Antes da corrida acontecer no misto de Indianápolis, o mundo do automobilismo ficava mais uma vez surpreso com mais uma reviravolta na carreira de Alex Palou. Ano passado o espanhol entrou numa disputa judicial com a Ganassi referente à renovação do seu contrato, pois Palou tinha acertado um contrato com a McLaren, numa clara intenção de ir para a F1 num futuro próximo. O que Palou não esperava era que Zak Brown se metesse na má gestão da Alpine e numa tacada de mestre, tirasse o promissor Oscar Piastri dos franceses e o australiano fizesse dupla com o também promissor Lando Norris. Com dois pilotos jovens no seu plantel na F1, a McLaren não parecia que precisaria de Palou tão cedo e o espanhol percebeu que se meteu numa enrascada, mesmo fazendo testes de F1 e participando de um treino livre com o time britânico. Toda essa confusão privou Palou de defender seu título em 2022, mas em 2023 o espanhol voltou com tudo e só perderá o título desse ano se algo extremamente extraordinário acontecer na humanidade nas próximas seis semanas.
O show que Palou vem dando na Indy abriu os olhos da F1 normalmente, mas o espanhol estava preso à McLaren, que contava com Alex na sua equipe da Indy em 2024. Com Williams e Alpha Tauri (ou qualquer que seja o nome que a equipe venha a ter no próximo ano) interessadas em Palou, o espanhol percebeu que o vínculo com a McLaren mais atrapalhava do que lhe ajudava e então comunicou que não irá para a McLaren em 2024, para desespero de Brown, que já criticou de forma ácida o espanhol, que também se desvinculou da agência que gerenciava a sua carreira e acertou o contrato com a McLaren. Chip Ganassi, que nunca perdoou Brown pela rasteira recebida ano passado, não perdeu a oportunidade e disse que 'respeitava a McLaren ao longo dos anos, mas não respeitava a administração atual da equipe'. Ouch! Com mais esse imbróglio em sua carreira, resta saber o que fará Alex Palou em 2024. Segundo consta, Palou acertou uma renovação com a Ganassi para os próximos anos, mas com uma cláusula de liberação, caso a F1 venha buscar o espanhol. Williams e Red Bull já devem estar preparando os seus advogados para as negociações, enquanto Brown prepara os seus para uma possível disputa judicial.
Ao contrário do que fez ano passado, quando tudo isso aconteceu no meio da temporada, Palou arrumou mais essa confusão na carreira já no final do campeonato e com o título praticamente ganho. Hoje Palou fez uma prova discreta, mesmo com alguns toques nas primeiras voltas, inclusive no incidente da primeira volta que praticamente tirou Newgarden de qualquer chance na prova, o deixando em terceiro no campeonato com a vitória de Dixon.
Após uma largada relâmpago de Devlin DeFrancesco, o limitado canadense foi sendo escalado e a corrida parecia que seria uma disputa entre a surpreendente Rahal, que colocou Graham e Lundgaard na primeira fila, e a turma da McLaren. Enquanto isso, quem se envolveu no entrevero da primeira volta aproveitou para encher o tanque e mudar sua estratégia. E quem pudesse economizar combustível, fatalmente pararia uma vez menos que os líderes, que visitariam os boxes três vezes. Em ritmo de competição, já que não houve mais bandeiras amarelas, Dixon parou somente duas vezes, mas mantendo um ritmo decente, mesmo conservando combustível. Grosjean, que estava na mesma tática de Dixon, não soube fazer a mesma tática e parou uma quarta vez. Talvez por isso a Andretti ainda não renovou com o francês...
As voltas voltas finais foram empolgantes, com Rahal tirando a diferença por ter mais combustível à disposição, mesmo usando pneus usados, enquanto Dixon tinha colocado pneus novos. Rahal se aproximou, ficou a menos de 1s de Dixon, mas o neozelandês da Ganassi, uma das maiores lendas da Indy, mostrou que é mesmo inevitável. Pela décima nona temporada consecutiva, Dixon venceu uma corrida na Indy. E na vice-liderança do campeonato, é bom Palou não pensar demais aonde irá correr em 2024, pois nunca é bom subestimar Scott Dixon.
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