Meu pai era fanático por futebol, daqueles que acordavam assistindo jogo e ia dormir assistindo jogo. Ele era de uma outra geração e quando morava no interior do estado, em Quixadá, não acompanhava os times cearenses, mas os times do Rio de Janeiro. Motivado por um tio, ele se tornou vascaíno e um garoto de sua geração apareceu nos anos 1970 para se tornar o seu maior ídolo. Dinamitando tudo. Maior artilheiro da história do Vasco e do Campeonato Brasileiro, Roberto Dinamite marcou toda uma geração não apenas de vascaínos, mas de torcedores de futebol. Era uma época diferente, quando a glória de um garoto era brilhar nos grandes estádios brasileiros, particularmente no Maracanã. E Roberto brilhou intensamente com a camisa cruzmaltina. Ao lado de sua primeira esposa, Jurema, marcou uma era perdida do futebol brasileiro. Roberto se tornou deputado e presidente do Vasco, onde após um bom início, decepcionou deveras. No final do ano, quando todo o mundo do futebol respirava ofegante com as notícias de Pelé, foi Zico quem deu a dica que a situação do vascaíno não ia bem. Lutando contra um câncer no estômago, Zico pediu preces também para Roberto. Logo no comecinho do ano, semanas após Pelé, com o Vasco de volta à série A e com um novo projeto para retornar aos bons tempos, recebemos a triste notícia da morte de Roberto Dinamite. Não torço Vasco, mas lamento pela lembrança do meu pai, que estaria arrasado com essa triste notícia.
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