Num futuro próximo, quando olharmos para o primeiro Grande Prêmio da Coréia do Sul da história, poderemos lembrar que o terceiro título de Fernando Alonso ficou bem encaminhado pela bela vitória do espanhol, em combinação com o duplo abandono dos pilotos da Red Bull.
Todos tinham muito receio sobre a realização ou não da corrida na Coréia, pois o autódromo não estava pronto (e realmente não estava), mas o problema que quase cancelou a corrida no extremo oriente foi por causa da natureza. A pequena chance de chuva se tornou real no domingo e a precipitação veio com força, atrasando a corrida por mais de uma hora, contando as incontáveis voltas atrás do safety-car. Numa pista que nunca secou de verdade, as ultrapassagens ocorreram aos montes, assim como os acidentes e a primeira vítima começou a delinear o campeonato. Logo nas primeiras voltas, enquanto perseguia Sebastian Vettel, Mark Webber encostou na linha branca molhada, saiu pela zebra e perdeu o controle do seu Red Bull, batendo de leve no muro externo. Apesar do pneu furado, talvez ainda houvesse esperança para o australiano, mas o carro de Webber escorregou pela pista molhada e atingiu em cheio Nico Rosberg, destruindo a corrida de ambos.
O incidente de Webber foi a primeira dose de sorte de Alonso. O espanhol vinha logo atrás do australiano quando ele perdeu o controle, mas Alonso teve a consciência em frear na hora certa e viu o Red Bull do seu rival ao campeonato atravessar a pista na sua frente. Fernando passou incólume rumo ao segundo lugar e passou a sombrear Vettel, mas antes da Ferrari ainda dificultaria a vida do espanhol, quando errou num pit-stop e deixou Alonso em terceiro após a terceira entrada do safety-car. Porém, Alonso estava no seu dia. Hamilton acabou errando na freada na primeira curva e Alonso, como experiente campeão como é, aproveitou a chance e retornou ao segundo lugar. O espanhol ficava próximo de Vettel, mas não atacava o alemão. A prova chegava ao seu final e Alonso se aproximava do rival, mas o destino quis que aquela corrida fosse do bicampeão mundial. Vettel, sem aviso, teve o seu motor quebrado espetacularmente e Alonso, com poucas voltas para o fim, tinha a corrida ganha, já que Hamilton teve problemas sérios de pneus no final da corrida. Muita gente está torcendo contra, mas o fato é que Alonso e a Ferrari têm a experiência mais do que suficiente para segurar o rojão nas duas corridas finais e conquistarem o título juntos logo em sua primeira temporada juntos. O espanhol fez uma corrida de espera, onde os três pilotos que estavam à sua frente hoje se atrapalharam e Alonso se aproveitou com maestria. O piloto da Ferrari conseguiu a incrível marca de quatro vitórias nas últimas oito corridas da temporada, juntamente com outros três pódios e saiu da incômoda quinta posição até o Grande Prêmio da Alemanha para assumir a ponta do campeonato na hora certa. Tirando a rodada em Spa, nada deu errado para Alonso, mas como vimos com Vettel, a administração de motores pode ser crucial e o espanhol não tem mais novos motores a disposição sem lhe for conferida uma punição. Porém, Alonso e Ferrari têm a tarimba suficiente para driblar esse problema. Massa fez uma corrida muito parecida com a de Alonso, ou seja, esperou os pilotos à sua frente errar. Porém, o brasileiro teve que lhe dar com os ataques de Button e Schumacher nas primeiras voltas e depois fez uma corrida solitária, onde não atacou e não foi atacado por ninguém. O terceiro lugar pode dar um pouco mais de confiança ao brasileiro, mas a perspectiva de um título de Alonso pode ser muito prejudicial a Massa no futuro, pois ao contrário de Raikkonen em 2007, o espanhol não parece muito relaxado.
A Red Bull teve dois abandonos que, se fossem com os pilotos trocados, teria mais sentido. Vettel passou o ano errando e fazendo besteiras, algo que lhe custou o título claramente, mas nas últimas etapas o alemão vinha sendo impecável, sem cometer seus erros infantis e estava a ponto de assumir a liderança do Mundial num momento crucial, onde a Ferrari já havia pedido a Alonso para não ser muito agressivo naquelas últimas voltas, o motor Renault, que tantos problemas deu a Red Bull em 2009, abriu o bico já no final da prova. O alemão ainda deu um discreto sorriso, pois pela primeira vez nesse ano ele abandonou uma corrida em que não foi o principal culpado. Mais cruel foi Webber. Ao contrário do companheiro de equipe, Mark fazia uma temporada regular, longe dos erros e liderava o campeonato mais por só ter abandonado uma corrida (no espetacular acidente em Valencia) do que pela velocidade que vinha mostrando. Numa pista muito molhada, na cômoda posição de 2º colocado atrás de Vettel, com toda uma corrida pela frente, Webber errou de forma até mesmo banal e saiu da corrida ainda no seu começo. A cara do australiano após a prova entregava sua frustração, pois os resultados lhe derrubaram para o 2º lugar do Mundial e com 34 anos de idade, não é segredo que essa chance pode ser a última de Webber de ser o 3º australiano a ser Campeão Mundial de F1. Com duas corridas faltando para o fim do campeonato, a Red Bull pode ter que tomar a decisão de apostar unicamente em algum piloto, no caso, em Webber. Porém, é frustrante para uma equipe ter o melhor carro do ano e faltando duas provas ver seus pilotos em 2º e 4º no Mundial de Pilotos.
Lewis Hamilton tinha que encarar a verdade que sua McLaren não tinha a menor condição de lutar pela vitória e por isso, em condições variáveis, onde o time prateado se destacou, o inglês implorava para que o safety-car saísse logo e a corrida de verdade começasse. Porém, a aposta de Hamilton não deu muito certo com algumas posições perdidas nas relargadas e se Massa tivesse um pouquinho mais de ambição, poderia ter ajudado ainda mais Alonso na briga pelo título. Porém, o segundo lugar foi comemorado pela McLaren, pois Hamilton não sabia o que era um bom resultado desde a vitória em Spa e agora em 3º lugar no Mundial, poderá ter uma chance remota de título, mesmo com um carro claramente inferior aos demais. Num campeonato cheio de erros, Lewis lamentará bastante seus erros em Monza e Cingapura. Se Hamilton faz milagres com seu carro, Button esteve irreconhecível num tipo de corrida onde conquistou suas duas vitórias esses ano. O atual campeão definitivamente não se encontrou na nova pista da Coréia e ainda teve a falta de sorte como fator, pois quando colocou os pneus intermediários e podia ter alguma vantagem, veio o safety-car pelo acidente de Buemi, logo à sua frente, e todos os pilotos que vinham na ponta colocaram os corretos, destruindo a estratégia de Button, que passou a se arrastar no pelotão intermediário, terminando a corrida numa decepcionante 12º posição. Com Hamilton em 2º no Mundial, muito provavelmente a McLaren pedirá para Button trabalhar para ajudar o companheiro de equipe nessa reta final de campeonato. Muito pouco para quem chegou a liderar o certame e ainda procurava o bicampeonato.
Muito provavelmente a Mercedes terá sentimentos distintos na Coréia. Se vibrou com a melhor corrida do ano de Schumacher, lamentará o acidente de Nico Rosberg ainda no começo da corrida, quando o alemão ultrapassou Hamilton na relargada e vinha no mesmo ritmo do 3º colocado Alonso. Nico já havia impressionado na Classificação, quando colocou seu Mercedes em 5º, na frente de uma Ferrari e uma McLaren, mas o desempenho do alemão continuou na corrida, quando ultrapassou com autoridade Hamilton e vinha próximo a Alonso quando o destino lhe pregou uma peça. Webber errava à sua frente e após Alonso escapar, o australiano continuou escorregando para cima de Rosberg, que ainda foi para fora da pista para desviar, mas não teve jeito e foi atingido em cheio pela Red Bull descontrolada e terminava tristemente sua corrida com o sentimento de ‘se...’. Porém, Schumacher fez uma corrida interessante pela sua forma atual. Ultrapassou Button no início da corrida, esboçou um ataque em cima de Massa, manteve o desafeto Barrichello sob controle e fez uma corrida correta, sempre num bom ritmo e cuidando dos pneus, a ponto de ficar próximo a Massa no final da corrida, quando todos tinham sérios problemas com a borracha. O 4º lugar foi o melhor resultado do heptacampeão esse ano, junto com a corrida na Turquia, mas Schumacher provou que em condições difíceis, a velha magia ainda pode aparecer. Também ficou provado que Barrichello mentiu em seus seis anos de Ferrari, quando disse que se dava bem com Schumacher. Em 2010, ano da volta da até agora infeliz volta de Schumacher, Barrichello se especializou em falar mal do seu antigo companheiro de equipe, sugerindo coisas que eram totalmente contrários ao que dizia quando atuava na Ferrari. O brasileiro teria sido atrapalhado por Schumacher no Q2, que humildemente lhe pediu desculpas, mas Barrichello continuou seu rosário de lamentações para com o alemão. Na pista, Barrichello chegou a se aproximar de Schumacher, mas não pode atacá-lo e no final da prova foi um dos que tiveram problemas com pneus, perdendo algumas posições após uma rodada. O problema com os pneus afligiu de tal forma a Williams, que Nico Hülkenberg, que está com um pé fora da equipe por causa do dinheiro bolivariano-populista-ditatorial de Pastor Maldonado, fez uma segunda parada no final da corrida e até que valeu a pane, pois ganhou duas posições e ainda marcou um pontinho.
No pelotão intermediário, por sinal, não faltou ultrapassagens e acidentes. Se Vitantonio Liuzzi fez uma corrida decente e marcou pontos pela decadente Force Índia, Adrian Sutil esteve naquelas dias de menino-maluquinho e protagonizou inúmeras saídas de pista em tentativas destemperadas de ultrapassagens e o seu destino não podia ser outro do que sofrer um acidente ao tentar passar Kobayashi. O japonês da Sauber fez uma prova mais discreta e pragmática e mesmo com o toque com Sutil, ainda foi capaz de chegar em oitavo lugar, logo à frente de Nick Heidfeld, que mostra que tem plenas condições de assumir um cockpit em 2011. A Renault apareceu bem nos treinos livres, mas não foi tão bem na corrida. O 5º lugar de Kubica foi conseguido após uma prova em que se manteve o tempo todo atrás de Barrichello, mas quando o brasileiro teve problemas de pneus no final, o polonês não se fez de rogado e ultrapassou. Um bom resultado para Kubica, mas longe do brilho de outras apresentações. Pior mesmo foi Petrov. Quando Nelsinho fazia alguma cagada na pista, a TV logo mostrava a cara que fazia Briatore no pit-wall. Quando Petrov destruiu seu carro na curva 18, após fazer uma belíssima corrida de recuperação e estar até mesmo à frente de Kubica, a TV teve o sórdido cuidado de mostrar a expressão de Eric Bouiller, chefão da equipe Renault, nos boxes. Piquetzinho durou um ano e meio. Será que o dinheiro de Petrov o segurará por mais tempo? A Toro Rosso estava pontuando com Alguersuari até perto do fim da prova, quando foi ultrapassado por Hülkenberg e saiu da zona de pontuação, mas o segundo time da Red Bull está longe de ter bons resultados no momento, ainda mais quando Buemi sai de suas características e bate bizonhamente na Virgin de Timo Glock numa tentativa de ultrapassagem. Os times nanicos chegaram a sonhar com a zona de pontuação com tantos abandonos, mas a Virgin também perdeu Lucas di Grassi quando o brasileiro, que necessita urgentemente mostrar serviço para segurar seu emprego, perdeu o controle, além da Lotus, que também viu Jarno Trulli abandonar após um toque com Bruno Senna. O brasileiro sobreviveu ao incidente e ainda encontrou tempo de se livrar do mico de ter sido superado por Sakon Yamamoto, deixando o último lugar para o japonês.
A corrida da Coréia do Sul quase não é realizada, primeiro por causa do atraso das obras, depois com uma inesperada chuva forte que atrasou o início da corrida e quando o pódio foi realizado, já estava de noite e os pilotos mal enxergavam no final da corrida, enquanto aqui no Brasil, já era 6 da manhã. Fernando Alonso não se arrependeu dessa sua passagem pela Coréia e surge como principal favorito para faturar o título. Para quem pensa que nada de ruim ocorreu com o espanhol em 2010, devemos nos lembrar de um motor quebrado na Malásia e de duas rodadas na Inglaterra e na Bélgica. E ainda assim Alonso está em vantagem no campeonato, muito pelos vários incidentes ocorridos com seus adversários. Hamilton terá que tirar coelhos da cartola após seus dois abandonos por erros próprios na Itália e em Cingapura. Se ainda quiser sair do prejuízo e escapar de ficar marcada de perder o título com o melhor carro destacado do ano, a Red Bull provavelmente terá que apostar em Mark Webber, algo que a Ferrari fez lá atrás e hoje colhe os frutos. A ressaca foi braba para os rivais, mas Alonso curte uma deliciosa e decisiva vitória e está a ponto de conquistar seu tricampeonato, entrando definitivamente na história da F1 como um dos grandes da categoria.
Todos tinham muito receio sobre a realização ou não da corrida na Coréia, pois o autódromo não estava pronto (e realmente não estava), mas o problema que quase cancelou a corrida no extremo oriente foi por causa da natureza. A pequena chance de chuva se tornou real no domingo e a precipitação veio com força, atrasando a corrida por mais de uma hora, contando as incontáveis voltas atrás do safety-car. Numa pista que nunca secou de verdade, as ultrapassagens ocorreram aos montes, assim como os acidentes e a primeira vítima começou a delinear o campeonato. Logo nas primeiras voltas, enquanto perseguia Sebastian Vettel, Mark Webber encostou na linha branca molhada, saiu pela zebra e perdeu o controle do seu Red Bull, batendo de leve no muro externo. Apesar do pneu furado, talvez ainda houvesse esperança para o australiano, mas o carro de Webber escorregou pela pista molhada e atingiu em cheio Nico Rosberg, destruindo a corrida de ambos.
O incidente de Webber foi a primeira dose de sorte de Alonso. O espanhol vinha logo atrás do australiano quando ele perdeu o controle, mas Alonso teve a consciência em frear na hora certa e viu o Red Bull do seu rival ao campeonato atravessar a pista na sua frente. Fernando passou incólume rumo ao segundo lugar e passou a sombrear Vettel, mas antes da Ferrari ainda dificultaria a vida do espanhol, quando errou num pit-stop e deixou Alonso em terceiro após a terceira entrada do safety-car. Porém, Alonso estava no seu dia. Hamilton acabou errando na freada na primeira curva e Alonso, como experiente campeão como é, aproveitou a chance e retornou ao segundo lugar. O espanhol ficava próximo de Vettel, mas não atacava o alemão. A prova chegava ao seu final e Alonso se aproximava do rival, mas o destino quis que aquela corrida fosse do bicampeão mundial. Vettel, sem aviso, teve o seu motor quebrado espetacularmente e Alonso, com poucas voltas para o fim, tinha a corrida ganha, já que Hamilton teve problemas sérios de pneus no final da corrida. Muita gente está torcendo contra, mas o fato é que Alonso e a Ferrari têm a experiência mais do que suficiente para segurar o rojão nas duas corridas finais e conquistarem o título juntos logo em sua primeira temporada juntos. O espanhol fez uma corrida de espera, onde os três pilotos que estavam à sua frente hoje se atrapalharam e Alonso se aproveitou com maestria. O piloto da Ferrari conseguiu a incrível marca de quatro vitórias nas últimas oito corridas da temporada, juntamente com outros três pódios e saiu da incômoda quinta posição até o Grande Prêmio da Alemanha para assumir a ponta do campeonato na hora certa. Tirando a rodada em Spa, nada deu errado para Alonso, mas como vimos com Vettel, a administração de motores pode ser crucial e o espanhol não tem mais novos motores a disposição sem lhe for conferida uma punição. Porém, Alonso e Ferrari têm a tarimba suficiente para driblar esse problema. Massa fez uma corrida muito parecida com a de Alonso, ou seja, esperou os pilotos à sua frente errar. Porém, o brasileiro teve que lhe dar com os ataques de Button e Schumacher nas primeiras voltas e depois fez uma corrida solitária, onde não atacou e não foi atacado por ninguém. O terceiro lugar pode dar um pouco mais de confiança ao brasileiro, mas a perspectiva de um título de Alonso pode ser muito prejudicial a Massa no futuro, pois ao contrário de Raikkonen em 2007, o espanhol não parece muito relaxado.
A Red Bull teve dois abandonos que, se fossem com os pilotos trocados, teria mais sentido. Vettel passou o ano errando e fazendo besteiras, algo que lhe custou o título claramente, mas nas últimas etapas o alemão vinha sendo impecável, sem cometer seus erros infantis e estava a ponto de assumir a liderança do Mundial num momento crucial, onde a Ferrari já havia pedido a Alonso para não ser muito agressivo naquelas últimas voltas, o motor Renault, que tantos problemas deu a Red Bull em 2009, abriu o bico já no final da prova. O alemão ainda deu um discreto sorriso, pois pela primeira vez nesse ano ele abandonou uma corrida em que não foi o principal culpado. Mais cruel foi Webber. Ao contrário do companheiro de equipe, Mark fazia uma temporada regular, longe dos erros e liderava o campeonato mais por só ter abandonado uma corrida (no espetacular acidente em Valencia) do que pela velocidade que vinha mostrando. Numa pista muito molhada, na cômoda posição de 2º colocado atrás de Vettel, com toda uma corrida pela frente, Webber errou de forma até mesmo banal e saiu da corrida ainda no seu começo. A cara do australiano após a prova entregava sua frustração, pois os resultados lhe derrubaram para o 2º lugar do Mundial e com 34 anos de idade, não é segredo que essa chance pode ser a última de Webber de ser o 3º australiano a ser Campeão Mundial de F1. Com duas corridas faltando para o fim do campeonato, a Red Bull pode ter que tomar a decisão de apostar unicamente em algum piloto, no caso, em Webber. Porém, é frustrante para uma equipe ter o melhor carro do ano e faltando duas provas ver seus pilotos em 2º e 4º no Mundial de Pilotos.
Lewis Hamilton tinha que encarar a verdade que sua McLaren não tinha a menor condição de lutar pela vitória e por isso, em condições variáveis, onde o time prateado se destacou, o inglês implorava para que o safety-car saísse logo e a corrida de verdade começasse. Porém, a aposta de Hamilton não deu muito certo com algumas posições perdidas nas relargadas e se Massa tivesse um pouquinho mais de ambição, poderia ter ajudado ainda mais Alonso na briga pelo título. Porém, o segundo lugar foi comemorado pela McLaren, pois Hamilton não sabia o que era um bom resultado desde a vitória em Spa e agora em 3º lugar no Mundial, poderá ter uma chance remota de título, mesmo com um carro claramente inferior aos demais. Num campeonato cheio de erros, Lewis lamentará bastante seus erros em Monza e Cingapura. Se Hamilton faz milagres com seu carro, Button esteve irreconhecível num tipo de corrida onde conquistou suas duas vitórias esses ano. O atual campeão definitivamente não se encontrou na nova pista da Coréia e ainda teve a falta de sorte como fator, pois quando colocou os pneus intermediários e podia ter alguma vantagem, veio o safety-car pelo acidente de Buemi, logo à sua frente, e todos os pilotos que vinham na ponta colocaram os corretos, destruindo a estratégia de Button, que passou a se arrastar no pelotão intermediário, terminando a corrida numa decepcionante 12º posição. Com Hamilton em 2º no Mundial, muito provavelmente a McLaren pedirá para Button trabalhar para ajudar o companheiro de equipe nessa reta final de campeonato. Muito pouco para quem chegou a liderar o certame e ainda procurava o bicampeonato.
Muito provavelmente a Mercedes terá sentimentos distintos na Coréia. Se vibrou com a melhor corrida do ano de Schumacher, lamentará o acidente de Nico Rosberg ainda no começo da corrida, quando o alemão ultrapassou Hamilton na relargada e vinha no mesmo ritmo do 3º colocado Alonso. Nico já havia impressionado na Classificação, quando colocou seu Mercedes em 5º, na frente de uma Ferrari e uma McLaren, mas o desempenho do alemão continuou na corrida, quando ultrapassou com autoridade Hamilton e vinha próximo a Alonso quando o destino lhe pregou uma peça. Webber errava à sua frente e após Alonso escapar, o australiano continuou escorregando para cima de Rosberg, que ainda foi para fora da pista para desviar, mas não teve jeito e foi atingido em cheio pela Red Bull descontrolada e terminava tristemente sua corrida com o sentimento de ‘se...’. Porém, Schumacher fez uma corrida interessante pela sua forma atual. Ultrapassou Button no início da corrida, esboçou um ataque em cima de Massa, manteve o desafeto Barrichello sob controle e fez uma corrida correta, sempre num bom ritmo e cuidando dos pneus, a ponto de ficar próximo a Massa no final da corrida, quando todos tinham sérios problemas com a borracha. O 4º lugar foi o melhor resultado do heptacampeão esse ano, junto com a corrida na Turquia, mas Schumacher provou que em condições difíceis, a velha magia ainda pode aparecer. Também ficou provado que Barrichello mentiu em seus seis anos de Ferrari, quando disse que se dava bem com Schumacher. Em 2010, ano da volta da até agora infeliz volta de Schumacher, Barrichello se especializou em falar mal do seu antigo companheiro de equipe, sugerindo coisas que eram totalmente contrários ao que dizia quando atuava na Ferrari. O brasileiro teria sido atrapalhado por Schumacher no Q2, que humildemente lhe pediu desculpas, mas Barrichello continuou seu rosário de lamentações para com o alemão. Na pista, Barrichello chegou a se aproximar de Schumacher, mas não pode atacá-lo e no final da prova foi um dos que tiveram problemas com pneus, perdendo algumas posições após uma rodada. O problema com os pneus afligiu de tal forma a Williams, que Nico Hülkenberg, que está com um pé fora da equipe por causa do dinheiro bolivariano-populista-ditatorial de Pastor Maldonado, fez uma segunda parada no final da corrida e até que valeu a pane, pois ganhou duas posições e ainda marcou um pontinho.
No pelotão intermediário, por sinal, não faltou ultrapassagens e acidentes. Se Vitantonio Liuzzi fez uma corrida decente e marcou pontos pela decadente Force Índia, Adrian Sutil esteve naquelas dias de menino-maluquinho e protagonizou inúmeras saídas de pista em tentativas destemperadas de ultrapassagens e o seu destino não podia ser outro do que sofrer um acidente ao tentar passar Kobayashi. O japonês da Sauber fez uma prova mais discreta e pragmática e mesmo com o toque com Sutil, ainda foi capaz de chegar em oitavo lugar, logo à frente de Nick Heidfeld, que mostra que tem plenas condições de assumir um cockpit em 2011. A Renault apareceu bem nos treinos livres, mas não foi tão bem na corrida. O 5º lugar de Kubica foi conseguido após uma prova em que se manteve o tempo todo atrás de Barrichello, mas quando o brasileiro teve problemas de pneus no final, o polonês não se fez de rogado e ultrapassou. Um bom resultado para Kubica, mas longe do brilho de outras apresentações. Pior mesmo foi Petrov. Quando Nelsinho fazia alguma cagada na pista, a TV logo mostrava a cara que fazia Briatore no pit-wall. Quando Petrov destruiu seu carro na curva 18, após fazer uma belíssima corrida de recuperação e estar até mesmo à frente de Kubica, a TV teve o sórdido cuidado de mostrar a expressão de Eric Bouiller, chefão da equipe Renault, nos boxes. Piquetzinho durou um ano e meio. Será que o dinheiro de Petrov o segurará por mais tempo? A Toro Rosso estava pontuando com Alguersuari até perto do fim da prova, quando foi ultrapassado por Hülkenberg e saiu da zona de pontuação, mas o segundo time da Red Bull está longe de ter bons resultados no momento, ainda mais quando Buemi sai de suas características e bate bizonhamente na Virgin de Timo Glock numa tentativa de ultrapassagem. Os times nanicos chegaram a sonhar com a zona de pontuação com tantos abandonos, mas a Virgin também perdeu Lucas di Grassi quando o brasileiro, que necessita urgentemente mostrar serviço para segurar seu emprego, perdeu o controle, além da Lotus, que também viu Jarno Trulli abandonar após um toque com Bruno Senna. O brasileiro sobreviveu ao incidente e ainda encontrou tempo de se livrar do mico de ter sido superado por Sakon Yamamoto, deixando o último lugar para o japonês.
A corrida da Coréia do Sul quase não é realizada, primeiro por causa do atraso das obras, depois com uma inesperada chuva forte que atrasou o início da corrida e quando o pódio foi realizado, já estava de noite e os pilotos mal enxergavam no final da corrida, enquanto aqui no Brasil, já era 6 da manhã. Fernando Alonso não se arrependeu dessa sua passagem pela Coréia e surge como principal favorito para faturar o título. Para quem pensa que nada de ruim ocorreu com o espanhol em 2010, devemos nos lembrar de um motor quebrado na Malásia e de duas rodadas na Inglaterra e na Bélgica. E ainda assim Alonso está em vantagem no campeonato, muito pelos vários incidentes ocorridos com seus adversários. Hamilton terá que tirar coelhos da cartola após seus dois abandonos por erros próprios na Itália e em Cingapura. Se ainda quiser sair do prejuízo e escapar de ficar marcada de perder o título com o melhor carro destacado do ano, a Red Bull provavelmente terá que apostar em Mark Webber, algo que a Ferrari fez lá atrás e hoje colhe os frutos. A ressaca foi braba para os rivais, mas Alonso curte uma deliciosa e decisiva vitória e está a ponto de conquistar seu tricampeonato, entrando definitivamente na história da F1 como um dos grandes da categoria.
A chuva não nos deixou ver o que é possível fazer na Coréia... Uma pena. A pista me pareceu bem legal desta vez.
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