Quando Bia Figueiredo apareceu no cenário automobilístico brasileiro ela já era conhecida como uma boa (no bom sentido) kartista e já havia dado trabalho a pilotos reconhecidamente bons, que conseguiram sucesso ao longo de sua carreira no automobilismo, como foi o caso de Lucas di Grassi e Sérgio Jimenez. Porém, já na Formula Renault a piloto não conseguiu resultados de relevo e ficou apenas como a primeira mulher a conseguir uma vitória. E pronto. Sem espaço para prosseguir na Europa, Bia partiu para os Estados Unidos na esteira do sucesso da midiátrica (e apenas isso) Danica Patrick na Indy. Com a ajuda de André Ribeiro, Bia mudou seu nome para Ana Beatriz nos States e começou sua carreira no EUA pela Indy Lights. Novamente conseguiu o feito de ser a primeira mulher a conseguir uma vitória na categoria, mas em nenhuma momento deu pinta de que teria talento o suficiente para subir para a Indy. Contudo, Bia tinha André Ribeiro, piloto à la Helio Castroneves (propaganda demais e talento de menos), que com seus contatos conseguiu um lugar para Bia numa equipe pequena, a Dale Coyne, com um patrocínio forte da Ipiranga. Corroborando com as poucas expectativas, Bia não saía das últimas posições, provando que sua subida a Indy havia sido uma forçação de barra absurda. Primeiro, foi um incidente em que a brasileira machucou a mão. Depois, a desculpa era que a equipe era ruim. Realmente a Dale Coyne, em sua longe história na Indy, sempre foi um time pequeno, mas bastava olhar para a performance do outro piloto do time, Justin Wilson, que o problema não era apenas esse.
Após ver o seu orçamento estourar com os resultados de sempre (ou seja, as últimas posições), Bia deu lugar no seu carro 18 ao inglês Mike Conway. O jovem britânico foi contemporâneo de Nelsinho Piquet e Bruno Senna na F3 Inglesa e após uma passagem pouco brilhante na GP2, se mudou de mala e cuia para os Estados Unidos, seguindo o movimento do seu empresário, o também inglês Mark Blundell. Conway pegou o carro ainda com as cores da Ipiranga, mas sem o patrocínio da empresa tupiniquim na sexta-feira. Estreando no difícil circuito de rua de Detroit, Conway simplesmente colocou o carro amarelo, sempre nas últimas filas, na primeira fila das duas corridas em Detroit. Para completar, Mike de um show de pilotagem na corrida organizada por Roger Penske, em luta direta com o atual campeão Ryan Hunter-Reay, derrotando o piloto da Andretti com uma ultrapassagem no meio da prova, quando Conway, que liderava até então, foi superado pelo americano unicamente pelo trabalho de box. Foi um corridão de Conway, onde dominou e não deu chances a Hunter-Reay, que se acomodou em um segundo lugar, pois do terceiro ao sexto lugar a briga foi empolgante nas voltas finais.
A Ganassi já vinha mostrando força quando Dario Franchitti havia feito a pole na sexta, mas como fora punido por ter trocado o motor em Indianápolis, perderia dez posições em Detroit. Logo na primeira volta, Scott Dixon foi atingido por um destrambelhado A.J. Allmendinger e por muito pouco não teve seu carro avariado. Um anti-doping em A.J. viria a calhar hoje, mas ao menos o americano admitiu o erro. Pois bem, Dixon caiu para último, iniciando uma empolgante corrida de recuperação que o colocou nas primeiras posições rapidamente. À sua frente, mostrando a força da Dale Coyne, estava Justin Wilson, que também se envolveu no melé de Allmendinger na primeira volta. O inglês se defendeu com unhas e dentes de Dixon, que vinha com pneus melhores e garantiu dois lugares no pódio para a Dale Coyne. Atrás deles, vinham Castroneves e Franchitti brigando com não menos força pelo quinto lugar, ganha pelo brasileiro também na base da garra e aproveitando os maus resultados de Marco Andretti e Takuma Sato, o brasileiro assumiu a liderança. Sato e Andretti podem ser muito rápidos, mas mostraram mais uma vez não serem pilotos confiáveis, não a ponto de brigar pelo título. Helio, dono da asneira da semana, assumiu a ponta do campeonato, mas a ascensão de Hunter-Reay deve ser um perigo para o brasileiro em sua pretensa luta pelo título. Porém, a asneira da corrida foi de Alexandre Tagliani. O canadense tem 14 temporadas na Indy e cometeu um erro ridículo de iniciante quando, em bandeira amarela, estampou seu carro na barreira de pneus. E o pior que Tagliani vinha bem na corrida!
Mike Conway largará na pole amanhã e já se tornou um dos favoritos para a prova de domingo. Sem orçamento para correr o resto do campeonato, Conway mostrou muito mais serviço que Bia Figueiredo que, tendo mostrado de forma explícita que o problema do carro 18 era entre o banco e o volante, deverá voltar ao Brasil correr de Stock-Car ou algo do gênero.
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