terça-feira, 31 de agosto de 2010

Enquanto isso no domingo...


Para muitos, a foto acima significa emoção e ousadia de grandes pilotos. Siceramente, para mim isso significa a iminência de uma tragédia. Não tenho nada contra corridas em ovais e até gosto de pistas como Indianápolis e as históricas pistas de uma milha de Milwakee e Nazareth. Esses ovais em formato em D (os D-Shape, como os americanos chamam) são terríveis para monopostos e até mesmo para os pilotos. Primeiramente, não mostra habilidade nenhuma do piloto, pois a volta é 100% com pé embaixo e para vencer uma prova desta, basta estar no lugar certo, na hora certa. Outro problema, mais sério, na minha opinião, é sobre a segurança. Este tipo de circuito se popularizou muito na esteira do crescimento da Nascar, onde a imagem de dois stock lado a lado nas curvas o tornaram tão conhecido no mundo. Por isso, sempre chamo circuitos como o de Chicago de Ovais-Nascar.

O problema reside num toque. Na Nascar normalmente não acontece nada, pois é porta com porta, mas em monopostos, é uma verdadeira temeridade. No sábado à noite, mais de vinte carros passaram quase duas horas lado a lado, na iminência de um toque que poderia ser até mesmo fatal para eles e até mesmo para o público, que lotava o autódromo. Os próprios pilotos saíram da corrida reclamando do que eles mesmos fizeram, pois o espírito competitivo deles fazem com que eles tentem ganhar, não importando muito o perigo. Afinal, você teria coragem de ficar lado a lado com a Milka Duno? Apesar do pesares, Dario Franchitti mostrou o porquê de ser bicampeão e venceu na base da esperteza de sua equipe e pelo talento que tem em conservar bem o carro e levá-lo até a bandeirada. Para sorte do escocês, Will Power, que vinha em segundo e provava que podia andar bem em ovais, teve um problema na sua máquina de reabastecimento no seu último pit-stop e teve que fazer um sphash-and-go nas últimas voltas, perdendo uma volta. Com isso, o australiano perdeu mais de trinta pontos que tinha de vantagem no campeonato sobre Franchitti, sendo que ainda faltam três corridas para o final do certame. Todos em ovais. Duas em Ovais-Nascar. Graças a Deus não houve nenhum acidente digno de nota, mas sempre quando vejo corridas assim, me lembro de uma declaração de Cristiano da Matta.

Quando a CART dava seus últimos suspiros, ele foi perguntado sobre uma mudança para a IRL, que na época só corria em ovais. Não me lembro ao certos as palavras exatas, mas o mineiro disse que não sentia prazer em correr em Michigan ou no Texas. Por isso que Da Matta nunca se animou muito para ir a Indy, mesmo ela voltando a ser popular.

Ainda nos Estados Unidos, a MotoGP foi a Indianápolis e com arquibancadas praticamente vazias, mostrou o descaso da organização com a tradicional corrida de motos, com um asfalto ruim e que provocou várias quedas em todas as categorias, inclusive com uma bandeira vermelha na Moto2. Jorge Lorenzo teve seu pior resultado do ano, mas o lugar mais baixo do pódio não lhe tira em nada seu favoritismo ao título deste ano. Daniel Pedrosa conseguiu se manter de pé, não exagerou na dose e venceu pela terceira vez no ano, um recorde pessoal do espanhol da Honda. Ben Spies fez a alegria da torcida americana ao ficar entre os dois espanhois e conseguir um lugar no pódio, algo que poderá ter que se acostumar, pois irá para a Yamaha oficial em 2011. Por sinal, a Espanha dominou a Moto2 e a 125cc, mas o marcante nas corridas de apoio em Indianápolis foi a morte de um piloto de 13 anos numa prova nacional, sendo atropelado por outro menino de 12 anos! Trágico demais, ainda mais se tratando de duas crianças envolvidas!

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