domingo, 28 de setembro de 2025

Resiliência e glória

 


Ao ser atingido por sua Honda em Jerez após uma segunda queda, na primeira corrida da complicada temporada 2020, Marc Márquez não poderia imaginar pelo o que aconteceria a seguir. O braço direito quebrado fora operado no dia seguinte e Marc pensava em retornar para a corrida seguinte, dali a seis dias. Márquez foi visto até fazendo flexão no hospital na tentativa de voltar o mais rápido possível e Márquez chegou a subir em sua moto no final de semana seguinte, mas a dor era grande demais. Era apenas o início do suplício de Marc Márquez. Fisioterapia, dor, cirurgias, retornos, frustração, dúvidas. Tudo isso atormentava a cabeça de Marc Márquez.

Se Marc Márquez não era mais o mesmo, a sua Honda também. Moto complicada e sem o seu feeling para desenvolver tornou a Honda uma máquina improvável para retornar aos tempos vencedores. Marc escaneou o paddock e era óbvio que a Ducati tinha os meios para tirar a dúvida que martelava a cabeça do espanhol: ele ainda era capaz de ser campeão da MotoGP?

No que parecia uma loucura, Marc Márquez quebrou seu milionário contrato com a Honda e foi para a pequena equipe Gresini praticamente de graça, mas o time comandado pela viúva de Fausto Gresini tinha algo que era bastante precioso para Márquez: uma Ducati. Não era a Ducati de fábrica. Nem mesmo a do ano vigente. Mas era uma Ducati, a melhor moto do grid da MotoGP. Márquez poderia se medir com os pilotos que emergiram no vácuo de sua ausência. As vitórias chegaram e era evidente que Márquez poderia fazer algo especial com uma Ducati de fábrica. Num movimento polêmico, a Ducati de fábrica preteriu Jorge Martin, que seria campeão em 2024, pelo veterano Marc Márquez. Era uma aposta arriscada de Davide Tardozzi e Luigi Dall'Igna. Mas que se pagou plenamente!

Logo nos primeiros testes Marc Márquez mostrou sua magia e Pecco Bagnaia, piloto sempre ligado à Ducati, italiano e bicampeão da MotoGP pela montadora foi suplantado frente ao talento de Márquez. O começo da temporada indicava que algo incrível estava para acontecer. Marc Márquez deixava para trás o que acontecera entre 2020 e 2024. Ele retornava aos tempos dominantes com a Honda, quando as vitórias aconteciam naturalmente e os títulos eram mera formalidade. De forma surpreendente, o amado irmão Alex seria o maior 'rival' de Marc. Entre aspas, pois na temporada 2025 Marc Márquez não teve um rival. Foi um massacre. Os demais pilotos pareciam um ou mais degraus abaixo do espanhol de 33 anos. O título, como acontecia nos bons tempos da Honda, era mera formalidade. E o título veio nesse domingo em Motegi. Num raro bom momento de Bagnaia em 2025, o italiano varreu o final de semana. Correndo com o regulamento debaixo do braço e Alex num final de semana ruim, Marc terminou em segundo para comemorar seu sétimo título.

Todos os títulos são especiais, mas esse título de Marc Márquez será para sempre lembrado como o veterano campeão se igualou ao arquirrival Valentino Rossi com sete títulos, além de também se juntar à Michael Schumacher, Lewis Hamilton, A.J. Foyt, Jimmie Johnson, Dale Earnhardt e Richard Petty como os heptacampeões do esporte a motor. Como Márquez provou que pode vencer com uma moto diferente, saindo de sua zona de conforto na Honda. E principalmente, Marc Márquez provou que pode ser o piloto dominante como era antes do seu acidente.

sábado, 27 de setembro de 2025

Que pena...

 


Dono de uma das equipes pequenas mais charmosas da década de 1980 da F1, Vicenzo 'Enzo' Osella começou a correr no começo da década de 1960 com carros da Abarth e não demorou muito para Enzo ir para o lado gerencial do automobilismo, se tornando chefe de equipe e construtor de carros. Como um jovem piloto em começo de carreira, a equipe Osella começou nas categorias de base, passando pelo Turismo antes de correr por F3 e F2, culminando com a F1 em 1980. Num momento em que as equipes de F1 desenvolviam motores turbo e chassis com efeito-solo, Enzo Osella sofreu com a falta de financiamento, mas nem por isso deixou de construir carros muito bonitos, projetados por gente competente como Guiseppe Petrotta e Tony Southgate. A equipe Osella conseguiu bons resultados aqui e ali, como o quinto lugar de Ghinzani em Dallas/1984 e a mesmo posição de Jo Gartner em Monza/1984, mas normalmente a Osella lutava pelas últimas filas do grid. O simpático time italiano atravessou a inesquecível década de 1980 com valentia e em 1990 o time se tornou Fondmetal, fazendo com que Enzo Osella saísse do time que fundara, retornando à construção de carros-esporte, como fizera na década de 1970, dessa vez com sucesso na Itália. Hoje, aos 86 anos, foi anunciado a morte de Enzo Osella, um dos últimos garagistas da década de 1980 que ainda estavam entre nós.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Figura(AZE): George Russell

 O piloto da Mercedes chegou à Baku gripado e esteve próxima de desistir do final de semana azeri, mas Russell ficou e fez uma bela corrida, voltando ao pódio. George soube se livrar dos problemas na classificação e mesmo perdendo posição para Tsunoda na largada, Russell retomou a posição e rapidamente se aproximou da briga entre os novatos Lawson e Antonelli, que por sinal lhe fechou a porta na primeira volta, deixando o inglês fulo. Russell encostou em Antonelli, sugeriu uma troca de posições, mas a Mercedes simplesmente tirou Antonelli do caminho e Russell apenas esperou Lawson fazer sua parada e já assumir a segunda posição, pois Sainz tinha parado. Com o desgaste de pneus bem baixo nesse domingo, Russell manteve um ótimo ritmo e emergiu na frente de Sainz para ficar em segundo e subir novamente ao pódio. Uma clara demonstração de que Russell é mais do que um piloto de ponta, mas um verdadeiro líder numa equipe grande.

Figurão(AZE): Lando Norris

 Na semana anterior à corrida em Azerbaijão, Lando deu declarações à revista Vogue inglesa e soltou a seguinte pérola: Quero curtir a vida, é minha prioridade número um. Minha prioridade número dois é ser campeão mundial. E Norris foi bem coerente com sua frase, executando um final de semana miserável, onde o inglês tinha tudo para diminuir decisivamente a desvantagem que tem para Oscar Piastri, que teve um final de semana atípico e zerou após dois acidentes em Baku. Podendo capitalizar os problemas do seu principal rival pelo título, Norris errou na classificação após o primeiro acidente de Piastri e na corrida, nada fez para superar os pilotos à sua frente, largando e terminando numa opaca sétima posição. Uma corrida que reflete a falta de mentalidade competitividade de Lando Norris, além de ver Max Verstappen começar a crescer cada vez mais nesse terço final de campeonato. 

domingo, 21 de setembro de 2025

Castelo dos ventos uivantes

 


O clima capcioso de Baku nesse final de semana não foi capaz de parar Max Verstappen, que com uma segunda vitória consecutiva em 2025 começa a levantar a cabeça na luta pelo campeonato, cujos protagonistas falharam fragorosamente nesse domingo. Piastri sequer completou meia volta antes de estatelar sua McLaren em dos muros de Baku, enquanto Lando Norris fez uma corrida sorumbática, onde terminou onde largou, não capitalizando o infortúnio do companheiro de equipe. Somado às suas tragicômicas declarações à revista Vogue inglesa (Ser Campeão Mundial é minha prioridade número 2, quero curtir a vida) só aumenta o sentimento que Norris é talentoso, rápido, está na equipe certa na hora certa, mas lhe falta o sangue no olho que sobra em Max Verstappen. Enquanto Oscar Piastri precisa voltar a ter corridas decentes e mostrar que quer mais do que Norris (o que não parece muito difícil...) para ser campeão.


A classificação de sábado basicamente definiu o andamento de uma corrida que foi morna e com poucas emoções. Todos os treinos viram um show de interrupções e batidas, deixando os pilotos ainda mais cautelosos para uma pista de rua de alta velocidade, que com um clima às margens do Mar Cáspio traz muitos ventos que dificultou bastante a vida de todos os pilotos. Tanto que o único Safety-Car do dia foi logo na primeira volta, mas seu protagonista foi inesperado. Oscar Piastri pode não ter sido brilhante ao longo da temporada 2025, mas não se pode questionar a eficiência do jovem australiano, vindo de um sequência espetacular de 38 corridas nos pontos. Seu erro no sábado, que fez Oscar largar apenas em nono, pareceu mexer com a cabeça dele e logo na largada o piloto da McLaren vacilou, claramente queimando a largada e ao frear, seu carro entrou em Anti-Stall, fazendo com que a McLaren de Piastri ficasse praticamente parada no grid, deixando o piloto oceânico em último. Atarantado com o vacilo que pode ser decisivo para o campeonato, Piastri tentou forçar na primeira volta, mas a junção de pneus frios, pista suja e fria fez com que Piastri travasse os pneus e estampasse um dos muros de Baku. Game Over para Oscar Piastri, que foi flagrado assistindo a corrida num celular, pensando nas consequências dos seus seguidos erros.


Largando com pneus duros, Max Verstappen se defendeu bem de qualquer ataque de Carlos Sainz e partir de então não foi mais visto no domingo azeri. Max dominou a corrida ao seu bel-prazer, lembrando os bons tempos de 2023, quando passeava pelas pistas enquanto empilhava vitórias rumo ao tricampeonato. Foi a quarta vitória de Verstappen no campeonato, ficando apenas uma atrás de Norris, porém, a forma enfática como Max venceu em Monza e Baku, duas pistas distintas, cuja coincidência reside apenas em ser pistas cujos carros andam com baixo arrasto aerodinâmico, pode estar ligando a luz amarela na McLaren. A diferença de 69 pontos que Verstappen tem de desvantagem frente à Piastri pode se desmilinguir caso a McLaren faça outro final de semana miserável como esse. Não bastasse a sequência de erros de Piastri desde sábado, Andrea Stella e seus 'papaia caps' viram Lando Norris fazer uma corrida abaixo da crítica nesse domingo, onde o inglês largou e terminou em sétimo, diminuindo a vantagem para Piastri apenas para 25 pontos, num dia em que Oscar zerou ainda na primeira volta. Norris começou a vacilar logo na relargada, ao ficar longe do primeiro pelotão e ser ultrapassado por Leclerc na curva um. Norris ainda ultrapassou Hadjar logo após a relargada, mas foi incapaz de atacar Charles num dia ruim da Ferrari. Largando com pneus duros, Norris esticou ao máximo o seu stint, mas a McLaren errou no pneu dianteiro direito e novamente Lando ficou atrás de Leclerc. Com pneus mais novos e médios, enquanto Leclerc tinha pneus duros e usados, Norris até ultrapassou o ferrarista, mas depois ficou preso atrás da luta entre Lawson e Tsunoda, terminando numa opaca sétima posição. Por mais dificuldades que Norris tenha, seja pela não adaptação da McLaren ao circuito de rua de Baku, seja pelo famoso 'trem de DRS', a falta de 'fome' de Norris nesse final de semana chamou a atenção. Com seu principal rival zerado, era de se esperar um Lando Norris faminto para capitalizar o deslize de Piastri, mas Norris fez uma corrida burocrática, sem sangue, bem de acordo com suas declarações nessa semana à revista Vogue. Lando Norris pode até ser Campeão Mundial em 2025 e não sou daqueles que desmerecem títulos de F1, mas o comportamento de Norris nessa temporada o colocará como um daqueles campeões que só levaram o título porque todo ano tem que haver um campeão.


Carlos Sainz vinha sendo uma das decepções desse ano, mas uma classificação miraculosa e uma administração de corrida soberba fez com que o espanhol cantasse Smooth Operator pela primeira vez com as cores da Williams. Sainz largou muito bem e manteve a segunda posição a maior parte da corrida, mas quando parou na metade da prova e colocou pneus duros, Carlos viu o crescimento de George Russell. O inglês da Mercedes começou o final de semana com problemas de saúde e até mesmo Valtteri Bottas ficou sob aviso caso Russell não apresentasse uma melhora de seu quadro viral. George soube se livrar dos problemas na classificação e mesmo perdendo posição para Tsunoda na largada, Russell retomou a posição e rapidamente se aproximou da briga entre os novatos Lawson e Antonelli, que por sinal lhe fechou a porta na primeira volta, deixando o inglês fulo. Russell encostou em Antonelli, sugeriu uma troca de posições, mas a Mercedes simplesmente tirou Antonelli do caminho e Russell apenas esperou Lawson fazer sua parada e já assumir a segunda posição, pois Sainz tinha parado. Com o desgaste de pneus bem baixo nesse domingo, Russell manteve um ótimo ritmo e emergiu na frente de Sainz para ficar em segundo e subir novamente ao pódio. Mesmo perdendo o segundo posto, Sainz comemorou bastante seu primeiro pódio com a Williams, se recuperando parcialmente de um ano esquecível com a Williams, que viu Albon bater em Colapinto e, punido, ficar longe dos pontos. 


Quando fez sua parada, Antonelli perdeu também a condição de brigar com Russell, mas com pneus duros finalmente foi capaz de ultrapassar Lawson e chegar em quarto, menos de 2s atrás de Sainz. Foi a melhor corrida de Antonelli desde o pódio no Canadá e os pontos conquistados pelo italiano ajudaram a Mercedes virar sobre a Ferrari na briga pelo segundo lugar no Mundial de Construtores. O título da McLaren não foi consolidado matematicamente nesse final de semana, mas é apenas questão de tempo. Pelo menos isso. Já o segundo lugar será uma briga mais animada. A Ferrari começou o final de semana de forma promissora, mas já na classificação a coisa começou a desandar para a turma de Fred Vasseur e seus 'red caps' e no final vimos uma corrida fraca dos italianos. Com pneus médios no stint final, Hamilton viu Leclerc abrir caminho, mas o inglês não foi capaz de atacar Norris, mesmo bem mais rápido no final. Os dois pilotos da Ferrari terminaram numa triste oitava e nona posições. Muito, muito pouco para a Ferrari. E Tsunoda fez uma corrida digna com a Red Bull. Claro que o nipônico esteve longe de andar sequer próximo de Verstappen, mas pelo menos Tsunoda marcou bons pontos com a sexta posição, segurando Norris, no que pode até mesmo ajudar Verstappen numa hipotética luta pelo título, porém, também é fato que Tsunoda foi incapaz de ultrapassar Lawson. O neozelandês fez sua melhor corrida na F1 até o momento, correndo muito tempo em terceiro, mas as táticas não permitiram que Lawson emulasse o pódio de Hadjar semanas atrás em Zandvoort. No entanto Lawson segurou as Mercedes no primeiro stint e depois não se intimidou com a presença de Tsunoda, terminando num bom quinto lugar, marcando bons pontos para a Racing Bulls, que viu Hadjar fechar a zona de pontos, numa corrida em que o francês quase não largou por problemas mecânicos, mas Isack fez o que pôde para fechar a prova novamente pontuando.


Reagindo ao movimento errático de Piastri na largada, Alonso acabou queimando a largada e por isso nem reclamou quando foi punido, o relegando a 15º posição, mas ainda duas posições à frente do seu sempre fraco companheiro de equipe Stroll. Bortoleto nem precisou esperar Alonso ser punido para assumir a 11º posição, mas o brasileiro não teve condições de atacar Hadjar e brigar pelos pontos. Num final de semana abaixo da Sauber, Gabriel fez o que pôde, enquanto Hulkenberg bateu em Ocon na primeira volta e ficou perdido no meio do pelotão. A Haas teve um final de semana ruim, longe da zona de pontuação e com poucas brigas, enquanto a Alpine foi a única que viu seus pilotos tomarem volta numa corrida onde apenas Piastri abandonou. Briatore terá bastante trabalho...


Numa corrida sem sal, Max Verstappen está tentando colocar tempero num campeonato em que a McLaren parece querer estragar com suas 'Papaya Rules', sem contar seus pilotos que parecem não querer magoar o outro para manter a harmonia dentro da equipe. A distância de Max Verstappen para a dupla da McLaren ainda é grande, mas o neerlandês está de olho em mais vacilos de Piastri e Norris. Que com o final do campeonato se aproximando, as gafes da dupla da McLaren parece aumentar. Max agradece!

 

sábado, 20 de setembro de 2025

Odisseia azeri

 


Momentos antes de se iniciar a classificação na capital do Azerbaijão, a F1 anunciou a extensão do contrato com a pista de rua de Baku até 2030, com direitos a declarações protocolares de Stefano Domenicalli e Farid Gayibov, ministro da juventude e dos esportes do Azerbaijão. Talvez os dois dirigentes não estivessem preparados para o que viria em seguida, numa das classificações mais acidentadas e caóticas de todos os tempos. Um recorde de seis bandeiras vermelhas (três só no Q1) fez com que o treino que definiu o grid durasse duas horas e Max Verstappen mostrou que em meio a tantas dificuldades, seu talento absurdo faz muita diferença.

O clima estranho em Baku no sábado trouxe ventos que passaram dos 40 km/h, fazendo com que os pilotos fossem surpreendidos por rajadas de ventos que os fizeram sair da pista em vários momentos. E como se trata de um circuito de rua, isso significa muro. No Q1 Albon, Hulkenberg e Colapinto bateram, sem contar as várias escapadas. Destaque que quando Colapinto bateu pela enésima vez, a transmissão não se furtou de procurar um Briatore cada vez mais furibundo com a falta de desempenho do argentino e, pior, sua predileção de destruir carros. No Q2 Bearman bateu, estragando um final de semana até promissor da Haas, mas pior fez Hamilton, não conseguindo marcar um bom tempo e ficando de fora do Q3 mais uma vez, após ter feito o melhor tempo do segundo treino livre.

No final da corrida da F2, minutos antes do início da classificação da F1, os pilotos relataram pingos de chuva e pista escorregadia. Essa situação apareceu bem no Q3 e os prejudicados foram dois favoritos à pole. Charles Leclerc vinha de quatro poles seguidas em Baku, mas acabou batendo no muro do Castelo, mesmo local onde se chamou de idiota em 2019. Minutos depois foi a vez do líder Oscar Piastri bater forte no muro e dar uma boa chance de Lando Norris diminuir bastante a sua desvantagem no campeonato. Porém, na semana em que falou para a revista Vogue inglesa que 'ser campeão do mundo é minha prioridade número 2, eu quero curtir a vida', Norris demonstrou mais uma vez sua que lhe falta uma mentalidade realmente vencedora ao errar em sua volta no Q3 e com isso, largará apenas duas posições à frente de Piastri amanhã. Se não foi 'Papaya Rules', para a McLaren 'manter a harmonia' entre seus pilotos, foi mais uma chance desperdiçada para o inglês.

Com a pista escorregadia e a sequência de bandeiras vermelhas, Carlos Sainz, 18º no campeonato e uma das decepções do ano, estava com a pole, com Liam Lawson, demitido da Red Bull após duas corridas e correndo para sobreviver na F1, ao seu lado na primeira fila. Porém, Max Verstappen passou por cima de uma pista escorregadia e o vento forte em Baku para marcar a pole, a segunda consecutiva. Com a dupla da McLaren distante, não é demais afirmar que Max já é o favorito para vencer no domingo.

domingo, 14 de setembro de 2025

Primeiro match-point à vista

 


A temporada de Marc Márquez já é histórica. O espanhol bateu o recorde de pontos numa só temporada e ainda faltam seis etapas para o fim do certame, que pode ser liquidado matematicamente na próxima corrida, em Motegi. Mais do que números, o que impressiona de Marc é o seu domínio. Correndo em terreno hostil, Márquez caiu na Sprint enquanto liderava, fazendo com que a torcida italiana fosse à loucura em Misano. Um dia depois, Marc largou novamente bem e comboiou o vencedor da véspera, Marco Bezzecchi, até este cometer um erro. Especialista da manhosa pista de Misano, Bezzecchi subverteu a lógica de 2025, pois perseguiu de perto o dominante Marc Márquez até a bandeirada, numa disputa apertada, mas que teve o resultado de sempre nesse ano: vitória do espanhol, que também se aproxima de sua centésima vitória na carreira no Mundial de Motovelocidade. Alex Márquez terminou num seguro terceiro lugar numa corrida que contou com muitos abandonos, como Bagnaia e Pedro Acosta, com problema mecânico e flagrado mostrando o dedo médio para a sua KTM. No dia em que a Yamaha debutou sua novo moto com motor V4, Quartararo sofreu com a falta de desempenho de sua máquina e mal se segurou entre os dez primeiros. Em termos de talento, talvez apenas Quartararo e Acosta façam frente à Marc Márquez, mas ambos não tem equipamento para enfrentar o espanhol. Cinco anos depois do seu terrível acidente em Jerez, Márquez pode reconquistar o título, mas não será de uma foram qualquer. Será de forma implacável frente aos seus adversários. 

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Figura(JAP): Max Verstappen

 Não poderia ser outro! Pole, vitória e melhor volta. Tudo isso sem ter o melhor carro, mas se aproveitando de uma rara não adaptação do carro da McLaren ao circuito de baixíssima pressão aerodinâmica e Max Verstappen dominou o final de semana em Monza, demonstrando mais uma vez que se tivesse um carro ligeiramente melhor, poderia estar na luta pelo título.

Figurão(ITA): Yuki Tsunoda

 Max Verstappen contornava a Parabolica pela última vez na edição 2025 do Grande Prêmio da Itália rumo a uma vitória incontestável. Enquanto o diretor de prova se preparava para dar a bandeirada para o neerlandês da Red Bull, Yuki Tsunoda completava a penúltima volta em 13º lugar, com Liam Lawson logo à frente. A Red Bull comemorava a vitória de Max enquanto o outro carro estava prestes a tomar uma volta do líder. Por mais que Tsunoda não seja o único piloto a passar pela provação de se comparar com Max Verstappen no manhoso carro da Red Bull sem ter sucesso, o nipônico entra mais uma vez aqui pois Yuki conseguiu colocar o carro no Q3, andou o primeiro stint inteiro entre os dez primeiros e poderia pontuar, quanto perdeu rendimento de forma repentina, caindo pelotão abaixo. Mais uma corrida ruim de Tsunoda com o carro da Red Bull. Por mais que o japonês fale em melhoras com o carro, a realidade é bem outra e dificilmente Yuki permanecerá na equipe em 2026.

domingo, 7 de setembro de 2025

Assunto em família

 


Correndo em casa, os catalães Marc e Alex Márquez transformaram o Grande Prêmio da Catalunha em Barcelona num assunto caseiro. Após arrancar a pole, Alex Márquez decepcionou ao cair na Sprint Race, fazendo tornar seu apelido de 'Ralf Schumacher piorado'. No entanto Alex esteve perfeito no domingo, não cedendo aos ataques do irmão para vencer pela segunda vez na MotoGP, além de impedir que Marc ganhe o campeonato em Misano, semana que vem. Será mesmo? Mesmo que tivesse a chance de decidir o campeonato 2025 da MotoGP na corrida caseira da Ducati, a missão de Marc não seria fácil, porém, o mais difícil seria comemorar um título na casa também de Valentino Rossi e sua torcida inflamada, que não esquece da rivalidade entre as duas lendas. Em Mugello, mesmo correndo com o rosso Ducati, Marc Márquez foi impiedosamente vaiado pela torcida italiana. Talvez para Marc consolidar o título no Japão seja bem mais apropriado. 

Italian job

 


Monza e suas longas retas não combinam com carros com grande arrasto aerodinâmico. A McLaren domina a temporada 2025 e tem como uma de suas características ter bastante arrasto e em Monza, isso acabou sendo determinante para que os papaias não dominassem como normalmente fizeram nesse ano, mas ainda assim houve domínio em Monza. Assim como fizera na outra corrida italiana do calendário da F1, em Ímola, Max Verstappen venceu com bastante facilidade em Monza, completando a dobradinha italiana em 2025, porém, para azar de Verstappen, não teremos uma terceira corrida na Itália e nem outro circuito como Monza até o final do ano. A vantagem de Max Verstappen foi tamanha nesse domingo, que ele teve tempo até mesmo de rir da presepada da McLaren, que nesse domingo se embananou inteiramente na estratégia e, principalmente, na gestão dos seus dois pilotos.


Como normalmente ocorre em setembro no parque de Monza, o céu estava claro e o sol radiante para mais um Grande Prêmio da Itália com clima perfeito e arquibancadas lotadas. Porém, ainda antes da largada ocorreu o primeiro drama do dia, com a Sauber chamando Nico Hulkenberg para os boxes ainda na volta de apresentação, fazendo com que o alemão se tornasse o primeiro abandono do dia antes do apagar das luzes vermelhas. A largada em Monza sempre é tensa pela longa reta até a forte freada rumo à estreita chicane da Variante del Rettifilo. Ainda com receio de como seria o ritmo de corrida do seu carro, o pole Max Verstappen fez uma largada bem diagonal, fazendo com que Lando Norris fosse para a grama, mas o inglês se manteve por dentro, enquanto correndo na casa da Ferrari, Leclerc partiu para cima de Piastri. A primeira freada foi hirta, com Lando alargando a primeira curva e fazendo com que Max Verstappen cortasse a chicane. Norris saiu lentamente da chicane, encaixotando atrás de si Piastri e Leclerc, que se aproveitou para tomar a terceira posição do australiano. Na freada da Variante Della Roggia, Norris tentou novo ataque em cima de Max, mas novamente o inglês ficou lento na retomada e dessa vez quem se aproveitou foi Piastri, executando uma bela ultrapassagem por fora sobre Leclerc na segunda de Lesmo. Antes mesmo que a FIA iniciasse qualquer investigação, a Red Bull mandou Verstappen ceder a primeira posição para Norris, enquanto Leclerc usava a velocidade prodigiosa da Ferrari em linha reta para retomar a terceira posição novamente.


Um início elétrico de corrida, mas rapidamente as coisas se acalmaram. Com um ótimo acerto com pouca asa, Verstappen não esperou muito para retomar a ponta, enquanto Piastri demorou um pouco mais para ultrapassar Leclerc. O ritmo de Max lembrou os bons tempos da Red Bull e logo os três primeiros colocados ficaram bem espaçados entre si. Leclerc claramente correu para a torcida e superaquecendo os pneus, viu Piastri ir embora na mesma medida em que Russell se aproximou rapidamente. Se Hulkenberg abandonava tristemente ao fim da volta de apresentação, Gabriel Bortoleto fazia uma bela corrida em Monza, onde ano passado saiu da última posição rumo à vitória na F2, chegou a colocar de lado em cima da Mercedes de Russell durante a primeira volta e segurava um enorme pelotão de carros, com seu Sauber com pouquíssima asa e muita velocidade de reta. A corrida ficou estática, principalmente com a certeza de que a estratégia padrão seria de uma única parada, restando às equipes escolherem o melhor momento de trazer seus pilotos. Lawson foi o primeiro e algumas voltas depois foi Bearman, fazendo com que Bortoleto fosse aos pits, trazendo colado atrás de si Alonso. A parada de Gabriel parecia mais cedo que o normal, numa clara reação à parada de Bearman, mas um pit-stop lento somado a manobra de Alonso, fez com que o espanhol emergisse na frente de Bortoleto com os pit-stops feitos, mas ambos saíram na frente de Bearman e Lawson.


Enquanto os pilotos do pelotão intermediário colocavam as cartas na mesa na estratégia, a pergunta que ficava era quando os líderes parariam. Max, Lando e Oscar faziam corridas tranquilas e distantes dos rivais quando Verstappen fez o trivial e parou nos boxes no último terço de corrida e colocou pneus duros para levar seu carro até a bandeirada. A McLaren tentou fazer diferente e deixou seus dois pilotos na pista, esperando por um Safety Car que não veio. Deixando para parar tão perto da bandeirada, a McLaren optou por colocar pneus macios usados nos carros dos seus pilotos, mas a programação saiu de forma errada. Com Piastri se aproximando de Norris no final do stint, a McLaren trouxe o australiano primeiro, na vã tentativa de evitar um undercut involuntário. O problema foi que a McLaren errou no pit de Norris, com a pistola pneumática do pneu dianteiro esquerdo não funcionando e Lando perdendo 6s na parada. Quando o inglês da McLaren retornou à pista, Piastri tinha acabado de passar. Para completar, Verstappen tinha quase 20s de vantagem sobre eles, numa tática que saiu pela culatra, mas o pior ainda estava por vir. Norris começou a tirar a vantagem de Piastri, quando a McLaren interveio na disputa e mandou Oscar ceder sua posição, numa atitude inacreditável de Andrea Stella seus papayas caps. Com os dois lutando diretamente pelo título e vendo a chance de aumentar a vantagem de forma inesperada, Piastri não discutiu muito e simplesmente deixou Lando passar para receber a informação: agora está valendo! Um erro estratégico se transformou numa situação desconfortável dentro da equipe, com Norris e, principalmente, Piastri com caras de poucos amigos depois da corrida ante a situação. Um erro de pit-stop não era motivo para ordens de equipe, ainda mais com dois pilotos lutando pelo título. A McLaren abriu um precedente perigoso e torna a gestão dos seus jovens pilotos ainda mais delicada.


Enquanto isso, a situação de Max Verstappen na frente da corrida era tão confortável que o neerlandês achou tempo para rir da desgraça alheia. Ao saber que a dupla da McLaren trocou de posições, Max riu da situação e seu bom humor tinha razão de ser. Com a McLaren não estando tão confortável em Monza, Verstappen enxergou uma chance de agitar o status quo de 2025 e como normalmente acontece, Max agarrou a oportunidade com as duas mãos. Foi uma vitória sem qualquer contestação de Verstappen, que conseguiu um Grand Slam e mostra mais uma vez que é o melhor piloto da atualidade. Um carro melhor, e Max entraria de vez na cabeça de Lando e Oscar. Já o outro carro da Red Bull segue seu calvário. Mesmo largando entre os dez primeiros e se mantido na zona de pontuação o primeiro stint inteiro, Yuki Tsunoda se perdeu completamente após sua parada e com pneus duros, o nipônico caiu pelas tabelas. Yuki também reagiu a parada prematura de Bearman, mas ao contrário de Bortoleto, Tsunoda foi se apagando a ponto de Isack Hadjar, que largou dos boxes após trocar o motor, estender seu stint e ainda marcar um ponto. E quase Tsunoda levou uma ultrapassagem de Lawson, mas o atabalhoado neozelandês acabou tendo que devolver a posição após sua tentativa temerária na Variante Della Roggia. Enquanto Verstappen recebia a bandeirada, o carro de Tsunoda estava logo à frente, quase tomando uma volta do companheiro de equipe. Com a Honda indo embora do programa Red Bull, Tsunoda dificilmente permanecerá na equipe, ainda mais com desempenhos tão abaixo. O problema de Helmut Marko será quem ficará na ingrata situação de companheiro de equipe de Max Verstappen.


 Após uma primeira volta empolgante, a corrida de Charles Leclerc murchou. O monegasco ainda teve que controlar alguns ataques de Russell, mas sem maiores problemas. Depois disso Leclerc questionou o momento de sua parada, recebendo um 'depois da corrida vemos isso' antes de receber a bandeirada em quarto lugar próximo da dupla da McLaren mais pelos estrategistas papaias do que pelo desempenho da Ferrari. Hamilton foi punido por um incidente em Zandvoort e largou em décimo. O veterano soube fazer uma boa corrida de recuperação, ultrapassou Antonelli e Tsunoda na pista e ao estender seu stint, facilmente ultrapassou Bortoleto, chegando a pensar em fustigar Russell, mas isso não foi possível, fazendo com que Lewis se conformasse com o sexto lugar. Russell ficou no meio do sanduíche das Ferrari numa corrida praticamente incógnita, trazendo mais pontos para a equipe, enquanto Antonelli fazia uma corrida de altos e baixos. O jovem italiano foi ajudado pela estratégia para ficar na frente de Bortoleto, mas seu ritmo de corrida não era exatamente dos melhores e quando foi atacado por Albon, Kimi acabou jogando o piloto da Williams para fora na Curva Biassono e seria punido em 5s por isso. Para piorar, Albon mais tarde completaria a ultrapassagem e Antonelli ficou atrás do piloto da Williams no campeonato. Uma temporada de estreia nada animadora para Antonelli.


Falando em novatos, Gabriel Bortoleto fez outra boa prova rumo aos pontos em 2025. Após segurar sem maiores problemas um pelotão de carros no primeiro stint, Gabriel não foi muito ajudado pela Sauber, que lhe trouxe para uma prematura parada reagindo ao movimento de Bearman e fez um pit-stop lento. Bortoleto teve sorte com a estranha quebra de Alonso, mas foi superado por Antonelli no ritmo e por Albon na estratégia, mas com o entrevero entre eles, Gabriel herdou uma posição com a punição de 5s de Kimi, subindo para oitavo e ganhando uma posição no campeonato, superando Bearman. O inglês teve um toque com Sainz que quase fez a alegria da McLaren, que torcia por um SC desesperadamente, mas os dois pilotos voltaram à corrida sem problemas, contudo, Bearman foi punido e acabou fora dos pontos, o mesmo acontecendo com Ocon, punido por um toque com Stroll ainda no começo da corrida. Sainz escapou de uma punição por cortar a chicane, mas o toque com Bearman não o ajudou muito, principalmente com seu companheiro de equipe continuando a marcar pontos para a equipe, enquanto o espanhol se atrapalha no trânsito. A Alpine teve um dia para esquecer e mesmo escolhendo estratégias distintas para os seus dois pilotos, os pontos não foram uma questão para Gasly e Colapinto. Stroll largou nas últimas filas e assim como a McLaren, esticou seu stint ao máximo rezando por um SC que não veio, fazendo com que o canadense terminasse em último, contudo, nem de longe Stroll andou como Alonso, que caminhava para marcar mais pontos, mas acabou tendo sua suspensão dianteira direita quebrada após um toque aparentemente normal na zebra da Variante Ascari. Alonso lamentou mais pontos perdidos.


Mesmo com Max Verstappen completando a dobradinha italiana com todo mérito e dando um recado claro para a concorrência que ele pode fazer muito mais se tiver o equipamento certo, a presepada da McLaren foi o grande assunto do pós-corrida. Uma série de questionamentos se levantam na medida em que a McLaren se intrometeu na briga dos seus pilotos, no que poderia ser uma bela batalha dentro das pistas. Aparentemente a McLaren se lembrou do caso da Hungria ano passado, quando quase entregou a vitória à Norris após Piastri dominar a prova. Com a volta paga, isso significa que daqui em diante não teremos mais ordens de equipe como essa? Piastri e Norris não estão se portando de forma passiva demais frente à McLaren? Essas respostas serão dadas até o final do campeonato. 

sábado, 6 de setembro de 2025

Mais uma de Max

 


Por mais que a McLaren domine a temporada 2025 e seus dois pilotos lutarão pelo título, não há muitas dúvidas de que Max Verstappen é o melhor piloto da atualidade e um dos gigantes da história. Em Monza, o neerlandês tirou outro coelho da cartola com uma pole no estourar do cronômetro, tirando o doce da boca de Norris novamente.

Se tem algo que a temporada 2025 da F1 pode se orgulhar é da compactação do grid, o mais apertado da história. Monza foi mais um exemplo de um mísero vacilo pode colocar um bom carro fora do Q2 ou Q3. Uma semana depois de conquistar o pódio em Zandvoort, Isack Hadjar ficou no Q1 pela primeira vez no ano, mas sua diferença para o primeiro colocado foi ligeiramente superior a quatro décimos de segundo, enquanto que no Q2, a diferença entre os dez primeiros colocados foi inferior a três décimos. Isso, num circuito com mais de cinco quilômetros de extensão!

Se Hadjar vem tendo um final de semana diferente de semana passada, o mesmo acontece com a McLaren. Num circuito de baixíssimo downforce, a McLaren sofre com o arrasto do seu carro que lhe garante bastante aderência nas demais pistas, a ponto da dupla 'mclariana' ser os mais lentos no final da longa reta de Monza, chegando a tomar quase 15 km/h de Gabriel Bortoleto, o mais rápido e novamente se destacando, mais uma indo ao Q3. Norris errou no Q2 e sofreu um pouco para passar ao Q3, mas o inglês se recuperou e brigou pela pole. Correndo em casa, a Ferrari parecia no páreo, principalmente com Leclerc, mas o monegasco errou em sua última volta e ficará com na segunda fila.

Piastri e Norris melhoraram em suas voltas derradeiras do Q3, incluindo Lando encaçapando o companheiro de equipe, mas Verstappen ainda estava completando sua volta e marcou mais uma pole, batendo o recorde extra-oficial de Monza a uma incrível média de 264,682 km/h. Por mais que a McLaren tenha mostrado um ritmo de corrida superior nos treinos livres, nunca se pode duvidar de Max Verstappen.

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Troca troca na Indy. E na F1 também...

 


O final da temporada da Indy significou também o início dos anúncios na categoria de monopostos americana. Após dezesseis anos, Will Power não correrá na Penske em 2026. Bicampeão da Indy e uma vez vencedor em Indianápolis, Power sofreu com a irregularidade da Penske em 2025 e após um relacionamento difícil com seus companheiros de equipe, o australiano não teve seu contrato renovado. Tudo levava a crer até mesmo numa saída de Power da Indy, mas um movimento para lá de incomum acabou beneficiando o australiano. Mesmo a Cadillac tendo anunciado seus pilotos para o ano de estreia em 2026, a montadora não parou em Checo e Bottas, anunciando a chegada de Colton Herta como piloto reserva. O jovem americano, com rápida passagem nas categorias de base europeias, fará um ano na F2 em 2026 para se adaptar aos circuitos europeus, além de ficar mais próximo da equipe no ano que vem. Um claro indício de que Checo e Bottas não ficarão tanto tempo assim na equipe. Com a vaga da Andretti em aberto, Power foi para o time de Don Towriss, num lance bem inesperado. Provavelmente Power será substituído por David Malukas na Penske, que terá seu lugar ocupado na Foyt pelo neerlandês Rinnus Veekay, já de olho numa vaga na Penske num futuro próximo. Mercado quente na Indy, mexendo até mesmo na F1!

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Figura(HOL): Isack Hadjar

 Quase seis meses depois de estrear na F1 rodando na volta de apresentação e cair em prantos por isso em Melbourne, Isack Hadjar deu uma verdadeira volta por cima, subindo ao pódio em Zandvoort, se tornando o mais jovem francês a conseguir o feito. O ato de Hadjar começou na classificação, quando o jovem francês da Racing Bulls conseguiu uma ótima quarta posição no grid, se colocando muito bem para uma corrida numa pista de difícil ultrapassagem. Porém, Hadjar teria que fazer tudo bem feito para manter-se aonde estava e começou fazendo uma boa largada, mantendo a quarta posição e não se intimidando com os ataques de Leclerc e Russell durante boa parte da prova. No final, Hadjar foi bafejado pela sorte com a quebra de Lando Norris e conseguiu um comemorado pódio. O problema é ele ser promovido à Red Bull por isso.

Figurão(HOL): Lewis Hamilton

 E lá vamos nós novamente... O ano de Lewis Hamilton da Ferrari caminha a passos largos para uma tremenda decepção e novamente o inglês esteve longe de performar o esperado quando foi contratado com toda pompa pela Ferrari ainda no início de 2024. Em Zandvoort, Hamilton teve um final de semana medonho, onde andou sempre atrás de Leclerc em todas as sessões e esteve longe de ambicionar algo a mais. Na corrida, sofreu um acidente besta, onde pegou a parte pintada mais do que o necessário numa pista escorregadia pela garoa que caía no norte dos Países Baixos. O problema foi que Hamilton, o segundo piloto mais experiente do grid, foi o único a bater naquele momento. A falta de resultados de Hamilton já começa a refletir em recordes desagradáveis: Lewis se tornou o piloto que mais demorou a subir no pódio com a Ferrari. Esse tipo de recorde não estava nos planos de Hamilton e Ferrari quando começaram o seu relacionamento.