Quando Ross Brawn conquistou o título com sua equipe em 2009, a Mercedes parecia estar fazendo um negócio da China quando adquiriu o espólio do time no final de 2009. Se sem praticamente nenhum investimento a Brawn GP ganhou os Mundiais de Pilotos e Construtores com o pé nas costas, contando agora com o maciço apoio da Mercedes, os títulos pareciam que viriam em profusão, ainda mais tendo Ross Brawn como um competente chefe de equipe e com um motivado Michael Schumacher voltando de sua aposentadoria. Porém, mesmo com os carros mudando muito pouco entre 2009 e 2010, as coisas não saíram como esperado e a Mercedes viu o domínio da Red Bull nos anos seguintes, tendo a Ferrari de Fernando Alonso como principal rival. A Mercedes nunca deixou de investir na equipe, mas os resultados teimavam em não aparecer, principalmente devido à algumas dificuldades em compreender os pneus. As mudanças não tardaram a acontecer e Brawn saiu da equipe, juntamente com Norbert Haug, antigo manda-chuva da Mercedes desde a parceria com a McLaren. Para os seus lugares, vieram Niki Lauda e Toto Wolff, que trouxeram consigo vários engenheiros conceituados no paddock da F1 (Aldo Costa, Paddy Lowe, Geoff Willis e etc), além de terem convencido Lewis Hamilton sair da McLaren e da asa de Ron Dennis para se unir ao projeto. Nico Rosberg já havia demonstrado ser capaz de trabalhar bem com os engenheiros e ser bastante eficiente dentro da pista, derrotando de forma inapelável Michael Schumacher. Faltava algo para a Mercedes dar o pulo do gato e isso veio com a profunda mudança de regulamento para 2014, com a saída dos motores unicamente à combustão interna aspirados para a vinda dos motores turbo e pequenos motores híbridos. Tendo que fazer um projeto de uma folha de papel em branco, ótimos engenheiros e muito dinheiro para investir, a Mercedes construiu de longe o melhor motor da F1 e ainda projetou um ótimo chassi, que proporcionou à Lewis Hamilton e Nico Rosberg dominarem a F1 em 2014 como fazia tempo que não era visto. Os únicos percalços vividos pela Mercedes nesse ano foram causados por problemas mecânicos ou pelos seus próprios pilotos, que numa disputa surpreendente, vide a amizade que Lewis e Nico tinham desde o kart, causaram as maiores dores de cabeça para Lauda e Wolff, mas os dois austríacos geriram da melhor forma possível a disputa interna e sem interferir muito nas ações dentro da pista, viram Hamilton e Rosberg conseguirem nove dobradinhas, contando com a da corrida em Sochi, e garantirem com três corridas de antecedência o Mundial de Construtores. Como Rosberg e Hamilton também ficarão com os dois primeiros lugares no Mundial de Pilotos, a Mercedes fará em 2014 barba, cabelo e bigode na F1. Mesmo que esse domínio tenha feito que os dois pilotos da Mercedes começasse uma rivalidade que algumas vezes saiu do controle, da forma como a Mercedes está hoje, podemos estar assistindo um grande domínio pelos próximos anos.
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