Quinze dias após a dominante vitória de Niki Lauda em Mônaco com a Ferrari, as demais equipes ficaram assustadas, pois o austríaco raramente foi ameaçado no principado e a Ferrari mostrou muita superioridade sobre as demais equipes. A esperança de McLaren, Tyrrell e Brabham era que o circuito de Zolder era bem diferente do apertado circuito em Monte Carlo. Nos anos 1970 a FOCA impusera aos promotores belgas uma alternância entre Zolder e Nivelles, com o primeiro ocorrendo nos anos ímpares, contudo Nivelles teria sua última prova em 1974 e Zolder estaria no calendário da F1 de forma ininterrupta até 1982. Mario Andretti não participaria da prova por estar correndo as 500 Milhas de Indianápolis no mesmo final de semana, enquanto Graham Hill decidiu finalmente se aposentar após não conseguir se classificar em Mônaco, local onde era conhecido pelas suas cinco vitórias nos anos 1960. Naquele momento se tornando chefe da própria equipe, Hill colocaria o bastante promissor inglês Tony Brise em seu lugar.
De forma surpreendente a Brabham ficou com o melhor tempo na sexta-feria com José Carlos Pace e o brasileiro parecia que ficaria com a pole quando a chuva apareceu no sábado, mas a pista secou e Niki Lauda confirmou o favoritismo da Ferrari ao marcar outro pole. Sofrendo com problemas mecânicos, Pace não melhorou seu tempo da sexta, mas ficou com a segunda posição. Vittorio Brambilla conseguia um excelente terceiro lugar, superando a segunda Ferrari de Clay Regazzoni, enquanto Brise uma ótima sétima posição em sua primeira classificação com a equipe Hill.
Grid:
1) Lauda (Ferrari) - 1:25.43
2) Pace (Brabham) - 1:25.47
3) Brambilla (March) - 1:25.66
4) Regazzoni (Ferrari) - 1:25.85
5) Pryce (Shadow) - 1:25.94
6) Reutemann (Brabham) - 1:26.09
7) Brise (Hill) - 1:26.22
8) Fittipaldi (McLaren) - 1:26.26
9) Scheckter (Tyrrell) - 1:26.36
10) Jarier (Shadow) - 1:26.38
O dia 25 de maio de 1975 estava nublado em Zolder e como havia chovido no dia anterior, pilotos e equipes estavam com receio de uma nova precipitação durante a corrida, mas quando os carros foram para o grid, a pista estava seca e assim permaneceu as setenta voltas. Nos anos 1970 não havia um procedimento padrão para a largada e muitas vezes ocorriam improvisações. Na largada de 45 anos atrás, a primeira fila com Pace e Lauda parou no lugar certinho, porém Brambilla e Regazzoni pararam um pouco atrás do coxete. Quando a bandeira belga foi baixada, os dois pilotos da primeira fila estavam em movimento e tiveram uma ligeira vantagem, mas Lauda e Pace largaram muito bem, com o brasileiro assumindo a ponta na freada para a primeira curva. Ainda na primeira volta Brambilla retomou a terceira posição de Regazzoni.
Rapidamente os três primeiros abrem do resto do pelotão, com Regazzoni perdendo a quarta posição para Scheckter. Lá na frente Brambilla consegue uma agressiva ultrapassagem sobre Lauda na terceira volta e na passagem seguinte coloca por dentro de Pace na final da reta dos boxes. Era a primeira vez que Brambilla liderava uma corrida de F1, com seu March! Os três primeiros andavam colados e não demorou muito para Lauda ultrapassar Pace, enquanto o quarto colocado Scheckter se aproximava dos líderes. Na sexta volta Lauda dá o troco em Brambilla e assume a liderança, enquanto Scheckter subia para terceiro logo depois. Pace perdia muito rendimento e passou a ser atacado por Regazzoni, enquanto Scheckter ultrapassava Brambilla para ser segundo, mas Lauda já tinha 2s de frente. Após ultrapassar Pace, Regazzoni marcou a volta mais rápida da corrida na sua perseguição à Brambilla, efetuando a ultrapassagem na volta 14. Uma briga perigosa, com dois pilotos super-agressivos, mas que felizmente Clay e o Gorila de Monza sobreviveram. Na volta 17 o pneu de Regazzoni explode numa freada, mas por sorte o suíço estava perto da entrada dos boxes e não perde tanto tempo.
Após um início frenético de prova, onde os líderes trocaram de posições várias vezes, a corrida se assenta. Lauda liderava com 10s de vantagem em cima de Scheckter, que tinha 20s de vantagem para Brambilla, que era perseguido de perto por Pace, Reutemann e Fittipaldi. José Carlos Pace passou a ter problemas de câmbio e foi ultrapassado de forma seguida, saindo da briga pelos pontos. Com o problema de Pace, Brambilla conseguiu escapar de Reutemann e Emerson Fittipaldi, fazendo com que os três primeiros colocados corressem de forma isolada. Na volta 37, o grande susto da corrida. Ronnie Peterson perdeu os freios de sua Lotus a passou reto, batendo forte nas cercas de proteção. Porém, a apreensão durou apenas alguns segundos, quando se percebeu que o sueco estava inteiro. Com dois terços de corrida, Brambilla começou a ter problemas de equilíbrio em seu March por causa de uma bolha no pneu e com isso Reutemann ultrapassou o italiano. Brambilla foi forçado a ir aos boxes trocar o pneu e perdeu qualquer chance de pódio, mas quatro voltas depois ele abandonou com o seu March completamente sem freios.
Emerson Fittipaldi fazia sua corrida cerebral, marcando pontos que o faria permanecer na ponta do campeonato, mas os freios da McLaren começaram a falhar e o brasileiro perdeu rendimento, tendo que ceder sua quarta posição para Patrick Depailler. Vindo de uma bela corrida de recuperação após ter um pneu estourado, Regazzoni ultrapassa Pryce e Emerson para ser quinto colocado, enquanto o brasileiro saía da zona de pontos nas últimas voltas, com seu carro praticamente sem freios. Niki Lauda vencia com enorme facilidade após ter que brigar muito nas primeiras voltas, assumindo a liderança do campeonato, dois pontos à frente de Emerson Fittipaldi. Niki Lauda estava bastante confiante com essa sua segunda vitória consecutiva em 1975. A Ferrari provava ter o melhor carro, além de contar com a potência do motor Ferrari frente aos Cosworth dos rivais. Lauda começava a pegar o embalo que lhe daria o primeiro título no final daquele ano.
Chegada:
1) Lauda
2) Scheckter
3) Reutemann
4) Depailler
5) Regazzoni
6) Pryce
Nenhum comentário:
Postar um comentário