Após a dominação da Lotus em 1978, não foi surpresa ver as demais equipes copiarem a nova obra-prima de Colin Chapman para 1979. O carro-asa era a nova sensação da temporada vindoura e todas as equipes sabiam que, se quizessem vencer em 1979, teriam que introduzir o efeito-solo em seus carros novos. Sabendo que seria copiado por todo o grid, Chapman tentou aperfeiçoar ainda mais a sua invenção e o novo Lotus 80 teria a teoria do carro-asa levado ao extremo. Mesmo tendo ainda o campeão Mario Andretti, a Lotus ainda sofria com a morte de Ronnie Peterson no final da temporada, mesmo já tendo contratado o argentino Carlos Reutemann para o lugar do sueco. Outra mudança importante era a saída do tradicional patrocinador John Player Special para a entrada da Martini, Olympus e a petroleira Essex Petroleum.
Para as demais equipes, só restavam copiar o carro vencedor da Lotus. Outras, nem tanto. Uma das poucas equipes a enfrentar o poderio da Lotus em 1978, a Ferrari apostou na potência do motor flat-12 no lugar de investir mais fortemente no carro-asa, muito provocado pela largura do motor, que prejudicava o modelo 312T4. Para o lugar de Reutemann, a Ferrari tiha trazido Jody Scheckter como companheiro do atrevido Gilles Villeneuve, que havia vencido a última etapa da temporada anterior. Uma das equipes a mais sentirem a morte de Peterson foi a McLaren, pois a mesma tinha contratado o sueco para 1979, mas com o falecimento do sueco, a equipe trouxe John Watson, que tinha sido despedido da Brabham e foi substituído por um jovem brasileiro que tinha acabado de ser campeão inglês de F3 e faria sua primeira temporada completa na F1 ao lado de Niki Lauda. O nome dele era Nelson Piquet. Após anos na McLaren, James Hunt se mudava para a Wolf, seduzido pelo projeto de Harvey Postlethwaite, mas a equipe canadense começava a sofrer com a falta de dinheiro.
Três equipes ampliavam sua participação na F1. A Ligier daria a Jacques Laffite a companhia de Patrick Depailler e o motor Cosworth. A Williams, em claro crescimento, dava um carro a Clay Regazzoni ao lado de Alan Jones. A Renault fazia uma parceria toda francesa com Jean-Pierre Jabouille e o novato René Arnoux. O motor turbo da equipe francesa era o mais observado na temporada. Sem dinheiro, a Tyrrell simplesmente copiou o Lotus de 1978 e trouxe o piloto que substituiu Peterson nas corridas finais pela equipe campeã, Jean-Pierre Jarier, que correria ao lado de Didier Pironi. Com um carro ainda mais aperfeiçoado, todos esperavam uma dominação da Lotus, mas quem se sobressaiu, para surpresa de todos, foi a Ligier, que dominou a primeira fila. Fazendo as honras da casa, Carlos Reutemann ficou em terceiro e logo de cara superou o campeão Andretti, enquanto Jarier mostrava o quanto o carro da Lotus era bom, ao levar seu Tyrrell a segunda fila.
Grid:
1) Laffite (Ligier) - 1:44.20
2) Depailler (Ligier) - 1:45.24
3) Reutemann (Lotus) - 1:45.34
4) Jarier (Tyrrell) - 1:45.36
5) Scheckter (Ferrari) - 1:45.58
6) Watson (McLaren) - 1:45.76
7) Andretti (Lotus) - 1:45.96
8) Pironi (Tyrrell) - 1:46.43
9) Tambay (McLaren) - 1:46.56
10) Villeneuve (Ferrari) - 1:46.88
O dia 21 de janeiro de 1979 começou com sol e calor. Na largada, os dois Ligiers dispararam à frente do pelotão, mas algumas voltas depois, a confusão se instalou. Watson e Scheckter brigavam pela quinta posição quando colidiram numa curva, levantando muita poeira e o resultado foi um acidente múltiplo, com vários carros envolvidos e a bandeira vermelha mostrada. Todos se lembraram da carambola de Monza, mas não houve nada demais com os acidentados, mas ainda assim havia feridos. Scheckter foi atingido por um carro e acabou lesionando sua mão direita, enquanto Nelson Piquet tinha quebrado o seu pé. O brasileiro foi socorrido pelo seu companheiro de equipe Lauda e não participaria da segunda largada, assim com Scheckter. Como as duas McLarens estavam envolvidas no incidente, Teddy Mayer preferiu deixar Patrick Tambay de fora e deu o carro reserva para Watson.
Com nada menos do que seis carros faltando do grid original, a segunda largada foi dada e o pelo Laffite foi infeliz na largada. Depailler pulou na frente e levou Jarier e Watson consigo, deixando Laffite em quarto. Porém, no final da segunda volta, a Tyrrell de Jarier já tinha sido ultrapassado por Watson e Laffite e perderia várias posições ao longo das voltas, enquanto Laffite pressionava a McLaren de Watson. Laffite levou apenas três voltas para ultrapassar o irlandês e partiu para cima do seu companheiro de equipe. Com o carro mais rápido do final de semana, Laffite já liderava a corrida no final da décima volta e por lá ficaria até o final da tarde.
Com as posições estabelecidas, os Ligiers começaram a disprarar na frente do resto, enquanto Watson era alcançado pelas Lotus, primeiro por Andretti, depois por Reutemann. Fazendo a alegria da torcida, o argentino ultrapassou Watson na volta 15 e para animar ainda mais a multidão, Depailler começou a ter problemas de ignição e Reutemann começou a encostar na Ligier. Mais atrás, Emerson Fittipaldi ainda mostrava da sua magia ao levar seu Fittipaldi a sexta posição ao ultrapassar a poderosa Ferrari de Gilles Villeneuve, o que levaria ao brasileiro pontuar logo na primeira corrida do ano com o F5A. A Ferrari ainda não mostraria sua força nesse começo de temporada e corrida fica estática.
Com os seus problemas só piorando, Depailler é facilmente ultrapassado por Reutemann já nas últimas voltas após segurar o argentino por muito tempo. Duas voltas depois, o francês é deixado para trás por Watson, mas o piloto da Ligier permaneceria em quarto. O campeão Mario Andretti fazia uma corrida irreconhecível pela Lotus e ficou num longuínquo quinto lugar, uma volta atrás do vencedor Laffite, que tinha feito uma corrida com tamanha dominação, que parecia o próprio Andretti no ano anterior. Todos na F1 pensaram na possibilidade da Ligier ocupar o lugar da Lotus como equipe dominante na temporada e que Laffite seria um tranqüilo campeão. Os meses seguintes mostrariam que não.
Chegada:
1) Laffite
2) Reutemann
3) Watson
4) Depailler
5) Andretti
6) Fittipaldi
E a gente achando que os argentinos nunca tiveram nada de bom né?
ResponderExcluirTai o Gp deles pra nos provar o contrario.
Tenho certeza de já ouvi alguém dizer,acho que foi o Piquet,que os carros da Ligier só estavam na frente dos outros no começo daquela temporada porque era um carro simples e que as outras equipes,que estavam com carros totalmente diferentes,ainda estavam aperfeiçoando os seus novos carros.
ResponderExcluirRealmente a teoria(acho que do Piquet) estava certa,e a Ligier foi perdendo rendimento no decorrer da temporada.