terça-feira, 11 de novembro de 2008

História: 15 anos do Grande Prêmio da Austrália de 1993


Quando era realizado no final do ano, o Grande Prêmio da Austrália era um dos mais relaxantes da temporada de F1. Normalmente com o campeão já definido, oa australianos viam muitas despedidas e anúncios e em 1993 não foi diferente. Para o ano seguinte, a Mercedes voltava à F1 após quase 50 anos, ao lado da equipe Sauber, velha parceira do Mundial de Esporte-Protótipo. Uma equipe da F3000 estrearia em 1994: a Simtek, tendo como primeiro piloto David Brabham. A Benetton tinha esperanças de ter os potentes motores Renault, mas Flavio Briatore teve que se conformar mesmo com os motores Ford e J.J. Lehto como companheiro de equipe de Michael Schumacher. Porém, os destaques iam para as despedidas.

Riccardo Patrese e Derek Warwick, pilotos de destaque nos anos 80, fariam suas últimas corridas na F1 em Adelaide. Muito rápidos e carismáticos, Patrese e, principalmente, Warwick tiveram oportunidades de andar em equipes grandes, mas sempre na hora errada, ora por uma má temporada da equipe, ora por ter um excelente piloto ao lado. Contudo, no quesito despedida, o destaque vai para Alain Prost. Após um ano fora da F1, o francês voltou a categoria para se tornar o único tetracampeão mundial e com sua maestria, combinado com o excelente modelo Williams FW15, Prost venceu um campeonato que já parecia seu desde antes da temporada começar de verdade.

As últimas corridas viram um certo reequilíbrio de forças, com McLaren e Ferrari se aproximando da Williams, mas havia mais coisa em jogo. McLaren e Ferrari estavam empatadas em número de vitórias e queriam desempatar em Adelaide, apesar da força da Williams. Senna, se despedindo da equipe que lhe deu os seus três títulos, queria sair por cima e logo de cara, conseguiu algo inédito até então: tirar a pole de um piloto da Williams. Nitidamente inferior neste final de semana, a Ferrari estava mais atrás e pouco podia fazer para melhorar sua situação.

Grid:
1) Senna (McLaren) - 1:13.371
2) Prost (Williams) - 1:13.807
3) Hill (Williams) - 1:13.826
4) Schumacher (Benetton) - 1:14.098
5) Hakkinen (McLaren) - 1:14.106
6) Berger (Ferrari) - 1:14.194
7) Alesi (Ferrari) - 1:15.332
8) Brundle (Ligier) - 1:16.022
9) Patrese (Benetton) - 1:16.077
10) Suzuki (Footwork) - 1:16.079

O dia 7 de novembro de 1993 estava ensolarado em Adelaide e a perpectiva era grande para um final de temporada tranqüilo, mas nem por isso, menos importante. Contudo, houve duas tentativas abortadas de largadas. Primeiro, quem deixou o motor morrer foi Ukyo Katayama, para ser seguido na tentativa seguinte por Eddie Irvine, que tinha conseguido um lugar na Jordan graças a sua atuação em Suzuka e o dinheiro dos seus patrocinadores. No entanto, havia algo mais importante a ser destacado. Pela última vez na história da F1, Senna e Prost dividiriam a primeira curva de uma corrida. Uma cena simplesmente histórica!

Ao contrário de outras disputas, Senna e Prost largam limpo e contornam a primeira curva calmamente em primeiro e segundo. Lá atrás, Alessandro Zanardi rodava na frente do pelotão, mas o único problema para o italiano foi o grande susto que tomou, mas seu carro ficou atravessado no local do incidente. Lá na frente, Senna e Prost disparavam na frente, enquanto Hill era pressionado por Schumacher. O alemão da Benetton tentava colocar pressão em Hill, mas de forma surpreendente, Schumacher foi aos boxes já na volta 15, trocando os seus pneus. Apesar da troca rápida (4.81s), o alemão parou logo depois com um problema no motor Ford. Senna e Prost andavam próximos um ao outro, com a diferença nunca superior a 2s, mas não havia uma grande pressão do francês. Após anos de brigas dentro e fora das pistas, os dois pareciam querer terminar a rivalidade em paz.

Hill é o primeiros dos líderes a parar e o inglês volta logo atrás da McLaren de Hakkinen, mas o finlandês tinha problemas de superaquecimento no motor Ford e três voltas depois foi ultrapassado. Quando Senna e Prost fizeram suas paradas, o brasileiro começou a aumentar sua vantagem, enquanto Prost perdia rendimento com um set de pneus não tão bom. O resultado era que Hill se aproximava paulatinamente do companheiro de equipe e logo estava pressionando o francês. Usando sua experiência, Prost dava um show de como segurar uma posição. Como resultado, Hill acabou errando bizonhamente na saída do hairpin após a reta Brabham e deixou seu Williams em posição perigosa. Mais perigosa ainda foi sua volta, quase atingindo um Ligier. Com as posições definidas, Senna e Prost apenas levaram seus carros rumo a uma bandeirada especial.

Senna se despedia em grande estilo da McLaren e pôde ver, de camarote, a despedida do seu maior rival. Prost era odiado no Brasil, mas o tempo nos fez entender que o francês era um grande campeão e merecia todas as homenagens reverenciadas por Senna durante o pódio. Era o fim de uma grande inimizade e o início de uma rápida amizade. Senna desempatava o ranking de vitórias entre as equipes a favor da McLaren, conquistava sua vitória de número 41, mas o que ninguém imaginava naquele final de ano, com Senna confirmado no carro de outro planeta da Williams, que aquela era a última vitória do mito brasileiro...

Chegada:
1) Senna
2) Prost
3) Hill
4) Alesi
5) Berger
6) Brundle

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