Eu fico extremamente chateado quando estou assistindo uma corrida, ocorre um grave acidente e no final o piloto envolvido acaba por falecer. E fico ainda mais chateado quando tenho um pressentimento ruim. Estava assistindo as primeiras voltas das 24 Horas de Le Mans, algo que não faço muito, pois as corridas de Endurance, com o perdão dos fãs, não estão entre as minhas favoritas. Porém, Le Mans é Le Mans, e estava todo entretido vendo a luta entre Audi e Toyota quando os belos protótipos saíram do circuito Bugatti e foram em direção a Mulsanne. Ao contrário do circuito mais curto, com suas amplas áreas de escape, Sarthe mostrava guard-rails perigosamente próximos da pista. Pensei comigo mesmo. Bater ali vai ser foda! E me lembrei da eterna luta entre o coração (circuitos desafiantes, sem áreas de escape) e a razão (circuitos largos e seguros).
Então, é mostrado um Aston Martin semi-destruído justamente nessa parte do circuito. Allan Simonsen, pole da categoria GTE AM, estampou com força seu belo carro justamente na parte fora do circuito Bugatti. O socorro foi rápido e sinceramente não percebi a gravidade do acidente, demonstrado pelas imagens distantes do atendimento ao dinamarquês de 34 anos. Horas depois, a organização das 24 Horas de Le Mans anunciou a morte de Simonsen, piloto da Aston Martin, que tentava uma vitória no ano em que comemora o seu centenário.
Vi apenas três ângulos do acidente de Simonsen e nenhum deles foi muito conclusivo, até por que não é mostrado o momento do impacto. A garoa que caía no momento do acidente provavelmente não ajudou Simonsen. O automobilismo mundial está vivendo um momento tão turbulento como o Brasil, com três mortes em três competições totalmente diferentes em menos de um mês. A corrida não foi cancelada, como é normal nas 24 Horas de Le Mans (que não via uma morte há dezesseis anos), mas a prova será enlutada, assim como está o automobilismo mundial, por causa de Allan Simonsen.
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