A frase do engenheiro de Nico Rosberg logo após o alemão iniciar sua segunda volta do Q3 indica bem o quão na frente estar a Mercedes à frente as demais. "Lewis saiu da pista e a pole já é sua!" A frase pode ter um pouquinho de soberba, mas é a mais pura realidade. A Mercedes em 2014 está em outro nível frente as demais equipes, num nível até mesmo superior ao que a Red Bull tinha sobre as demais no segundo semestre do ano passado. Apesar do erro de Hamilton em sua última tentativa, Nico Rosberg já havia conseguido abrir uma boa diferença no Q2 na luta particular entre eles e era o mais rápido até o momento no Q3, indicando uma pequena superioridade sobre Lewis.
Fora o Planeta Mercedes, a luta entre as demais equipes foi apertada e já indica disputas interessantes. Para quem esperava Vettel esmagando Ricciardo no duelo interno da Red Bull vê com surpresa o australiano superar o atual tetracampeão pela segunda vez em três tentativas, sendo que Vettel ficou no Q2 e Ricciardo abrirá a segunda fila, ficando como o 'melhor do resto'. Após o polêmico pedido da Williams, a expectativa do duelo entre Bottas e Massa ficou maior e no Q2 ambos marcaram exatamente o mesmo tempo. Vale corrigir Reginaldo Leme, que lembrou a histórica classificação da decisão do campeonato de 1997, onde houve um empate triplo na primeira posição, mas ao lado de Schumacher e Villeneuve, estava Heinz-Harald Frentzen, não David Coulthard como falou o veterano (e esquecido) comentarista. Porém, no Q3 Bottas se sobressaiu e colocou três décimos em Massa, derrotando o companheiro de equipe pela primeira vez e deixando Felipe com cara de poucos amigos na hora pesagem. A esperada disputa entre Alonso e Raikkonen sofreu uma repentina virada com Kimi colocando oito (!) décimos em cima de Alonso no Q3, algo que estava acontecendo, mas exatamente o contrário. Se não houver desculpas técnicas, Alonso não estará de muito bom humor. Por último, como aconteceu na Ferrari, Sergio Pérez reverteu sua situação frente Nico Hulkenberg e enquanto o alemão ficou no Q2, o mexicano largará em quinto amanhã.
Se algo muito extraordinário não acontecer amanhã, a Mercedes vencerá com o pé nas costas, enquanto as demais brigarão pelo terceiro lugar, hoje ocupado por Ricciardo, mas não devemos nos esquecer do que a Red Bull já andou aprontando com o australiano. Quando vi Hamilton sair do seu carro, enquanto Rosberg comemorava discretamente, como é o próprio do piloto alemão, me veio a cabeça 1988. Naquele ano, uma equipe (McLaren) era muito mais rápida do que as demais, com dois pilotos bastante equilibrados (Senna e Prost). O resultado foi uma briga emocionante de dois pilotos que se davam bem, mas que acabou numa rivalidade histórica. Nas devidas proporções, acontecerá algo parecido a partir de amanhã?
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