domingo, 4 de dezembro de 2022

Que pena...

 


Bon vivant e charmoso, Patrick Tambay era o que poderíamos chamar de piloto querido por onde passou. Tambay se beneficiou do investimento feito por várias empresas franceses na década de 1970 no automobilismo e após dois ótimos anos na F2, Patrick estreou na F1 no meio de 1977 pela equipe Surtees, conseguindo resultados encorajadores a ponto de rivalizar com seu amigo Gilles Villeneuve como o piloto mais promissor da época. Graças aos contatos com a Marlboro, Tambay conseguiu uma vaga na McLaren, mas os resultados nas duas temporadas seguintes ficaram aquém do esperado, parecendo que a carreira do francês na F1 estaria no fim. Tanto que Tambay se mudou para os Estados Unidos e foi campeão da Can-Am em 1981. Participando de uma corrida aqui e ali na F1, Tambay viu sua carreira dar uma guinada em 1982. Mesmo que isso tenha sido por uma causa trágica. Seu amigo Villeneuve morreu em Zolder, deixando a Ferrari necessitando de um piloto e Tambay era um dos poucos disponíveis. Patrick relutou em substituir seu amigo morto, mas aceitou o desafio, conquistando seu primeiro pódio em Brands Hatch naquele ano. Semanas mais tarde, a Ferrari se viu envolvida em tragédia novamente com o gravíssimo acidente de Pironi em Hockenheim e Tambay era o único piloto da scuderia. Mesmo estando numa situação difícil, Tambay venceu na Alemanha e com esses pontos, ajudou a Ferrari a pelo menos vencer o Mundial de Construtores de 1982, garantindo um contrato com a equipe para a temporada seguinte. Tambay se tornou um dos principais pilotos da F1 em 1983, vencendo pela segunda e última vez em Ímola, numa corrida inesquecível, onde Tambay bateu Patrese nas voltas finais. Naquele domingo ensolarado Tambay usava o mesmo número 27 que havia consagrado Villeneuve e a festa que Patrick proporcionou naquele dia foi das mais emocionantes da década na F1. Tambay se manteve na briga pelo título até a parte final da temporada, mas a falta de confiabilidade da Ferrari somada a velocidade de Arnoux fez com que Tambay perdesse espaço na equipe, além do seu lugar, substituído por Michele Alboreto para 1984. Tambay achou espaço na Renault, que perdera o título por pouco em 1983, mas o domínio da McLaren em 1984 deixou pouco espaço para as demais equipes. Com a Renault acabando com sua equipe de fábrica em 1985, Tambay ainda iria para a Lola/Haas em 1986, onde terminaria sua carreira na F1 aos 37 anos de idade, com 114 corridas, duas vitórias, cinco poles, onze pódios e o quarto lugar de 1983 como seu melhor resultado. Após a sua passagem na F1, Tambay correu em Le Mans e no Rally Paris-Dakar. Tambay se enveredou pela política e apoiou seu filho Adrien no automobilismo, porém, Patrick foi acometido pelo Mal de Parkinson e saiu da vida pública nos últimos anos. Hoje pela manhã cedo, foi anunciado a morte de Tambay aos 73 anos. Um piloto que pode não ter sido um fenômeno, mas Patrick Tambay era um dos pilotos mais populares dos grandes anos 1980. Uma pena...

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