terça-feira, 14 de outubro de 2008

História: 5 anos do Grande Prêmio do Japão de 2003


Michael Schumacher chegou a Suzuka a ponto de vencer o seu sexto título mundial. Com nove pontos de vantagem sobre Kimi Raikkonen, o piloto da Ferrari não precisava muito para ser campeão, mas este título seria diferente. Ao contrários dos outros títulos, Schumacher sofreu acidentes, brigou pela quarta posição ferozmente, tomou volta numa corrida normal e... venceu apenas seis corridas! O ano de 2003 tinha sido marcado pela superioridade dos pneus Michelin ante os pneus Bridgestone da Ferrari e isso se refletiu em algumas grandes corridas do alemão, junto a outras apresentações medonhas.

Após sua vitória em Indianápolis, Schumacher nem precisava vencer para ser campeão e assim a Ferrari investiu no carro de Rubens Barrichello, fazendo com que o brasileiro vencesse e assim Schumacher nem suaria para ser campeão. Ledo engano. Naquela época a Classificação era decidida em uma série de voltas lançadas e uma chuva apareceu no final do treino, estragando os treinos dos irmãos Schumacher e de Jarno Trulli, que tinha sido o mais rápido na Pré-Classificação (lembram?). Michael largaria em décimo quarto e ainda via a dupla da McLaren na quarta fila, mas o alemão ainda tinha Rubens Barrichello na pole, pronto para vencer e ajudar seu companheiro de equipe.

Grid:
1) Barrichello (Ferrari) - 1:31.713
2) Montoya (Williams) - 1:32.412
3) Da Matta (Toyota) - 1:32.419
4) Panis (Toyota) - 1:32.862
5) Alonso (Renault) - 1:33.044
6) Webber (Jaguar) - 1:33.106
7) Coulthard (McLaren) - 1:33.137
8) Raikkonen (McLaren) - 1:33.272
9) Button (BAR) - 1:33.474
10) Wilson (Jaguar) - 1:33.558

O dia 12 de outubro de 2003 estava carrancudo em Suzuka, mas a pista estava seca e a previsão não indicava chuva para as próximas horas. Por apenas 0.007s, a primeira fila não seria brasileira, com Cristiano da Matta ficando em terceiro, com seu Toyota bem leve, querendo aparecer na casa dos nipônicos. Na volta de apresentação, o motor BMW de Montoya soltava muita fumaça, mas o colombiano não apenas tomou a primeira posição de Rubinho, como disparava! Rubens permanecia em segundo, sendo perseguido pelo espanhol Fernando Alonso, que tinha deixado ambos Toyota para trás. As duas McLarens largam bem e logo na segunda volta, a equipe ordena para que Raikkonen ultrapasse Coulthard e assumisse a quinta posição. A missão era difícil, mas não impossível...

Lá atrás, tudo o que Schumacher precisava fazer era tentar se manter longe dos problemas e esperar pela primeira parada, donde podia conseguir várias posições no seu modo habitual de ultrapassar. Contudo, o experiente piloto parecia diferente naquele dia. Parecia, após tantos anos, nervoso. Após assumir a décima primeira posição, Schummy passou a atacar a BAR de Takuma Sato, que estreava em 2003 após substituir o demitido Jacques Villeneuve. Sato tinha feito uma corrida estupenda em 2002 na mesma pista em que tinha feito suas primeiras corridas na carreira, mas o japonês era mais conhecido por suas trapalhadas. Mesmo sabendo disso, Michael partiu para cima de Sato na chicane como se aquela ultrapassagem decidisse seu título. O resultado foi um toque entre ambos e o bico da Ferrari quebrado. Tendo passado a entrada dos boxes, o alemão teve que se arrastar por uma volta até ter o nariz do seu carro trocado e voltar à pista na última posição. E falando em Schumacher, seu grande rival no kart e na F3 Alemã, Heinz-Harald Frentzen, encerrava sua carreira na F1 com o motor quebrado na nona volta.

Porém, nem tudo eram espinhos para o piloto da Ferrari, pois lá na frente, o motor de Montoya finalmente se entrega e Barrichello assumia a liderança. Depois de chegar a brigar com Schumacher pela liderança do campeonato, o colombiano acabava sua melhor temporada na F1 no lado de fora da pista. Provando o quanto estava leve, Da Matta mal aprecia o terceiro lugar e vai aos boxes reabastacer. Barrichello e Alonso param algumas voltas depois e usando a estratégia usual da McLaren, que era de sempre deixar para fazer sua primeira parada para depois, Kimi Raikkonen assumia a liderança e por apenas uma volta, ele seria campeão com a combinação de resultados. Como nada de extraordinário aconteceu, Kimi parou e entregou a liderança para Barrichello. Logo depois, outro piloto que vinha com pinta para brigar pela vitória abandonou com o motor quebrado: Fernando Alonso.

Como resultado da primeira rodada de paradas, a dupla da McLaren tinha dado um pulo para frente e Coulthard era o segundo colocado, escoltado por Kimi. A corrida permanecia na mesma toada até a segunda parada, quando a McLaren inverteu as posições em favor de Raikkonen e Barrichello seguia impávido na liderança da corrida. Mais atrás, Michael Schumacher seguia com fome de pontos e encostou na Toyota de Cristiano da Matta, que tinha parado três vezes e já tinha caído para sétimo. Mesmo com o título praticamente nas mãos com o oitavo lugar, o alemão resolveu atacar o mineiro da Toyota, tendo logo atrás de si a Williams de Ralf Schumacher, que tinha feito uma boa corrida de recuperação. No mesmo local do acidente com Sato, Michael tentou a mesma manobra em cima de Cristiano. O piloto da Toyota se segurou bem, mas Schumacher Sr. teve que frear forte para não bater, fazendo com que seu irmão tocasse na Ferrari e rodasse, estragando os seus pneus e sua corrida.

Após esse susto, Michael resolveu se aquietar e permanecer em oitavo, marcando um pontinho. Raikkonen era segundo e podia ter se aproveitado de um teórico problema de Schumacher, mas havia Rubens Barrichello para assegurar que o título iria mesmo para a casa de Maranello. Num ano cheio de altos e baixos, Rubens Barrichello conquistava sua terceira vitória no ano e sétima na carreira, garantindo assim o título no Mundial de Construtores para a Ferrari e o Mundial de Pilotos para Michael Schumacher, que cruzou a linha lentamente. No final do ano, foram apenas dois pontos que separaram o alemão de Raikkonen. Rubens fez sua festa no pódio, mas Schumacher faria uma festa de arromba nos boxes! Após tomar todas, Schumacher, seu irmão Ralf e Olivier Panis provocaram uma baderna no hotel, mas o alemão tinha garantido o título mais difícil da sua carreira. Após tanto tempo encarcerado em sua armadura vermelha, Schummy merecia um dia louco!

Chegada:
1) Barrichello
2) Raikkonen
3) Coulthard
4) Button
5) Trulli
6) Sato
7) Da Matta
8) M.Schumacher

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