quarta-feira, 15 de junho de 2011

História: 25 anos do Grande Prêmio do Canadá de 1986

A F1 seguia para a América do Norte com várias modificações entre os pilotos. Primeiramente, Derek Warwick ficaria com o segundo Brabham no lugar de Elio de Angelis, morto em maio. Bernie Ecclestone explicou o motivo de ter escolhido o inglês, que corria no Mundial de Esporte-Protótipos pela Jaguar: ele tinha sido o único a não se oferecer à equipe Brabham. Outra mudança era o forte acidente de Marc Surer no Rally de Hessen, que deixou o suíço muito machucado e causou a morte do ser navegador. Christian Danner, que corria com a Osella, foi o escolhido para substituir Surer e chegou a tirar fotos com o macacão da Arrows, mas foi impedido de correr no Canadá por problemas contratuais. Mais importante foi que esse acidente acabou com a carreira de Marc Surer na F1.

A sexta-feira viu chuva em Montreal e Senna foi o mais rápido do dia, mas quando o tempo melhorou e o sol apareceu no Canadá, Nigel Mansell colocou ordem na casa e conseguiu sua terceira pole na carreira, deixando Senna, o ás da Classificação, fechando a primeira fila, superando Piquet e as duas McLarens. Warwick voltava bem à F1 e conseguia um lugar no top-10, mesmo ainda se readaptando à grande diferença da Brabham F1 com seu Jaguar.

Grid:
1) Mansell(Williams) – 1:24.118
2) Senna(Lotus) – 1:24.188
3) Piquet(Williams) – 1:24.384
4) Prost(McLaren) – 1:25.192
5) Arnoux(Ligier) – 1:25.224
6) Rosberg(McLaren) – 1:25.533
7) Berger(Benetton) – 1:26.439
8) Laffite(Ligier) – 1:26.447
9) Patrese(Brabham) – 1:26.483
10) Warwick(Brabham) – 1:27.413


O dia 15 de junho de 1986 estava quente e ensolarado em Montreal e tudo estava pronto para uma bela corrida no bucólico circuito canadense, já conhecido como Circuit Gilles Villeneuve. Antes de a corrida começar, já havia uma baixa. Patrick Tambay perde o controle do seu Lola após a quebra da suspensão e bateu forte no muro durante o warm-up, quebrando um dedão e impedindo o francês de fazer parte da corrida. Na luz verde, Senna larga ligeiramente melhor do que Mansell, mas o inglês, calejado com as disputas agressivas que tinha tido com o brasileiro, deu um chega-pra-lá no brasileiro e assumiu a ponta, enquanto Prost fazia o mesmo para ultrapassar Piquet e ficar em terceiro.

Os anos anteriores mostraram que Montreal era uma corrida típica de economia de combustível e acelerar demais poderia ser problemático, principalmente no final. Porém, logo na primeira volta Prost partiu para cima de Senna de forma agressiva, mas o piloto da Lotus, como era seu estilo, fechava a porta do francês de forma imperativa, dando chances da Mansell liderar de forma tranqüila. A forma como Senna segurava os pilotos fazia com que uma fila de carros ficasse atrás dele, algo que seria bastante prejudicial a Senna mais tarde. Mas enquanto Senna se fazia de tampão, Rosberg ultrapassava Piquet para ficar em quarto. Finalmente na quinta volta Prost ultrapassava Senna numa manobra audaciosa nos esses de alta e trouxe consigo vários carros. Em apenas alguns metros, Senna caía de segundo para sexto!

Pensando em conversar combustível, Mansell não havia se distanciado muito da briga pelo segundo lugar e de forma até mesmo surpreendente as duas McLarens chegaram no inglês, mas Rosberg ultrapassa Prost antes e é o finlandês que ataca Mansell. Andando num ritmo muito forte, algo que seria cobrado mais tarde, Rosberg ultrapassa o inglês da Williams na volta 17, enquanto Prost prefere ficar na espera. Na volta 21, os três líderes se aproximaram de Alan Jones para lhe colocar um volta. O australiano fez de tudo para não atrapalhar os líderes, como ex-campeão que era, mas Jones acabaria sendo decisivo ao segurar Rosberg atrás de si durante duas curvas e Mansell reassumiu a liderança. Mansell, Rosberg e Prost ficam num ritmo mais baixo e rumaram para as paradas de boxe. Foi aí que Mansell ganhou a corrida.

A Williams fez um trabalho perfeito, enquanto a McLaren errou nas duas paradas dos seus pilotos. Na parada de Rosberg, foi engraçado um mecânico deixando o pneu que iria colocar na McLaren rolar e quando foi procurar, o pneu estava metros adiante... Como resultado, Mansell agora tinha liderança confortável, mas a McLaren ainda iria sofrer mais um pouco. Piquet havia postergado sua parada ao máximo e quando retornou a pista, com pneus novos, seu carro estava se comportando bem melhor e partiu para cima da McLaren de Prost. A ultrapassagem se consumou na volta 47, mas Prost se manteve próximo do brasileiro e quando Rosberg tirava o pé por causa do consumo de combustível, Piquet e Prost ultrapassaram o finlandês praticamente ao mesmo tempo.

A dobradinha da Williams parecia consumada, mas havia um problema com Piquet. Uma faixa mais negra apareceu bem no meio do pneu traseiro esquerdo do brasileiro da Williams. Bolhas haviam se formado nos pneus Goodyear e Piquet teve que voltar aos boxes para trocar ao menos os pneus traseiros. Foi descoberto mais tarde que os mecânicos colocaram pneus moles no carro de Piquet, no lugar do composto duro ideal. Por engano, disseram a Piquet depois da corrida. O brasileiro acreditou, mas ficava cada vez mais claro que a Williams trabalhava a favor de Mansell, que venceu a corrida com imensa facilidade. Prost chegou muito atrás e Piquet ainda conseguiu um lugar no pódio, pois Rosberg apenas se arrastava no final, poupando combustível, o mesmo fazendo Senna para chegar em quinto, fazendo o brasileiro perder a liderança do campeonato, que se tornava cada vez mais espetacular.

Chegada:
1) Mansell
2) Prost
3) Piquet
4) Rosberg
5) Senna
6) Arnoux

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