sexta-feira, 3 de junho de 2011

História: 15 anos do Grande Prêmio da Espanha de 1996






Após a surpreendente vitória de Olivier Panis em Mônaco, a F1 partia para um circuito completamente diferente e que favorecia de forma decisiva quem tinha o melhor chassi. No caso, a Williams iniciava o final de semana como a grande favorita para vencer no domingo, enquanto Schumacher havia dito ao Rei Juan Carlos que não apostaria uma única peseta nele mesmo no domingo.


Porém, havia uma grande possibilidade de chuva para aquele final de semana, mas enquanto a pista estava seca, a Williams confirmava o seu domínio e como a chuva não deu as caras no sábado, Damon Hill consegue mais uma pole dominante no ano, seguido de perto por Jacques Villeneuve. Usando todo seu talento, Schumacher ainda colocou sua Ferrari em 3º, mas praticamente 1s atrás da Williams. O péssimo rendimento de Ricardo Rosset na Footwork-Arrows já trazia boatos de que o brasileiro seria substituído ainda durante a temporada pelo sueco Kenny Brack, destaque da F3000. Panis continuava a boa fase ao colocar sua Ligier em 8º, mas numa pista em que o equilíbrio do carro é tudo, o francês não foi tão incisivo como em Monte Carlo.


Grid:
1) Hill(Williams) – 1:20.650
2) Villeneuve(Williams) – 1:21.084
3) Schumacher(Ferrari) – 1:21.587
4) Alesi(Benetton) – 1:22.061
5) Berger(Benetton) – 1:22.125
6) Irvine(Ferrari) – 1:22.333
7) Barrichello(Jordan) – 1:22.379
8) Panis(Ligier) – 1:22.685
9) Herbert(Sauber) – 1:23.027
10) Hakkinen(McLaren) – 1:23.070


O dia 2 de junho de 1996 amanheceu chuvoso em Barcelona e pela segunda corrida consecutiva, os pilotos teriam que enfrentar o piso molhado sem nenhum treino prévio. Assim como ocorreu em Mônaco, um piloto perdeu o controle do seu carro teria largar com o seu bólido reserva: Heinz-Harald Frentzen. A pista estava tão encharcada que se considerou a possibilidade de uma largada atrás do safety-car, mas para infelicidade de Damon Hill, principal favorecido pela medida, resolveu-se largar normalmente. O inglês da Williams sai lentamente e é facilmente ultrapassado por Villeneuve e Alesi. O estrago só não foi maior porque Schumacher, que vinha imediatamente atrás de Hill, largou ainda pior e caiu para sétimo ainda na primeira curva. Atrás da enorme cortina de spray, vários pilotos bateram e nada menos que cinco carros estavam fora da corrida, incluindo Olivier Panis, que não repetiria sua surpreendente vitória em Barcelona.


Após seu erro em Mônaco, quando bateu ainda na primeira volta, Schumacher tinha que se recuperar e aproveitar a chance de bater a Williams numa pista desfavorável à Ferrari, mas em condições climáticas no qual Schumacher já era um dos maiores da história. Mesmo com Irvine rodando ainda na segunda volta, Schumacher partiu rapidamente ao ataque e na quarta volta ele ultrapassou Berger, subindo para quarto. Na volta seguinte o alemão ganharia outra posição com o início do pesadelo de Damon Hill. O inglês da Williams saiu da pista na 5º volta, algo que repetiria na 7º e finalmente na 10º passagem da corrida. Ou seja, em dez voltas, foram três erros de Damon Hill e o inglês, após bater seu Williams no muro dos boxes, estava fora da prova e deu munição aos seus críticos. Ou Damon Hill disparava e vencia, ou o inglês se atrapalhava totalmente. Após ultrapassar Berger, Schumacher imprimiu um ritmo alucinante, marcando voltas em média 2s mais rápido que os demais pilotos e na sétima volta o ferrarista ultrapassou Alesi na curva Seat, um ponto de ultrapassagem improvável. Provando que não era sorte, rapidamente Schumacher encostou em Villeneuve e no mesmo local, assumiu a liderança da corrida.


A partir de então, Schumacher começou a disparar na frente, colocando em média 4s de vantagem sobre Villeneuve por volta. A exibição de Schumacher naquele chuvoso começo de junho em Barcelona foi para entrar na história. O alemão fez duas paradas e em nenhum momento foi ameaçado pelos adversários, chegando a abrir mais de um minuto para o segundo colocado. Villeneuve e Alesi pararam apenas uma vez e foi nesse momento que houve a troca de posições, com o piloto da Benetton antecipando sua parada e com a chuva aumentando, pôde ganhar o tempo necessário para ‘ultrapassar’ Villeneuve quando este foi aos boxes. Apesar de Alesi e Villeneuve passaram o resto da prova andando próximos, nenhum dos dois arriscaram uma saída de pista e permaneceram nessas posições. Berger rodou e quando estava em quarto Barrichello foi aos boxes com problemas de câmbio. Já de roupa trocada, o brasileiro foi chamado pela Jordan para pôr novamente o macacão e retornar à pista, mas finalmente o câmbio da Jordan quebrou e Barrichello passou a semana seguinte surdo, pois na pressa de colocar seu equipamento de corrida, ele se esqueceu de colocar os protetores auriculares... Com apenas seis carros restando na pista, o criticado Pedro Paulo Diniz marcava seu primeiro ponto na F1, mas essa não era a principal notícia do dia. Mesmo liderando com folga, Schumacher tinha que enfrentar uma pane no motor Ferrari e passou a metade final da corrida com menos cilindros funcionando, mas isso não parou o alemão, que ganhava assim sua primeira corrida com a Ferrari. Com certeza, naquele momento Michael Schumacher não sabia que abria a contagem de uma parceria que resultaria em cinco títulos mundiais e quase 70 vitórias!

Chegada:
1) Schumacher
2) Alesi
3) Villeneuve
4) Frentzen
5) Hakkinen

6) Diniz

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