domingo, 7 de junho de 2020

Habemus Indy

Foi emocionante quando foi dado o sinal para se ligar os motores ontem à noite em Fort Worth. Foram oito meses de espera. A Indy termina sua temporada cedo para não competir com a NFL, mas com a pandemia, o que seria cinco meses se transformou em quase infinitos oito. Claro que não foi uma corrida normal. O final de semana no perigoso circuito do Texas foi condensado em um dia, com as equipes podendo levar somente vinte pessoas no máximo, as arquibancadas vazias e todos tomando todos os cuidados possíveis fora das pistas. Dentro das pistas o famoso 'novo normal' foi bem parecido com o 'antigo normal', com Scott Dixon dominando a corrida praticamente inteira.

A Indy se tornou a segunda categoria top do automobilismo a entrar verdadeiramente na pista tomando vários cuidados, como será praxe em toda atividade esportiva esse ano, porém a categoria cometeu um pequeno erro ao escolher Texas, que já é perigosa por si só, mas em 2020 havia um detalhe a mais. Uma mudança no asfalto fazia com que o lado de fora das curvas fosse impraticável por causa da falta de aderência. Com somente um dia de atividades, os pilotos não tinham confiança em correr por fora e como resultado, não houve a famosa cena de Fort Worth com os carros lado a lado nas curvas, além de dificultar bastante as ultrapassagens, tornando a corrida um pouco chata em vários momentos. O atual campeão Josef Newgarden ficou com a pole e liderou o primeiro stint, mas quando o americano da Penske viu o primeiro retardatário, simplesmente não conseguia a ultrapassagem, sendo ultrapassado por Dixon, que a partir daí dominou a corrida, só perdendo a ponta por conta das paradas.

De dominadora na classificação, a Penske perdeu rendimento em ritmo de corrida, cedendo o lugar de equipe dominante para a Ganassi. Com Dixon dominando na frente, o segundo piloto Felix Rosenqvist ultrapassou as Penskes de Newgarden e Pagenaud para ficar em segundo, chegando a pressionar Dixon. Apenas em sua segunda temporada e com a pista traiçoeira, Rosenqvist forçou no meio de um pelotão de retardatários no final da corrida, tentou ultrapassar por fora e acabou por bater no muro. Era o fim da dobradinha da Ganassi, mas Dixon permaneceu lépido na frente, conseguindo sua 47º vitória na Indy, seguido por Newgarden e Pagenaud. Se a Penske teve dificuldades, pior dia teve a Andretti, com seus dois principais pilotos (Alexander Rossi e Ryan Hunter-Reay) tendo problemas antes da largada e saindo para a corrida com uma volta de desvantagem. Com o inexpressivo Zach Veach chegando em quarto, havia certo potencial da Andretti nesse sábado à noite.

Foi uma corrida que não foi das mais empolgantes, com a Indy mantendo boa parte do seu status quo dos últimos anos, com o domínio passando por Ganassi, Penske e Andretti, além de Scott Dixon sempre se mostrando forte e um dos maiores pilotos da história da Indy. O Aeroscreen, grande novidade de segurança da Indy em 2020, é muito mais bonito do que o Halo e aparentemente mais seguro. Contudo, ouvir novamente os V8s roncando em Fort Worth já valeu demais esse final de semana.

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