sábado, 30 de janeiro de 2010

O Troglodita


Este homem veio da África do Sul já com a fama de um piloto extremamente agressivo e propenso a erros, mas também muito veloz e com grandes chances de fazer sucesso. Jody Scheckter teve uma ascensão meteórica dentro do automobilismo mundial graças a sua habilidade e velocidade, mas na mesma medida em que chegou rapidamente ao ápice do automobilismo mundial, ele também ficou marcado por ser um piloto capaz de provocar sérios acidentes, mas uma morte praticamente à sua frente o equilibrou e somado a seu considerável talento e sua ambição em se tornar campeão do mundo, ele acabou por conquistar seu objetivo, abandonando sua carreira de forma súbita logo depois. Último campeão pela Ferrari antes da Era Schumacher, Scheckter foi mais um a ver seu filho seguir sua profissão e deixou vários amigos na F1, apesar do seu início errático e polêmico na categoria. Completando 60 anos no dia de hoje, vamos conhecer um pouco mais da carreira do único Campeão Mundial de F1 vindo da África.

Jody David Scheckter nasceu no dia 29 de janeiro de 1950, em East London, África do Sul. Desde jovem o pequeno Jody esteve perto de carros, pois seu pai era dono de uma concessionária da Renault e foi lá que Scheckter teve seus primeiros contatos com os carros, onde trabalhou como estagiário da oficina do seu pai. Ele aprendeu a dirigir muito cedo e já foi nessa época que ele ficou conhecido pelo seu estilo de pilotagem no começo da carreira no automobilismo: Andando sempre com o pé embaixo! Esta atitude o levou ao automobilismo e quando Jody completou 18 anos, ele pegou um dos Renault Gordini R8 da concessionária do seu pai e preparou o carro para uma corrida. Porém, sua agressividade indomável ainda fazia estragos e logo em sua primeira corrida ele foi desclassificado por condução perigosa! Com o tempo, ele foi ganhando experiência e domando seu estilo selvagem de pilotar e em 1970 Scheckter foi campeão da Fórmula Ford Sul Africana e como prêmio ele ganhou uma bolsa de estudos na Europa. Na verdade, isto era apenas um pretexto para que Scheckter fosse a Inglaterra dar continuidade a sua carreira no automobilismo.

Primeiramente, Scheckter se interessou na F-Ford, carro no qual já estava acostumado e não demorou para o sul-africano conseguir várias vitórias na Inglaterra e por isso, ainda em 1971, ele se mudou para o conceituado Campeonato Inglês de F3, onde continuou obtendo sucesso, mas sua ambição em se tornar logo campeão mundial o fez sofrer vários acidentes e muitos até temeram pela vida de Scheckter. Até mesmo seu estilo visual, com um cabelo Black-power e longas costeletas lhe conferiam uma cara de mal, mas seu estilo de pilotagem apenas mostravam sua obstinação. Porém, sua velocidade era inegável e isto chamou a atenção de Teddy Mayer, chefe da equipe McLaren, que lhe contratou para sua equipe de F2 em 1972. Mesmo correndo com grandes pilotos como Emerson Fittipaldi, Carlos Reutemann, Niki Lauda e Mike Hailwood, imediatamente Scheckter se fixou no pelotão dianteiro, inclusive conquistando uma vitória logo em sua quarta prova na F3, em Crystal Palace, terminando o fortíssimo campeonato inglês em oitavo lugar, logo em sua primeira temporada. Essas atuações chamaram a atenção de Colin Chapman, que chegou a sondá-lo para disputar o Mundial de F1 de 1973 pela Lotus, mas Jody se manteve fiel a McLaren e Teddy Meyer e após um teste bem sucedido com um F1, Scheckter pôde fazer sua estréia na F1 no Grande Prêmio dos Estados Unidos de 1972, apenas 18 meses depois de chegar a Inglaterra. Imediatamente Jody mostrou uma velocidade impressionante para um piloto tão inexperiente e após largar entre os dez primeiros, ele recebeu a bandeirada em nono lugar.

Impressionando a todos na F1, inclusive a Denny Hulme, primeiro piloto da McLaren, Scheckter deixou seu nome marcado na categoria e com apenas 22 anos de idade, já era considerado uma provável estrela da F1. Para 1973, Scheckter não participou do Europeu de F2, preferindo disputar o Campeonato Americano de F5000, onde se sagrou campeão facilmente a bordo de um Trojan. Na verdade, Scheckter tinha cinco corridas de F1 pela McLaren agendadas e as datas coincidiam com a temporada de F2. No Grande Prêmio da África do Sul, Scheckter realizou sua primeira corrida em 1973 e levou uma multidão de pessoas a Kyalami, que esperavam uma grande atuação do seu piloto. E Scheckter não decepcionou! Ele largou na primeira fila, em terceiro, mas um motor quebrado não o fez ver a bandeirada. Até então, todos na F1 só tinham visto a parte boa de Jody, ou seja, sua grande velocidade e talento, mas não tardou a aparecer a parte ruim de Scheckter, que eram os acidentes em demasia. No Grande Prêmio da França em Paul Ricard, Scheckter impressionava novamente ao largar em 2º em seu terceiro Grande Prêmio na carreira e com uma boa largada, deixou a grande estrela Jackie Stewart para trás e liderava sua primeira corrida com decisão. A partir da volta 21 ele passou a ser pressionado por Emerson Fittipaldi, então campeão mundial, mas o sul-africano resistia com bravura, mas vinte voltas depois Jody não pensa duas vezes em jogar a Lotus do brasileiro para fora da pista e ambos abandonam. Normalmente comedido, Fittipaldi ficou furioso com o quase estreante. “Este louco é uma ameaça para si e para os outros dentro da pista. Ele não pertence a F1!”, bradou Fittipaldi. Isso seria apenas um aperitivo do que viria mais tarde. Duas semanas mais tarde, no Grande Prêmio da Inglaterra, Scheckter impressionava mais uma vez na classificação ao ficar em 6º no grid e no final da primeira volta já era 4º, quando Scheckter perdeu o controle do seu McLaren na curva Woodcote, a curva que precedia a reta dos boxes, feita a 240 km/h. Jody rodou na saída da curva, bateu forte no muro dos boxes e ficou parado no meio da pista. Com pouca visibilidade, os pilotos que vinham atrás não tiveram tempo para desviar e o resultado foi o caos, com quinze carros destruídos no meio da reta dos boxes. Felizmente, nenhum piloto estava seriamente ferido, mas Andrea de Adamich teve as duas pernas fraturadas e nunca mais correu de F1.

Scheckter foi considerado culpado pelo maior acidente da F1 em todos os tempos e a GPDA (Associação dos Pilotos de Grande Prêmio) pediu o banimento imediato de Scheckter. A McLaren resolveu deixar o sul-africano de fora de algumas corridas para diminuir a pressão em cima do jovem piloto e para que o próprio Scheckter refletisse sua pilotagem. Scheckter foi escalado para as duas últimas corridas da temporada, mas nem o tempo fora fez com que o sul-africano se acalmasse. O Grande Prêmio do Canadá foi um dos mais confusos de todos os tempos e Scheckter brigava pela ponta com o Tyrrell de François Cevert, com os dois acabando por se acidentar. O francês ficou furioso e partiu para cima de Scheckter, sendo acalmado pelos comissários, que imediatamente seguraram Cevert. Quando chegou aos boxes, Cevert foi igualmente duro com Jody nas declarações. “Ele é uma calamidade pública. Ele tem que ser proibido de correr.” Ironicamente, Ken Tyrrell tinha ficado extremamente impressionado com Scheckter e negociava com o sul-africano para substituir o aposentado Jackie Stewart em 1974. Ou seja, Scheckter e Cevert seriam companheiros de equipe em 1974, mas infelizmente essa parceria nunca se realizou, pois Cevert acabaria morrendo nos treinos para o Grande Prêmio dos Estados Unidos, menos de um mês depois. Jody Scheckter foi o primeiro piloto a chegar na cena do acidente e quando o viu o estado em que ficou o francês, ele sofreu um baque que mudou para sempre seu estilo de enxergar as corridas. Para quê ser campeão mundial, se aquela agressividade toda poderia lhe custar a vida? O próprio Jody Scheckter disse que ‘a partir daí (o acidente de Cevert), tudo o que eu estava fazendo na F1 era salvar a minha vida’.

Na Inglaterra, todos acreditavam que Jody Scheckter era um campeão em potencial, enquanto que na Itália, ele ganhou o apelido no qual ficaria conhecido: Troglodita. Porém, com a ajuda providencial de Ken Tyrrell e o choque pela morte de Cevert, Scheckter passou a dosar sua agressividade selvagem e parou de cometer tantos erros, se concentrando em terminar as corridas. Isso ficaria aparente na temporada de 1974. Quando recebeu o novo carro na 4º etapa do campeonato, Scheckter passou a marcar pontos de forma regular, conquistando seu primeiro pódio no Grande Prêmio da Bélgica com um 3º lugar e culminando com a vitória no Grande Prêmio da Suécia, local onde a Tyrrell sempre andaria bem. Com mais uma vitória no Grande Prêmio da Inglaterra, em Brands Hatch, um ano depois de quase ser banido do esporte pelo acidente em Silverstone, Scheckter entrava na disputa pelo Campeonato Mundial daquele ano, contra a McLaren de Fittipaldi e as Ferraris de Lauda e Regazzoni. Após terminar em 2º lugar o Grande Prêmio da Alemanha, Scheckter estabeleceu o recorde de oito corridas consecutivas na zona de pontos. Quando a F1 chegou a América do Norte, Scheckter estava em 2º lugar no Mundial, apenas um ponto atrás do líder Regazzoni, mas um problema nos freios durante o Grande Prêmio do Canadá o fez ter apenas chances matemáticas de título na decisão do campeonato em Watkins Glen, onde abandonou a prova por problemas mecânicos e garantia o 3º lugar no Mundial. Aos poucos, Scheckter deixava para trás o fama de maluquinho e entrava de vez na lista das estrelas da F1. Outro traço importante que Jody deixou nessa época foi sua forma de como ele tratava seus companheiros de equipe. Mesmo com temperamento forte, Scheckter se tornou amigos de todos os companheiros de box, inclusive de Patrick Depailler, seu vizinho de box na Tyrrell. Para 1975, Ken Tyrrell decide reutilizar os modelos 007 que tinham feito sucesso em 1974, mas com novos freios, que ajudariam a Scheckter e Depailler a melhorar ainda mais o desempenho da temporada anterior. Porém, foram justamente problemas de freios que atrapalharam os dois pilotos da Tyrrell, fazendo com que a equipe desistisse do equipamento na corrida seguinte, em Kyalami. Correndo em casa, Jody teria a companhia do seu irmão mais novo Ian, que nunca repetiu a fama do mano mais velho. Com uma nova suspensão e uma nova entrada de ar no radiador, Scheckter se recuperou das frustrações das duas primeiras corridas do ano e venceu o Grande Prêmio da África do Sul, porém esta seria a única vitória de Scheckter no ano, pois 1975 seria o ano do domínio da Ferrari de Lauda. Jody conseguiria outros dois pódios, terminando o campeonato em sétimo. Um dos motivos da Tyrrell insistir no modelo 007 era o revolucionário carro que estava sendo projetado por Derek Gardner para 1976. O Project 34, ou simplesmente P34, revolucionaria a F1 com um carro de seis rodas. Depailler, um excelente piloto de testes, andou no carro no inverno de 1975 e na quinta etapa do Mundial de 1976, no Grande Prêmio da Bélgica, a Tyrrell estreou seu novo carro. Surpreendentemente, o carro se comportou muito bem e Scheckter conseguiu logo de cara um 4º lugar. No lugar menos improvável do mundo onde um carro daquele tamanho poderia andar bem, nas apertadas ruas de Mônaco, Scheckter consegue um ótimo 2º lugar e em Andertorp, habitat natural da Tyrrell, o sul-africano consegue sua primeira vitória no ano, com Depailler completando a dobradinha. Jody marcava pontos de forma regular, inclusive com mais três 2º lugares, mas aquela temporada de 1976 seria dominada pela Ferrari de Lauda e a McLaren de James Hunt, com o inglês conquistando o título, derrotando austríaco na última corrida do ano em Monte Fuji. A Tyrrell mostra que seu carro de seis rodas era mais do que uma excentricidade e Scheckter termina o campeonato em terceiro, com Depailler em quarto.

Porém, as quatro pequenas rodas dianteiras exigiam da Goodyear uma borracha diferente e como apenas a Tyrrell usavam pneus daquele tamanho, a montadora americana resolveu não investir mais em pneus especiais para o P34 e o carro passou a ter problemas sérios com o desgaste excessivo dos pneus traseiros. Isso foi o fim do lendário P34 e Scheckter sabia que isso acabaria por prejudicar sua luta pelo título. Por isso, o sul-africano fez uma aposta arriscada. Walter Wolf investia na F1 fazia algum tempo e em 1975 ele chegou a se juntar a Frank Williams, acabando com a parceria no meio da temporada. Em 1976, ele anuncia que faria uma equipe para 1977 e de forma surpreendente, Scheckter aceita a proposta do investidor canadense e se torna piloto único da Wolf para 1977. Porém, o que parecia um devaneio de Scheckter se torna uma enorme surpresa quando o sul-africano vence o Grande Prêmio da Argentina, primeira etapa de 1977, e coloca a Wolf na história da F1 como a primeira equipe a vencer na estréia, juntamente com a Mercedes e a Brawn. Após um Grande Prêmio do Brasil problemático, a Wolf se recupera na África do Sul, onde Scheckter conquista um pódio com um 2º lugar e após dois 3º lugares, Jody voltaria a vencer no Grande Prêmio de Mônaco, com o sul-africano assumindo a liderança do Mundial com uma confortável vantagem de sete pontos sobre Lauda. Porém, quatro quebras seguidas fizeram com que Scheckter fosse alcançado por Lauda, que acabaria conquistando seu segundo título na carreira. Com outra vitória no Canadá, a terceira em 1977, Scheckter consegue seu melhor resultado na F1 até então e fica com o vice-campeonato. Porém, a Lotus já tinha trazido o carro-asa em 1977 e com aperfeiçoamentos, o carro dominaria a temporada de 1978 com Mario Andretti. O ano começa muito ruim para Scheckter, com vários acidentes e um carro que não conseguia acompanhar as Lotus e Ferraris. No Grande Prêmio da Espanha, já no meio da temporada, o projetista Harvey Postlethwaite constrói o modelo WR5, primeiro carro-asa da equipe, e isso melhora o rendimento de Scheckter durante o ano, mas o carro quebrava demais. Na verdade, a Wolf passava por problemas financeiros e isto fez com que a equipe aceitasse pilotos-pagantes que estavam dispostos a comprar cockpits. Jody enxergava o fim dos bons tempos da equipe e passou a procurar uma nova equipe. A Ferrari viu Carlos Reutemann ir para a Lotus em 1979 e procurava um piloto para correr ao lado de Gilles Villeneuve. Primeiramente a equipe tentou Mario Andretti, mas com o americano tendo conquistado o título, Mario pediu muito dinheiro e Enzo não era conhecido por gastar muito com pilotos. Então o foco passou a ser Scheckter, que sonhava em conquistar seu primeiro título mundial e vinha de ótimos resultados nos anos anteriores. Seria o início de uma parceira que daria muito certo.

Não faltou quem dissesse que Scheckter não daria certo na Ferrari e a imprensa italiana fazia questão de lembrar o seu início de carreira na F1, mas Jody provava com seus resultados que ele tinha domado sua agressividade, mas mantendo sua velocidade e talento. O confronto entre Villeneuve e Scheckter também prometia ser explosivo, por causa dos estilos de pilotagem de ambos, mas o que aconteceu foi o início de uma grande amizade entre eles. Mauro Forghieri tinha que construir um carro-asa, mas também tinha enormes dificuldades com o motor V12-flat italiano, mas Scheckter usou sua experiência anterior na Wolf para melhorar o modelo 312T4, que só estrearia após as duas primeiras corridas sul-americanas. A Ligier começou o ano vencendo na Argentina e no Brasil, com a equipe francesa se tornando o alvo da Ferrari e de Scheckter. Quando o novo carro fez sua estréia em Kyalami, mostrou seu enorme potencial com a Ferrari conseguindo a dobradinha, mas com Scheckter em segundo. Numa corrida que chegou a ser interrompida pela chuva, o sul-africano perdeu a chance de vencer em casa quando Jody teve problemas de desgaste prematuro com seus pneus slicks. Com outra vitória de Villeneuve em Long Beach, a posição de Scheckter começava a ficar ameaçada dentro da Ferrari, mas Villeneuve não marca pontos nas corridas seguintes, enquanto Jody venceria na Bélgica e em Mônaco, assumindo pela primeira vez a ponta do campeonato de 1979. Aquela temporada ainda viu o crescimento da Williams e da Renault, mas Scheckter pontuava sempre que era possível e quando a F1 chegou a Monza, no Grande Prêmio da Itália, Scheckter tinha chances reais de ser campeão. Ainda no grid de largada, Enzo Ferrari foi a Gilles Villeneuve, que ainda podia impedir o título de Jody, e falou para o canadense com uma voz paternal. “Gilles, este título é de Scheckter. Você ainda é muito jovem e o próximo será seu.” Com essa recomendação na cabeça, Villeneuve apenas acompanhou Scheckter a corrida inteira, enquanto o sul-africano corria contra a Renault de Arnoux e a Ligier de Laffite. Quando os dois franceses abandonaram a prova, Scheckter venceu a corrida e o campeonato, com Villeneuve logo atrás. Oito anos após chegar à Europa, Jody Scheckter finalmente conseguia seu objetivo de vida e se tornava o melhor piloto do mundo. Porém, isso parece ter causado um efeito na cabeça do sul-africano e ninguém poderia imaginar que aquela era sua última vitória na F1. Para 1980, a Ferrari constrói o 312T5, que nada mais era que a evolução do campeão 312T4, o que poderia indicar uma enorme vantagem frente aos rivais, mas o problema era que as rivais Williams, Renault, Brabham e Ligier evoluíram ainda mais e a Ferrari ficou para trás de forma abrupta. Para complicar, a equipe italiana estava concentrada no motor turbo que estrearia em 1981 e pouco faz para evoluir o carro, fazendo com que a temporada de 1980 se torne a pior de todos os tempos da equipe de Maranello. Se Villeneuve ainda mostrava combatividade na pista, Scheckter se mostrava um piloto até de certa forma preguiçoso, como se correndo apenas por obrigação contratual. O sul-africano só marcou três pontos ao longo do ano e chegou a não se classificar para o Grande Prêmio do Canadá. Por isso, não foi surpresa quando Scheckter anunciou que estaria abandonando a F1 no final da temporada, com apenas 30 anos. Foram 112 Grandes Prêmios, 10 vitórias, 3 poles, 5 melhores voltas, 33 pódios, 255 pontos e o título mundial de 1979.

Pensando no futuro sem o automobilismo, Jody Scheckter se mudou para os Estados Unidos e se tornou extremamente rico quando ele criou uma empresa de segurança usando alta tecnologia. Na América, Jody se torna uma pessoa comum e dizem que ele até se livrou dos seus troféus para não ocupar muito espaço em sua casa. Porém, seus dois filhos, Tomas e Toby, se interessaram pelo automobilismo e isso faz com que Scheckter abandonasse seus negócios nos Estados Unidos e retornasse a Europa para tomar de conta da carreira dos filhos. Enquanto Toby se tornou um piloto medíocre, Tomas consegue algum sucesso nas categorias de base europeias, vencendo o Campeonato Europeu de F-Opel de 1999 e ficando com o vice-campeonato da F3 Inglesa no ano 2000, perdendo o título para Antonio Pizzonia. Foi nessa época que surgiu uma piada de que, como a Ferrari não conquistava um título desde que Scheckter venceu o campeonato de 1979, os italianos estavam apenas esperando que Tomas se tornasse apto a correr na F1 e pudessem reconquistar o título... Tomas foi contratado como piloto de testes da Jaguar em 2001, mas se envolveu num escândalo com prostitutas e acabou demitido, se mudando para o automobilismo americano, quando ficou com uma fama muito parecida com a do seu pai no início da carreira. Em 2002, após liderar boa parte das 500 Milhas de Indianápolis até bater, o seu chefe de equipe Eddie Cheever disse que Tomas Scheckter era um “dummy humano”, onde vivia testando a segurança dos carros da Indy batendo nos muros. Com relativo sucesso nos Estados Unidos, Tomas segue hoje seu próprio caminho na carreira, enquanto seu pai se envolveu em outro negócio fora das corridas, agora ganhando muito dinheiro com uma fazendo na Inglaterra, especialista em agricultura orgânica. Agora morando na Europa, é mais fácil ver Jody Scheckter nos paddocks da F1, dando suas opiniões sobre a categoria na atualidade. De um piloto extremamente errático no início da carreira, muito cedo Scheckter percebeu que precisava mais regularidade para realizar o sonho de sua vida e se tornar Campeão Mundial, acabando por conquistar isso ainda com 29 anos de idade. Após a morte de Cevert, Jody passou a se preocupar mais com a segurança dos pilotos, chegando a fazer parte da liderança da GPDA, entidade essa que pediu seu banimento em 1973. Sua amizade com Gilles Villeneuve entrou para a história e isso chegou até mesmo a dividir Jody, mas o sul-africano nunca perdeu seus laços com a Ferrari e em 1997 não sabia para quem torcer: pela scuderia ou para filho do seu eterno amigo. Uma verdadeira personalidade na F1, Jody Scheckter escreveu seu nome na história da categoria na década de 1970 como um dos pilotos mais rápidos do seu tempo.

Parabéns!
Jody Scheckter

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