Entre os favoritos à vitória em Saint Peterburg, com certeza o nome de James Hinchcliffe aparecia entre os menos cotados. O canadense da Andretti, que substituiu muito bem a ruinzinha Danica Patrick, tinha mostrado velocidade ano passado, mas pilotos como Will Power, Helio Castroneves e Ryan Hunter-Reay andaram muito bem no final de semana da Flórida e eram mais cotados para vencer a primeira prova do ano na Indy.
Porém, Hinchcliffe sempre andou entre os primeiros e na prova, se fez de morto o tempo todo, ganhando posições na medida em que os favoritos iam cometendo erros. O primeiro a fazê-lo foi Power que, após disparar na ponta, perdeu a liderança na relargada da primeira bandeira amarela e a partir daí se perdeu em erros (próprios e dos outros) até abandonar no final da prova. Power tem uma grande desvantagem com relação aos outros pilotos que é a sua notória deficiência em circuitos ovais e por isso, quanto mais pontos o australiano da Penske marcar em circuitos mistos, mais ele tem chances de brigar, de novo, pelo título. Os pontos perdidos ontem poderão fazer falta. Enquanto isso, Hinchcliffe já tinha deixado as surpresas Takuma Sato e Simona de Silvestro para trás e estava em segundo, atrás de Helio Castroneves, vencedor no circuito urbano por três vezes.
Porém, o piloto da Penske, com vários anos correndo na Indy, perdeu o controle do seu carro na freada da primeira curva numa relargada nas voltas finais e entregou de bandeja a liderança para Hinchcliffe. É por essas e outras que Castroneves não sabe o que é ganhar um campeonato em sua já longa carreira...
Porém, Hinchcliffe teria o desafio de segurar um sedento Castroneves nas voltas finais, com a desvantagem de estar correndo com os pneus duros, ao contrário do brasileiro. Helio tentou colocar de lado algumas vezes, mas Jamie não se intimidou e acabou conseguindo sua primeira vitória na Indy, além de assumir a liderança do campeonato pela primeira vez, mesmo que seja na corrida inaugural. Substituto de Danica, Hinchcliffe pode não ter o marketing da pilota americana, mas com certeza contribuiu muito mais tecnicamente com sua equipe do que Patrick. E a Andretti começou o ano forte ao colocar Marco Andretti em terceiro, após o neto de Mario ter ultrapassado Simona de Silvestro das últimas voltas. O teórico primeiro piloto da equipe, o atual campeão Hunter-Reay teve problemas eletrônicos quando fazia uma corrida discreta e abandonou.
A Ganassi também foi bem discreta ontem, com Dario Franchitti provocando a primeira bandeira amarela do dia ao bater sozinho com os pneus frios, enquanto Dixon compensou sua péssima posição de grid com um top-10. Tony Kanaan fez uma corrida de espera, mas não há como negar que ele andou atrás de sua rápida companheira de equipe a prova inteira e só a ultrapassou no final por Simona ter tido alguma problema. A suíça é uma ótima piloto e é a melhor piloto mulher a correr na Indy. Bia Figueiredo se arrastou lamentavelmente a corrida inteira, andando sempre em último, enquanto seu companheiro de equipe, Justin Wilson, brigava constantemente pelo top-10. O fato de ser mulher, como Simona está provando, não significa uma desvantagem nas corridas, mas o problema é que Figueiredo definitivamente não está no mesmo nível da turma.
E a Indy começa forte, com bons nomes se alternando na liderança das corridas e equipes como a Andretti já no mesmo nível das consolidadas Penske e Ganassi, essa, com motor Honda, tendo dificuldades. O jovem James Hinchcliffe pode ser um novo nome em uma categoria que vê os mesmos nomes dominando há no mínimo cinco anos.
É James Hinchcliffe e não Jamie,João!
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