquanto aqui se sonha com a regressão, na Nascar, uma categoria que não precisa de nenhum artifício para ser emocionante, precisa evoluir para premiar o melhor piloto do ano no seu campeonato principal. 

Um comentário:

  1. Acho que o mais revoltante mesmo não foi o que aconteceu na Cup (por mais que tenha sido uma injustiça do destino com o Hamlin), e sim o que aconteceu na Xfinity.

    O Zilisch dominou por completo a temporada (vencendo 10 vezes) e tinha tudo para ser campeão na sua primeira temporada, mas acabou perdendo o título para o Landlove que teve apenas duas vitórias no ano e muito por causa da estupida regra dos playoffs.

    É tão estupido essa regra que por causa dessa derrota, o Zilisch foi impedido de poder fazer testes nos Hypercars pela Cadillac porque não tem pontos suficientes para isso (e estamos falando de um cara que venceu 24 Horas de Daytona e 12 Horas de Sebring).

    O que podemos concluir é que os Playoffs são a maior porcaria que a Nascar já inventou.

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