quinta-feira, 30 de maio de 2013

Sem cortes

Outra edição histórica das 500 Milhas se deu há vinte anos atrás, com vitória convincente de Emerson Fittipaldi, derrotando outros grandes pilotos como Arie Luyendyk, Nigel Mansell e Raul Boesel. Detalhe para a narração esgoelada de Teo José e a propaganda de Nelson Piquet no comecinho do vídeo.

A Corrida da morte

Quarenta anos atrás realizava-se uma edição das 500 Milhas marcada por tristeza lembrança de todos. Foram três mortes e doze feridos gravemente ao longo do mês de maio de 1973. Era uma era em que os pilotos enfrentavam o solo sagrado de Indianápolis com carros rapidíssimos, mas com gasolina até o talo no tanque e a segurança beirando a precariedade. Porém, a época permitia e até incentivava esse tipo de loucura, onde grandes pilotos como Johnny Rutherford, Bobby e Al Unser, Mark Donohue, Mario Andretti e A.J. Foyt arriscavam seus pescoços pelo prêmio máximo de vencer em Indianápolis, além do milhão de dólares do qual o vencedor tinha direito.

Porém, antes mesmo da bandeira verde aquela edição seria sinistra, com a morte de veterano Art Pollard durante os treinos, 47º vítima até então de Indianápolis. Piloto mais velho na época, com 46 anos, Pollard morreu na hora quando estampou seu carro na curva 1, capotou logo em seguida e se incendiou. Rutheford ficou com a pole em seu McLaren-Offenhauser, mas os grandes favoritos eram os carros Eagle. No dia 28 de maio, a segunda-feira do final de semana do Memorial Day, estava muito nublado e a largada já havia sido atrasada pela insistente chuva. Para piorar, havia perspectiva real de mais chuva naquele restante de tarde, porém um enorme acidente na largada fez com que a programação atrasasse, a esperada chuva deu finalmente as caras e a corrida foi adiada em um dia.

O americano Salt Walther largava em 17º quando foi tocado por Jerry Grant. O McLaren de Walther foi jogado contra a cerca de segurança e com tanques cheios, espalhou gasolina para o público que estava próximo do local do acidente, ferindo seriamente onze pessoas. Com a pista encharcada de gasolina, vários carros derraparam bateram, totalizando nove carros acidentados, mas o caso mais sério era mesmo de Walther, que para deixar a sua situação mais dramática, além do fogo, a frente do seu carro foi arrancada e seus pés ficaram expostos. Com a pista cheia de detritos e a chuva caindo forte, a corrida foi adiada para terça-feira, mas o clima em Indianápolis estava ainda pior naquele dia, incluindo um nevoeiro e a prova foi para a quarta-feira.

Os pilotos já estavam apreensivos e os torcedores cansados. A corrida já era conhecida como as 72 Horas de Indianápolis. E para piorar, a quarta-feira amanheceu chovendo novamente, mas por volta do meio dia a chuva parou e a segunda largada foi dada às duas horas de tarde. Bobby Unser dominou o início da prova até seu Eagle quebrar. Quem assumiu a liderança foi a nova promessa do automobilismo americano e discípulo de Dan Gurney, o jovem Swede Savage, de 26 anos. Com o estilo de James Hunt, o californiano Savage era um piloto bastante promissor e tinha tudo para seguir os passos do seu tutor. Na volta 57 Savage fez seu pit-stop normalmente e encheu seu tanque de combustível. Porém, duas voltas mais tarde, Savage perdeu o controle do seu carro na saída da curva quatro e foi em direção ao muro externo. O acidente foi violentíssimo, com o Eagle se desintegrando e explodindo em chamas. Imediatamente os pilotos que vinham atrás pararam seus carros, enquanto o socorro era feito. Apesar da severidade do acidente, Savage estava consciente e tentou sair do carro sozinho, mas seu estado era crítico, com várias queimaduras pelo seu corpo. Para completar a tragédia, o jovem Aramando Teran, mecânico da equipe Patrick, de Savage, vendo a violência do acidente, correu em direção ao local do acidente, mas acabou atingido por um carros dos bombeiros, o matando na hora.

A corrida foi interrompida para a pista ser limpa e quando a terceira largada foi dada, Gordon Johncock, companheiro de equipe de Savage, foi o vencedor da prova, que não teve suas 500 Milhas completadas por causa de outra pancada de chuva. Cansados e horrorizados, a Indy juntou os cacos de uma edição histórica e aprendeu várias lições. Os tanques de combustíveis foram diminuídos na tentativa de diminuir os incêndios que caracterizou a Indy 500 de 1973. Outra modificação se deu no muro externo da curva 4, que teve seu ângulo mudado para evitar outro acidente como o de Savage. Suspeitou-se de um problema no pneu Firestone de Savage na época e com isso a fabricante Firestone abandonou a Indy por mais de vinte anos. Porém, a tragédia daquela edição não havia terminado. Swede Savage ficou vários dias internado no hospital Metodista em estado grave e acabaria falecendo 33 dias por problemas em seu tratamento.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Dor de cotovelo

Neste domingo Tony Kanaan mostrou que um piloto, mesmo sem ter passado pela F1, apesar de ser um sonho seu de infância, pode ser feliz e curtir seu momento de glória com uma vitória marcante nas 500 Milhas de Indianápolis. O baiano está curtindo seu momento, mesmo com as dificuldades de patrocínio de sua equipe e parece feliz pelo o que fez até agora na carreira.

Porém, hoje vejo o que Helio Castoneves falou sobre F1. Primeiro, ele nunca teve talento para chegar lá, mas vamos ao que ele falou à revista Forbes. “Parece um negócio de Hollywood e é exatamente o que é. Hoje respeito provavelmente apenas cinco pilotos. Alonso, Felipe Massa é um amigo meu, Schumacher. Schumacher não corre mais. Diria Sebastian Vettel. Até Mark Webber é um bom piloto.Só gosto de alguns pilotos que você pode contar nos dedos. O resto é um grupo de garotos mimados”.

Primeiro, falando isso Helio dá um tiro no próprio pé, pois o nível de pilotos da F1 é MUITO superior ao da Indy. Ele disse que respeita apenas cinco pilotos na F1? Quem seria respeitável na Indy? Marco Andretti? Josef Newgarden? Bia Figueiredo? O próprio Helio seria respeitado na F1? O cara tem três 500 Milhas de Indianápolis na carreira, corre há 13 anos numa equipe como a Penske e parece um piloto frustrado por nunca ter realizado o sonho de sua infância e se comporta como... um garoto mimado! 

Desde que conquistou sua terceira vitória no circuito de Indiana, torço para que Castroneves não vença mais, pois seria um insulto que um piloto como ele, com mais sorte e mídia do que talento, se junte a lendas como A.J. Foyt, Al Unser Sr e Rick Mears como os maiores vencedores das 500 Milhas. F1 não significa tudo na vida de um piloto. Basta Helio Castroneves se inspirar em Tony Kanaan e colocar gelo em seu cotovelo!

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Figura(MON): Nico Rosberg

Observando o tratamento que lhe é dirigido pela Mercedes, Nico tinha tudo para esmorecer e fazer apenas seu papel de mero segundo piloto. Desde que chegou à equipe em 2010, o alemão sempre se viu ao lado de uma estrela como possível primeiro piloto. Inicialmente Michael Schumacher foi tirado de sua aposentadoria para liderar os esforços da Mercedes para voltar a vencer, sozinha, na F1 após quase 60 anos. Nico superou o heptacampeão com certa facilidade nas três temporadas em que correram juntos. Com Michael voltando à sua poltrona de aposentado, a Mercedes tira da McLaren à peso de ouro Lewis Hamilton para ser seu primeiro piloto a partir de 2013. Dono de uma velocidade fenomenal, Lewis tinha tudo para sobrepujar seu amigo do kart, Nico Rosberg. Porém, o alemão não pensou assim. Mostrando a mesma gana e velocidade que o fez derrotar Schumacher, Nico não se intimidou pela presença do badalado Lewis Hamilton e conseguiu sua terceira pole consecutiva, deixando o inglês chupando o dedo mais uma vez. Se nas outras duas poles Rosberg foi prejudicado pelo apetite dos carros prateados pelos pneus Pirelli, em Monte Carlo o alemão foi perfeito na administração da borracha italiana e soube ser rápido quando era necessário. De ponta a ponta, Nico Rosberg não teve em nenhum momento sua vitória ameaçada e exatos trinta anos após o triunfo do seu pai, Nico venceu em Mônaco, coincidentemente, também seu segunda vitória na carreira, como havia acontecido com Keke em 1983. Mesmo ainda atrás de Hamilton no campeonato, Nico teve a primazia de ser o primeiro piloto a vencer este ano na Mercedes e deixando as polêmicas dos testes secretos de lado, Rosberg já está deixando sua marca como um dos grandes pilotos da atualidade.  

Figurão(MON): Ferrari

Após a euforia pela excelente resultado em Barcelona, a depressão apenas duas semanas depois no principado de Mônaco. Assim pode se resumir o que aconteceu na Ferrari nos últimos quinze dias. Vindo de um duplo pódio no circuito de Montmeló, lugar onde a aerodinâmica é tudo, a Ferrari chegou à Monte Carlo confiante em repetir alguns bons resultados anteriores, quando o time de Maranello não tinha uma grande eficiência aerodinâmica e se salvava pela eficiência mecânica dos seus carros, algo que em Monte Carlo é bastante importante. Porém, como que sendo contra a todos os prognósticos, a Ferrari sofreu o pão que o diabo amassou nas apertadas ruas do principado e ainda saiu com sua confiabilidade arranhada pelos dois acidentes gêmeos que fez Felipe Massa ir ao hospital no domingo. Porém, o pior é que até o momento não se sabe as causas exatas de Felipe ter se estatelado no guard-rail da entrada da Saint Devote sem motivos aparentes. Já Fernando Alonso repetiu suas classificações onde não luta pela pole, mas desconta nos domingos com um ritmo de corrida arrasador. Porém, o asturiano só repetiu a primeira parte, pois no domingo o ritmo de sua Ferrari não foi capaz do espanhol sequer brigar pelo pódio e ainda se viu ultrapassado, na pista, três vezes. Com o sétimo lugar de Alonso, a diferença para o líder Vettel cresceu exponencialmente e sem a confiabilidade necessária para enfrentar os carros da Red Bull, será difícil a Ferrari lutar com Alonso pelo título.

domingo, 26 de maio de 2013

Grande TK

Dos atuais pilotos brasileiros, não importando a categoria, se tem um que admiro profundamente é Tony Kanaan. O baiano parece ser humilde fora das pistas e tem uma garra enorme dentro delas. Campeão em 2004 da Indy, foi demitido da Andretti-Green de forma meio inexplicável em 2010 e junto com seu amigo Jimmy Vasser, praticamente refez a pequena equipe KV desde então. Kanaan nunca escondeu que sempre sonhou em vencer as 500 Milhas de Indianápolis e as batidas na trave ao longo desses anos todos de tentativas em vão explicam um pouco o porquê. Porém, após doze participações, Kanaan finalmente marcou o gol e subiu ao Victory Lane para beber o famoso leite da vitória!

Foi uma corrida atípica hoje em Indiana. Foram cinco bandeiras amarelas, sendo duas nas voltas finais, significando uma série bem rara de cem voltas (ou mais, não fiz as contas...) em bandeira verde. Outro detalhe é algo que incomoda muita gente na F1 e que hoje apareceu com força na Indy. Olhando de forma sistêmica, ficar em primeiro por muito tempo durante a corrida significava consumir mais combustível e antecipar sua parada, perdendo posições quando a rodada de paradas estivesse completa. Isso significou um ritmo lento de corrida, com pilotos chegando a frear bem antes das curvas 1 ou 4 para não assumir a ponta! Isso significou também que não houve muitos retardatários e vários pilotos terminaram na mesma volta do líder. Tanto que Felipe Giaffone fazia questão de 'destacar' a corrida de Bia Figueiredo. Ela podia estar em 24º, mas andava no mesmo ritmo dos líderes.... Ok, mas o companheiro de equipe dela terminou em quinto!

Voltando à briga pela vitória, a corrida se resumiu a uma briga particular entre os carros da Andretti, Penske, Tony Kanaan e o surpreendente pole Ed Carpenter, terrível nos mistos, mas um especialista em ovais. O time capitaneado por Michael Andretti dominou o mês de maio e não foi surpresa ver seus carros (cinco no total) liderando na corrida. A Penske usou a tradição para colocar Castroneves no top-5 e um surpreendente novato A.J. Allmendinger liderando por várias voltas. E finalmente Tony. Já na largada o baiano mostrou suas garras ao ganhar muitas posições e se meter na briga pela ponta com equipes bem mais estruturadas que a sua. E falando em equipes grandes, a Ganassi foi a grande decepção do dia e sofrendo com o motor Honda, esteve longe da vitória. Foram 190 voltas de constante mudanças de posições até a penúltima bandeira amarela, causada por Graham Rahal.

Nesse momento a situação tinha Ryan Hunter-Reay na ponta e Tony Kanaan logo atrás, fazendo até mesmo pressão psicológica durante a bandeira amarela. Porém, Hunter-Reay tinha como trunfos seus companheiros de equipe Marco Andretti e Carlos Muñoz, jovem colombiano e revelação desta edição de 500 Milhas, para ajuda-lo. Por ironia do destino, seria Tony contra sua antiga equipe. A bandeira verde foi acenada faltando três voltas e a relargada provou-se decisiva. Grande largador, uma de suas maiores características, Kanaan assumiu a ponta frente ao batalhão de carros da Andretti e quando já estava no meio da reta oposta, seu amigo Dario Franchitti estampou seu carro entre as curvas 1 e 2. Era o sonho se tornando realidade!

Tony Kanaan se tornou o quarto brasileiro a vencer em Indiana e o primeiro nordestino a fazê-lo. Com uma história que mereceria um filme, o bom baiano superou todas as adversidades e assegurou seu nome definitivamente na história do automobilismo brasileiro.

Trinta anos depois...

É muito incomum uma família ter sucesso com pai e filho, mas exemplos não faltam e o exemplo mais explícito é Graham e Damon Hill, único caso de pai e filho campeões mundiais. Pois hoje em Monte Carlo algo muito parecido ocorreu com a vitória de Nico Rosberg exatamente trinta anos após o triunfo do seu pai Keke na mesma pista monegasca. O piloto da Mercedes superou os sérios problemas de pneus que sua equipe sofreu nas últimas vezes em que foi pole e acertando na estratégia de uma corrida tumultuada, de onde tudo aconteceu. Tão tumultuada que a Mercedes acabou perdendo a dobradinha para a Red Bull por causa de uma das intervenções do safety-car, mas Sebastian Vettel comemorará tanto quanto o compatriota os resultados em Mônaco pela má posição dos seus rivais pelo título.

A corrida em Monte Carlo lembrou muito as provas em que os pilotos andavam claramente bem abaixo do potencial do carro para conservar pneus. Carros andando em fila indiana e com tempos bem abaixo da pole na tentativa de valer funcionar a estratégia ao longo da corrida. Faltava a centelha para fazer a corrida pegar fogo e ela veio pelo forte acidente de Felipe Massa. Esse foi o único momento de sobressalto na corrida da Mercedes. Nesse momento, Rosberg e Hamilton lideravam a corrida com incrível tranquilidade, principalmente pelo histórico recente da equipe em destruir pneus ainda nas primeiras voltas. Quando Felipe bateu forte e o safety-car foi à pista, a Mercedes eram os últimos carros na pista a trocar de pneus, mas isso acabou prejudicando Hamilton, que teve de diminuir o ritmo para dar tempo ao líder Rosberg fazer sua parada sem problemas. Agora com os dois carros da Red Bull em seu encalço, Rosberg não esmoreceu e manteve um ritmo forte o suficiente para não ser atacado e vencer com tranquilidade, a primeira em 2013 e a segunda na carreira. Ano passado Rosberg venceu na China com a mesma propriedade de hoje, mas o tempo provou que o triunfo do germânico foi mais ocasional e a meta de Nico é que isso não repita esse ano, apesar de que a tendência seja essa, vide sua posição no campeonato, apenas sexto. Com a perca de tempo nos boxes, Hamilton tentou correr atrás do prejuízo e partiu para cima de Webber, inclusive com uma tentativa de ultrapassagem quase impossível na Rascasse. O inglês acabou se conformando com a quarta posição e a situação inédita e incômoda de ser superado pelo companheiro de equipe, mesmo Rosberg sendo amigo de Lewis. Porém, antes da prova surgiu a notícia de que a Mercedes teria feito um teste secreto com a Pirelli e a vitória de hoje porá ainda mais fogo na polêmica, já que as demais equipes já protestaram antes mesma da vitória enfática de Rosberg.

Ocupando as demais posições no pódio, definitivamente a Red Bull não tem do que reclamar olhando de forma sistêmica. Seu principal piloto, Vettel, conseguiu abrir mais de vinte pontos com relação aos seus rivais no Mundial de Pilotos, enquanto seus rivais mais diretos no Mundial de Construtores, Ferrari e Lotus, tiveram finais de semana esquecíveis. A todo momento Vettel e Webber fizeram uma corrida para chegar, sem grandes arroubos de velocidade, mesmo com a melhor volta final de Vettel. Após sua vitória categórica em Barcelona, a Ferrari voltou a estaca zero com uma corrida totalmente sem brilho, onde aliou falta de velocidade e falta de sorte. Alonso nunca brigou pela vitória ou sequer pelo pódio, ficando no meio do pelotão e ainda sendo ultrapassado por Sutil, Pérez e Button, algo que levando-se em conta de se tratar de Monte Carlo, deve ser algo inédito para um piloto da Ferrari! Já a sorte faltou pelo forte acidente de Felipe Massa durante a corrida, um copycat do acidente de ontem nos treinos. O mais preocupante não foi a similaridade, mas por que ninguém até explicou o que aconteceu da Ferrari sair do controle de Felipe de forma tão abrupta. Raikkonen fazia sua corrida arroz-com-feijão até ser atingido por Sérgio Pérez e iniciar uma corrida empolgante de recuperação que o fez subir de 16º para 10º em pouquíssimas voltas, fazendo com que o finlandês ficasse mais perto de igualar o recorde de Schumacher de corridas seguidas nos pontos. Como Kimi pouco liga para essas coisas, ele deve estar mais preocupado com a distância aumentada para Vettel no campeonato e falar mal de Sérgio Pérez.

Aqui, um detalhe negativo na transmissão da corrida. Em tempos de Copa do Mundo no Brasil, a Globo estará cada vez mais ufanista e elevar isso ao extremo nos próximos tempos, tendo cada vez mais ojeriza com os estrangeiros. Fazendo um pouquinho de imaginação, vamos fazer de conta que Sérgio Pérez fosse brasileiro. Com certeza ele teria sido contratado pela McLaren pelo seu talento e sua agressividade na corrida de hoje em Monte Carlo seria exaltada como a tradição brasileira de ir para cima de tudo e todos, com o objetivo de conseguir a vitória e levar a bandeira brasileira ao degrau mais alto do pódio, fazendo tocar a musiquinha que tanto emocionou as nossas manhãs de domingo com o grande, inigualável e salve-salve Ayrton Senna. Porém, Pérez é mexicano. Por causa disso, Galvão Bueno prefere lembrar que Sérgio só está na McLaren por causa dos seus patrocinadores. Que a corrida de hoje vai para o saldo negativo do mexicano e que ele merece ser punido, pois ele não tem juízo....

Após corridas azaradas, Adrian Sutil fez uma corrida monumental em seu Force India ao ultrapassar Button e Alonso na apertada curva Lowes e chegar ao quinto lugar, sua melhor posição na carreira, enquanto Paul di Resta, largando mais atrás, não ficou muito atrás, ultrapassando Felipe Massa e Esteban Gutierrez na St Devote. Uma excelente prova da equipe hindu, com Sutil provando que seu tempo fora da F1 não diminuiu seu ímpeto e velocidade. Button fez uma corrida mais conservadora e mesmo tendo se enganchado com Pérez novamente, o inglês saiu sem problemas (e reclamações) para um bom sexto lugar, vide que sua McLaren ainda não atingiu o nível da história da equipe. Com o belo capacete de François Cevert, Jean-Eric Vergne conseguiu marcar pontos numa prova onde sempre andou na zona de pontuação, ao contrário do seu companheiro de equipe Daniel Ricciardo, que acabou atropelado por um destrambelhado Romain Grosjean, que conseguiu bater quatro vezes no final de semana, lembrando seus piores momentos de 2012. Hulkenberg esteve a ponto de marcar mais um pontinho, mas acabou ultrapassado na última volta por Raikkonen e continua com a má fase da Sauber, o mesmo ocorrendo com a Williams. Causador da bandeira vermelha que interrompeu a prova, Pastor Maldonado esteve hilário ao pedir punição a Chilton aos comissários de pista. Mesmo tendo razão em cobrar isso a Max Chilton, numa manobra para lá de desastrada do inglês, Pastor tem moral para isso?

A corrida de hoje pode ser o marco de vários acontecimentos. Política, pela vitória da Mercedes horas depois da descoberta do teste secreto, deixando as demais equipes injuriadas, fazendo com que uma crise surja no seio da F1. E por isso mesmo, com a Mercedes conseguindo uma vantagem significativa a ponto de fazer com que brigue mais vezes, não apenas pela pole, como também pela vitória. Além de Vettel ter podido abrir uma diferença que pode ser decisiva em sua luta pelo tetra. A corrida começou morna, mas pegou fogo no final, menos na ponta, onde Nico Rosberg repetiu o feito do seu pai trinta depois.

sábado, 25 de maio de 2013

Cartas na mesa

Uma classificação em Mônaco sempre é importante e emocionante pelas características únicas do circuito no quintal dos Grimaldi, mas essas características aumentam consideravelmente quando a chuva se faz presente e foi exatamente o que aconteceu no treino de hoje, onde a zebra rondou a pista monegasca, mas o grid foi bem de acordo com a temporada 2013.

Mercedes e Red Bull dominando as duas primeiras filas não é algo inédito em 2013, ainda mais com Raikkonen e Alonso ficando logo atrás deles. Porém, até lá, muita coisa aconteceu em Monte Carlo. A chuva fina fez com que o Q1 e o Q2 fosse empolgante, com a pista mudando a todo momento e os pilotos se equilibrando na pista úmida e perigosa. Nico Rosberg garantiu sua terceira pole consecutiva e sua volta de aceleração, comemorando bastante, mostra que em Mônaco a tendência de uma corrida mais consistente do que as duas poles anteriores é uma possibilidade bem real. Se a Mercedes perdeu rendimento de forma acentuada no Bahrein e na Espanha, o desgaste dos pneus em Mônaco foi bem menor do que nos circuitos citados e a tendência é que a Mercedes, notória devoradora de pneus, consiga se manter mais tempo na ponta. Quem sabe, até o final. Lewis Hamilton é que deve estar começando a ficar incomodado em ver Rosberg sempre largando à sua frente, algo que o inglês nunca esteve muito acostumado.

Depois de muito tempo Mark Webber conseguiu andar no ritmo de Sebastian Vettel e ainda assim foi superado, por muito pouco, pelo alemão. Para melhorar, Vettel largará à frente dos seus principais rivais pelo título deste ano. A Ferrari teve um sábado muito ruim, com o forte acidente de Felipe Massa o deixando de fora dos treinos, enquanto Alonso tomou quase 1s da Mercedes. Se nos circuitos em que os pneus desgastam isso não significava muito, em Mônaco a tendência é que o espanhol sofra nas primeiras voltas de não conseguir ultrapassar e ficar atrás de Vettel. Já a Lotus manteve seu ritmo mediano nos treinos, porém, Romain Grosjean voltou aos seus tempos de maluquinho ao bater três vezes até agora. A McLaren levou seus dois pilotos ao Q3 e mostrando crescimento, Sérgio Pérez superou novamente Button, enquanto a Williams pareceu perder uma grande chance de aparecer por causa de um erro de Maldonado, que sempre anda bem em Mônaco. Grande destaque das equipes nanicas foi Giedo van der Garde. Considerado o pior piloto das nanicas, o holandês da Caterham conseguiu desbancar Paul di Resta do Q2 e em determinados momentos, principalmente quando a pista estava mais úmida, conseguiu colocar seu carro até em sexto!

A previsão para amanhã é de sol, o que ajudaria Mercedes e Red Bull, que não devem estar querendo muitas variáveis para este domingo. Se o desgaste dos pneus realmente não for muito grande, a Mercedes pode finalmente brigar pela vitória, mas nunca devemos nos esquecer que nos últimos três anos a Red Bull está invicta em Mônaco.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Four-wide

Ainda com as corridas americanas na cabeça, algumas pistas proporcionam disputam com três lado a lado (o three wide) de forma tão emocionante como perigosa. Na prova da Indy Lights, em Indianápolis, a bandeirada foi decidida num four wide para entrar para a história.

Big one

Na Nascar, o termo 'Big One' se refere aos grandes acidentes que ocorrem normalmente nos ovais de Talladega e Daytona, onde vários carros batem de forma espetacular. Pois no lugar mais antagônico do mundo em relação as esses super-ovais, a GP2 mostrou um verdadeiro Big One.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Queda sincronizada

Durante a corrida da Moto2 em Le Mans, uma nova modalidade foi criada pelos companheiros de equipe Pol Espargaró e Esteve Rabat: queda sincronizada!

terça-feira, 21 de maio de 2013

História: 35 anos do Grande Prêmio da Bélgica de 1978

Para o Grande Prêmio da Bélgica de 1978, Colin Chapman estrearia seu novo carro, o Lotus 79 ou MK4. O modelo anterior, o 78, já tinha mostrado muito potencial e um ano antes Mario Andretti havia feito a pole em Zolder com uma boa vantagem sobre o segundo colocado, mas foi o próprio ítalo-americano quem deu mostras de tamanha era a diferença do carro novo para o antigo. 'Andando com este carro, o modelo anterior parece um ônibus londrino'. O carro teria a novidade da época, o efeito-solo, ainda mais aperfeiçoado e com isso, os problemas de tração do antigo da carro da Lotus estavam praticamente resolvidos. O que ninguém sabia naquele final de maio de 1978 era que a história estava sendo contada a partir daquele momento.

O potencial do novo Lotus 79 fica claro quando Mario Andretti repete a dose e marca a pole-position com quase 1s de vantagem sobre a Ferrari de Carlos Reutemann. Ronnie Peterson ainda estaria correndo com o velho Lotus 78 e a diferença abissal de 1.72s mostrava muito bem a diferença entre os dois carros. Porém, por muito pouco Andretti não consegue essa pole histórica. Não se esquecendo de suas origens, Mario tentou convencer Colin Chapman a participar do Pole Day em Indianápolis naquele mesmo sábado, onde gastaria 100 mil dólares para comprar uma passagem de ida-e-volta num Concorde para ainda participar da corrida. Chapman convence Andretti que aquilo era muito cansativo, além de ser uma loucura! Um acidente forte de Alan Jones no sábado deixou todos assustados, mas o australiano da Williams correria normalmente no domingo, mesmo com o braço direito com uma forte luxação. Emerson teve sérios problemas com seu Copersucar, mas como ele era um dos oito pilotos a usarem os pneus especiais de treino da Goodyear (os outros eram Niki Lauda, John Watson, Mario Andretti, Ronnie Peterson, Jody Scheckter, James Hunt e Patrick Depailler), o brasileiro ainda conseguiu um bom 15º lugar. Mas que iria lhe proporcionar a corrida mais curta de sua carreira no domingo.

Grid:
1) Andretti (Lotus) - 1:20.90
2) Reutemann (Ferrari) - 1:21.69
3) Lauda (Brabham) - 1:21.70
4) Villeneuve (Ferrari) - 1:21.77
5) Scheckter (Wolf) - 1:22.12
6) Hunt (McLaren) - 1:22.50
7) Peterson (Lotus) - 1:22.62
8) Patrese (Arrows) - 1:23.25
9) Watson (Brabham) - 1:23.26
10) Jabouille (Renault) - 1:23.58

O dia 21 de maio de 1978 estava nublado, mas com pista seca e em ótimas condições para uma corrida de F1. A largada é um dos momentos mais tensos de uma corrida e mesmo grandes nomes da história da F1 podem cometer erros nesse momento crucial e causar um verdadeiro caos. Andretti larga sem problemas, mas ao seu lado Reutemann vê sua Ferrari patinar quando engatou a segunda marcha, enquanto Scheckter, que havia queimado a largada bem discretamente, acabou batendo em Lauda, que foi colhido pela McLaren de James Hunt. Hunt vai para cima de Reutemann, que freia, mas acaba obstruindo a passagem de Jacques Laffite que freia para não bater, fazendo o mesmo Emerson Fittipaldi, mas o brasileiro é atingido pela Ensign de Ickx. Mesmo com tantos toques, apenas Lauda, Hunt e Fittipaldi abandonam apenas alguns metros após a luz verde. Porém, eram três campeões do mundo fora da prova.

Livre dos problemas da largada, Andretti dispara na ponta, seguido por Villeneuve, Scheckter, Peterson, Patrese, Watson e Reutemann. O ritmo do piloto da Lotus era espantoso, quase 1s mais rápido do que Villeneuve. Scheckter passa a ter problemas elétricos em seu carro e na décima volta recolhe aos boxes para tentar sanar o problema e ainda trocar o bico do seu carro, avariado pelos inúmeros toques na largada. O sul-africano volta à pista apenas para testar seu carro, enquanto Peterson cola em Villeneuve na briga pelo segundo lugar. Os dois agressivos e lendários pilotos tiveram problemas nas últimas provas e seria interessante mais esse encontro entre Villeneuve e Peterson, sendo que o sueco era o ídolo de Gilles antes dele entrar na F1. Enquanto isso, Watson entra nos boxes para uma longa parada por problemas em seu Brabham. O quarto colocado Patrese tem problemas em sua suspensão e sai da pista na volta 31, abandonando a prova no local, enquanto Depailler e Laffite duelam pelo quinto lugar, com vantagem para o último.

A corrida fica tranquila com Andretti 15s à frente de Villeneuve e este 5s à frente de Peterson, quando o canadense tem um furo lento no pneu dianteiro esquerdo de sua Ferrari. Quando o pneu finalmente dechapa, Gilles vai aos boxes trocá-lo na volta 40, caindo para o sexto lugar. Com isso a Lotus fazia dobradinha, com Carlos Reutemann, em uma corrida de espera, ficando em terceiro lugar. Laffite fica num solitário quarto lugar, enquanto Villeneuve ultrapassa um problemático Depailler para ficar em quinto, enquanto o francês da Tyrrell abandonaria algumas voltas mais tarde. Nesse momento, os pneus passam a ser um problema para os pilotos, com a borracha se desgastando mais do que o normal e os pilotos tendo que fazer paradas não-programadas. O segundo colocado Peterson faz seu pit-stop na volta 51, enquanto Andretti recebe ordens para diminuir o ritmo, mas ainda assim tem 20s de vantagem sobre Reutemann. O sueco cai para quarto, mas rapidamente inicia uma empolgante recuperação para as últimas vinte voltas.

Com pneus novos, Peterson demorou não mais do que cinco voltas para ultrapassar Laffite e partir para cima de Reutemann, que começava a ter problemas com seus pneus. Após marcar a volta mais rápida da corrida, Peterson deixa um impotente Reutemann para trás e a Lotus novamente fazia uma dobradinha. Com os pneus novos, Peterson ainda ensaiou uma aproximação em Andretti, mas o americano tinha tudo sobre controle e a certeza de que a Lotus não deixaria que a briga acontecesse, já que era o primeiro piloto da equipe. Era a primeira dobradinha da Lotus desde 1973 e a 66º vitória do time capitaneado por Colin Chapman na F1. Porém, a briga pelo terceiro lugar era bem menos amistosa e nas últimas voltas Laffite encostou em Reutemann para tentar ficar com o último lugar do pódio. Na última volta, Laffite colocou de lado na reta oposta, porém Reutemann fechou a porta na freada da chicane e atingiu a Ligier de Laffite, que bateu forte no guard-rail e saiu falando cobras e lagartos do argentino. Com o acidente de Laffite, quem assumiu o quarto lugar foi Villeneuve, que marcava seus primeiros pontos na F1. Com essa vitória Andretti não apenas assumia a liderança do campeonato, como demonstrava que, com a superioridade do seu novo carro, era o favorito destacado para o título.

Chegada:
1) Andretti
2) Peterson
3) Reutemann
4) Villeneuve
5) Laffite
6) Pironi

História: 40 anos do Grande Prêmio da Bélgica de 1973

Tudo começou duas semanas antes do GP da Espanha. Nesse dia, Emerson Fittipaldi e a Lotus foram a Zolder fazer um teste particular no circuito belga, que no mês seguinte receberia o Grande Prêmio local. Emerson saiu extremamente preocupado com a situação da pista, sem guard-rails, zebras e, principalmente, com o asfalto em frangalhos. Fittipaldi fez um relatório apontando 35 problemas e cobrou providências dos organizadores. Duas semanas depois Emerson voltou a Zolder e encontrou um asfalto novo totalmente destruído por causa de um corrida no domingo anterior e prova estava para ser cancelada, quando os organizadores pediram um prazo de uma semana para colocar uma segunda camada de asfalto, que aliviaria os problemas da pista, além de terminarem as reformas de segurança. Acompanhado do secretário da Comissão Esportiva Internacional, Claude Legesk, e do presidente da GPDA, Denny Hulme, Fittipaldi voltou à Zolder na data marcada e se as reformas de segurança estavam ok, o asfalto era a grande questão. Ele resistiria? A resposta seria não. Com uma hora e meia de treino de sexta-feira, vários carros sofreram acidentes e o treino foi suspenso. 

Os pilotos se uniram e exigiram uma carta aos organizadores no qual eles se comprometeriam em cancelar a prova caso chovesse no sábado (e na Bélgica isso era bastante comum) ou se o asfalto estivesse em más condições. Sem essa carta, a greve estava feita. Por voltas das 12:30 de sábado, Jacky Ickx pegou sua Ferrari e treinou por conta própria, para espanto dos pilotos. O belga não fazia parte da GPDA e não ligava muito para o quesito segurança nas corridas. Quando Ickx voltou aos boxes, os organizadores entregaram os pontos e assinaram a carta e os treinos recomeçaram no sábado. Ronnie Peterson conseguiu a pole após os dois carros da Tyrrell dominarem os treinos livres, mas os carros azuis também seriam superados pela McLaren de Hulme e do local Ickx, enquanto Emerson sofria com um problema na bomba de gasolina que lhe daria um grande susto na corrida.

Grid:
1) Peterson (Lotus) - 1:22.46
2) Hulme (McLaren) - 1:23.00
3) Ickx (Ferrari) - 1:23.10
4) Cevert (Tyrrell) - 1:23.22
5) Beltoise (BRM) - 1:23.25
6) Stewart (Tyrrell) - 1:23.28
7) Reutemann (Brabham) - 1:23.34
8) Pace (Surtees) - 1:23.34
9) E.Fittipaldi (Lotus) - 1:23.44
10) Revson (McLaren) - 1:23.52

O dia 20 de maio de 1973 estava quente e com tempo firme, para alívio de pilotos e organizadores, mas o trabalho não cessou em nenhum momento para deixar o asfalto em um nível decente durante a prova. Como praticamente não se treinou na sexta-feira, a pista foi liberada para um treino livre e um faro curioso aconteceu quando o pole Ronnie Peterson sofreu dois acidentes com os dois carros que o sueco tinha à disposição e quase o tiraram da corrida. Porém, na largada, o sueco manteve a ponta seguido por Ickx, numa grande largada, e Cevert, enquanto Hulme caía para quarto. Mostrando o quão bem estava o carro da Tyrrell, François Cevert não espera terminar a primeira volta para ultrapassar Ickx e assumir a segunda posição, enquanto Stewart larga mal e cai para oitavo, logo à frente de Emerson. 

Com o acidente que sofrera pela manhã, Peterson parecia sem confiança em seu carro e é ultrapassado por Cevert ainda na segunda volta, com o francês da Tyrrell disparando quando que imediatamente. Com o problema do asfalto na cabeça, boa parte dos pilotos resolve maneirar no ritmo inicial de corrida e correm quase quem em linha, com receio de sujar seus pneus na sujeira. Na quinta volta Stewart tenta ultrapassar José Carlos Pace, mas o brasileiro não alivia e não apenas fecha o escocês, como proporciona ao seu compatriota Emerson efetuar a ultrapassagem. Algumas curvas depois, Fittipaldi é mais eficaz do que Stewart e deixa Pace para trás. Uma volta mais tarde, a Ferrari de Ickx começava a desenvolver um problema na bomba de óleo que o faria abandonar mais tarde, porém, o óleo deixado pelo carro do belga faria Hulme rodar e cair para as últimas posições. A evolução de Fittipaldi e Stewart (que rapidamente passou Pace) era estonteante e quando encostaram no quarto colocado Beltoise, este teve que ir aos boxes com problemas no cabo do acelerador do seu BRM. O terceiro colocado Carlos Reutemann também tinha problemas em seu motor e quando Emerson se aproximou dele na 14º volta, o argentino finalmente abandonou com o motor fundido.

Cevert tinha uma boa vantagem de 6s sobre Peterson, enquanto Emerson e Stewart se aproximavam dos seus companheiros de equipe. Porém, Peterson tinha problemas com os freios de sua Lotus e não resiste aos ataques de Emerson e Stewart, caindo para quarto. Quando Emerson assumiu o segundo lugar, imediatamente a Tyrrell avisou a Cevert que o brasileiro vinha mais rápido e o francês aumentou seu ritmo, porém, o asfalto começava a se soltar em alguns lugares e Cevert acabaria rodando na curva do cotovelo, caindo para oitavo, mas ainda na prova. E com um carro rápido. Infelizmente para a Lotus, esse não era o caso de Emerson Fittipaldi, que via os problemas da bomba de combustível se manifestar nesse momento e com Stewart apenas meio segundo atrás, ele não foi páreo para o rival, sendo ultrapassado pelo escocês na volta 26. Seria a ultrapassagem da vitória para Stewart e o começo do tormento de Emerson, que via seu motor falhar em altas rotações. Para piorar, Cevert vinha que nem um foguete e fazia volta mais rápida em cima de volta mais rápida, subindo o pelotão rapidamente. Emerson ainda se mantinha 5s atrás de Stewart, enquanto Cevert ultrapassa José Carlos Pace e Ronnie Peterson, com seus problemas de freios cada vez piores, para assumir o terceiro lugar. Um pouco depois da metade da corrida, os freios de Peterson não respondem e o sueco acaba saindo da pista, sofrendo seu terceiro acidente do dia. Mesmo com uma pilotagem espetacular, Peterson não sabia o que era marcar pontos em 1973.

Stewart consegue abrir 20s sobre Emerson Fittipaldi, que via, impotente, a aproximação de Cevert. Sem potência suficiente em seu carro por causa do problema na bomba de combustível, o brasileiro praticamente cede sua posição a Cevert na volta 48, completando a dobradinha da Tyrrell em Zolder. Aquele não era o melhor momento para os pilotos brasileiros, pois Pace, num ótimo quarto lugar, tem que ir aos boxes com problemas de vibração em seu Surtees e quem assume o quarto lugar é Niki Lauda, mas o austríaco estava longos 20s atrás de Emerson, que rezava para a bandeirada. Porém, o asfalto traiçoeiro faz suas vítimas, como Jean-Pierre Jarier, Clay Regazzoni e Mike Beuttler. Mesmo com um minuto na frente de Emerson, o duo da Tyrrell pilota com muita cautela e recebem a bandeirada tranquilamente, com Stewart 35s na frente de Cevert. O mesmo não se podia dizer de Emerson. Faltando duas voltas para o fim, a bomba de combustível do seu Lotus finalmente quebra e ele se arrasta na pista, gerando até uma cena curiosa. Uma volta atrás e vendo Emerson lentamente com o braço levantado, Beltoise praticamente pára seu carro e acena para o 'vencedor' Fittipaldi. O brasileiro recebe a bandeirada ainda em terceiro lugar, graças a briga entre Andrea de Adamich e Niki Lauda, que acabaram se atrapalhando e não capitalizaram o problema de Fittipaldi. O italiano fez a ultrapassagem sobre Lauda na última volta. Com essa vitória, Stewart se iguala aso 24 triunfos de Juan Manuel Fangio e mostrava que estava na briga pelo título com Emerson, sempre no pódio nas cinco corridas de 1973, mas vendo sua vantagem cair cada vez mais para Stewart e seu novo Tyrrell 006.

Chegada:
1) Stewart
2) Cevert
3) E.Fittipaldi
4) De Adamich
5) Lauda
6) Amon

domingo, 19 de maio de 2013

Dançando na chuva

A chuva sempre traz um tempero especial para toda corrida, não importa se em duas ou quatro rodas. A pista molhada normalmente bagunça o status quo do pelotão e surpresas são mais susceptíveis de acontecer. No caso do Grande Prêmio da França da MotoGP, a surpresa ficou para desempenho pífio da equipe oficial da Yamaha, além do segundo lugar de Cal Cruthlow, com a perna quebrada, seu melhor resultado na carreira. A Ducati fez sua melhor corrida em anos, mesmo fora do pódio. Porém, uma vitória enfática da Honda de Daniel Pedrosa não é surpresa, assim como deixou de ser surpresa a genialidade desse 'monstro', como falou bem o narrador nada 'monstro' do Sportv, chamado Marc Márquez. 

A prova no mítico circuito de Le Mans foi bastante empolgante no começo, já que a chuva que interrompeu a prova da Moto2 molhou bastante a pista. Acertos teriam que ser refeitos e isso, como se veria mais tarde, acabou definindo boas e más apresentações. Com a pista muito molhada, Marc Márquez fez uma largada tenebrosa e caiu para nono, enquanto Andrea Doviziozo assumiu a ponta. A Ducati pode ser uma moto bastante desequilibrada no seco, mas sempre chamou atenção pela maleabilidade no molhado. E assim o italiano foi se mantendo na briga pela ponta, que tinha pelotão compacto de oito motos, fechado pela Honda de Álvaro Bautista. Aquele não parecia ser o dia de Marc Márquez, longe do pelotão da frente e saindo da pista, inclusive. Bem ao contrário do seu compatriota e companheiro de equipe. Alguns anos atrás Daniel Pedrosa sofria horrores em pista molhada, mas a base de muito treinamento o espanhol foi melhorando e hoje é um dos melhores pilotos na chuva. Após assumir o segundo posto, Pedrosa atacou Doviziozo e trocou de posição com o italiano duas vezes. Duas vezes por erros de Pedrosa, que rapidamente se recuperava e retomava a posição, mostrando um nível de amadurecimento muito grande de Daniel, visto que antigamente isto era o bastante para o espanhol esmorecer. Após a última ultrapassagem sobre Doviziozo, Pedrosa desapareceu como é de seu estilo e venceu de forma enfática, pela segunda vez consecutiva, assumindo a ponta do campeonato, algo que era esperado dele desde o início do ano e só veio agora na quarta corrida do calendário.

O desenrolar da corrida viu a pista ir secando lentamente e isso acabou mudando um pouco o pelotão da frente. Os pilotos da Ducati, incluindo aí o americano Nicky Hayden, iam perdendo rendimento, juntamente com Jorge Lorenzo. O espanhol da Yamaha oficial esteve irreconhecível no dia de hoje, sendo ultrapassado com facilidade com quem chegasse e seu sétimo lugar só não foi pior pelas quedas de Stefan Bradl e Valentino Rossi, que desperdiçou a chance de superar pela primeira vez em 2013 seu companheiro de equipe. Numa pista que favoreceria a Yamaha, Lorenzo se viu relegado ao terceiro lugar no campeonato, com alguma distância para os pilotos da Honda. Com a pista cada vez mais seca, Márquez passou a fazer volta mais rápida em cima de volta mais rápida, iniciando uma incrível recuperação que o fez ultrapassar as duas Ducatis nas voltas finais e chegar bastante próximo de Cruthlow, que conseguiu um heroico segundo lugar, pois o inglês sofreu duas quedas fortes nesse final de semana e estava com a tíbia direita quebrada. Esses pilotos parecem de borracha e imunes a dores!

Com essa vitória, Pedrosa se estabelece cada vez mais como primeiro piloto da Honda e Dani TEM que aproveitar essa chance. Marc Márquez, apenas em sua primeira temporada, vem fazendo história e mostra ser um piloto diferenciado, daqueles que raramente aparecem no mundo dos esportes. Como disse Valentino Rossi essa semana. Quando Márquez se acostumar definitivamente com sua motor, será muito difícil segurá-lo! 

sábado, 18 de maio de 2013

Ganhando até do fogo

Há dez anos atrás, disputava-se o Grande Prêmio da Áustria de 2003 ainda com a memória dos ocorridos do ano anterior bem fresco na cabeça de todos. Barrichello havia deixado Schumacher passar na bandeirada, causando uma das maiores polêmicas da história da F1 e o reencontro da categoria com Zeltweg estava cercada por expectativas de como seria se Michael e Rubens se encontrassem na pista. Isso não aconteceu, mas Schumacher andou naquele dia como se quisesse mostrar que não precisava dessas manobras da Ferrari para vencer. Após marcar a volta mais rápida da corrida, o alemão se aproximava dos boxes para fazer seu pit-stop. Lembro que uma volta antes Rubens Barrichello tinha feito sua parada e como ela tinha sido muito lenta, a equipe da Globo (a mesma de 2002) se revoltou, reclamando que a Ferrari nunca erra com Schumacher. Então...


Porém, Schumacher voltou à pista em segundo, como se nada tivesse acontecido, não tomou conhecimento da McLaren de Raikkonen e venceu a prova um ano depois da polêmica do ano anterior. A corrida seria histórica não apenas pelo tumultuado pit-stop de Schumacher. Este seria o último Grande Prêmio da Áustria da história, com a F1 se despedindo mais uma vez de Zeltweg.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Parceria vitoriosa

Hoje pela manhã foi confirmado algo que se especulava há tempos, mas não deixa de ser uma ótima notícia para a F1 por inteiro. Menos de cinco anos após sua desistência como equipe oficial, a Honda anunciou nessa madrugada no Brasil que voltará a F1 a partir de 2015, agora como fornecedora oficial da McLaren, reiniciando uma parceria histórica, que rendeu inúmeras vitórias e muitos títulos, principalmente pelas mãos habilidosas de Ayrton Senna.

Com apenas três montadoras investindo na F1 (Ferrari, Mercedes e Renault), a categoria corria o risco de sofrer uma espécie de desabastecimento, principalmente com a grande mudança para 2014, na introdução dos novos motores 1.6 V6 turbo, que encarecerá bastante o custo dos motores e muitos times teriam dificuldades em pagar pelos propulsores disponíveis no mercado. Atualmente como equipe-cliente da Mercedes, a McLaren procurou a velha parceira que até hoje deve estar arrependida de ter saído exatamente no ano em que fez um carro campeão, quando a Honda saiu no final de 2008 e Ross Brawn comprou os espólios para ser campeão em 2009. 

Esse anuncio pode trazer algumas complicações para a McLaren a curto prazo, pois a Mercedes não irá entregar todas as informações à sua cliente, pois fatalmente a Honda deverá processar essas informações para construir seu motor a partir do próximo ano. Será uma fase de transição e como isso sempre acontece, a tendência é de poucos resultados, o que poderá estender ainda mais o jejum de títulos da McLaren, que provavelmente mudará de cor, deixando o prateado que a caracterizou por tantos e tantos anos. Outra mudança é o rompimento com a Mercedes, parceira de 1995 e que no próximo ano completará a incrível marca de vinte temporadas junto com a McLaren. Não deixa de ser uma união de sucesso, pois três títulos de pilotos e um de construtores não é de se jogar fora, mas com uma gigante como a Mercedes investindo tão forte, não deixa de ser pouco para a união. Contudo, sempre achei a parceria McLaren-Mercedes uma espécie de exemplo para as demais parcerias na F1, pois incluía uma gigante da indústria investindo numa grande equipe, sempre pensando em conjunto. A Williams-BMW não deu certo justamente por não saberem onde terminava a equipe e começa a montadora e vice-versa, além de eque as equipes oficiais de fábrica foram acabando aos poucos, só restando a própria Mercedes, o que deve servir de alerta aos alemães, vide os poucos resultados até o momento.

Porém, devemos curtir a volta de uma tradicional montadora como a Honda numa equipe como a McLaren. Poderá ser a ressurreição de uma parceria charmosa e marcante na F1. Que venha 2015!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

História: 30 anos do Grande Prêmio de Mônaco de 1983

Após quatro Grandes Prêmios, a disputa estava acirrada entre Nelson Piquet e os franceses Alain Prost e Patrick Tambay na briga pela liderança do campeonato, com o brasileiro e o representante da Renault empatados na liderança do campeonato. Até poucos anos antes, os motores turbo sofriam horrores nas tortuosas curvas de Mônaco, mas já em 1982 isso tinha ficado no passado quando o duo da Renault dominou a prova. Para perdê-la por erros dos seus pilotos. Por isso, o trio Renault-Ferrari-Brabham lutaria pela ponta da corrida monagasca, mas o atual campeão Keke Rosberg e seu Williams com o velho Cosworth tentariam se sobressair nos circuitos travados e de rua, como o finlandês havia feito em Long Beach e em Mônaco não seria diferente.

Porém, os pilotos equipados com motores turbo dominaram na quinta-feira, primeira dia útil do GP de Mônaco, com Prost e Arnoux bisando a dobradinha da primeira fila de 1982. O primeiro carro aspirado era o de Rosberg numa boa quinta posição, logo à frente de Piquet. A previsão de tempo para todo o fim de semana era de instabilidade climática e quem acabaria sofrendo bastante com isso seria a McLaren. John Watson e Niki Lauda não conseguiram acertar seus carros com os pneus Michelin e por isso ficaram apenas em 22º e 23º na quinta-feira. Porém, como ficara provado em Long Beach, quando Watson e Lauda conseguiram uma dobradinha depois de largarem fora do top-20, os experientes pupilos de Ron Dennis teriam uma chance de se recuperar no sábado. Teria. Os dois acertaram bem seus carros no sábado pela manhã durante os treinos livres, mas a chuva apareceu com força à tarde, fazendo impossível que os pilotos melhorassem seus tempos de quinta-feira. Como naquele tempo só largavam vinte carros, Lauda e Watson teriam que ver a corrida pela TV.

Grid:
1) Prost(Renault) - 1:24.840
2) Arnoux(Ferrari) - 1:25.182
3) Cheever(Renault) - 1:26.279
4) Tambay(Ferrari) - 1:26.298
5) Rosberg(Williams) - 1:26.307
6) Piquet(Brabham) - 1:27.273
7) De Cesaris(Alfa Romeo) - 1:27.680
8) Laffite(Williams) - 1:27.726
9) Jarier(Ligier) - 1:27.906
10) Warwick(Toleman) - 1:28.017

O dia 15 de maio de 1983 estava chuvoso e carrancudo no principado comando pela família Grimaldi. Porém, não era nenhuma tempestade e mesmo o warm-up sendo realizado com pista molhada, proporcionando momentos de escapadas e derrapagens controladas dos pilotos, quando o momento do sinal verde se aproximava, apenas uma garoa caía em Monte Carlo. Era hora das apostas. Pneus para pista seca ou molhada? Os líderes resolveram ser convencionais e montaram seus pilotos com pneus para pista molhada, mas Williams, Marc Surer da Arrows e Derek Warwick da Toleman resolveram arriscar e largaram com pneus para pista seca. Foi o início de uma vitória histórica da Williams! Mesmo com a pista escorregadia, Rosberg pulou de quinto para segundo ainda antes da St. Devote, enquanto Arnoux largava muito mal, chegando a atrapalhar Piquet. Cheever pula para segundo por um momento, mas quando vê um Rosberg voador, se assusta e tira seu carro da frente. 

Ainda no descorrer da primeira volta Rosberg deixou Prost para trás e não seria mais incomodado por ninguém. A pista secava a olhos vistos e quem apostou nos pneus slicks, mesmo sendo bastante perigoso num primeiro momento, começaria a colher os frutos rapidamente. Após ultrapassar Tambay, Arnoux assume o terceiro posto quando deixa Cheever para trás na volta 3, bem distante do seu rival Prost, totalmente isolado em segundo. Nessa mesma volta Piquet percebe o erro tático de sua equipe e vai aos boxes colocar pneus slicks, enquanto Laffite, na outra Williams, passava com facilidade pelas duas Ferraris. E o francês só não fez o mesmo com Prost porque ele foi aos boxes colocar os pneus corretos da ocasião. Arnoux continuava com seu início ruim de temporada ao bater na saída do túnel, destruindo sua corrida como no ano anterior: errando sozinho.

Quando todos na pista estavam com os mesmos pneus, os quatro pilotos que largaram com pneus slicks dominavam a prova, com Rosberg, Laffite, Surer e Warwick, nessa ordem. O primeiros dos pilotos que pararam nos boxes era Prost, com Piquet, que foi um dos primeiros a parar e por isso ganhara bastante terreno, logo atrás. Com os pneus corretos, Prost e Piquet tiraram a diferença para Warwick, que vinha se aproximando da Arrows de Surer. Na volta 21, Piquet realiza uma ultrapassagem audaciosa sobre Prost dentro do túnel e sempre que o Galvão diz que viu isso apenas uma vez, quando Mansell ultrapassou o próprio Prost em 1991, me pergunto que o narrador global faltou a corrida de 1983... Agora com Piquet liderando, o duo se aproximou definitivamente de Warwick que, pressionado, partiu para cima de Surer. Os quatro passaram a correr colados, mas sem muitas chances de ultrapassagem entre eles. Por volta da 50º passagem, haviam poucos carros (11) na pista e Surer se aproximava da Tyrrell de Danny Sullivan para colocar uma volta no americano. Nesse momento Piquet, como ele próprio afirmou após a corrida, deu um espaço para esfriar seu carro, superaquecido após andar tanto tempo colado na traseira do seu antigo rival da F3 Warwick. Vendo a indecisão de Surer em ultrapassar Sullivan, Warwick resolveu arriscar na entrada da St Devote, mas tudo acabaria numa grande asneira do inglês. Warwick bate seu pneu dianteiro direito na roda traseira esquerda de Surer, fazendo o suíço bater muito forte, de frente, no guard-rail. Milagrosamente Surer sai inteiro do acidente, mesmo tendo seu Arrows bastante danificado, enquanto Warwick dá uma guinada para a direita, indo para a área de escape, uma das poucas, da St. Devote. Sua corrida também estava terminada ali.

Piquet tem a sorte de campeão de estar a uma distância segura do engodo e sai ileso do acidente, seguido por Prost, enquanto Surer e Warwick lamentavam a chance perdida de uma ótimo resultado para as suas medianas equipes. Porém, a sorte de Piquet e Prost ainda não havia terminado. Dezoito segundo atrás do seu companheiro de equipe, Laffite entra nos boxes na volta 54 bem lentamente e quando se aproximou do pit da Williams, ele acenou com os braços, identificando um problema terminal no câmbio. Quando Patrese abandonou na volta 64 com problemas elétricos, haviam apenas sete carros rodando naquele Grande Prêmio de forma bem espalhada e foi assim até o final. Keke Rosberg foi soberano e conquistou sua segunda vitória na carreira com enorme categoria, enquanto Piquet e Prost, bafejados pela sorte, conseguiram um pódio que os mantinham na briga pelo título, agora com Piquet desempatando a disputa a seu favor. Numa prova discretíssima, Tambay finalizou em quarto e mostrando a corrida se sobrevivência de trinta anos atrás, Danny Sullivan e Mauro Baldi completaram a zona de pontuação com duas voltas de atraso cada. Este seria os únicos pontos marcados por Sullivan na F1, enquanto o sétimo colocado, Chico Serra, encerrava melancolicamente sua carreira na F1 que parecia tão promissora pelo o que fizera nas categorias de base. Muitos ainda reclamavam do título de Rosberg em 1982, com apenas uma vitória, mas com uma pilotagem espetacular, junto com a sorte e o senso estratégico de todo campeão, Keke mostrava que estava entre as estrelas da F1 da época.

Chegada:
1) Rosberg
2) Piquet
3) Prost
4) Tambay
5) Sullivan
6) Baldi 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Figura(ESP): Kimi Raikkonen

Definitivamente o campeão de 2007 não tem o melhor carro e provavelmente nem mesmo o segundo, mas Kimi Raikkonen vem dando demonstrações de pilotagem de encher os olhos de quem gosta de corrida. Kimi consegue ser muito rápido sem desgastar em demasia os seus pneus, o que num jogo de xadrez no quesito pneus se transformou a F1 em 2013, isso é essencial para que o finlandês consiga quatro pódios em cinco corridas até o momento, com uma vitória, e esteja na vice-liderança do campeonato apenas quatro pontos atrás de Sebastian Vettel e sua poderosa Red Bull. Em Barcelona, Raikkonen largou na segunda fila e mesmo perdendo uma posição para Alonso, surpreendeu a todos quando, na primeira rodada de paradas nos boxes, colocou os pneus macios, ao contrário do resto do grid. Kimi pararia quatro vezes? Não, exatamente o contrário. Com um ritmo excepcional com os pneus 'moles' do final de semana, Raikkonen conseguiu completar a prova com três visitas aos boxes, enquanto praticamente o resto dos pilotos parou quatro vezes. Conseguindo maximizar o rendimento do seu carro baseado nesses pneus que parecem ser de isopor, Kimi vai se tornando o grande destaque da F1 até aqui e leva seu carro, provavelmente com o quarto ou quinto orçamento da F1, a brigar pelo título.

Figurão(ESP): Mercedes

Alguém precisa avisar a Ross Brawn, Niki Lauda e cia que na F1 os pontos são marcados no domingo, durante as corridas e que essas duram bem mais do que uma volta rápida. O ritmo lento da Mercedes durante a corrida de ontem foi absolutamente pífio e assustou seus pilotos, que largaram na primeira fila, mas Rosberg recebeu a bandeirada em sexto e Hamilton numa inacreditável 12º posição. A reação da forte dupla do time de três pontos era de estupefação com tamanha perda de rendimento da classificação para a corrida. Tudo bem que a Pirelli errou a mão nos pneus desse ano e todas as equipes estão quebrando a cabeça com o enorme e absurdo desgaste dos pneus em 2013, mas no caso da Mercedes é alarmante e se quiserem fazer algo mais do que pole-positions seguidas, o time germânico necessita de melhoras para ontem no quesito desgaste de pneus. Durante a corrida!

domingo, 12 de maio de 2013

Força rossa

O fato do circuito de Montmeló ser o mais utilizado para testes desde sua inauguração no começo da década de 1990 tem mais haver com o lay-out do circuito espanhol do que propriamente o clima ibérico em si, principalmente durante o inverno. Suas curvas rápidas, médias e lentas, juntamente com o retão faz do que o autódromo em Barcelona o local ideal para se definir quem tem um carro bom ou não. Tanto que muitos vencedores do Grande Prêmio da Espanha acabam se tornando campeões no final da temporada. Olhando para esse parâmetro, a Ferrari deu um passo enorme para dar a Fernando Alonso seu sonhado tricampeonato. O piloto asturiano deu um show à parte com uma pilotagem brilhante desde a excelente largada, se beneficiou com a estratégia muito boa da Ferrari que o colocou à frente de Vettel após a primeira rodada de paradas e engoliu Nico Rosberg em sua decadente Mercedes. Daí para frente, Alonso dominou a corrida e chegou a ter 40s de vantagem sobre o principal carro dos últimos anos, a Red Bull de Sebastian Vettel. Provando o quão bom está a Ferrari, Massa conseguiu o seu primeiro pódio em outra pilotagem muito boa, mas não tão boa como a de Raikkonen que, quietinho, quietinho, é o vice-líder do campeonato com apenas quatro pontos de desvantagem sobre o líder Vettel.

O Grande Prêmio da Espanha foi acima da sua média histórica, mas menos emocionante do que as quatro corridas anteriores. A prova na Espanha sempre foi caracterizada pela chatice de enormes trenzinhos onde ninguém passa ninguém. Com os pneus de papel da Pirelli e o DRS, houve várias ultrapassagens, mesmo que algumas consentidas, pela estratégia de cada um durante a prova, onde a maioria parou quatro (!) vezes. Alonso foi um deles e logo na largada ele mostrou suas credenciais. O espanhol foi atrapalhado pela lenta largada de Vettel, mas o ferrarista ficou por fora na longa curva 3 e simplesmente passou Raikkonen e Hamilton numa manobra sensacional, subindo para o terceiro lugar. Rosberg se mantinha em primeiro, mas seu ritmo era nitidamente inferior aos que vinham atrás dele, mas Alonso havia declarado no sábado que seus rivais verdadeiros eram Vettel e Raikkonen, sendo que o alemão ainda estava à sua frente. Pois Alonso antecipou sua parada e quando Nico e Vettel pararam na volta seguinte, o espanhol se meteu entre os dois e ganhou a prova ali, pois Rosberg, com pneus duros, perdeu ainda mais rendimento e não foi capaz de segurar os dois grandes pilotos da atualidade, mas quem esperava por uma briga acirrada entre eles, Alonso simplesmente desapareceu, somente se preocupando em poupar seus pneus, mas nem por isso deixando os adversários na poeira. Alonso venceu pela segunda vez na frente dos seus compatriotas e agora está empatado com Vettel no quesito vitórias (duas cada), mas ainda tem que recuperar dos dois problemas nas corridas anteriores que fizeram com que Fernando estivesse apenas terceiro no Mundial de pilotos. E a Ferrari tem dois pilotos para marcar bons pontos, pois Felipe Massa fez uma corrida digna de nota, tão boa como as ótimas corridas que fez na segunda metade de 2012. O brasileiro fez uma largada agressiva, tentando se recuperar da sua merecida punição no sábado (ele atrapalhou Webber claramente, apesar do chororô de Galvão) e no final da primeira volta estava, coincidentemente, na posição que largaria originalmente. Massa fez o que dele a Ferrari espera: tirou pontos dos rivais. Felipe ultrapassou as Mercedes com a mesma facilidade com que Alonso e Raikkonen o fizeram, ficando atrás de Vettel. Tendo o alemão como grande rival de Alonso, Massa fez de tudo para chegar à frente de Vettel e o fez com relativa tranquilidade, não sendo capaz de superar Raikkonen e completar a dobradinha, mas o que importa é que Massa está em quinto lugar no campeonato, sua melhor posição em anos. Ótimo resultado para Felipe.

Kimi Raikkonen vem mostrando que o tempo vem fazendo-o pilotar ainda melhor e hoje não foi nenhuma exceção. Sua pilotagem foi de tal maneira boa que acabou fazendo as demais equipes tentarem emular a Lotus e colocar pneus médios em determinados momentos da corrida, onde a lógica indicava os pneus duros. Raikkonen levou seu carro rumo a uma estratégia de uma parada menos e em nenhum momento andou muito mais lento que os demais, não importando como estava 'calçado'. Foi uma verdadeira aula de pilotagem de Kimi e mesmo sem ter o melhor carro do ano, está num ótimo segundo lugar do campeonato, diretamente na luta pelo título. Isso, se a Lotus conseguir manter esse ritmo, pois a quebra da suspensão de Grosjean, ainda no começo da prova, não é um bom indicador. Montmeló, circuito onde Adryan Newey tem mais vitórias em sua gloriosa carreira, viu uma Red Bull até mesmo perdida e Vettel ficou longe não apenas da vitória, como do pódio. O alemão não foi páreo para as Ferraris e no desespero, até mudou a estratégia de três para quatro paradas, tentando imitar o desempenho de Raikkonen, mas acabou ainda mais atrás, longe de Massa. Foi uma corrida opaca de Vettel, continuando seu jejum de vitórias na Europa. Já Mark Webber necessita urgentemente passar o dia inteiro treinando largadas, pois hoje foi a enésima vez que o australiano largou mal e sétimo caiu para décimo terceiro, mas com um bom ritmo, conseguiu subir ao quinto lugar, demonstrando que, com um bom posicionamento de pista, teria chances de brigar mais à frente, ou até mesmo se vingar de Vettel, talvez a maior motivação de Webber hoje em dia.

Alguém precisa avisar ao pessoal da Mercedes que os pontos do campeonato são ganhos no domingo, não no sábado. O ritmo do time germânico beirou o ridículo e ainda no início da prova Hamilton, que largara em segundo, brigava para se manter na zona de pontuação. E não conseguiu! O inglês foi apenas 12º, enquanto Rosberg conseguiu conservar um pouco mais seus pneus, suportando a pressão de Vettel e Alonso no primeiro stint de corrida, mas sucumbindo quando colocou pneus duros. Ao menos Rosberg salvou pontos com o sexto lugar, mas a Mercedes precisa acordar para seu desastroso ritmo de corrida, principalmente em comparação ao ritmo de classificação. A Force India provou que fez um bom carro e que Paul di Resta evoluiu e está tentando fazer por onde ganhar um lugar numa equipe grande no futuro ao ficar num bom sétimo lugar, mesmo que o escocês não sendo tão brilhante como no Bahrein. Adrian Sutil foi vítima de outro pit-stop ruim da Force India e ficou longe dos pontos. A McLaren continua com seu calvário. Jenson Button usou sua delicadeza no trato com o carro para fazer três paradas e subir para o oitavo lugar, ficando à frente de Pérez, que largou bem à frente do companheiro de equipe, mas também foi vítima do desgaste dos pneus e fez uma estratégia convencional. A Toro Rosso ficou com o ponto final para o acendente Daniel Ricciardo, que ainda viu seu companheiro de equipe e rival Jean-Eric Vergne ficar pelo caminho, sendo um dos poucos a abandonar.

Duas equipes que se destacaram no ano passado estão passando por várias dificuldades nesse ano. A Sauber fez uma corrida discreta, mas ao menos Esteban Gutierrez deu o ar da graça ao terminar a corrida colado em Ricciardo e ficar bem perto de marcar seu primeiro ponto na F1, além de ter marcado a melhor volta da corrida e ter superado, pela primeira vez, o ótimo, mas hoje apagado, Nico Hülkenberg. Porém, a situação da Williams foi calamitosa hoje. Um ano atrás Pastor Maldonado comemorava sua primeira vitória na F1 e tirava a Williams de um jejum de quase dez anos, mas hoje o time ficou só à frente das equipes nanicas. E por pouco. No final da prova, foi possível ver Charles Pic, da Caterham, pressionando Valtteri Bottas... Uma pena para uma equipe tão tradicional e gloriosa como a Williams estar nessa situação.

Mas olhando para o pelotão da frente, Alonso mostra que tem mais força do que no ano passado, quando quase foi tricampeão com um carro inferior. Agora com um carro que dominou em Barcelona, sempre um ótimo indicador de um carro muito bem nascido, demonstrou que irá brigar pela vitória em todas as corridas, tendo agora Felipe Massa como um bom escudeiro. Mas para lutar pelo título, Alonso terá que derrotar dois pilotos do seu nível, que é altíssimo: Vettel e Raikkonen. Tudo se encaminha para uma temporada e tanto.        

sábado, 11 de maio de 2013

Dobradinha prateada

Há uma estatística dizendo que o Grande Prêmio da Espanha, disputado no circuito dos arredores de Barcelona, quem largou na primeira fila ganhou a corrida desde 1997. E mesmo para a exceção, Michael Schumacher em 1996, foi debaixo de muita chuva e o alemão, que fazia sua primeira temporada na Ferrari, largou em terceiro. Resumindo, quem larga boa posição em Montmeló, tem meio caminho andado para conseguir um grande resultado na bandeirada, como se a pista espanhola fosse um travado circuito de rua. Pensando unicamente nessa estatística, a comemoração dentro dos boxes da Mercedes, bem mais efusiva do que das oportunidades anteriores, se faz mais do que correta.

Nico Rosberg largará pela segunda vez consecutiva na ponta, tendo ao seu lado Lewis Hmailton, que marcou a pole na China, demonstrando mais uma vez a força da Mercedes em ritmo de classificação. Porém, amanhã haverá outras 64 voltas para definir o vencedor da prova e é justamente nesse momento que a Mercedes tem pecado seriamente com seus pilotos, principalmente no quesito desgaste de pneus, vide o péssimo nono lugar do pole Rosberg no Bahrein. Se conseguir achar um mínimo equilíbrio, a Mercedes poderá vencer não apenas a corrida de amanhã, como outras ao longo do ano. Resta saber quando o time da estrela de três pontas conseguirá esse equilíbrio com dois pilotos tão diferentes.

Com a Mercedes ainda procurando se achar em ritmo de corrida, os olhos se voltam imediatamente para segunda fila, ocupada pelo líder e vice-líder da temporada. Vettel e Raikkonen atacarão os carros prateados amanhã como o alemão fez no Bahrein três semanas atrás e tentará outra vitória, mas Kimi se agarra no ótimo de ritmo de corrida da Lotus, bem superior ao ritmo de classificação do time aurinegro. E ainda há o fator Alonso, sempre muito forte na Espanha, onde é ídolo, apesar dos empurrões em fotógrafos, mas mostrando bem como a Ferrari ainda não se encontrou em ritmo de classificação, o espanhol tomou meio segundo no quengo, com Felipe Massa apenas um milésimo mais lento. Se na Ferrari houve uma grande paridade entre seus pilotos, na Red Bull e na Lotus há um pequeno abismo no desempenho dos seus pilotos e Webber fica cada dia mais longe de fazer sua vendetta contra Vettel. Decepções para Button, que viu Pérez passar ao Q3, enquanto o inglês da McLaren ficava em 14º e seis décimos mais lento que o mexicano, que parece ter despertado, e a Williams, que largou na pole no ano passado, mas em 2013 viu seus dois carros ficarem pelo caminho no Q1.

Porém, mudanças podem ocorrer mais tarde, com punições a Massa, Gutierrez e Maldonado por atrapalhar pilotos mais rápidos. São três pilotos que necessitam de resultados para seu futuro na F1. Hoje, pela primeira vez em anos, a Globo não levou Reginaldo Leme para a transmissão do final de semana da F1, algo histórico, assim como não demorou para Rubens Barrichello falar besteira, quando pediu, ao vivo, que a Williams o contrate para melhorar o carro. Ridículo! E depois falou mal de Michael Schumacher de forma velada... Acho que Rubens deve ter alguma patologia para com Michael, ou, sendo mais simples, tem muita inveja mesmo! Para amanhã, a corrida não deve ter tantas emoções como é o normal do muito testado circuito de Montmeló, mas será interessante ver o desempenho da Mercedes em ritmo de corrida, como Vettel e Raikkonen se sairão na segunda fila e como Alonso tentará fazer a alegria da massa espanhola em Barcelona.

terça-feira, 7 de maio de 2013

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Na liderança

Em meio ao corridão em São Paulo na Indy e a polêmica na MotoGP entre Marc Márquez e Jorge Lorenzo, outro fato histórico aconteceu nesse final de semana história automobilisticamente falando. Em Hockenheim, Augusto Farfus Jr venceu pela segunda vez no DTM e mesmo que seja na primeira prova da temporada, se tornou o primeiro brasileiro a liderar o maior e melhor campeonato de turismo do mundo.

No tradicional palco de Hockenheim, Farfus utilizou a ótima performance da atual campeã BMW e uma  estratégia perfeita para assumir a ponta na abertura do campeonato após largar em segundo, vencendo com autoridade. Lógico que ainda é a primeira prova do campeonato, mas suas boas exibições nas últimas etapas de 2012 mais essa vitória pode credenciar Farfus a um dos favoritos ao título do DTM, o que seria totalmente inédito para o Brasil.

domingo, 5 de maio de 2013

Para ficar na memória

Para as milhares de pessoas que assistiram a corrida da Indy nas ruas de São Paulo in loco, espero que as últimas voltas fiquem na memória delas. O mesmo a quem acompanhou na TV. Para quem gosta de automobilismo e acompanha a Indy, pela intensa briga proporcionada por James Hinchcliffe, Takuma Sato, Marco Andretti e Josef Newgarden. Com certeza, ninguém esquecerá tão cedo. Já para quem acompanha de forma eventual ou pelo tom ufanista ridículo da TV Bandeirantes neste final de semana, espero que eles saibam que o automobilismo tem sua beleza justamente nesses momentos que levantaram as pessoas das arquibancadas ou das poltronas em casa. A emoção não é um brasileirinho derrotando os gringos, apesar da soberba corrida de Tony Kanaan. É numa ultrapassagem na última curva, por exemplo.

Como vem se tornando rotina, a corrida em São Paulo foi das mais emocionantes do calendário da Indy e hoje não foi exceção. O traçado do circuito de rua proporciona disputas sensacionais como num autódromo tradicional, mas com os perigos eminentes dos circuitos de rua. Por isso, não faltam ultrapassagens e bandeiras amarelas. Agora, um parentese para a imbecilidade de dizer que o circuito de rua no Anhembi é referência mundial e que dentro do calendário da Indy, São Paulo só perde para Indianápolis. No primeiro quesito, sugiro para quem fala isso ir a Cingapura, pois parece que tem um circuito de rua lá muito bom. Quanto a importância no calendário, lembro de Long Beach, uma corrida sem nenhuma tradição, só com quase 40 anos de provas ininterruptas... 

Voltando a prova em si, destaque para Tony Kanaan, esse guerreiro que enfrentou uma luxação na mão direita para lutar seriamente pela vitória, fazer belas ultrapassagens, mas ser traído pela pequeneza de sua equipe, que mal consegue fazer um cálculo de combustível. As palmas no momento em que parava na frente da arquibancada principal foram altamente merecidas para este baiano bom de volante. Ryan Hunter-Reay liderou o início da corrida, mas a ciranda de bandeiras amarelas fez com que vários pilotos assumissem a ponta da corrida e trouxesse várias alternativas. A primeira, logo no começo, foi provocada por Bia Figueiredo de forma que, na minha opinião, deveria lhe custar uma punição. Com o câmbio sem funcionar, a paulistana se arrastou pela pista até ficar irremediavelmente parada, trazendo o pace-car pela primeira vez de forma besta e sem motivos. Além de ser muito fraca pilotando, Bia se mostrou não muito inteligente...

O vencedor de todas as edições da corrida no Anhembi, Will Power, fazia uma feroz corrida de recuperação depois de largar em 22º por causa desses regulamentos incríveis que o afetou na classificação. Na pista, o australiano da Penske vinha fazendo ultrapassagem sobre ultrapassagem, mostrando muita força até um incêndio em seu carro decretar o fim do seu domínio em São Paulo. Foi um dia ruim para a Penske, pois Helio Castroneves se meteu em várias confusões durante a corrida e acabou, por sorte, ainda em 13º. Porém, comparei o ritmo dos dois pilotos da Penske enquanto eles tentavam escalar o pelotão. A diferença a favor de Power em termos de agressividade e velocidade chega  a espantar!

No fim, após quase duas horas de corrida, a última perna em bandeira verde da corrida tinha Takuma Sato na frente, seguido por Josef Newgarden. Ambos em equipes pequenas. Aos poucos, Sato vem transformando a equipe Foyt, antes zombada pelos métodos antiquados do seu dono A.J. Foyt, num time coeso e consistente, além do próprio Sato estar pilotando cada vez melhor. Já Newgarden está na equipe de Sarah Fisher e é uma promessa americana. Só o fato de Newgarden ter largado em último e estar em posição de vitória já demonstra que ele veio para ficar. O problema era que atrás deles vinham pilotos de equipe maiores, como James Hinchcliffe e Marco Andretti. Os dois vieram para cima dos dois pilotos nas voltas finais, quando Sato fechou de forma até perigosa Newgarden no retão da marginal. Quando Hinchcliffe ultrapassou Newgarden e partiu para cima de Sato, recebeu o mesmo 'tratamento', recebendo fechadas criminosas, mas o canadense resolveu usar a inteligência para superar o aguerrimento samurai de Sato.

Vendo que Sato venderia caro a ultrapassagem na reta, Hinchcliffe freou no limite, induzindo Sato fazer o mesmo. Foi fatal. Na parte suja da pista, Sato escorregou e Hinchcliffe, na última curva, executou a ultrapassagem vitoriosa de forma magnífica, conseguindo a segunda vitória em quatro corridas no campeonato, mas sua irregularidade o faz ficar apenas em quarto no campeonato. Mostrando a sua força, Sato agora lidera o campeonato, mesmo com a decepção no Anhembi, por sinal, a segunda, já que dois anos atrás Takuma quase ganhou pela primeira vez na Indy, mas foi traído por uma estratégia errada de sua então equipe. Marco Andretti ainda ficou com último lugar do pódio e também está numa boa posição no campeonato, que pode se tornar espetacular se houver outras corridas como essa. Pena que a Band não pensa assim. Enquanto os quatro primeiros faziam um final de corrida épico, Luciano do Valle parecia narrar um velório...