Assim que foi anunciado a saída de Vettel da Ferrari em 2021, dois nomes surgiram como grandes favoritos para substituir o alemão: Daniel Ricciardo e Carlos Sainz. O australiano era uma paquera antiga da Ferrari, ainda com um sobrenome tão italiano, enquanto Sainz mostrou esse ano ser um piloto em franca evolução. Os dois anúncios envolvendo Daniel e Carlos vieram quase que ao mesmo tempo. A McLaren anunciou que Sainz estava fora e que seu substituto seria Daniel Ricciardo e a Ferrari acabou com qualquer suspense ao confirmar Carlos Sainz como companheiro de equipe de Leclerc a partir de 2021.
As duas escolhas tem sua lógica. Se Daniel Ricciardo fosse para a Ferrari, cairia na mesma armadilha que tinha se formado na Red Bull para ele, quando claramente Max Verstappen era o queridinho de Helmut Marko e mesmo reconhecidamente rápido, Ricciardo seria uma sombra para Max. Na Ferrari, Charles Leclerc é o queridinho da trupe de Maranello. Carlos Sainz não tem um salário tão alto quanto Vettel e Ricciardo, além de mostrar uma notável evolução no seu ano com a McLaren em 2019. Numa época em que o cinto deverá apertar financeiramente, com certeza a Ferrari olhou esse detalhe, além de Sainz ser ainda jovem e já contar com cinco temporadas na F1. Resta saber como Sainz se comportará dentro do sempre conturbado ambiente interno ferrarista. Quando foi companheiro de equipe de Verstappen na Toro Rosso, Sainz se meteu em algumas polêmicas com o holandês, indicando que Carlos não irá ficar como uma mera e calada sombra de Leclerc.
Ricciardo não pensou muito em trocar a claudicante Renault pela McLaren. O tradicional time britânico evoluiu bastante desde a saída de Alonso (é um fato!) e seu futuro é bastante promissor, quando deixará de usar os motores Renault e voltará a usar os motores Mercedes. Fala-se aqui e ali que a equipe própria da Mercedes poderia terminar a qualquer momento, porém isso não significaria o fim do envolvimento da Mercedes na F1, que permaneceria como fornecedora de motores, com enfoque na Aston Martin e na própria McLaren. Como Lawrence Stroll teimosamente acha que seu filho é um bom piloto, McLaren e Ricciardo poderiam sair ganhando nesse cenário. Além do mais, Ricciardo terá ao seu lado Lando Norris, com quem se dá muitíssimo bem, mas o australiano novamente terá um jovem prodígio e protegido da sua equipe como companheiro de boxe.
A saída de Ricciardo foi uma derrota e tanto para a Renault, mas principalmente para o seu chefe Cyril Abiteboul. O francês ainda não colocou ordem na Renault e está cada vez mais difícil explicar para os acionistas da montadora francesa o fato do time oficial perder no Mundial de Construtores para a equipe cliente (McLaren) a ponto do principal piloto (Ricciardo) ter preferido ir para lá, do que ficar numa equipe bancada por uma montadora. Sem contar a falta de maiores resultados de relevo. O alvo da Renault deverá ser Vettel, mas o alemão teria a motivação necessária? Alonso? Seria um golpe de marketing e tanto da Renault, mas o espanhol, com 40 anos de idade, teria a paciência para estar numa equipe com uma gestão tão fraca? Difícil. Novamente partindo para a lógica, a Renault deverá recrutar novamente Nico Hulkenberg.
A F1 viveu uma semana bem animada, principalmente pensando em 2021 e todas as suas mudanças e perspectivas. O interessante é que a temporada 2020 ainda nem começou...
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