segunda-feira, 27 de junho de 2011

Figura(EUR): Red Bull

Não adiantou a FIA mudar os regulamentos no meio da temporada para tentar parar o domínio da Red Bull em 2011. Mesmo com corridas emocionantes durante todo o ano, as vitórias consecutivas do time austríaco estava incomodando os organizadores da F1 e a mudança de mapeamento de motor entre a Classificação e a corrida, para muitos o principal motivo da invencibiliadde da Red Bull no sábado, foi proibida para a corrida nas ruas de Valencia. Resultado? Mais uma pole para Sebastian Vettel, que já chegou a incrível marca de 22 na carreira, todas com a Red Bull. E o alemão conseguiu sua sexta vitória em oito corridas, com Mark Webber ficando em terceiro, aumentando ainda mais a vantagem do time no Mundial de Construtores, enquanto o bicampeonato de Vettel é apenas questão de quanto e aonde. Na Inglaterra, será proibido o difusor aquecido, equipamento usado por todas as equipes, mas onde a Red Bull domina. Mais uma oportunidade para parar o domínio avassalador da Red Bull!

Figurão(EUR): Pit-stops da Ferrari

Quando Michael Schumacher e a Ferrari dominaram a F1 na primeira metade da década passada, os mínimos detalhes eram prioridade para o time de Maranello e Jean Todt fazia com que a Ferrari fosse um time quase perfeito nos bastidores da equipe. Praticamente dez anos depois, esses pequenos detalhes parecem ser ignorados pelos dirigentes italianos e os pit-stops da Ferrari em 2011 sao um dos fatores que fazem o time ficar anos-luz da Red Bull. Se o time austríaco faz suas paradas numa média de 3s, quando a Ferrari consegue 3.5s é motivo de festa e em praticamente toda corrida há um problema em uma parada de Massa (principalmente) e Alonso, fazendo com que os ferraristas percam tempo precioso dentro dos boxes, como aconteceu com Felipe, que não pôde brigar pelo quarto lugar com Hamilton quando perdeu preciosos 5s em sua segunda parada. Esse não é o motivo da Ferrari perder o título de 2011 no Mundial de Construtores, mas são esses pequenos detalhes que fazem um time ser dominador. E a Ferrari sabe muito bem disso!

domingo, 26 de junho de 2011

O homem do ano

Mesmo o campeonato sendo polarizado em Dario Franchitti e Will Power, o piloto do ano na Indy se chama Tony Kanaan. Demitido injustamente da Andretti Autosport no final de 2010, o baiano ficou muito perto de ficar à pé este ano, mas conseguiu uma vaga na bacia das almas com a equipe KV, time sem muita expressão até então.



Se aproximando da metade da temporada, vemos a KV uma equipe que briga pela vitória em praticamente todas as corridas da temporada, seja oval ou misto, enquanto a Andretti se encontra em plena decadência, mesmo com a vitória de Marco Andretti neste ano, superando Kanaan numa briga encarniçada nas últimas voltas do minúsculo oval de Iowa. A forma como Tony Kanaan ajusta o carro e melhora a equipe já foi sentida com a pole e a boa corrida de Takuma Sato, até o japonês rodar e bater no muro já no final da corrida.


Na briga pelo campeonato, Dario Franchitti não se aproveitou plenamente do forte acidente de Will Power (que causou uma concussão cerebral no australiano) e mesmo tendo dominado o início da corrida, o piloto da Ganassi acabou apenas em quinto, superado por Kanaan, Andretti e seu companheiro de equipe Scott Dixon, que fez uma baita corrida de recuperação após largar em 23º. Kanaan e Andretti trocaram de posição e uma vitória do brasileira seria licença poética, mas o jovem Marco acabou por supéra-lo no fim, conseguindo sua segunda vitória em sua tumultuada e acidentada carreira. Porém, este fato não obscurece a belíssima temporada de Tony Kanaan.

A primeira do ano

Uma hora dessas do campeonato, já teríamos passado por Barcelona e Monte Carlos e discutiríamos qual teria sido a pior corrida do ano. Com as novas regras, essas duas tradicionais chatas corridas foram ótimas, com várias ultrapassagens, emoção e polêmica. Dentro da pequena tradição de corrida em Valencia, onde as provas foram terrivelmente chatas, era esperado que o novo regulamento trouxesse uma boa corrida hoje, mas nem os pneus ‘desmanchavéis’ da Pirelli ou a asa móvel trouxe algo de bom para a corrida valenciana e depois da épica corrida em Montreal, já temos a corrida mais chata do ano disparada. Porém, isso não atrapalhou em nada Sebastian Vettel, que conseguiu a vitória, pole e melhor volta da corrida e em nenhum momento foi seriamente ameaçado pelos seus rivais.

A largada foi marcada pela ótima arrancada de Felipe Massa, que deixou os ocupantes da segunda fila falando sozinhos, mas o brasileiro se empolgou e tentou ultrapassar também Webber. Fechado pelo australiano, Massa acabou deixando a porta aberta para Alonso assumir o terceiro posto e partir sozinho para a briga contra os carros da Red Bull. Vettel viu a troca de posições (dentro e fora da pista) entre Webber e Alonso nos retrovisores e dominou a corrida em Valencia com a classe que já lhe é habitual. O alemão forçou quando era preciso e segurou na maior parte do tempo, pois tinha ritmo mais do que suficiente para vencer e mostrar que não se abalou com o erro na última volta do Canadá. A diferença de quase 100 pontos sobre o vice-líder ilustra o quão bem está Vettel com relação aos demais, mas sua forma de pilotar, que parece evoluir a cada Grande Prêmio, é a forma decisiva de que as seis vitórias em oito corrida, com direito ainda a dois segundos lugares é que o bicampeonato será apenas questão de tempo. Mark Webber definitivamente é uma sombra de si mesmo um ano atrás, mesmo que em Valencia/10 ele tenha saído, literalmente, voando da pista. O australiano não consegue acompanhar Vettel em qualquer situação do final de semana e mesmo lutando na briga com Alonso, quando ficou atrás do espanhol, claramente perdeu a motivação para lutar pelo segundo lugar e ficou quase 20s atrás de Vettel. Mesmo com um pequeno problema de câmbio, está claro que o problema de Webber está na cabeça e a aposentadoria já é falada.

Correndo em casa e com o apoio da torcida, Alonso lutou sozinho contra a Red Bull e se não foi capaz de alcançar Vettel, superou Webber e ainda proporcionou o melhor momento da corrida quando ultrapassou o australiano antes da segunda rodada de paradas. A evolução da Ferrari foi clara em Valencia, mas a verdade que foi a gana de Alonso que levou a equipe a um pódio e o asturiano conseguiu seu primeiro pódio em Valencia, corrida que foi feita por causa do seu sucesso. Massa fez uma prova dentro de suas possibilidades, mesmo levando em média meio segundo para Alonso, mas os seguidos erros da Ferrari nos pits está irritando a todos e o tempo perdido pelo brasileiros nos boxes tirou a possibilidade de brigar com Hamilton pelo quarto lugar. Depois das polêmicas nas duas últimas provas, Lewis fez uma corrida burocrática na Espanha, mas isso se deu pelo mau desempenho da McLaren em Valencia, com ambos os carros ficando longe de brigar pela ponta, algo que impressiona, sabendo que a McLaren foi a única até o momento que derrotou a Red Bull em 2011. Nem Button, que conseguiu uma das vitórias mais espetaculares na história da F1, fez uma prova digna de registro.

A Mercedes tem um sério problema em ritmo de corrida e ficou longe das três principais equipes, com o time aparecendo apenas quando Rosberg foi ultrapassado por Button ainda no começo. Depois disso, o time alemão desapareceu e Schumacher, que fez uma prova divina em Montreal, voltou a ser o apagado piloto desde que voltou e se envolveu em um acidente quando saía dos boxes e Schumacher voltou a ocupar posições intermediárias. Com o emprego a perigo na Toro Rosso, a boa corrida de Jaime Alguersuari em casa foi um verdadeiro alívio para o catalão, que foi agressivo na estratégia e foi o único a parar duas vezes entre os dez primeiros. Sua comemoração quando recebeu a bandeirada pode significar muita coisa, principalmente com Helmut Marko, o homem forte da Red Bull, querendo Daniel Ricciardo na Toro Rosso o mais rápido possível. Buemi fez uma prova apagada e ainda viu Alguersuari empatar com ele na Classificação do Mundial. Outro piloto com problemas neste final de semana, Adrian Sutil, finalmente fez uma boa corrida e voltou a marcar pontos no mundial. O alemão está sofrendo um processo pela briga na China e talvez por isso não tenha atacado Alguersuari de forma tão incisiva na parte final da corrida, quando claramente tinha muito mais carro. Ou pneus. Paul di Resta, que mal treinou pela barbeiragem do piloto de testes da Force Índia, Nico Hülkenberg, teve que se contentar com uma posição próximo da zona de pontuação, mas pelo pouco que treinou, Di Resta não fez feio. Heidfeld fez sua corridinha certinha de sempre e levou mais um pontinho para a Renault e mesmo próximo de Petrov (que fez uma péssima corrida hoje) no campeonato, sua posição na equipe é ameaçada justamente pelo pensamento de todos: E se Kubica estivesse nesse cockpit...? Barrichello fez o feijão-com-arroz e com as táticas diferentes de Alguersuari e Pérez, acabou fora dos pontos exatamente por ter sido superado por esses dois pilotos na base da estratégia, enquanto Maldonado, que ficou praticamente parado no grid, fez uma prova de recuperação para ser o último dos pilotos das equipes dignas de estar na F1. A Sauber teve um final de semana para esquecer, mas Sergio Perez, de volta após seu acidente em Mônaco, foi uma grata surpresa ao parar apenas uma vez nos boxes, quando a maioria fez três paradas. O mexicano ficou à frente de Kobayashi, que não pontua pela primeira vez em muito tempo. As três equipes nanicas fizeram o que delas é esperado, que é obedecer as bandeiras azuis e sair da frente, algo que nem sempre foi possível, mas todas receberam a bandeirada. Por sinal, todos os 24 carros que largaram foram até o fim, em algo surpreendente numa pista de rua tão rápida como Valencia.

Mas esta pista espanhola não proporciona surpresas e emoção como Mônaco e Montreal e o que vimos foi uma corrida bem chatinha, mas que teve algumas ultrapassagens. Algo trivial em 2011. Valencia parece não ter sido feita para a F1.

sábado, 25 de junho de 2011

Mapa da mina

Por mais que a FIA tente disfarçar, a mudança no regulamento no meio da temporada teve como principal motivo frear o domínio avassalador da Red Bull em 2011, mesmo com esta temporada tendo grandes corridas. A impossibilidade de mudança do mapar do motor depois da Classificação poderia diminuir o favoritismo da equipe e de Sebastian Vettel. Na teoria. Na prática, o que vimos foi outro banho de Vettel sobre os rivais e a Red Bull confirmando o quão o carro é bom e completou a dobradinha da equipe.



Com 22 poles na carreira, Vettel parece fadado a se aproximar do recorde de Schumacher, pois o talento deste fabuloso alemão nos leva crer que isso poderá acontecer se tiver um bom carro nas mãos, algo que não lhe faltará. Hamilton cumpriu o script ao colocar sua McLaren no top-3 e Alonso, mesmo o mais rápido na sexta-feira, teve que se conformar com a segunda fila. A Ferrari já fala em se concentrar no carro de 2012 e se a vitória de Alonso (alguém duvida que a primeira vitória ferrarista em 2011, se vier, acontecerá com o espanhol?) não aparecer logo, o time de Maranello deverá focar no próximo ano mesmo. Com um processo nas costas, Adrian Sutil colocou a Force India no Q3, enquanto Jaime Alguersuari, esse ameaçado de perder o emprego, ficou mais uma vez no Q1, aumentando seus problemas.


A corrida em Valencia tem uma pequena tradição de monotonia, mas se as regras novas conseguiram fazer das também tradicionais chatas corridas de Barcelona e Monte Carlo em corridões, é esperado uma corrida melhor amanhã. Mas com Vettel na ponta.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Centenário do mestre



Muita gente faz a inútil pergunta de quem foi melhor: Senna ou Schumacher? Eu tenho a resposta na ponta da língua: Juan Manuel Fangio, que estaria completando cem anos hoje.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

História: 25 anos do Grande Prêmio dos Estados Unidos de 1986

Com a Ford novamente investindo forte na F1 ao lado da Lola-Hass, Detroit seria uma ótima chance de mostrar que a montadora estava investindo certo seus milhões de dólares no novo motor turbo. Porém, a equipe Lola teria sérios problemas antes mesmo de a corrida começar, com Patrick Tambay não se recuperando do seu acidente no warm-up no Canadá e ficando de fora da corrida americana. Para fazer uma média com os americanos, tentou-se a contratação de Michael Andretti para esta corrida, mas o filho de Mario Andretti foi descartado, trazendo para o lugar do contundido Tambay outro piloto ianque, Eddie Cheever.

O clima estava bastante nublado naquele final de semana decisivo de Copa do Mundo e Ayrton Senna ficou com a pole no mesmo dia em que o Brasil era eliminado pela França nos pênaltis, causando muitas piadas dos mecânicos franceses da Renault. Mesmo embalado pela vitória dominante em Montreal, Mansell teve que se conformar com a segunda posição no grid, logo à frente do seu agora grande rival Piquet. A Ligier estava bem à vontade na ondulada e sinuosa pista de rua de Detroit e seus pilotos estavam bem colocados no grid. Cheever queria mostrar que tinha um lugar na F1 e por isso aproveitou essa chance para não apenas superar Alan Jones, como também colocar seu Lola no top-10 do grid, algo que não tinha sido muito usual ao longo do ano.

Grid:
1) Senna(Lotus) – 1:38.301
2) Mansell(Williams) – 1:38.839
3) Piquet(Williams) – 1:39.076
4) Arnoux(Ligier) – 1:39.689
5) Johansson(Ferrari) – 1:40.312
6) Laffite(Ligier) – 1:40.676
7) Prost(McLaren) – 1:40.715
8) Patrese(Brabham) – 1:40.819
9) Rosberg(McLaren) – 1:40.848
10) Cheever(Lola) – 1:41.540

O dia 22 de junho de 1986 estava quente e úmido em Detroit, mas havia a perspectiva de chuva para qualquer momento. Porém, ela não viria e a prova se realizaria com pista seca. Como sempre a largada seria essencial numa pista de rua cansativa como Detroit e por isso Senna e Mansell largaram muito bem, chegando praticamente juntos na primeira curva, com Senna ficando com o lado de dentro e ficando em primeiro. Um pouco mais atrás, Arnoux consegue ultrapassar Piquet e para não bater na traseira de Mansell, chega a fritar o pneu dianteiro esquerdo, mas fica numa boa terceira posição.

O ritmo de Arnoux era tão bom que o francês estava pressionando Mansell, quando Senna errou uma troca de marcha bem na reta dos boxes e permitiu ao inglês da Williams assumir a liderança. Arnoux tentou ir junto, mas Senna deu uma de suas famosas fechadas no piloto da Ligier. Imediatamente Mansell abriu uma diferença de 4s sobre Senna, quando as pastilhas de freio traseira da Williams do inglês, muito frias, envidraçaram e Mansell perdeu rendimento, fazendo com que Senna se aproximasse rapidamente e efetuando a ultrapassagem na oitava volta. Os problemas de freio de Mansell permitiram também que Arnoux o ultrapassasse, mas Piquet não se aproveitou do infortúnio do seu companheiro de equipe e ficou algumas voltas atrás dele, seguido por Laffite, Johansson e Prost. Porém, os problemas com os pilotos que vinham em primeiro não acabaram e na 12º volta Senna tem um pneu furado, fazendo com que o brasileiro fosse aos boxes e caísse para oitavo. Seria o início de uma incrível corrida de recuperação do piloto da Lotus.

À essa altura, a Ligier fazia uma improvável dobradinha quando o veterano Jacques Laffite tinha ultrapassado os dois pilotos da Williams. Prost deixava Johansson para trás e pressionava Piquet, que até aquele momento fazia uma corrida burocrática, incapaz de deixar Mansell para trás. Laffite estava com os compostos mais duros da Pirelli e se aproveitou do desgaste dos pneus macios de Arnoux para se aproximar do companheiro de equipe e ultrapassá-lo na volta 17. Enquanto isso mais atrás, Senna era o piloto mais rápido da pista e após ultrapassar as duas Ferraris, ele estava colado na traseira de Piquet, que tinha sido ultrapassado por Prost. Juntando a isso, a perda de rendimento de Arnoux prendia todos, fazendo um trenzinho de cinco carros. Mostrando o excelente nível daquela turma, o trenzinho tinha na ordem: Arnoux, Mansell, Prost, Piquet e Senna. Só fera! Quando Piquet se viu atacado por Senna, ele resolveu acordar da sua letargia e ultrapassou Prost, trazendo consigo Senna. Com seus pneus muito desgastados, Arnoux vai aos boxes bem no momento em que Piquet atacava Mansell, trazendo consigo Senna. Ao contrário das primeiras voltas, Piquet estava motivado em não ser deixado para trás por Senna e logo ultrapassou Mansell, enquanto Senna, não querendo deixar passar essa oportunidade de ultrapassar seu desafeto Piquet, levou apenas algumas curvas para ultrapassar Mansell.

Os dois brasileiros eram os mais rápidos na pista, trocando várias vezes a volta mais rápida, permitindo uma rápida aproximação a Laffite. A Ligier liderava uma corrida depois de quatro anos, mas Laffite não seria capaz de segurar a velocidade de Piquet e Senna foi engolido pelos dois. Os dois rivais brasileiros davam um show na pista de Detroit e estavam a ponto de repetir a dobradinha no Rio de Janeiro quando Piquet foi aos boxes na volta 38 para trocar seus pneus. A Williams faz um péssimo trabalho e os 18s perdidos nos boxes seriam decisivos para Piquet. Informado do péssimo pit-stop do compatriota e rival, Senna vai aos boxes pela segunda vez três voltas depois e a Lotus leva apenas 9s para trocar os quatro pneus de Senna e o brasileiro retorna à pista tranquilamente em primeiro. No Brasil houve muita repercussão a respeito dessa parada de Piquet. Ele estaria sendo prejudicado pelos mecânicos ingleses, agora ao lado de Mansell? Isso não importava muito nesse momento e Piquet marcava a volta mais rápida na volta 40, mas na passagem seguinte, o brasileiro dá um golpe de vista numa curva à esquerda e bate seu Williams, destruindo sua corrida e de Arnoux! O francês não respeita a bandeira amarela no local e sem diminuir a velocidade, quase bate na Williams de Piquet, mas na manobra acaba atingindo a Arrows de Boutsen, fazendo Arnoux abandonar no local. Isso significava que Senna tinha 27s de vantagem sobre o segundo colocado Prost, que tinha que monitorar seu combustível e por isso Laffite o ultrapassou nas voltas finais. Quando recebeu a bandeirada em primeiro, Senna queria se vingar dos franceses que tinha lhe perturbado no dia anterior por causa da Copa do Mundo e na sua volta de consagração, achou uma bandeira brasileira e desfilou com ela pelo circuito de Detroit. Isso seria a primeira vez de um ritual que marcaria para sempre Ayrton Senna.

Chegada:
1) Senna
2) Laffite
3) Prost
4) Alboreto
5) Mansell
6) Patrese

terça-feira, 21 de junho de 2011

História: 30 anos do Grande Prêmio da Espanha de 1981

Após a inacreditável vitória de Gilles Villeneuve em Monte Carlo com sua arisca Ferrari 126CK, a F1 iria para Jarama, um circuito tão travado como o de Mônaco, mas sem o charme e os muros. Poucos dias antes o Pacto da Concórdia tinha sido assinado e por isso um dos nomes usuais da corrida em Jarama, Emilio de Villotta, não participou da corrida. Com um Williams usado, o espanhol foi impedido de correr pelo novo contrato, mesmo com os protestos da torcida local, pois Villotta era muito popular na Espanha.

No primeiro treino de Classificação, a Williams dominou e Jones liderou a dobradinha da equipe, com Laffite ficando com o terceiro lugar. O francês não gostava do circuito de Jarama, mas Laffite dizia que o chassi Ligier o adorava, por isso, ele sempre andava bem neste circuito. Um dos favoritos ao título em 1981, Nelson Piquet decepcionava com a 17º posição no grid provisório, enquanto Keke Rosberg levava o carro da equipe Fittipaldi ao 9º posto. Com o asfalto em melhores condições no sábado, Jacques Laffite melhora seu tempo e fica com aquela que seria sua última pole na F1. Jones completa a primeira fila, seguido por Reutemann e Watson, que deu um grande salto do primeiro para o segundo dia de treinos. Villeneuve se recuperava de sua dia ruim na sexta e coloca sua Ferrari num improvável sétimo lugar, enquanto Piquet também subia para o top-10.

Grid:
1) Laffite(Ligier) - 1:13.754
2) Jones(Williams) - 1:14.024
3) Reutemann(Williams) - 1:14.342
4) Watson(McLaren) - 1:14.657
5) Prost(Renault) - 1:14.669
6) Giacomelli(Alfa Romeo) - 1:14.897
7) Villeneuve(Ferrari) - 1:14.987
8) Andretti(Alfa Romeo) - 1:15.159
9) Piquet(Brabham) - 1:15.355
10) De Angelis(Lotus) - 1:15.399

O dia 21 de junho de 1981 estava extremamente quente em Jarama e mesmo com a presença do Rei Juan Carlos, o público era pequeno no circuito espanhol,
ajudando que esta corrida fosse a última no autódromo próximo a Madri na F1. Num circuito onde as ultrapassagens eram difíceis, mesmo com a longa reta dos boxes, a largada seria essencial e Jacques Laffite não utilizou a vantagem de largar na pole quando sua embreagem falhou e o francês da Ligier foi engolido pelo pelotão, caindo para 11º. Jones e Reutemann se aproveitam para assumir a ponta da corrida, enquanto ao contrário de Laffite, Villeneuve faz uma largada impressionante, chegando a colocar os pneus do lado esquerdo na terra para assumir o terceiro lugar e ainda quebrar a asa dianteira de Prost no processo.

Nos treinos, a Ferrari já havia demonstrado ter uma potência descomunal e era o carro mais rápido no final da reta dos boxes. Em compensação, o chassi se comportava terrivelmente mal nas curvas e Villeneuve sabia que só conseguiria ter sucesso na corrida se pudesse obter alguma vantagem na reta dos boxes. Ainda no final da primeira volta, o canadense conseguiu sair da última curva grudado na traseira da Williams de Reutemann e mesmo com o argentino lhe dando apenas o lado de fora da curva Fangio, o piloto da Ferrari consegue uma ultrapassagem audaciosa por fora. Contudo, Alan Jones já tinha conseguido abrir uma boa diferença sobre o seg
undo lugar e aumentava sua vantagem com o decorrer das voltas. Mesmo tendo um carro nitidamente superior a Ferrari de Villeneuve, Carlos Reutemann permanecia placidamente em terceiro, correndo claramente pensando no campeonato que liderava no momento. Já Villeneuve corria no limite do limite, escorregando em praticamente todas as curvas e em apenas algumas voltas, seus pneus Michelin estavam destruídos, mas nem assim o canadense esmorecia. Na volta 14, Jones tinha 8s de vantagem sobre Villeneuve quando o australiano rodou sozinho na curva Fangio e até que tomasse o caminho de volta para a pista, Jones tinha caído para 15º e não se recuperaria mais na prova.

Villeneuve e Reutemann lideravam a corrida, mas o canadense fazia um esforço sobre-humano para manter o argentino atrás de si. O piloto da Ferrari fechava Reutemann na curvas no miolo do circuito, enquanto soltava toda a potência de seu motor Ferrari turbo na reta, não dando chances à Reutemann. Nas freadas, Villeneuve fritava os pneus, algumas vezes saía do traçado, mas ele teimava em permanecer na ponta. Mais atrás, Piquet havia abandonado ao sair da pista, destino parecido com o de Prost, atrapalhado pelo bico quebrado por Villeneuve na largada. Enquanto isso, John Watson era o terceiro colocado após o abandono de Prost e se aproximava aos poucos de Reutemann, mas o que impressionava era o ritmo de Jacques Laffite, que vinha imprimindo uma forte corrida de recuperação. Após cair para 11º, o piloto da Ligier já era 4º na metade da corrida e sem muito trabalho, ultrapassou Watson quando a traseira da Williams de Reutemann já estava à sua vista. Percebendo que as coisas poderiam piorar, Reutemann aumenta a pressão em cima de Villeneuve, mas o canadense insistia em sua tática de utilizar a potência de sua Ferrari na reta, enquanto fechava seus adversários no miolo. Sim, adversários, pois Laffite e Watson já estavam colados na Williams de Reutemann.

Para demonstrar o quanto Villeneuve estava fazendo naquela quente tarde de domingo em Jarama foi histórico, era que Laffite estava andando em média 3s mais rápido que o canadense em sua corrida de recuperação, onde fez várias ultrapassagens, inclusive sobre Reutemann quando faltavam 18 voltas para o fim. Mas Villeneuve teimava em se manter na ponta. Ele diminuía o ritmo dos demais a ponto das duas Lotus encostarem no pelotão inicial, mas logo Mansell tem problemas e deixa apenas Elio de Angelis no final da fila de cinco carros que disputavam a ponta da corrida. Watson também ultrapassa Reute
mann, mas ninguém esperava tanta paciência por parte de Laffite, que já havia feito várias ultrapassagens e tinha o carro mais rápido da pista. Porém, Villeneuve insistia em sua pilotagem tresloucada, mas ao mesmo tempo, técnica a ponto de não dar chance a Laffite. A Ferrari 126 CK escorregava para todos os lados e Laffite apenas esperava um erro de Villeneuve. As voltas passavam e a manobra decisiva não vinha. Laffite atacava e Villeneuve rechaçava as manobras do francês. Faltavam quatro voltas, três, duas... o milagre estava próximo de acontecer e na 80º passagem, o diretor de prova deu a bandeirada para os cinco primeiros em apenas um movimento. Se a vitória em Mônaco já tinha sido impressionante, esse triunfo de Gilles Villeneuve contra tudo e contra todos o colocava definitivamente no olimpo dos grandes pilotos da história. "Apenas Villeneuve passaria Villeneuve hoje," era tudo o que Laffite tinha a dizer sobre sua derrota. Infelizmente, essa seria a última vitória de Gilles Villeneuve na F1.

Chegada:
1) Villeneuve
2) Laffite
3) Watson
4) Reutemann
5) De Angelis
6) Mansell

domingo, 19 de junho de 2011

Na sorte

Que Dario Franchitti anda muito bem em circuitos ovais, é um fato bastante conhecido. Mas o escocês mostrou também outro fato conhecido em sua carreira, que é a sorte. Franchitti dominou todos os treinos, largou na pole e liderou boa parte da corrida com a categoria que lhe é habitual, mas nas voltas finais o piloto da Ganassi acabou ultrapassado pelos brasileiros Tony Kanaan e Helio Castroneves, indicando uma dobradinha brasileira em Milwaukee. Porém, Kanaan e Castroneves tiveram problemas e Franchitti capitalizou os problemas dos pilotos tupiniquins e venceu novamente no tradicional oval de uma milha.


Franchitti dominou a corrida de Milwaukee durante boa parte, mostrando seu talento, pois o outro piloto da Ganassi, Scott Dixon esteve longe das primeiras posições. Outro fator importante foi a péssima posição de largada de Will Power (17º) e talvez por isso o escocês não se importou muito em ser ultrapassado pelos brasileiros Kanaan e Castroneves nas voltas finais, com ambos famintos por uma vitória. Porém, Kanaan rodou sozinho e bateu no muro e Castroneves aproveitou a bandeira amarela protagonizada pelo compatriota para troca um pneu traseiro murcho, que foi, por sinal, um perigo permanecer tanto tempo na pista com um pneu claramente se esvaziando, podendo ter provocado um acidente. Como não tem nada com isso, Franchitti reassumiu a liderança e venceu, mas Power mostrou sua evolução em ovais e numa corrida de recuperação, subiu para 4º, provocando um empate no campeonato. Com Power cada vez melhor nos circuitos ovais, o campeonato tende a ser uma emocionante briga entre Franchitti e Power.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Mais uma do homem-cueca



O Brasil ficou horrorizado com a aprovação da MP em que a Copa do Mundo de 2014 e as Olímpiadas de 2016 não terão seus orçamentos fiscalizados pelo público, como foi prometido pelo ex-presidente Lula. Isso por si já um absurdo, vide a onda de corrupção que já se abate no atual governo, mas algo chamou mais minha atenção. O relator desse projeto absurdo é o congressista cearense José Guimarães, que anos atrás ficou conhecido por ter escondido dinheiro na cueca para poder viajar à capital cearense para financiar campanhas locais. O partido dele? Pela experiência em corrupção, nem precisa dizer...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

História: 25 anos do Grande Prêmio do Canadá de 1986

A F1 seguia para a América do Norte com várias modificações entre os pilotos. Primeiramente, Derek Warwick ficaria com o segundo Brabham no lugar de Elio de Angelis, morto em maio. Bernie Ecclestone explicou o motivo de ter escolhido o inglês, que corria no Mundial de Esporte-Protótipos pela Jaguar: ele tinha sido o único a não se oferecer à equipe Brabham. Outra mudança era o forte acidente de Marc Surer no Rally de Hessen, que deixou o suíço muito machucado e causou a morte do ser navegador. Christian Danner, que corria com a Osella, foi o escolhido para substituir Surer e chegou a tirar fotos com o macacão da Arrows, mas foi impedido de correr no Canadá por problemas contratuais. Mais importante foi que esse acidente acabou com a carreira de Marc Surer na F1.

A sexta-feira viu chuva em Montreal e Senna foi o mais rápido do dia, mas quando o tempo melhorou e o sol apareceu no Canadá, Nigel Mansell colocou ordem na casa e conseguiu sua terceira pole na carreira, deixando Senna, o ás da Classificação, fechando a primeira fila, superando Piquet e as duas McLarens. Warwick voltava bem à F1 e conseguia um lugar no top-10, mesmo ainda se readaptando à grande diferença da Brabham F1 com seu Jaguar.

Grid:
1) Mansell(Williams) – 1:24.118
2) Senna(Lotus) – 1:24.188
3) Piquet(Williams) – 1:24.384
4) Prost(McLaren) – 1:25.192
5) Arnoux(Ligier) – 1:25.224
6) Rosberg(McLaren) – 1:25.533
7) Berger(Benetton) – 1:26.439
8) Laffite(Ligier) – 1:26.447
9) Patrese(Brabham) – 1:26.483
10) Warwick(Brabham) – 1:27.413


O dia 15 de junho de 1986 estava quente e ensolarado em Montreal e tudo estava pronto para uma bela corrida no bucólico circuito canadense, já conhecido como Circuit Gilles Villeneuve. Antes de a corrida começar, já havia uma baixa. Patrick Tambay perde o controle do seu Lola após a quebra da suspensão e bateu forte no muro durante o warm-up, quebrando um dedão e impedindo o francês de fazer parte da corrida. Na luz verde, Senna larga ligeiramente melhor do que Mansell, mas o inglês, calejado com as disputas agressivas que tinha tido com o brasileiro, deu um chega-pra-lá no brasileiro e assumiu a ponta, enquanto Prost fazia o mesmo para ultrapassar Piquet e ficar em terceiro.

Os anos anteriores mostraram que Montreal era uma corrida típica de economia de combustível e acelerar demais poderia ser problemático, principalmente no final. Porém, logo na primeira volta Prost partiu para cima de Senna de forma agressiva, mas o piloto da Lotus, como era seu estilo, fechava a porta do francês de forma imperativa, dando chances da Mansell liderar de forma tranqüila. A forma como Senna segurava os pilotos fazia com que uma fila de carros ficasse atrás dele, algo que seria bastante prejudicial a Senna mais tarde. Mas enquanto Senna se fazia de tampão, Rosberg ultrapassava Piquet para ficar em quarto. Finalmente na quinta volta Prost ultrapassava Senna numa manobra audaciosa nos esses de alta e trouxe consigo vários carros. Em apenas alguns metros, Senna caía de segundo para sexto!

Pensando em conversar combustível, Mansell não havia se distanciado muito da briga pelo segundo lugar e de forma até mesmo surpreendente as duas McLarens chegaram no inglês, mas Rosberg ultrapassa Prost antes e é o finlandês que ataca Mansell. Andando num ritmo muito forte, algo que seria cobrado mais tarde, Rosberg ultrapassa o inglês da Williams na volta 17, enquanto Prost prefere ficar na espera. Na volta 21, os três líderes se aproximaram de Alan Jones para lhe colocar um volta. O australiano fez de tudo para não atrapalhar os líderes, como ex-campeão que era, mas Jones acabaria sendo decisivo ao segurar Rosberg atrás de si durante duas curvas e Mansell reassumiu a liderança. Mansell, Rosberg e Prost ficam num ritmo mais baixo e rumaram para as paradas de boxe. Foi aí que Mansell ganhou a corrida.

A Williams fez um trabalho perfeito, enquanto a McLaren errou nas duas paradas dos seus pilotos. Na parada de Rosberg, foi engraçado um mecânico deixando o pneu que iria colocar na McLaren rolar e quando foi procurar, o pneu estava metros adiante... Como resultado, Mansell agora tinha liderança confortável, mas a McLaren ainda iria sofrer mais um pouco. Piquet havia postergado sua parada ao máximo e quando retornou a pista, com pneus novos, seu carro estava se comportando bem melhor e partiu para cima da McLaren de Prost. A ultrapassagem se consumou na volta 47, mas Prost se manteve próximo do brasileiro e quando Rosberg tirava o pé por causa do consumo de combustível, Piquet e Prost ultrapassaram o finlandês praticamente ao mesmo tempo.

A dobradinha da Williams parecia consumada, mas havia um problema com Piquet. Uma faixa mais negra apareceu bem no meio do pneu traseiro esquerdo do brasileiro da Williams. Bolhas haviam se formado nos pneus Goodyear e Piquet teve que voltar aos boxes para trocar ao menos os pneus traseiros. Foi descoberto mais tarde que os mecânicos colocaram pneus moles no carro de Piquet, no lugar do composto duro ideal. Por engano, disseram a Piquet depois da corrida. O brasileiro acreditou, mas ficava cada vez mais claro que a Williams trabalhava a favor de Mansell, que venceu a corrida com imensa facilidade. Prost chegou muito atrás e Piquet ainda conseguiu um lugar no pódio, pois Rosberg apenas se arrastava no final, poupando combustível, o mesmo fazendo Senna para chegar em quinto, fazendo o brasileiro perder a liderança do campeonato, que se tornava cada vez mais espetacular.

Chegada:
1) Mansell
2) Prost
3) Piquet
4) Rosberg
5) Senna
6) Arnoux

terça-feira, 14 de junho de 2011

História: 35 anos do Grande Prêmio da Suécia de 1976

A F1 continuava em circuitos travados quando chegou à Anderstorp para a corrida sueca, mas todos no paddock ainda se perguntavam sobre o Tyrrell P34. Seria um golpe publicitário da Elf? O bom desempenho em Mônaco, lugar altamente improvável para um carro com seis rodas andar bem mostrava muito potencial do novo carro, ainda mais em Anderstorp, pista onde a Tyrrell sempre andou bem desde os tempos de Jackie Stewart.



Isso foi confirmado com a primeira pole de Jody Scheckter na F1, mas ao seu lado estava uma ‘surpresa’. A Lotus estava andando tão mal que Chapman ameaçou abandonar a F1 por causa dos maus resultados, mas a contratação de Mario Andretti após o fim da equipe Parnelli deu o up-grade necessário ao time e o americano conseguiu acertar o carro e colocá-lo na primeira fila. Ronnie Peterson, que havia se recusado a andar com o Lotus 77 e se transferiu para a March, era apenas nono no grid. Depailler mostrava o quanto a Tyrrell estava bem e fechava a segunda fila, tendo ao seu lado uma verdadeira surpresa, com o novo Ensign de Chris Amon andando muito bem na Suécia. Pela primeira vez no ano a Ferrari não largaria na pole e Lauda estava insatisfeito com seu carro, mas ainda assim estava bem colocado no grid.


Grid:
1) Schekcter(Tyrrell) – 1:25.659
2) Andretti(Lotus) – 1:26.008
3) Amon(Ensign) – 1:26.163
4) Depailler(Tyrrell) – 1:26.362
5) Lauda(Ferrari) – 1:26.441
6) Nilsson(Lotus) – 1:26.570
7) Laffite(Ligier) – 1:26.773
8) Hunt(McLaren) – 1:26.958
9) Peterson(March) – 1:27.040
10) Pace(Brabham) – 1:27.133


O dia 13 de junho de 1976 estava quente e ensolarado, mesmo com a chuva que caiu a noite e deixou a pista bem escorregadia. No final dos treinos, a opinião era unânime em afirmar que apenas os carros da Tyrrell e da Lotus estavam se comportando bem na difícil pista de Anderstorp, enquanto os demais pilotos reclamavam que os carros estavam saindo demais de frente. Na largada, Scheckter deixa sua embreagem patinar, mas Andretti também o faz, com a diferença de ter queimado a largada de forma descarada, assumindo a ponta da corrida, enquanto Depailler ultrapassava Amon na briga pelo terceiro lugar.


Ainda na primeira volta, acontecem dois abandonos, com as saída de Reutemann (problemas de motor) e Watson (um acelerador travado o fez sair da pista), que estreava o belo carro da Penske. Andretti imprimia um bom ritmo na frente, mas Scheckter o perseguir de perto. Mais atrás, Depailler liderava um trem de carros que tinha Amon, Gunnar Nilsson e Lauda, mas o sueco da Lotus acabaria rodando na entrada da reta dos boxes na terceira volta e batendo seu carro no pit-wall. Para piorar as coisas para o time de Colin Chapman, a direção da prova anuncia que Andretti estava punido em um minuto por ter queimado a largada, fazendo o americano forçar o ritmo e em seis voltas já tinha 8s de vantagem sobre Scheckter. Mais atrás, Emerson Fittipaldi abandonava quando andava em último, com seu Copersucar praticamente inguiável, mas o brasileiro estava confiante com o futuro da equipe brasileira a ponto de desmentir uma possível negociação para que a Porsche lhe fornecesse motores a partir de 1977...


Quando Andretti se aproximou dos retardatários, o ítalo-americano perdeu tempo e permitiu a aproximação de Scheckter, mas havia outros indícios dessa perda de rendimento do piloto da Lotus. Fumaça era vista saindo da traseira da Lotus e o motor Ford-Cosworth soava cada vez pior. Mais atrás, Depailler ainda era pressionado pelo surpreendente Chris Amon, quando a suspensão traseira do Ensign quebrou na volta 38 e o neozelandês saiu da pista, abandonando a corrida. E o apelido de Rei do Azar ficava cada vez mais a calhar para Amon... Mas o piloto oceânico não ficaria sozinho quando o motor de Andretti finalmente se entregou na volta 45 e Scheckter finalmente pôde assumir a liderança, ganhando a corrida podendo até mesmo cuidar do seu Tyrrell, não forçando a 3º marcha, a mais usada em Anderstorp. Sem o mesmo acerto do companheiro de equipe, Depailler completou a dobradinha da Tyrrell sem ameaçar Scheckter, enquanto Lauda, sabendo que não tinha condições de vencer, mas pensando no campeonato, completou o pódio e garantiu pontos importantes rumo ao bicampeonato. Mesmo com todo esse domínio da Tyrrell na Suécia com seu carro de seis pneus(era a primeira vitória de um carro com mais de quatro rodas na história da F1), parecia que ninguém tiraria o título de Lauda naquele momento.


Chegada:
1) Scheckter
2) Depailler
3) Lauda
4) Laffite
5) Hunt
6) Regazzoni


Batalha histórica

Muita gente pode me chamar de hérege, mas a atual batalha entre Audi e Peugeot lembra em muitos aspectos a histórica briga entre Ferrari e Ford na década de 1960 pelo domínio em Le Mans. Por sinal, o cenário até é o mesmo, o velho circuito de Sarthe. Neste domingo recheado de corridas, vimos mais um capítulo sendo escrito durante as 24 Horas de Le Mans e mais uma vez a Audi saiu vitoriosa, mas com uma diferença ínfima de 13s, se comparando com a duração da corrida. Andre Lotterer, Benoit Treluyer e Marcel Fässler derrotaram os três Peugeots restantes numa briga na parte final da corrida que lembrava mais uma prova sprint. Porém, a imagem que ficará desta corrida será o incrível acidente de Allan McNish.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Figura(CAN): Jenson Button

Não podia ser outro! Jenson Button saiu um pouco de suas características de não-agressão e conseguiu uma vitória épica nesse domingo, onde o inglês mostrou que nunca desiste, mesmo em situações exremas. Primeiramente o piloto da McLaren quase foi colocado para fora da corrida pelo próprio companheiro de equipe (e protagonista da coluna abaixo...) e foi aos boxes. Seria a primeira de seis visitas aos boxes. Button teve a sensibilidade de usar os pneus intermediários e ser o mais rápido da pista, mas quando a chuva se tornou torrencial, Jenson teve que ir aos boxes colocar pneus para chuva forte antes da bandeira vermelha. Na relargada, Button se envolve num toque com Alonso e mesmo o espanhol se dando pior, o inglês precisou trocar um pneu furado e caiu para último, 21º. Fim da corrida para Button? Não para ele. O piloto da McLaren iniciou uma inesquecível prova de recuperação, culminando com o ataque a Webber e Schumacher na briga pela 2º posição. Astuto, Button deixou os dois para trás e partiu um perseguição a Vettel, sendo o mais rápido na pista. Nas câmeras on-board, os movimentos suaves de Button no volante da McLaren não mostrava o quanto o inglês forçava em seu ataque à Vettel, intocável até então. Chegou a última volta e mesmo marcando a melhor volta da corrida, seria difícil Button assumir a ponta, mas a pressão final do inglês surtiu efeito quando Vettel errou no meio da volta e Jenson venceu após uma pilotagem antológica. Jenson Button já mostrou que não é tão rápido e exuberante quanto Hamilton e Vettel, mas sua pilotagem de pluma mostrou uma eficiência que já lhe deu um título, mas Button provou em Montreal que também pode ser agressivo quando quer. E conseguir seu objetivo!

Figurão(CAN): Lewis Hamilton

Ao contrário do seu companheiro de equipe, que ocupou com louvor a coluna acima, Lewis Hamilton teve uma passagem breve na corrida em Montreal, mas mereceu com todos os 'méritos' ficar na coluna de baixo, até mesmo pelo conjunto da obra. A agressividade do inglês da McLaren não pode ser podada, mas Hamilton está passando dos limites em sua enorme capacidade de se meter em confusões e no Grande Prêmio do Canadá, Lewis precisou de menos de dez voltas para se envolver em dois incidentes, que culminaram com seu abandono. Logo na primeira curva da corrida, Hamilton tentou uma manobra bem otimista em cima de Webber e mesmo o toque no australiano sendo 'de corrida', foi o australiano que saiu mais prejudicado, enquanto Lewis continuava em sua contínua procura em ser o protagonista da prova. Após levar um chegua-pra-lá de Schumacher, Lewis ficou atrás de Button e não demorou muito para atacar seu companheiro de equipe. Bem na reta dos boxes, Hamilton colocou de lado, com Button mudando sua trajetória e por lá ficando. Algo bastante normal. O problema foi que Hamilton não tirou o pé e por muito pouco não provocou o fim da corrida da McLaren, mas o toque no muro foi suficiente para terminar a curta e tumultuada corrida do campeão mundial de 2008. Após as polêmicas em que se envolveu em Monte Carlo, Lewis Hamilton se mostra um piloto rápido e talentoso, mas também afobado e afoito, onde o auto-suficiente inglês confunde com agressividade. Com Button sempre terminando as provas e até mesmo superando Lewis em ritmo de corrida, Hamilton precisa voltar a mostrar suas boas qualidades para se manter como a estrela da McLaren. Por que em Montreal, Hamilton mostrou apenas suas más qualidades.

domingo, 12 de junho de 2011

Na história!

Nunca concordei quando um ou outro dizia que Jenson Button tinha sido um campeão medíocre. Quem acompanhou a carreira desse inglês com pinta de galã sabe que sempre lhe faltou carro e seu estilo clássico de guiar se confundia com sua garra em não desistir nunca. Uma tradição inglesa desde os tempos de Nigel Mansell. Pois quem via em Button apenas em um sortudo de ter o carro dominador nas mãos no momento correto e sempre ter lindas namoradas, é bom reavaliar suas convicções após a tumultuada corrida de hoje. E foi exatamente na característica de não desistir nunca que Button conseguiu uma vitória inesperada pelas confusões em que se envolveu e as punições recebidas. Vettel continua líder e dificilmente o título lhe escapará, mas Montreal viu outra corrida histórica e, diferente das demais provas, uma pilotagem para entrar na memória dos que amam a F1.

Durante a semana inteira se falava em previsão de chuva durante o final de semana do Grande Prêmio do Canadá, mas se a metereologia falhou no sábado, a chuva veio forte no domingo. Talvez forte demais... Após um início confuso, com vários incidentes e a corrida truncada por várias intervenções do safety-car, um dilúvio se abateu em Montreal e a bandeira vermelha apareceu pela segunda corrida consecutiva. Até este momento, Vettel liderava fácil, com Kobayashi e Massa logo a seguir. A dúvida de estar com os pneus corretos pairaram no ar e por isso houve várias modificações na corrida, com o segundo colocado no grid Alonso lá atrás, por exemplo. Button também entrou nessa situação, mas de maneira forçada. Em outra diarréia mental de Hamilton, o inglês campeão de 2009 quase teve sua corrida terminada quando foi jogado contra o pit-wall pelo próprio companheiro de equipe e foi aos boxes pela primeira vez, colocando pneus intermediários. A chuva veio forte e Button fez outra parada, sendo que esta era a sua terceira passagem nos pits, já que o inglês fui punido por ter excedido a velocidade atrás do safety-car. Após as duas horas de interrupção, Button se envolveu em um toque com Alonso e ainda foi punido pela manobra. O inglês teve a sensibilidade de colocar os pneus intermediários e depois os slicks, quando uma trilha seca cortava o circuito Gilles Villeneuve. Mais rápido nas voltas finais, Button passou quem vinha pela frente, mas um safety-car no finalzinho da corrida acabou lhe ajudando, pois ele encostou na briga pelo segundo lugar entre Webber e Schumacher. Esperto, Button se aproveitou de um erro de Webber para o ultrapassar, deixando o heptacampeão para trás facilmente mais tarde. Faltavam quatro voltas. A diferença para o intocável Vettel não era grande. E Button não desistiu. Fez volta mais rápida em cima de volta mais rápida e quando encostou na Red Bull do atual campeão, Vettel começou a andar no mesmo ritmo de Button, mesmo com o inglês ligeiramente mais rápido. Em condições normais, Vettel venceria quando cortou a linha de chegada pela penúltima vez. Mas a corrida de hoje foi tudo, menos normal. Vettel segurou de forma sensacional Alonso e o próprio Button na última corrida em Monte Carlo e nada poderia indicar o que aconteceu nas últimas curvas, quando o alemão errou e Button partiu sozinho para uma das vitórias mais sensacionais dos últimos tempos. Uma vitória maiúscula do inglês da McLaren, que mesmo passando nos boxes seis vezes, nunca baixou os braços e não saindo de sua pilotagem limpa, foi o mais rápido da pista e fez Vettel, um piloto sensacional e cada vez mais maduro, errar na última volta.

A forma como Button venceu em Montreal diminuiu a tensão pela interrupção da corrida por mais de duas horas. Mas em matéria de tensão, as coisas não estão tão rosas na McLaren. Lewis Hamilton aprontou novamente, se envolvendo em um toque com Mark Webber na primeira curva da corrida de hoje e quase pôs Jenson Button no muro, mas como os deuses queriam agraciar Button com uma vitória histórica, Hamilton acabou se dando mal e abandonou a corrida com a suspensão quebrada. Lewis é um baita piloto, mas precisa seguir o exemplo de Vettel, que claramente evolui sem nos dar uma sensação que está mais cerebral ou até mesmo mais lento. Hamilton dá a impressão de estar involuindo. Falando em Vettel, o alemão liderou a corrida praticamente de ponta a ponta, mas justamente na volta final cometeu um erro que não foi visto em 2011. Talvez o alemão da Red Bull tenha se assustado com a chegada incrível de Button nas voltas finais e, saindo de sua zona de conforto, precisou forçar seu Red Bull e sem a concentração necessária, acabou saindo da pista, sendo que o fato de não ter batido ou rodado já mostrou bem toda a sua habilidade. Contudo, sem Alonso e Hamilton marcando pontos, esse segundo lugar não deixa de ser um bom resultado para Vettel, que lidera o campeonato com ampla folga. Mark Webber fez uma prova brilhante de recuperação após ter recebido um toque de Hamilton na primeira curva, mas o australiano maculou sua bela pilotagem pelos erros sucessivos na tentativa de ultrapassar Schumacher no final, quando tinha muito mais carro, permitindo com certa facilidade a passagem de Button no final. Webber ainda garantiu seu lugar no pódio, mas pelo o que fez na corrida, Schumacher merecia ter ficado com o terceiro lugar. O alemão fez sua melhor corrida desde sua volta e a ultrapassagem feita sobre Kobayashi e Massa, mesmo com o erro do japonês, merece destaque para aqueles críticos que dizem que Schummy não sabe ultrapassar.

Falando em Kobayashi, novamente o japonês foi brilhante quando ficou na pista no momento certo e quando a bandeira vermelha apareceu, ele era o segundo colocado e com a prerrogativa de poder trocar seus desgastados pneus de chuva, manteve a posição após a relargada. O piloto da Sauber segurou a Ferrari de Felipe Massa com maestria, andando claramente mais do que o carro e quando isso acontece, normalmente erros aparecem e Kobayashi acabou saindo da pista, proporcionando um dos belos momentos da corrida, quando Schumacher o ultrapassou junto com o brasileiro. A ponto de repetir seu melhor resultado do ano, Kobayashi acabou superado por Massa na linha de chegada, numa bandeirada digna da lendária chegada Senna-Mansell em Jerez/86. Apesar dessa alegria final, Massa tem muito o que se lamentar na sua melhor corrida do ano. Felipe chegou a pressionar Alonso no início da corrida e resolveu ficar na pista no momento em que alguns pilotos, como Alonso, colocaram pneus intermediários, capitalizando a bandeira vermelha com o terceiro lugar. Quando a corrida se encaminhava com a tranqüilidade, Massa tinha o segundo lugar nas mãos, mas o brasileiro saiu da trilha seca com pneus slicks e acabou batendo no muro, tendo sorte em ter podido voltar à prova e ter colocado um bico novo. O pódio não veio, mas Felipe mostrou evolução em Montreal, mesmo com a Ferrari não querendo se lembrar deste final de semana canadense. Favorita a vitória após a boa Classificação, a Ferrari viu Massa ficar apenas em 6º e Alonso no muro, após um toque com Button. Muito pouco para quem largou em 2º e 3º.

A Renault voltou a andar bem, com Heidfeld e Petrov sempre entre os primeiros colocados, mas Heidfeld se afobou em uma tentativa de ultrapassagem sobre Kobayashi e acabou provocando um acidente perigoso quando sua asa dianteira foi para baixo do seu carro e seu Renault descontrolado bateu forte no muro, trazendo o último safety-car do dia. Petrov, sem a confiança da equipe após um 2010 instável, já está à frente de Heidfeld no campeonato, teoricamente o primeiro piloto da equipe após o acidente de Kubica. Por isso que a TV sempre procura Bruno Senna após um take de Heidfeld. Sem condições com seu Williams, Barrichello pontuou mais uma vez, enquanto Maldonado acabou abandonando mais uma vez quando estava na zona de pontuação de forma sólida no final da corrida. O venezuelano está precisando de uma rezadeira... Paul di Resta vem se tornando a revelação do ano, com uma pilotagem sólida em condições traiçoeiras e um carro que também não está entre os melhores. Por isso, sua punição, o toque e o acidente no final não era o fim da corrida merecido para Di Resta, enquanto Sutil abandonou a corrida, mas não fez frente ao seu jovem companheiro de equipe. Rosberg ficou bem abaixo do companheiro de equipe, enquanto a Toro Rosso marcou pontos com seus dois pilotos, algo muito bom para dois jovens pressionados como Buemi e Alguersuari. De la Rosa, que foi avisado de que iria correr faltando dez minutos para o início do segundo treino livre, ao menos não comprometeu e completou a corrida. Das pequenas, que podiam se aproveitar da confusa corrida de hoje, pouco fizeram e ficaram uma volta atrás dos líderes.

Foi uma corrida que ficará marcada na história pela chuva que caiu, a longa interrupção, pelo final emocionante e pela pilotagem antológica de Jenson Button. O título está indo para as mãos de Vettel de forma até fácil, mas ninguém poderá reclamar de provas chatas.

De volta à realidade

Finalmente a verdade apareceu na MotoGP. Casey Stoner demorou quatro corridas para finalmente recuperar o posto que perdeu na segunda corrida da temporada com a queda provocada por Valentino Rossi na molhada corrida em Jerez. Na também molhada pista de Silverstone, Stoner venceu pela terceira vez seguida na temporada (algo que não acontecia desde 2003) e assumiu a liderança do campeonato de 2011.

Como é normal em Silverstone, a chuva apareceu com força no circuito inglês e mesmo com Stoner não gostando do clima e escorregando na volta de instalação, o piloto da Honda não teve muitas dificuldades para vencer. Tirando a espetacular largada de Lorenzo e a surpreendente ultrapassagem levado pelo companheiro de equipe Doviziozo, Stoner esperou apenas uma volta para ficar na ponta da prova e conseguir vencer, deixando as emoções para a briga pelo segundo lugar. Doviziozo era acossado por Lorenzo e Marco Simoncelli, mas as condições traiçoeiras da pista inglesa destruíram os sonhos de ambos os pilotos na mesma curva e Doviziozo completou tranqüilo a dobradinha da Honda.

Contudo, quem mostrou ser o nome da corrida pela superação foi Colin Edwards. O veterano piloto da Monster Yamaha deu um show de coragem ao largar com a clavícula direita com sete pinos recém colocados após seu acidente em Barcelona, semana passada, e com uma pilotagem segura, o americano conseguiu o primeiro pódio da sua equipe e no final da corrida era impressionante quanto Edwards mal podia apertar as mãos dos seus mecânicos, mas o sacrifício tinha valido a pena. Rossi ficou mais de um minuto atrás de Stoner e, pior, levou couro até mesmo do seu companheiro de equipe, Nicky Hayden. Definitivamente, Rossi é carta fora do baralho esse ano.

Com a queda de Lorenzo e os etenos problemas físicos de Pedrosa, Stoner deve partir serelepe para o bicampeonato e a Honda deve estar se perguntando o porquê não ter contratado Stoner antes, pois o australiano caiu como uma luva na equipe japonesa.

Tirando a casca

Will Power perdeu o campeonato do ano passado pelo seu (pouco) desempenho em circuitos ovais, pois nos mistos, o australiano dominava. O piloto da Penske sempre dizia que seu problema nos circuitos ovais era o azar, mas os resultados mostravam o contrário. Neste sábado à noite, Power finalmente deu a resposta aos seus críticos com uma bela exibição na rodada dupla no perigoso circuito do Texas, onde conquistou sua primeira vitória num oval, depois de ter chegada em terceiro lugar na primeira bateria.

Com mais essa invenção da IRL, Texas abrigou a 17º corrida na história da Indy dividida em duas, sendo que a última ocorreu a mais de trinta anos atrás. A idéia seria boa se não houvesse algumas marmotas, como o sorteio definindo o grid de largada da segunda bateria. Sem tirar os méritos de Power, isso praticamente definiu sua vitória. Como era esperado, a Ganassi chegou ao velocíssimo circuito de Fort Worth com um belo acerto e o resultado foi a dobradinha da equipe na primeira bateria, com Franchitti superando Scott Dixon por uma diferença mínima, algo comum no Texas. Mostrando sua evolução nos ovais, Power chegou colado nos carros vermelhos do gordo chefe de equipe e até poderia ter brigado mais seriamente pela vitória.

Então, veio o sorteio e a equipe de Chip Ganassi foi ‘agraciada’ com a 19º posição de Dixon e a 28º de Franchitti. Com um carro bem acertado, Power largaria em terceiro, tendo em Tony Kanaan, o ‘pole’ da segunda bateria, como maior adversário. Se na primeira bateria só houve uma bandeira amarela, os pilotos foram ainda mais cautelosos na segunda corrida, onde a prova não teve uma única interrupção. Assim, ficou fácil para Power, pois quando se viu livre de Kanaan disparou na ponta. Dixon ainda evoluiu e chegou em segundo estragando o que seria uma tripleta da Penske, que viu Briscoe e Castroneves nas posições seguintes. Uma bela recuperação da equipe Penske após o fiasco em Indianápolis. Franchitti não teve as bandeiras amarelas para fazer da estratégia um fator, mas ainda assim o escocês conseguiu uma bela corrida de recuperação e chegou no top-10.

Porém, o que deve ter preocupado mais Franchitti foi a primeira vitória de Power num oval, algo que deve ajudar muito para o psicológico do australiano, já que com esse triunfo, misturando com suas belas exibições nos circuitos mistos, deve lhe dar ainda mais confiança rumo ao seu primeiro título na Indy.

sábado, 11 de junho de 2011

Mais do mesmo

Destacar mais uma pole de Sebastian Vettel é chover no molhado, mas desta vez o alemão teve um pouquinho a mais de trabalho neste sábado com a boa performance da Ferrari, que viu o ressurgimento de Felipe Massa. A chuva que ameaçou cair não veio, mas o tempo frio criou alguns problemas de aquecimento de pneus e freios, com destaque para as fritadas de pneus dadas pelos pilotos, que se não trouxe os vários acidentes que houve na sexta-feira, deixou o treino mais espetacular.
Vettel marcou o tempo de 1:13.0 e não deu chances a Ferrari, muito forte desde os treinos livres e com Massa chegando a marcar o tempo mais rápido do Q2. Apesar da aparência de fogo de palha, até por que o brasileiro completou uma segunda volta com os pneus supermacios, o Q3 mostrou que Massa vem forte nesse final de semana. Sem a incômoda companhia de Mark Webber, que nem treino pela manhã por uma problema no Kers, Vettel se preocupou apenas com as Ferrari e se o piloto da Red Bull esperava apenas Alonso, também tinha que observar o bom desempenho de Massa, sempre mais rápido do que o companheiro de equipe na Classificação. Após não conseguir melhorar seu tempo na volta final, Vettel viu as duas Ferraris encerrarem o treino juntas, com Alonso tirando o doce de Massa por apenas 18 milésimos de segundo, largando mais uma vez à frente do companheiro de equipe. De tão acostumada com a pole, a Red Bull mal comemorou mais essa pole de Vettel, enquanto Massa voltava à foto dos três primeiros após longo e tenebroso inverno. A McLaren ficou claramente abaixo das duas equipes e nem o polêmico Hamilton se aproximou de Webber, que fechou a segunda fila. Na verdade os carros prateados ficaram embolados com a Mercedes, ficando com a terceira e quarta fila, com a Renault fechando o Q3, mas com uma diferença de apenas 1s para o pole. Muito equilíbrio!

O resto, foi literalmente o resto. No final do Q2, Paul di Resta, o 11º, ficou quase meio segundo atrás da Renault de Petrov, mostrando o abismo das cinco primeiras equipes e o resto. Barrichello sofre com um carro pode lhe dar uma despedida melancólica da F1, até porque começa a ser superado por Pastor Maldonado, mostrando que é mais do que um pay-driver. Lá atrás, a Virgin mostra que a saída de Nick Wirth da equipe tem algum fundamento, com o time de Richard Bronson claramente alcançado pela mambembe Hispania, inclusive com Jerome D'Ambrosio fora do limite de 107% da Classificação, atrás de Liuzzi e Karthikeyan.

Se a chuva não veio hoje, segundo a metereologia, é certeza vir amanhã. E as coisas mudam completamente de figura, pois até o momento não se viu o comportamento dos pneus Pirelli com pneus biscoito e os vários acidentes que marcaram os treinos livres podem se repetir com muita frequencia na corrida. Resultado imprevísivel amanhã!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Gilles Villeneuve?

Lendo edições antigas da revista Quatro Rodas (um dos meus hobbies favoritos), achei essa pérola na edição de Setembro de 1990. Uma reportagem falava sobre os jovens pilotos brasileiros que invadiam a F3 Sul-Americana, antes uma categoria reservada a piloto experientes, como Guillermo Maldonado e Leonel Friedrich. Num perfil sobre os novos 'botas' brasileiros da F3, a revista assim escreveu sobre Pedro Paulo Diniz:



É o nosso Gilles Villeneuve. Rápido e ousado como poucos, precisa saber programar melhor sua estratégia nas corridas, pois um bom piloto não precisa saber apenas acelerar. Tem potencial para crescer.


Cinco anos depois, o autor deste texto deve ter ficado definitivamente arrependido pela comparação...

terça-feira, 7 de junho de 2011

MMA na Nascar



Alguns dias atrás, postei um vídeo de uma briga de trânsito entre Kyle Busch e Kevin Harvick após a corrida no circuito de Richmond. O primeiro é considerado o bad boy da Nascar, se metendo em confusões em praticamente toda semana pelo seu estilo agressivo dentro das pista e extremamente temperamental fora delas, a ponto de não aceitar se tocado ou ultrapassado nas últimas voltas das provas das três principais categorias da Nascar, algo que ele faz muito. Mal visto pela grande maioria dos demais pilotos da Nascar, Busch finalmente teve o que merecia, segundo seus críticos.


Na prova da Truck Series em Kansas, na última sexta-feira, Kyle Busch foi ultrapassado pelo jovem piloto Joey Coulter no final da corrida e não gostou da atitude do representante da equipe de Richard Childress, reclamando com ele quando estacionaram seus trucks nos pits. Childress, que também é chefe da equipe de Harvick, explodiu em fúria e partiu para cima de Busch, lhe acertando socos que, segundo as más línguas, teria deixado Buschinho (como é conhecido no Brasil) com um dente a menos. Claro que a Nascar suspendeu o chefe de uma das mais tradicionais equipes da Nascar, mas a pergunta que ficou foi: como um senhor de 65 anos pode espancar um jovem de 26?

domingo, 5 de junho de 2011

Monotonia australiana

Casey Stoner chegou na Espanha, deu um tchauzinho para os donos da casa e passeou no circuito de Montmeló, vencendo praticamente de ponta a ponta, não dando chances a Jorge Lorenzo, o único piloto atualmente a ameaçar o australiano e ainda lidera o campeonato, mesmo com a segunda vitória seguida de Stoner.

Com perspectivas de chuva, chegando até mesmo a aparecer as bandeiras brancas autorizando a trocaro para as motos acertadas para piso molhado, os pilotos maneiraram e a corrida foi extremamente monótona. O grande personagem do final de semana, o ameaçado Marco Simoncelli, largou mal saindo da pole e após seguidas chamadas de atenção, o italiano não exibiu seu tradicional estilo agressivo e praticamente se acomodou a corrida inteira em sexto. Não ameaçou ninguém e não partiu para cima de Rossi, o piloto que vinha à sua frente. Lorenzo assumiu a ponta na largada após uma ótima saída, mas o espanhol não foi capaz de completar duas voltas na frente de Stoner, que utilizou o incrível poderio de sua Honda e disparou rumo a vitória.

Claro que a ótima fase da Honda ajuda, e muito, o sucesso da montadora em 2011 na MotoGP, mas Stoner está fazendo o que Pedrosa não fez nos últimos anos e parte como grande favorito rumo ao bicampeonato, mesmo tendo como maior adversário um osso duríssimo na pessoa de Jorge Lorenzo, um piloto mais cerebral este ano, mas sem Valentino Rossi para acertar sua Yamaha. O italiano ficou atrás dos segundos pilotos de Yamaha (Ben Spies) e Honda (Andrea Doviziozo), chegando ao máximo do que pode fazer a Ducati. Sem Pedrosa, Stoner praticamente representa sozinho a Honda e com a melhor moto, não será muito tempo para o australiano assumir a ponta do campeonato.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

História: 15 anos do Grande Prêmio da Espanha de 1996






Após a surpreendente vitória de Olivier Panis em Mônaco, a F1 partia para um circuito completamente diferente e que favorecia de forma decisiva quem tinha o melhor chassi. No caso, a Williams iniciava o final de semana como a grande favorita para vencer no domingo, enquanto Schumacher havia dito ao Rei Juan Carlos que não apostaria uma única peseta nele mesmo no domingo.


Porém, havia uma grande possibilidade de chuva para aquele final de semana, mas enquanto a pista estava seca, a Williams confirmava o seu domínio e como a chuva não deu as caras no sábado, Damon Hill consegue mais uma pole dominante no ano, seguido de perto por Jacques Villeneuve. Usando todo seu talento, Schumacher ainda colocou sua Ferrari em 3º, mas praticamente 1s atrás da Williams. O péssimo rendimento de Ricardo Rosset na Footwork-Arrows já trazia boatos de que o brasileiro seria substituído ainda durante a temporada pelo sueco Kenny Brack, destaque da F3000. Panis continuava a boa fase ao colocar sua Ligier em 8º, mas numa pista em que o equilíbrio do carro é tudo, o francês não foi tão incisivo como em Monte Carlo.


Grid:
1) Hill(Williams) – 1:20.650
2) Villeneuve(Williams) – 1:21.084
3) Schumacher(Ferrari) – 1:21.587
4) Alesi(Benetton) – 1:22.061
5) Berger(Benetton) – 1:22.125
6) Irvine(Ferrari) – 1:22.333
7) Barrichello(Jordan) – 1:22.379
8) Panis(Ligier) – 1:22.685
9) Herbert(Sauber) – 1:23.027
10) Hakkinen(McLaren) – 1:23.070


O dia 2 de junho de 1996 amanheceu chuvoso em Barcelona e pela segunda corrida consecutiva, os pilotos teriam que enfrentar o piso molhado sem nenhum treino prévio. Assim como ocorreu em Mônaco, um piloto perdeu o controle do seu carro teria largar com o seu bólido reserva: Heinz-Harald Frentzen. A pista estava tão encharcada que se considerou a possibilidade de uma largada atrás do safety-car, mas para infelicidade de Damon Hill, principal favorecido pela medida, resolveu-se largar normalmente. O inglês da Williams sai lentamente e é facilmente ultrapassado por Villeneuve e Alesi. O estrago só não foi maior porque Schumacher, que vinha imediatamente atrás de Hill, largou ainda pior e caiu para sétimo ainda na primeira curva. Atrás da enorme cortina de spray, vários pilotos bateram e nada menos que cinco carros estavam fora da corrida, incluindo Olivier Panis, que não repetiria sua surpreendente vitória em Barcelona.


Após seu erro em Mônaco, quando bateu ainda na primeira volta, Schumacher tinha que se recuperar e aproveitar a chance de bater a Williams numa pista desfavorável à Ferrari, mas em condições climáticas no qual Schumacher já era um dos maiores da história. Mesmo com Irvine rodando ainda na segunda volta, Schumacher partiu rapidamente ao ataque e na quarta volta ele ultrapassou Berger, subindo para quarto. Na volta seguinte o alemão ganharia outra posição com o início do pesadelo de Damon Hill. O inglês da Williams saiu da pista na 5º volta, algo que repetiria na 7º e finalmente na 10º passagem da corrida. Ou seja, em dez voltas, foram três erros de Damon Hill e o inglês, após bater seu Williams no muro dos boxes, estava fora da prova e deu munição aos seus críticos. Ou Damon Hill disparava e vencia, ou o inglês se atrapalhava totalmente. Após ultrapassar Berger, Schumacher imprimiu um ritmo alucinante, marcando voltas em média 2s mais rápido que os demais pilotos e na sétima volta o ferrarista ultrapassou Alesi na curva Seat, um ponto de ultrapassagem improvável. Provando que não era sorte, rapidamente Schumacher encostou em Villeneuve e no mesmo local, assumiu a liderança da corrida.


A partir de então, Schumacher começou a disparar na frente, colocando em média 4s de vantagem sobre Villeneuve por volta. A exibição de Schumacher naquele chuvoso começo de junho em Barcelona foi para entrar na história. O alemão fez duas paradas e em nenhum momento foi ameaçado pelos adversários, chegando a abrir mais de um minuto para o segundo colocado. Villeneuve e Alesi pararam apenas uma vez e foi nesse momento que houve a troca de posições, com o piloto da Benetton antecipando sua parada e com a chuva aumentando, pôde ganhar o tempo necessário para ‘ultrapassar’ Villeneuve quando este foi aos boxes. Apesar de Alesi e Villeneuve passaram o resto da prova andando próximos, nenhum dos dois arriscaram uma saída de pista e permaneceram nessas posições. Berger rodou e quando estava em quarto Barrichello foi aos boxes com problemas de câmbio. Já de roupa trocada, o brasileiro foi chamado pela Jordan para pôr novamente o macacão e retornar à pista, mas finalmente o câmbio da Jordan quebrou e Barrichello passou a semana seguinte surdo, pois na pressa de colocar seu equipamento de corrida, ele se esqueceu de colocar os protetores auriculares... Com apenas seis carros restando na pista, o criticado Pedro Paulo Diniz marcava seu primeiro ponto na F1, mas essa não era a principal notícia do dia. Mesmo liderando com folga, Schumacher tinha que enfrentar uma pane no motor Ferrari e passou a metade final da corrida com menos cilindros funcionando, mas isso não parou o alemão, que ganhava assim sua primeira corrida com a Ferrari. Com certeza, naquele momento Michael Schumacher não sabia que abria a contagem de uma parceria que resultaria em cinco títulos mundiais e quase 70 vitórias!

Chegada:
1) Schumacher
2) Alesi
3) Villeneuve
4) Frentzen
5) Hakkinen

6) Diniz

quinta-feira, 2 de junho de 2011

História: 20 anos do Grande Prêmio do Canadá de 1991

A pequena pausa na temporada européia trouxe várias novidades na F1 quando o circo chegou à Montreal para o Grande Prêmio do Canadá. Dentro das pistas, Alex Caffi, que havia sofrido um fortíssimo acidente durante os treinos livres em Mônaco, voltou a se acidentar, desta vez num acidente de transito e ficaria de fora da prova canadense, com a Arrows trazendo no seu lugar o sueco Stefan Johasson. Na Lotus, um fato que cinco anos antes ninguém poderia prever. Com sérias dificuldades financeiras e um carro quase todo branco, a Lotus teve que tirar Julian Bailey porque o inglês não tinha pago seu cockpit, tendo que trazer de volta para a corrida em Montreal Johnny Herbert. Era o início do fim da Lotus, que nunca mais se recuperaria. Fora das pistas, a coisa pegava fogo na Benetton e, principalmente, na Ferrari. John Barnard, o metódico projetista inglês que ainda vivia das suas glórias na McLaren, se desentende com Flavio Briatore, outra pessoa de personalidade forte, e o resultado é a saída de Barnard da Benetton. Esse resultado também ajudaria Piquet a pensar em sua aposentadoria, pois via em Barnard uma chance de a Benetton brigar pela ponta. Falando em McLaren, conta-se que após a quarta vitória de Senna na temporada em Monte Carlo, foi descoberto uma irregularidade no carro da McLaren e para não ter os resultados anulados, o time inglês retirou a falcatrua (dizem que no radiador). Sempre acho graça quando as pessoas dizem que Schumacher só vencia com o carro irregular e esquecem-se da importância das quatro vitórias nas primeiras corridas de 1991 para o tricampeonato de Senna...

Porém, mais espalhafatosa era a crise da Ferrari. Como sempre. O time italiano era favorito ao título no começo do ano, mas fora o pódio de Prost em Phoenix, a Ferrari estava tendo um desempenho pífio em 1991 e Prost já havia se desentendido com Cesare Fiori, pivô da sua contratação em 1989 e agora desafeto. Como sempre acontece nesses casos, a corda partiu no lado mais fraco e Fiori foi demitido, entrando em seu lugar Claudio Lombardi, chefe da equipe Lancia no Mundial de Rally, que teria supervisão pessoal de Piero Lardi Ferrari. Como não podia deixa de ser, os resultados não apareceram para os italianos em Montreal e quem se aproveitou disso foi a Williams. Com a Ferrari em crise e a McLaren com problemas fora das pistas, o time de Frank Williams voltou ao posto de protagonista e ficou com a primeira fila do grid, algo que não ocorria desde 1987. Porém, foi o segundo piloto Riccardo Patrese quem ficou com a pole, derrotando Mansell, que havia sido o mais rápido na sexta. Patrese havia destruído seu carro titular na sexta-feira e usou no sábado o carro reserva de Mansell. Coincidência? Assim como parecia não ser coincidência a queda repentina de desempenho da McLaren, com o ás da Classificação Senna ficando apenas na segunda fila. Piquet foi muito discreto na confusão que também tomou conta da Benetton e o tricampeão ficou atrás até mesmo de Roberto Moreno.

Grid:

1) Patrese(Williams) – 1:19.837
2) Mansell(Williams) – 1:20.225
3) Senna(McLaren) – 1:20.318
4) Prost(Ferrari) – 1:20.656
5) Moreno(Benetton) – 1:20.686
6) Berger(McLaren) – 1:20.916
7) Alesi(Ferrari) – 1:21.227
8) Piquet(Benetton) – 1:21.241
9) Modena(Tyrrell) – 1:21.298
10) Pirro(Dallara) – 1:21.864

O dia 2 de junho de 1991 amanheceu lindo em Montreal e o dia estava perfeito para uma corrida de F1. Única equipe grande em paz, a Williams sabia que uma largada boa seria essencial e seus pilotos não cometeram erros quando chegaram à primeira curva, mas Mansell freou mais forte e assumiu a liderança da corrida, escoltado por Patrese. E o inglês disparou num ritmo alucinante!

O dia da McLaren se inicia mal com Berger parando ainda na quarta volta com problemas de transmissão, mas o pior era ver a Williams dominando a corrida, algo que eram os carros brancos e vermelhos havia feito nas duas corridas iniciais. Se servia de consolo, Senna também abriu uma boa distância para Prost, seu grande rival e que no momento parecia ser o piloto que poderia lhe tirar o terceiro título. Porém, o francês estava tendo sérios problemas com seu câmbio semi-automático e permitiu a aproximação de Alesi e Piquet, que fez uma boa largada.

Prost é ultrapassado praticamente ao mesmo tempo por Alesi e Piquet, que andavam a corrida inteira juntos. Prost abandonaria mais tarde, logo depois da primeira rodada de paradas para trocar pneus. Contudo, Senna também tinha que enfrentar seus problemas. Desde o início da corrida o seu McLaren havia desenvolvido um problema elétrico que fazia Senna não ter muitas informações do seu carro. A primeira dificuldade foi em passar as marchas no momento correto, pois o brasileiro não tinha a leitura de RPM do seu carro em seu painel. Infelizmente, o problema foi piorando a ponto de fazer Senna abandonar bem no momento em que a corrida havia passado da metade. E Piquet atacava Alesi! Quando a dupla deixava a lenta McLaren para trás, Piquet mostrava sua velha arte em ultrapassar Alesi e assumir o terceiro lugar, o que parecia o máximo para tricampeão.

Porém, os deuses das corridas estavam a ponto de aprontar uma naquela ensolarada tarde de junho no Canadá. Primeiramente, Patrese teve um pneu furado, tendo que ir aos boxes para uma troca não-programada. Claro que o italiano teria totais condições de reaver seu segundo lugar, ainda mais com pneus novos, mas o calcanhar de Aquiles da Williams naquele ano, o câmbio semi-automático, resolve dar problemas e Patrese não apenas é superado por Piquet, como se vê acossado por Stefano Modena, que havia assumido o quarto lugar com a desistência de Alesi. Lombardi e Ferrari teriam muito que fazer... O final da corrida se aproximava e Mansell tinha uma incrível diferença de 50s para seu eterno rival Piquet. Patrese já havia sido ultrapassado por Modena e a corrida parecia que terminaria daquele jeito. Mansell abre a última volta. Era a chance de se aproximar de Senna, que não pontuaria pela primeira vez, além de voltar a vencer pela Williams depois de quatro anos. Mansell era muito querido em vários lugares e no Canadá não era diferente. Quando o inglês se aproximar do hairpin, local de maior concentração de torcedores, Mansell acena para os canadenses, que vibram emocionados. Alegria, alegria. Então... puff! O carro da Williams pára misteriosamente. Mansell se desespera. Oh, my god! Enquanto isso, Piquet passa pelo Williams para receber a bandeirada de primeiro colocado pela vigésima terceira vez. Piquet ri bastante no pódio. Era uma felicidade genuína, ainda mais pela forma como conseguiu aquela vitória sortuda sobre seu maior rival. Perguntado o que sentiu quando viu Mansell parado, Piquet não deixou de lado sua galhardia: Quase tive um orgasmo!

Chegada:
1) Piquet
2) Modena
3) Patrese
4) De Cesaris
5) Gachot
6) Mansell