domingo, 9 de dezembro de 2007

"Essa é a Stock que eu conheço!"


O título desse post foi o que exclamei quando Felipe Maluhy encheu a lateral de Rodrigo Sperafico na briga pela segunda posição na corrida de hoje. Como foi em toda a temporada, a corrida realizada em Interlagos foi extremamente sem sal, com a emoção ficando por conta dos acidentes e toques que acontecem de montão na Stock. A última corrida do ano serviu apenas para definir o vice-campeonato a favor de Rodrigo Sperafico, que mesmo atropelado por Maluhy, se aproveitou da quebra do então líder Tiago Camilo, que caminhava tranqüilamente rumo ao segundo posto no campeonato até que a sua segunda bomba de combustível quebrar na única relargada de hoje. Quem melhor se aproveitou disso foi Marcos Gomes, que logo em sua temporada de estréia, marcou sua primeira vitória na Stock.

Igual a F1, a esperança de ter uma boa corrida na Stock ficou na expectativa de chuva, que caiu forte na sexta, mas desapareceu no fim de semana paulistano. Com o autódromo cheio somente onde havia os lugares reservados aos patrocinadores (havia vários buracos nas arquibancadas, demonstrando o desinteresse do público), a corrida se desenvolveu sem muitas emoções. O pole Camilo largou bem e abria diferença em cima de Sperafico. Vale ressaltar que a largada aconteceu apenas na segunda tentativa, já que os pilotos da Stock ainda não aprenderam a largar lançado. Outro problema foram os inevitáveis toques. E hoje houve vários. A única briga realmente legal de se assistir foi entre Sperafico, Mahuly e Marcos Gomes pela segunda posição, que foi estragada... pelo acidente entre Sperafico e Maluhy. E assim foi em todo o pelotão nessa e em todas as corridas no ano.

Ao final da temporada 2007, o balanço que se pode fazer é que a Stock teve o pior ano dessa sua nova fase. Os pilotos reclamam cada vez mais da categoria que não treina, corre pouco e oferece quase nenhum divertimento na hora de guiar e para o público que os assiste tanto no austódromo como na TV. Está mais do que na cara de que essa palhaçada do Play-off tem que acabar e que apenas estragou o espetáculo, palavra de verdadeira devoção pela organização da Stock. Mesmo com a TV garantindo a transmissão de todas as corridas no próximo ano, a própria transmissão é fraca, com a Globo se preocupando unicamente em mostrar suas câmeras em ângulos inusitados em detrimento ao que acontece na pista. Isso sem conta o inigualável (no pior sentido possível!) Dr. Stock. Com a possível saída de duas montadoras, a Stock começa a dar os primeiros sinais de desgaste, apesar de todas as pessoas que envolvem a categoria negarem veementemente isso. Houve coisas boas? Claro que sim. O bicampeão Cacá Bueno mostrou que é o melhor piloto em atividade no Brasil e se não deu para mostrar sua conhecida garra atrás do volante, usou a cabeça para vencer mais um campeonato. As equipes ficam cada vez mais profissionais e restritas, só trazendo quem é bom, tanto pilotos como engenheiros, para dentro de suas organizações. Os patrocinadores investem cada vez mais nas equipes e inclusive criaram o público virtual, espécie de torcida organizada com camisas estapando suas marcas, que "lota" os circuitos pelo Brasil. Ou seja, esse foi um ano de mais baixos do que altos e agora fica a expectativa de que a categoria seja melhor repensada pelos promotores no futuro. Pena que ninguém pense em melhorar o automobilismo de base, pois se o turismo, mesmo com seus defeitos, vai bem, obrigado, o automobilismo de Fórmula está mortinho da Silva e pela morosidade dos dirigentes brasileiros, continuará assim até que nenhum piloto brasileiro estiver na F1 e a Globo chiar.

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