Não faltaram homenagens naquele final de semana cinzento em Ímola. Havia se passado um ano desde o trágico final de semana em que a F1 havia se reencontrado com a morte e perdido um dos seus maiores gênios. A Formula 1 estava diferente após aquele baque, mas o Autodromo Enzo e Dino Ferrari também estava. Se antigamente a pista era considerada extremamente rápida, as modificações motivadas por segurança deixaram a pista italiana obviamente mais lenta. A fatídica curva Tamburello se tornava uma chicane como qualquer outra no mundo. A curva Villeneuve agora tinha uma entrada mais lenta antes da freada da Tosa. As curvas que mataram Ayrton Senna a Roland Ratzenberger estavam diferentes, mas a dor não havia passado.
Além disso, talvez para trazer um pouco de alívio em tantas lembranças tristes, Nigel Mansell fazia mais um retorno à F1, desta vez na McLaren. O inglês de 41 anos de idade tinha ficado de fora das primeiras corridas por não caber dentro da McLaren MP4/10, mas Mansell já teria regalias de primeiro piloto quando estreou a versão B da McLaren. Porém, a grande estrela dos treinos era novamente Michael Schumacher, quando o alemão usou o seu enorme talento para tirar a desvantagem do seu Benetton com relação a Williams e ficou com a pole, seguido muito de perto pela Ferrari de Berger. Correndo em casa, a Ferrari sempre mostrava um desempenho superior em outras corridas e não faltavam comentários de dispositivos proibidos, com a FIA fechando os olhos, para que a Ferrari chamasse mais torcedores para as corridas.
Grid:
1) Schumacher (Benetton) - 1:27.274
2) Berger (Ferrari) - 1:27.282
3) Coulthard (Williams) - 1:27.459
4) Hill (Williams) - 1:27.512
5) Alesi (Ferrari) - 1:27.813
6) Hakkinen (McLaren) - 1:28.343
7) Irvine (Jordan) - 1:28.516
8) Herbert (Benetton) - 1:29.350
9) Mansell (McLaren) - 1:29.517
10) Barrichello (Jordan) - 1:29.551
O dia 30 de abril de 1995 estava chuvoso em Ímola, mas não a ponto de encharcar a pista. Era a típica situação onde não se sabe ao certo com que pneus largar, mas os ponteiros preferiram usar a via segura e os cinco primeiros do grid largaram, sem grandes incidentes, com pneus de chuva, enquanto o resto usava pneus slicks. Inicialmente, parecia que os pilotos que largaram com pneus biscoitos tinham uma vantagem clara sobre os demais, mas não demorou para que a sorte virasse.
Não chovia e estava claro o traçado seco na pista de Ímola e os líderes não demoraram a colocar pneus slicks, a começar pelas duas Ferraris. Michael Schumacher se segurou até a nona volta, mas resolveu trocar seus pneus quando liderava. Porém, na Subida da Acqua Minarale, o alemão perdeu o controle do seu Benetton e bateu forte no muro. Uma quase coinscidência nefasta aconteceu. Senna havia batido em 1994 às 13:16, enquanto Schumacher bateu um ano e um minuto depois. O alemão saiu irritado do seu carro e todos apontaram para um erro de Schumacher, querendo forçar demais enquanto ainda tinha pneus slicks e frios numa superfícia escorregadia, mas Michael disse que havia sido um problema técnico, provavelmente de suspensão. Rapidamente confirmada pela Benetton!
Para alegria dos tifosi, que lotaram o circuito em Ímola com a esperança de uma vitória ferrarista, Berger liderava à frente de Hill, que ganhara a posição de Coulthard durante as paradas de box, o segundo piloto da Williams e Alesi. Porém, a alegria da torcida italiana duraria pouco quando Berger faz sua parada e deixa seu carro morrer, fazendo o austríaco perder uma enormidade de tempo. Hill faz sua parada logo depois, enquanto Coulthard e Alesi passaram a brigar pela 2º posição, já que Berger havia caído para 4º.
A disputa entre Coulthard e Alesi era empolgante e o escocês tinha saído um pouco à frente do francês dos boxes, mas havia um motivo que apenas os sensores da FIA acusaram. Coulthard tinha sido rápido demais dentro dos boxes e não demorou para que o piloto da Williams tivesse que cumprir uma penalidade de 10s nos boxes, sem contar que o escocês ainda tinha uma avaria no bico. A corrida fica estática, com Hill abrindo uma enorme vantagem para as Ferrari, enquanto os torcedores italianos rezavam para que algo acontecesse com o Williams de inglês. E quase aconteceu, quando a mangueira de combustível fica presa no carro de Hill e o piloto da Williams perde tempo, mas, para infelicidade dos italianos, não o suficiente para que Hill perdesse a liderança para Alesi e vencesse com categoria. Um ano após a tragédia em Ímola, a Williams poderia comemorar uma emotiva vitória. Claro que a equipe dedicou a vitória a Senna.
Chegada:
1) Hill
2) Alesi
3) Berger
4) Coulthard
5) Hakkinen
6) Frentzen
1995 foi uma de minhas temporadas favoritas!
ResponderExcluirEsse ano vc vai falar sobre as corridas daquele ano, né? hehe
Já é a 3º corrida de 1995. Dá uma procurada que vc axa!
ResponderExcluirvlw!