A volta da MotoGP ao Japão após três anos não foi das mais tranquilas, mesmo que felizmente não por causa do Covid. Um alerta de tufão, além dos problemas logísticos causados pela guerra russo-ucraniana mexeu bastante no final de semana em Motegi e por isso o grid teve várias surpresas, com Márquez conseguindo sua primeira pole em mais de mil dias e os concorrentes ao título largando no meio do pelotão. Isso já seria uma péssima notícia para Quartararo, que sofre com sua lenta moto da Yamaha, sempre um alvo fácil para ultrapassagens, além de ser um tormento ao francês fazer uma mínima ultrapassagem. Porém, tudo começou a melhorar para Fabio ainda antes da largada. Aleix Espargaró teve um problema em sua moto na saída da volta de apresentação, fazendo o espanhol ter que retornar aos pits para trocar de moto e sair bastante atrasado. Mesmo com um ritmo decente, Espargaró ficou com o seu primeiro zero em muito tempo. Ponto para Quartararo.
Lá na frente Marc Márquez não teve o que fazer com sua deficiente Honda, mas pelo menos o espanhol não foi tão afoito como semana passada em Aragão, preferindo se manter na pista. Márquez perdeu a ponta na largada e depois foi ultrapassado por Miller, Martin e a dupla da KTM, que andou muito bem na pista molhada no sábado. Márquez se manteve no pelotão da frente, enquanto Miller imprimia um ritmo fortíssimo, rapidamente assumindo a ponta da corrida para disparar na frente e não ser mais visto. Uma vitória tranquila de Miller, mas toda a atenção da Ducati estava no pelotão intermediário. Ao contrário do seu companheiro de equipe, Bagnaia fazia uma prova medíocre, não conseguindo evoluir e para quem pensava que a Ducati estava sendo esportiva ao 'permitir' a vitória de Bastianini semana passada, a atitude do chefe de equipe Davide Tardozzi quando Bastianini novamente ultrapassou Bagnaia foi uma prova de que Enea desobedeceu uma ordem da Ducati. Contudo, dessa vez Bagnaia não fazia por onde ser favorecido. O italiano em nenhum momento fez uma boa corrida, só ultrapassando Pol Espargaró quando este errou. Nas voltas finais, Bagnaia usou sua melhor escolha de pneus para dar o troco em Bastianini e encostar justamente em Quartararo, que atacou a Aprilia de Maverick Viñaeles, mas sofreu com a falta de velocidade de sua Yamaha, sendo um alvo fácil para Bagnaia nas votas finais. Ou não? Na última volta, Bagnaia saiu de suas características mais frias e tentou uma ultrapassagem forçada em cima de Quartararo. O francês fechou a linha e para Bagnaia restou desviar, mas como estava vendido na freada, acabou indo ao chão, coroando um final de semana horroroso, onde viu Quartararo aumentar sua vantagem no campeonato.
Um golpe duro para a Ducati na sua luta para sair de um jejum que já dura quinze anos. Miller provou que a moto italiana é a melhor do pelotão, mesmo Jorge Martin tendo perdido a dobradinha ao ser ultrapassado por Binder na volta final. É incrível como o jovem espanhol não sabe administrar pneus. Márquez igualou seu melhor resultado em 2022 ao ultrapassar Oliveira para ser quarto, mostrando que a Honda depende única e exclusivamente de Marc. Se Honda e Yamaha sofrem com suas motos, ao menos sabem em quem confiar, enquanto a Ducati apanha com a falta de um piloto realmente confiável para ser campeão. Quartararo hoje contou com sua estrela para se manter ainda forte no campeonato, mas ainda resta saber se isso será suficiente até o final do ano.
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