O destaque de 2016 não podia ser outro. Nico Rosberg foi escolhido quatro vezes como o 'Figura' em 2016, menos do que as cinco de Daniel Ricciardo, porém o simpático australiano não teve a temporada de Nico Rosberg. O alemão teve com Lewis Hamilton uma saudável rivalidade no kart, mas quando se encontraram na F1 e, principalmente, passaram a brigar pelas vitórias de forma praticamente exclusiva na Mercedes, a amizade se arruinou. Nico Rosberg sabia dos pontos fortes de Hamilton, assim como os fracos. Provavelmente até mesmo o alemão sabia que é menos piloto do que Hamilton, mas não podia ser subserviente a essa situação. Ele precisava potencializar seus pontos fortes e aproveitar as brechas que Hamilton dava. E Nico aproveitou cada brecha que Hamilton deu em 2016 para se sagrar campeão mundial pela primeira vez. Inicialmente, Nico aproveitou a pouca concentração de Hamilton quando esse conquistou seu terceiro título e Rosberg emplacou quatro vitórias consecutivas, num aproveitamento de 100% no início da temporada. Com o seu enorme talento, Hamilton ressurgiu e virou o campeonato com um número semelhante de vitórias. Rosberg ainda teve que enfrentar momentos difíceis, como o toque que teve com Hamilton em Barcelona, muito por culpa do alemão. Receber da Mercedes a ordem para Hamilton passar na chuvosa corrida em Monte Carlo, pois estava muito lento. E finalmente, o toque na volta final na Áustria. Com Hamilton novamente na ponta do campeonato e favorito ao título, Nico Rosberg permaneceu impávido em sua estratégia. Hamilton bateu na classificação em Baku. Rosberg venceu. Hamilton trocou motores alucinadamente em Spa. Nico foi lá e ganhou. Hamilton largou mal em Monza e Suzuka. Adivinha o resultado? Rosberg recebendo a bandeirada em primeiro. No momento mais tenso da temporada, quando rodou na primeira curva em Sepang, Hamilton quebrou o motor quando liderava tranquilamente, Nico Rosberg estava com o título nas mãos, pois com o carro que tem, chegar em segundo até o final da temporada era até fácil, mas como diria Juan Manuel Fangio, Carreras son carreras. No México, Nico Rosberg teve que lhe dar com um amalucado Max Verstappen, que tentou duas ultrapassagens agressivas, mas o alemão acabou se firmando na frente. Em Interlagos, em outra corrida marcada por um aguaceiro, Nico Rosberg chegou a perder o controle do seu carro e ainda teve a sorte da Red Bull errar na tática de um inspirado Max Verstappen para ficar em segundo. Nico só precisava ser terceiro em Abu Dhabi e novamente Lewis Hamilton colocou uma pressão psicológica imensa, garantindo a pole e diminuindo o seu ritmo para enervar Rosberg e deixar o alemão a mercê dos seus adversários. Mas Nico se manteve firme, ultrapassou Verstappen quando necessário e se defendeu de Vettel nas voltas finais para conseguir o campeonato que tanto perseguiu. E essa perseguição, mais a vontade de ficar com a família e a pressão que é ser parceiro de Hamilton, fez com que Nico Rosberg anunciasse, de forma chocante, a sua aposentadoria aos 31 anos de idade, apenas cinco dias após a sua maior glória esportiva. Criticado até mesmo por Niki Lauda, Nico Rosberg vai ser acusado de falta de ambição e muitas outras coisas, mas é o digno campeão mundial de 2016, além de ter conseguido um ano e tanto!
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