A F1 ficou atordoada com o anúncio dessa manhã e extremamente chocada com a aposentadoria repentina e surpreendente de Nico Rosberg, cinco dias depois do título do alemão.
Após quatro anos ao lado de Lewis Hamilton, sendo três com os dois tendo o melhor carro da F1, Nico Rosberg pareceu se cansar da extrema competitividade do inglês e não quis sacrificar-se novamente para poder derrotar Hamilton, um piloto que vai escrevendo com tintas douradas sua história na F1. Foram onze anos na F1, com 23 vitórias, 30 poles e o título desse ano. O tempo dirá qual será a marca de Nico Rosberg na história da F1, mas sua repentina aposentadoria já o coloca como um dos campeões mais enigmáticos da extensa história da categoria. A falta de carisma do alemão colocam os ótimos números de Nico em segundo plano, além da sua ojeriza à estrelismos e polêmicas. Bem ao contrário de Lewis Hamilton, seu rival desde o kart. Por sinal, a disputa ferrenha com Hamilton marcará para sempre os dois campeões do mundo. Apesar de não ter o mesmo brilho de outras rivalidades, ninguém poderá negar que a disputa 'Hamilton vs Nico Rosberg' entrou para a história da F1 e essa aposentadoria do alemão só alimenta isso. Para derrotar alguém como Hamilton, Nico esgotou-se mentalmente a ponto de fazê-lo sair do automobilismo poucos dias depois de realizar o sonho de todo piloto que começa no kart, que é ser campeão mundial de F1.
Isso conta a favor de Hamilton, quando falarmos de sua história no futuro. Para derrotar o inglês, não basta apenas vencê-lo na pista, o que já é muito difícil, vide o talento do inglês. É preciso disputar renhidamente também nos bastidores, nos corredores da fábrica e nas reuniões com engenheiros. Nico Rosberg pareceu cansar disso. E o alemão, antes conhecido apenas como filho de Keke Rosberg, colocou seu nome na categoria também pela coragem de se aposentar com o título no bolso. Nico Rosberg derrotou duas lendas com o mesmo caso, mesmo que no caso de Michael Schumacher, com o heptacampeão longe do seu auge. Mas Nico bateu no melhor Hamilton e os números do inglês não mentem. Ele é um dos grandes da F1. Nico Rosberg sabe que aproveitou a chance que teve, com Hamilton com a guarda abaixada no começo do ano, combinado com Nico mais focado do que nunca, agarrando a menor brecha que o inglês deixou ao longo da temporada 2016.
Com essa repentina aposentadoria, agora a pergunta de um milhão de dólares é: quem ficará com a segunda vaga no cobiçado cockpit da Mercedes? Candidatos, obviamente, não faltam. Fernando Alonso chora por uma vaga numa equipe vencedora faz tempo, mas com o azar do espanhol, não duvido nada ele ir para a Mercedes em 2017, mas com a mudança de regulamento, a equipe perder rendimento... Outro nome forte é o alemão Sebastian Vettel, desiludido com a política da Ferrari e tão germânico quanto a estrela de três pontas. Porém, Alonso e Vettel tem contratos, sem contar os dois jovens da Red Bull, em particular Max Verstappen, no qual Toto Wolff é fã. Porém, Wolff também gosta bastante de Valtteri Bottas, piloto da Williams do que o austríaco colocou na equipe do tio Frank ainda 2013 e que vem fazendo bom papel. Os pilotos juniores da Mercedes, Esteban Ocon e Pascal Wehrlein são alternativas baratas e viáveis, dando credibilidade ao programa de jovens pilotos da montadora tedesca.
Wehrlein, por sinal, está sem contrato e meio que sem entender o porquê Ocon ter ido para a Force India e não ele, criando até uma briga forte entre eles na última corrida em Abu Dhabi, pela Manor. Pascal fez uma ótima temporada pela Manor e é o favorito a ficar com a vaga do recém-aposentado Nico Rosberg, enquanto Felipe Nasr, vendo sua vaga na F1 indo pro vinagre, perdendo lugar justamente para o jovem alemão, pode ver renascer suas chances na Sauber.
A história de Nico Rosberg, um piloto sem a espetacularidade e habilidade de Hamilton ou Verstappen, surpreendeu a todos com o seu fim nessa quinta-feira. O alemão teve muitas portas abertas por ser filho do grande Keke Rosberg, mas seu início foi lento na F1. Nico conseguia mostrar seu talento e trabalho, mas como não há milagre na F1, Rosberg só se tornou uma verdadeira estrela quando a Mercedes passou a dominar a F1. Estrela, à seu modo. Sem holofotes. Nico tinha como companheiro de equipe um piloto totalmente diferente dele, mas que eram amigos desde o kart, porém, a competitividade de uma disputa de título na F1 minou essa amizade, talvez para sempre. Nico Rosberg lutou com todas as suas armas para derrotar Hamilton e quando o fez, pareceu não querer se sacrificar de novo. Muitos o acusarão de falta de ambição. Ambição das grandes lendas da F1. Nico Rosberg não é uma grande lenda da F1, mas soube derrotar duas com o mesmo carro.
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