Ele estava de volta! Após sete corridas de fora do campeonato por uma perna quebrada num forte acidente no circuito de Silverstone, Michael Schumacher voltava a ocupar a Ferrari de número 3 e Jean Todt lhe entregava uma missão totalmente estranha. Com Eddie Irvine brigando com Mika Hakkinen pelo título daquela temporada, Schummy teria que fazer o papel de segundo piloto e ajudar o irlandês a tirar a Ferrari do seu jejum que completava 20 anos. Algo que o alemão mais desejava no momento. Muito se especulou a respeito da volta de Schumacher e não faltou quem dissesse que ele não voltaria mais a F1, porém, o piloto da Ferrari surpreendeu de forma positiva na calorenta Malásia.
A F1 iniciava sua caminhada rumo ao oriente no moderno circuito de Sepang, projetado por Hermann Tilke é um verdeiro palácio do automobilismo, com uma pista super larga e arquibancadas com tons arquitetônicos de dar inveja a muita obra pelo mundo. A Malásia colocava um novo patamar para os autódromos que quisessem receber a F1 dali em diante. E foi assim que aconteceu nos anos seguintes... Contudo, a nova pista acabou sendo um mero coadjuvante frente a estrela de Michael Schumacher, que conseguiu uma incrível pole em sua volta à F1, quase 1s á frente do mais próximo. Onde um piloto normal poderia preferir a cautela, Schumacher foi ao seu limite sem perder tempo. A Ferrari mostrava um incrível progresso com relação as fracas corridas anteriores e Irvine completava a primeira fila, rezando para que Schumacher conseguisse repetir o que ele próprio já havia feito em outras oportunidades. Para a McLaren, restava o consolo de ficar com a segunda fila, esperando por um erro ferrarista, numa temporada que foi marcada justamente por isso. Erros.
Grid:
1) M.Schumacher (Ferrari) - 1:39.688
2) Irvine (Ferrari) - 1:40.635
3) Coulthard (McLaren) - 1:40.806
4) Hakkinen (McLaren) - 1:40.866
5) Herbert (Stewart) - 1:40.937
6) Barrichello (Stewart) - 1:41.351
7) Wurz (Benetton) - 1:41.444
8) R.Schumacher (Williams) - 1:41.558
9) Hill (Jordan) - 1:42.050
10) Villeneuve (BAR) - 1:42.087
O dia 17 de outubro de 1999 estava parcialmente nublado, mas o calor úmido de Sepang fazia com que a sensação de 30ºC fosse ainda maior. Até hoje, o forte calor marca o Grande Prêmio da Malásia. Quando a largada foi dada, Michael Schumacher mostrou que não tinha desaprendido e permaneceu numa tranquila primeira posição, ficando longe de Irvine e as duas McLarens. Damon Hill, fazendo sua penúltima corrida na F1, abandonava na primeira curva e continuava o sofrimento da Jordan no circuito malaio, onde não conseguia repetir o desempenho das corridas anteriores e deixava Frentzen, ainda com chances matemáticas de título, ainda mais longe do seu intuito.
A corrida em Sepang, que era muito mal transmitida pela TV malaia, se tornara, desde as primeiras voltas, uma corrida tática entre McLaren e Ferrari. Schumacher disparava à frente de Irvine, que era pressionado por Coulthard, enquanto Hakkinen, líder do campeonato por dois pontos, fazia uma corrida de espera. A lentidão de Irvine parecia proposital e fazia parte de um enorme jogo de xadrez, pois atrás do irlandês se formava um trenzinho e Barrichello se aproximava de Hakkinen, porém, o brasileiro, que fazia suas últimas corridas pela Stewart e já era contratado pela Ferrari, não parecia muito disposto a prestar serviço a sua contratante a partir do ano 2000 e não atacava mais eficazmente Mika, fazendo com que a Ferrari tentasse outra manobra. Na quarta volta, Schumacher diminuiu a velocidade repentinamente e deixa Irvine passar, se colocando entre o então líder da Ferrari e o livre atirador da McLaren.
Tentando fazer a próximo jogada, a McLaren manda Coulthard atacar Schumacher com todas as suas forças e o escocês consegue a ultrapassagem sobre o alemão na volta seguinte, numa boa manobra no final da reta dos boxes, onde a asa dianteira de Schumacher foi atingida. Enquanto Coulthard se aproximava novamente de Irvine, a Ferrari mantinha Hakkinen exatamente onde queria, em quarto, com Schumacher o controlando. Com os quatro pilotos bem distante dos demais, a corrida se tranquilizava e as posições permaneciam as mesmas, mas logo o tabuleiro do qual tinha se transformado aquela corrida sofre um desfalque. Na 14º volta, Coulthard encosta sua McLaren com o motor quebrado, deixando Hakkinen a mercê das duas Ferraris.
Schumacher, mesmo sem liderar, tem uma de suas melhores atuações de sua carreira, mesmo como segundo piloto, fazendo o jogo sujo da tática ferrarista, retardando o quanto pôde o ritmo de Hakkinen, mas sem dar chances ao finlandês de o ultrapassar. O alemão seria muito criticado por isso, mas Schumacher estava humilhando Hakkinen, quando claramente freava no complexo após a primeira curva, deixando Mika sem reação. Barrichello chega a se aproximar novamente, mas quando as paradas se aproximam, Schumacher voltou a andar rápido, mas Irvine e Hakkinen colocam pouco combustível, indicando claramente que iriam parar duas vezes. Com o carro mais pesado e ainda se recuperando de sua dupla fratura na perna direita, Schumacher andou rápido o suficiente para ficar à frente de Hakkinen e 5s atrás do seu companheiro de equipe. A volta mais rápida marcada por Schumacher era um pouco mais lenta que a pole feita por ele no sábado!
Hakkinen continuava seu martírio ao ficar atrás de Schumacher e a McLaren ainda tenta retardar a parada do finlandês, mas ele retorna atrás de Irvine, em terceiro. Quando Irvine quase venceu o GP do Japão de 1997, mas teve que entregar a posição para Schumacher no meio da prova, o irlandês disse que ficou esperando receber a ligação para que isto acontecesse. Pois a mesma ligação aconteceu quando faltavam cinco voltas para o fim e Irvine reassumiu a liderança da corrida, com um humilhado e cansado Hakkinen nem animado para ficar próximo do show ferrarista. Foi uma dobradinha que colocava Irvine novamente na ponta do campeonato com apenas uma corrida para o fim, mas a festa quase foi estragada. Muitos desconfiaram da repentina subida de desempenho da Ferrari e após a corrida, a equipe teve os dois carros desclassificados por uma irregularidade em um defletor lateral. Isso dava o título antecipado a Hakkinen e como o tribunal de apelação nunca tinha revertido a decisão dos comissários, o título de Mika já era comemorado na Finlândia, mas numa decisão inédita, a dobradinha foi devolvida a Ferrari e Irvine iria ao Japão com quatro pontos de vantagem sobre Hakkinen e a certeza de que teria o melhor segundo piloto que alguém poderia sonhar.
Chegada:
1) Irvine
2) M.Schumacher
3) Hakkinen
4) Herbert
5) Barrichello
6) Frentzen
O que aconteceu foi o seguinte: a Ferrari provou que os comissários técnicos cometeram erros ao fazer as medições. Um deles até tinha ligaçoes com a Mercedes-Benz. Quando mediram novamente, na frente de todo mundo, viram que a peça estava legal.
ResponderExcluirEsqueci a fonte (hehe): LA Pandini
ResponderExcluirna minha opnião..este gp é um dos mais dificis....em primeiro monaco!
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