Porém, o sábado não começou de forma agradável para o brasileiro. Largando no meio do bolo, Drugovich foi atingido por um atabalhoado Amaury Cordeel e abandonou ainda na primeira volta. Fora o primeiro grande infortúnio para Felipe em 2022. Drugovich vem de uma família envolvida no automobilismo, com seu tio Oswaldo sendo bicampeão da F-Truck no final dos anos 1990. Após uma passagem vitoriosa no kart brasileiro e sem nenhuma categoria de base forte por essas glebas, Felipe foi para a Europa e os primeiros resultados foram promissores, mesmo que uma passagem não bem sucedida na F3 em 2019 tenha diminuído as expectativas em cima do paranaense. Até mesmo por isso foi surpreendente Drugovich subir para a F2 logo no ano seguinte, na pequena equipe neerlandesa MP. Num carro mais potente, Felipe fez um ano inesperado de estreia e conseguiu duas vitórias em corridas Sprint, chamando a atenção de equipes maiores.
Em 2021 Drugovich foi para a Virtuosi, equipe grande na F2, mas havia um detalhe que acabaria fazendo toda a diferença. O time tinha como um dos principais acionista a família de Guanyu Zhou, que investia forte para que o piloto fosse o primeiro chinês na F1. Deixado de lado dentro da equipe, Drugovich fez um ano abaixo das expectativas, minando um pouco seu caminho rumo à F1. Sem melhores prospectos, Drugovich retornou em 2022 à MP, uma equipe já mais estruturada, mas longe das grandes equipes da F2, como Prema, ART e Carlin. Já experiente, Drugovich fez uma temporada pautada pela regularidade e usando bastante a inteligência para marcar pontos em todas as rodadas duplas, além de cinco vitórias que o deixou confortável para a penúltima rodada dupla da F2 em Monza. Mesmo vendo o resto da corrida dos boxes, Drugovich parecia calmo e confiante, pois Pourchaire não conseguia uma grande evolução e numa disputa com Liam Lawson, acabou caindo para último, o deixando praticamente sem qualquer chance de adiar o título de Felipe Drugovich.
Foi o primeiro título na categoria anterior à F1 desde 2000, com Bruno Junqueira na então F3000, igualando os feitos de Roberto Moreno (1988), Christian Fittipaldi (1991) e Ricardo Zonta (1997). Olhando para essa lista dá para perceber que o título da F2 (ou F3000, ou GP2...) não é garantia de estar num bom lugar na F1 e esse é o grande desafio de Drugovich nesse momento. Tendo como manager o experiente Amir Nasr, Felipe tenta um lugar na F1 em 2023. Com as indefinições na Alpine e na Alpha Tauri, o nome do brasileiro já foi mencionado, mas seu destino deverá ser o de piloto reserva na Aston Martin, que olhando para os contratos dos pilotos do time verde, Felipe Drugovich só teria uma chance real em 2025.
Essa conjecturas ficarão para depois, pois no momento o Brasil festeja seu mais novo campeão com a esperança dele um dia chegar (bem) à F1.
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