quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Parada

Pessoal, essa semana estava programada para falar sobre as corridas da Indy e MotoGP, GP da Holanda de 1981 e uma bio de Olivier Panis. Porém, como nem tudo que a gente planeja acontece, irei dar uma parada por falta de inspiração, pois meus pensamentos estão focados em outras coisas mais importantes. Assim que melhorar, ainda falo sobre Panis e, quem sabe, MotoGP no domingo. Até a próxima!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Figura(BEL): Michael Schumacher

Em um final de semana comemorativo, Michael Schumacher conseguiu uma corrida digna dos seus melhores dias e o fez no seu palco favorito. Spa-Francorchamps deu ao alemão a chance de estrear, conseguir a primeira vitória, quebrar o recorde de vitória de Alain Prost, definir o seu último campeonato e ontem, uma de suas melhores provas. No auge da carreira, muitos acusavam Schumacher de que o alemão não sabe ultrapassar, mas com um carro longe de ser competitivo, Schummy mostrou seu talento adormecido, nos últimos tempos. Após sofrer um esquisito acidente no sábado, Schumacher largou em último e de forma incrível, pulou de 24º para 13º ainda na primeira volta, fazendo várias ultrapassagens enquanto subia de posição ao longo da corrida. Seu ritmo durante a prova e a forma como usou a estratégia para lhe auxiliar o fez terminar a corrida em quinto, à frente do seu companheiro de equipe que largou dezenove posições acima. Dificilmente Michael Schumacher irá vencer uma corrida em sua volta à F1, mas algumas de suas demonstrações mostram bem que o talento de Schumacher também aparece em condições dificéis e desafiadoras.

Figurão(BEL): Toro Rosso

Enquanto a matriz conseguia uma convicente dobradinha para calar os críticos e mostrar que a Red Bull ainda tem o melhor carro, a filial Toro Rosso só teve o que lamentar no final da corrida em Spa-Francorchamps. Justamente na prova com mais potencial para o pequeno time italiano. Jaime Alguersuari e Sebastien Buemi tiveram um ótimo final de semana até o sábado, quando ambos colocaram o STR05 entre os dez primeiros em todos os treinos, seja na chuva ou no sol. Isso permitiu a Alguersuari conseguir um ótimo sexto lugar no grid (o melhor da carreira do espanhol e da Toro Rosso no ano) e Buemi ficou muito próximo de ir para o Q3, perdendo a vaga por uma margem mínima. Contudo, a Classificação acabaria sendo o último momento de alegria da Toro Rosso. Logo na primeira curva, Alguersuari foi albaroado por Bruno Senna e o espanhol estava com a corrida terminada ali. Como compensação, Buemi pulou para sexto na largada e o suíço vinha num bom ritmo quando foi atingido na traseira pela Sauber de Sérgio Pérez, quebrando a asa traseira e com a impossibilidade de conserto, a Toro Rosso tinha sua melhor corrida em potencial acabada por erros alheios e pontos preciosos foram pelo ralo.

domingo, 28 de agosto de 2011

Na corrida anormal, um resultado normal

Depois dos treinos e do histórico em Spa-Francorchamps, a expectativa de uma corrida espetacular era grande para hoje, mas a verdade foi que a prova deste domingo foi interessante e cheia de alternativas, porém, abaixo das expectativas do que todos imaginavam. Sebastian Vettel não venceu de ponta a ponta e provavelmente foi sua vitória em que mais ultrapassagens o alemão fez, contudo a vitória sempre pareceu nas mãos do piloto da Red Bull, bolhas nos pneus à parte. E para comprovar que a Red Bull ainda tem o melhor carro da temporada, Mark Webber se recuperou de outra má largada para completar a dobradinha do time virtual Campeão Mundial de Construtores.



Ao contrário do que Galvão sempre diz sobre Spa, as nuvens negras estavam nos céus belgas, mas a chuva não fez parte do repertório da corrida de hoje, ao contrários dos dois dias anteriores. A largada foi um dos pontos altos, com Mark Webber ficando mais uma vez para trás e Nico Rosberg conseguindo um excelente arranque vindo do quinto lugar, subindo para segundo e depois para a ponta, numa bela ultrapassagem sobre Vettel no final da reta Kemel. Porém, não demorou para o jovem alemão da Red Bull conseguir dar o troco no compatriota e controlar a corrida a seu bel-prazer, mesmo com o susto das constantes bolhas dos pneus dianteiros, a ponto de Vettel ter que fazer duas paradas em quatorze voltas. Mesmo perdendo a liderança em diferentes pontos da corrida (para Alonso no período de safety-car e depois para Button quando Vettel fez sua última parada), o atual líder do campeonato sempre pareceu ter a corrida nas mãos e no momento em que ultrapassou Alonso e abriu 7s de vantagem, a corrida em Spa estava no papo. Com a sexta vitória na temporada, Sebastian Vettel já começa a fazer as contas de onde será campeão. Ou melhor, bicampeão. Com mais uma péssima largada, Mark Webber resolveu tentar uma nova estratégia e com os pneus macios tendo problemas com bolhas, o australiano passou boa parte da corrida com os pneus médios, usados em pouquíssimas ocasiões dentro do final de semana belga. A aposta, arriscada, por sinal, acabou dando certo e Webber não apenas parou uma vez menos que seu companheiro de equipe, como também não perdeu tanto ritmo e fez uma bela corrida de recuperação, ultrapassando Alonso no final da corrida para completar a dobradinha da Red Bull. Aniversariando ontem e com o contrato renovado para 2012, Mark Webber também começa a ser o vice-líder destacado e com a excelente temporada de Vettel, o vice-campeonato, melhor posição do australiano na sua carreira na F1, é tudo que ele pode querer.



Porém, em termos de corrida de recuperação, Jenson Button foi ainda melhor. A finesse como Button faz suas corridas chega a impressionar e as críticas sobre seu título em 2009 começam a dissipar na maneira em como o inglês consegue transformar corridas aparentemente perdidas em ótimos resultados. Largando em 13º e com a asa traseira avariada após os toques na primeira curva, Button provavelmente não esperava subir ao pódio no final do dia. Porém o inglês utilizou sua pilotagem limpa para não apenas cuidar dos seus pneus, como também fazer ultrapassagens lisas como seda. Rapidamente entre os primeiros, Button ultrapassou Sutil, Massa e Rosberg com imensa facilidade, utilizando pneus médios, enquanto os adversários usavam os pneus macios. Mais rápido na pista, conseguiu alcançar Alonso nas últimas voltas e subiu ao terceiro lugar. Não faltou o que dissesse que Button tinha sido um campeão medíocre, mas sua ida a McLaren, feudo de Lewis Hamilton, fez com que a pilotagem de Button ficasse ainda melhor e hoje é um dos grandes pilotos de uma geração que no futuro será lembrada como uma das melhores da F1. Falando em Hamilton, o inglês sofreu um acidente assustador no final da reta Kemel ao se tocar com Kamui Kobayashi e após destruir o guard-rail, o inglês até parecia desmaiado pelo impacto, mas Hamilton saiu sozinho do seu McLaren e pela cara de poucos amigos nos boxes, ele tendia a acusar Kobayashi, mas o piloto da Sauber nada podia fazer quando Hamilton veio para cima dele no final da reta, tentando a melhor tangência. Mas havia a Sauber de Kobayashi ocupando aquele espaço...



A Ferrari apostou em fazer um acerto de pista seca na molhada Classificação de ontem e parecia se dar bem com o rápido avanço dos seus pilotos no começo da corrida, com destaque para Alonso, que subiu de 8º para 3º em poucas voltas. Porém, isso se mostrou fogo de palha e mesmo com o espanhol fazendo outra corrida aguerrida, a Ferrari ficou longe da vitória e Alonso ainda seria ultrapassado por Button no final da prova. Ficou claro que os pneus médios não funcionaram para o time vermelho e foi assim que Alonso caiu de 2º para 4º, mas a grande verdade é que a Ferrari já tende a pensar em 2012. Felipe Massa teve outra corrida para esquecer (será que ele lembrará de alguma esse ano...?) e após ficar empacado atrás de Nico Rosberg, o brasileiro teve um pneu furado no final da prova e por muito pouco ficou fora dos pontos. Enquanto Alonso vai e passa seus adversários, Massa passa tempo demais para executar suas manobras. Quando o faz. Essa é a diferença entre Alonso, um bicampeão, em busca frenética pelo tri e por outras vitórias este ano, de Massa, sem pódio e com o contrato até o próximo ano, com a Ferrari tendo uma paciência inédita com ele. Entre os vários destaques da corrida de hoje, não se pode negar que Michael Schumacher foi o cara da prova, ainda mais pelas circunstâncias deste final de semana de comemorações. Correndo em sua sala de estar, como o próprio alemão se refere a Spa, Schumacher fez uma corrida de recuperação sensacional, onde saiu da última posição para quinto lugar, inclusive ultrapassando seu mais jovem companheiro de equipe nas últimas voltas e que largou dezenove (!) posições à sua frente. Quando vencia tudo, muitas acusavam Schumacher de não saber ultrapassar e que só vencia corridas fáceis, mas nessa sua volta, até agora sem sentido, Schummy está se destacando exatamente em provas complicadas e onde sua experiência tem sido fundamental para subir de posições e conseguir pontos cruciais para a Mercedes, enquanto o time germânico não consegue fazer um carro compatível ao orçamento e o motor que tem. Rosberg apareceu bem ao efetuar uma ótima largada e conseguir ultrapassar Vettel ainda na primeira volta, mas quando o seu compatriota conseguiu dar o troco nas voltas seguinte, a carruagem prateada de Rosberg virou abóbora e o alemão ainda foi ultrapassado por Schumacher nas voltas final. Se não der logo uma guinada na carreira, Nico corre o sério risco de se tornar um Heidfeld da vida...



Nas demais posições pontuáveis, destaque para Adrian Sutil, que se recuperou do acidente de ontem para ser o sétimo colocado, conseguindo outros bons pontos para a Force Índia, que tradicionalmente anda bem em Spa. Mesmo fazendo uma boa temporada de estréia, Paul di Resta já curte um bom tempo sem marcar pontos, enquanto Sutil segue constantemente na zona de pontuação. Pastor Maldonado foi outro a engrenar uma belíssima corrida de recuperação e saindo da 21º posição, o venezuelano subiu para décimo e marcou seu primeiro ponto na F1, superando Barrichello, que fez uma corrida básica, mas acabou batendo na traseira de Kobayashi no final, indo aos boxes e ficando atrás até mesmo das duas Lotus. Rubens, 315 corridas nas costas, cometeu um erro de principiante e começa a ver sua passagem na Williams, que precisa de dinheiro, ameaçada. Vitaly Petrov, da posição onde largou, fez o arroz-com-feijão e conseguiu pontuar mais uma vez com a Renault, mesmo não conseguindo ultrapassar Sutil no final. O russo faz uma temporada boa pelo potencial do seu carro e mostrou grande evolução da sua péssima temporada de estréia. Claro que a prova de Bruno Senna foi pífia, vide o que fez ontem na Classificação, mas o piloto mostrou um bom potencial e sua falha na primeira curva foi meramente por falta de tempo de corrida, já que passou tempo demais sem saber o que é largar e fazer uma difícil primeira curva como é a Surcis. Claro que Jaime Alguersuari, atingido por Senna e com a potencial grande corrida destruída na primeira curva, não pensará assim e tem bons motivos para reclamar do brasileiro, enquanto a Toro Rosso, que tinha ótimas chances de fazer a melhor corrida da temporada, ainda viu Buemi, que vinha em 6º, abandonar com a asa traseira quebrada, não se sabe bem como. Kobayashi quebrou um pedaço da asa na largada, se envolveu no forte acidente com Hamilton e ainda foi tocado por Barrichello no final. Ou seja, o japonês não pode reclamar de falta de emoção durante a corrida de hoje, mesmo com o seu Sauber não sendo competitivo hoje, como provou Pérez, que largou numa boa posição, mas em nenhum momento teve sossego, sempre tendo que se defender até abandonar. Depois da boa exibição de Kovalainen ontem, a expectativa era se a Lotus faria outro brilhareco na corrida, mas tudo foi por água abaixo quando os carros verdes se tocaram na primeira curva e ficaram no lugar de sempre. Longe das equipes médias, mas bem à frente das demais equipes nanicas, com a Virgin superando a Hispania.



A corrida não teve a emoção esperada, mas não deixou de ser emocionante, bem na média das corridas desta temporada. Ao contrário do que ocorria até o ano passado, quando o safety-car sempre trazia emoção as corridas, quando o Mercedes dirigido por Bernd Maylander entrou na pista após o acidente de Hamilton, a corrida deu uma esfriada e Vettel seguiu impávido rumo a mais uma vitória na temporada e o bicampeonato é apenas questão de quando e aonde.

sábado, 27 de agosto de 2011

Que treino!





O fato da classificação em Spa ter sido a melhor do ano é, perdão do trocadilho, chover no molhado. A pista belga é tradicional em nos presentear com um clima pra lá de maluco a ponto dos pilotos terem utilizado os três tipos de pneus na uma hora de duração da sessão. Porém, o que não mudou nesse agitado e surpreendente treino classificatório foi mais uma pole position de Sebastian Vettel, que continuou com o domínio da Red Bull nos sábados e volta a pontear na F1 depois de muito tempo.



Após um longo verão, a F1 voltou com força total para uma de suas corridas mais tradicionais e esperadas do ano. Spa e seu clima em constante movimento sempre nos trás corridas boas e surpresas. E o que não faltou foram surpresas! Logo de cara, Michael Schumacher teve um pneu voando em sua primeira volta na pista e ‘comemorará’ seus 20 anos de F1 largando em último, exatamente 17 lugares atrás em relação a 1991. Com a pista molhada, mas fazendo sol, os tempos despencaram ao longo dos vinte minutos de treino e a primeira surpresa foi Heikki Kovalainen conseguir um excelente tempo quando a chuva já se fazia presente e ter conseguido um lugar no Q2, desalojando o bom Paul di Resta, que rodou em sua última tentativa. Por sinal, numa pista que sempre trouxe boas recordações, a Force Índia teve um dia para esquecer, pois Adrian Sutil, andando muito bem, acabou se acidentando e provocando uma bandeira vermelha no Q2.



Já no Q2, com pista novamente melhorando com o tempo, o final foi frenético e de forma inacreditável, Jenson Button resolveu assistir tudo dos boxes e como resultado acabou em 13º e tendo que fazer uma corrida de recuperação amanhã. Corrida vindo de trás, chuva... Button é um piloto a ser observado amanhã! Já o outro piloto da McLaren foi protagonista da polêmica do dia quando, Lewis Hamilton conseguiu o melhor tempo do Q2 após dar um chega-pra-lá em Pastor Maldonado na última curva. Quando ambos completaram as suas voltas, Hamilton e Maldonado se tocaram, vide que ambos já se estranharam em Monte Carlo, o que custou os pontos para o piloto da Williams. Aparentemente o venezuelano jogou seu carro em cima de Hamilton, mas como o inglês não é santo, uma punição é bom provável.



No Q3, com sol, os pilotos foram para os pneus slicks. E Vettel, até então discreto, levando tempo de Webber, mostrou o seu conhecido talento e numa disputa interessante com Webber e Hamilton, conseguiu uma volta sensacional, colocando meio segundo em cima do piloto da McLaren e um segundo completo em cima do companheiro de equipe. Um verdadeiro boqueirão! Depois de um tempo na obscuridade, Vettel voltou a mostrar sua velocidade estonteante quando realmente precisava. Mais uma pole para o alemão e mais uma pole para a Red Bull, que continua dominante nos sábados. A Ferrari não brigou com a Red Bull e Alonso fez um treino irreconhecível, levando tempo de Massa novamente. Alguersuari começa a superar as expectativas e colocou seu Toro Rosso numa ótima posição, demonstrando que o espanhol pode ser o substituto de Mark Webber num futuro próximo, já que 2012 o australiano ficará mais um ano na equipe da Red Bull. Pérez foi outro a mostrar um ótimo ritmo ao fazer uma boa classificação, mas o nome do treino foi Bruno Senna.



Descontando a provável babação global, Bruno Senna foi incrível em sua estréia num carro realmente competitivo. Muito mais rápido do que Petrov na chuva, o brasileiro também mostrou seu potencial no seco e superou o russo na sua primeira Classificação com a Renault. Bruno foi rápido num circuito especial como Spa e mesmo vários meses sem andar continuamente com um F1, o brasileiro impressionou neste seu retorno à F1. Tudo isso contribuiu para que Nick Heidfeld ficasse numa situação ainda mais incomoda, pois Bruno Senna chamou muito mais atenção em dois dias nesta temporada do que todo o ano do opaco alemão. Amanhã a corrida tende a ser emocionante, pois o clima instável de hoje pode muito bem se repetir amanhã e a corrida ser uma enorme loteria. Para os pilotos, péssimo. Para nós, sensacional!


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Schummy, 20



O destino quando quer fazer seus caprichos, ele é implacável. A Jordan fazia uma ótima temporada de estréia na F1 e Bertrand Gachot fazia sua melhor temporada na categoria. O belga já tinha marcado alguns pontos, mas um julgamento por uma briga de trânsito em Londres estava marcado para julho de 1991. De forma surpreendente, a corte inglesa decidiu prender Gachot nas vésperas da corrida caseira do belga. Eddie Jordan precisava de um novo piloto e tentou Stefan Johansson, que já tinha feito uma corrida pela Arrows naquela temporada substituindo Alex Caffi no Canadá. Porém, além da experiência do sueco, Jordan necessitava ainda mais de dinheiro e de forma súbita, a Mercedes lhe ofereceu 300 mil dólares para fazer a estréia de um dos seus protegidos.

A montadora germânica tinha três pilotos na sua equipe como júniores no time da Sauber do Mundial de Esporte-Protótipos: Heinz-Harald Frentzen, Karl Wendlinger e Michael Schumacher, todos protagonistas do campeonato alemão de F3 de 1990, vencido pelo último por margem mínima. Mesmo tendo conquistado o certame germânico e a prova de Macau, talvez Schumacher não chamasse tanta atenção quanto Wendlinger e Frentzen, principalmente. Contudo, quando a Mercedes comprou uma vaga no cockpit da Jordan para o Grande Prêmio da Bélgica de 1991 em Spa, os alemães optaram por Schumacher. E sem conhecer a traiçoeira pista de Spa-Francorchamps, Michael iniciava uma carreira que começou com linhas tortas, mas que o tornaria uma lenda do esporte mundial.

Schumacher mostrou seu talento de forma espantosa, superando seu experiente companheiro de equipe Andrea de Cesaris nos treinos e se colocando em sétimo no grid, melhor posição da Jordan em seu já bom ano de estréia. A verdade foi que Schumacher tinha um ótimo carro em mãos naquele final de semana e isso não ficaria claro com seu desempenho (abandonou ainda na 1º volta com a embreagem pifada), mas pelo desempenho de De Cesaris. No final da corrida, o italiano estava em 3º lugar e alcançando o duo da McLaren, com ambos os pilotos tendo problemas em seus carros. Quando o Jordan teve o motor quebrado já nas voltas finais, houve um grande sentimento de alívio na McLaren, exemplificado com o vencedor Senna, que recebeu a bandeirada com seu câmbio não durando mais uma única volta.

Apesar da boa atuação de Andrea de Cesaris, o que importou naquele final de semana belga, realizado 20 anos atrás, foi a estréia de um alemão que mudaria a face da F1 para sempre. Por uma incrível coinscidência, Michael Schumacher correu ao lado de Ayrton Senna, vencedor daquela corrida, e hoje corre com o sobrinho dele, que reestréia em Spa..

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O rebelde dos ralis

As corridas são capazes de criar ídolos e mitos que muitas vezes não se explicam apenas por títulos e vitórias. Exemplos existem aos montes. Na F1, há Gilles Villeneuve e suas seis vitórias. No Mundial de Motovelocidade, há Jarno Saarinen e seu solitário título nas 350cc. Hoje, iremos conhecer um pouco mais sobre este personagem no Mundial de Rally: o finlandês Henri Toivonen. Vindo do país dos rallys, Toivonen tinha um estilo de pilotagem tão selvagem e audacioso que muitas vezes isso não resultava em eficiência e seus parcos números não mostram com clareza todo o talento deste piloto finlandês. Se estivesse vivo, Toivonen estaria completando 55 anos no dia de hoje e por isso vamos ver a rápida e impressionante carreira deste piloto que se tornou um ícone do rally nos anos 80.



Henri Pauli Toivonen nasceu no dia 25 de agosto de 1956 em Jyväskyla, na Finlândia e seu amor pelas corridas não demorou a aflorecer por inúmeros motivos. Primeiro, por que Jyväskyla é uma das sedes do tradicional Rally dos 1000 Lagos, a hoje etapa finlandesa do Mundial de Rally. E depois por que seu pai, Pauli Toivonen, foi um dos grandes pilotos de rally dos anos 60 e 70, se tornando Campeão Europeu em 1968 e vencendo vários rally famosos, como o Rally do RAC, o Rally de Acrópole e um controverso Rally de Monte Carlo. Juntamente com seu irmão Harri, que se tornaria piloto também, mas no asfalto, Henri Toivonen começou muito cedo a correr, com apenas cinco anos, mas no kart. Rapidamente Henri se torna um dos grandes pilotos de kart na Finlândia e chegou a conquistar o Campeonato Finlandês de Turismo, se mudando para a F-Vee em 1977, para ser campeão finlandês e vencer corridas no certame europeu. Porém, a família Toivonen se caracterizou por correr nos rallys e rapidamente Henri começava a se aventurar pelas corridas fora do asfalto, participando do seu primeiro Rally dos 1000 Lagos em 1975. Mesmo o rally não sendo muito seguro, os anos 70 foi um dos mais mortíferos dos esportes a motor, particularmente na F1 e por isso Henri Toivonen se mudou definitivamente para os rallys no final de 1976. Para financiar sua empreitada, Henri vendeu um dos seus karts a um casal que queria presentear seu filho pelo seu aniversário de nove anos. O nome garoto era Mika Hakkinen...



Com apenas 21 anos Henri participa pela terceira vez do seu rally local e com um Chrysler Avemger, chega num surpreendente quinto lugar, chamando a atenção dos vários chefes de equipe de então, que o convida a correr em rallys isolados durante os próximos meses. Em sua primeira etapa do recém-criado Mundial de Rally fora da Finlândia, Toivonen consegue um impressionante segundo lugar no Rally do Ártico, ficando entre os dois mitos finlandeses Markku Allen e Ari Vatanen. Rapidamente, Toivonen estaria entre eles... Em 1979 Henri participa em etapas do Campeonato inglês, finlandês e europeu de rally, conseguindo várias vitórias e mostrando uma impetuosidade impressionante, fazendo com que a Talbot o contratasse como piloto oficial do Mundial de Rally em 1980. Porém, o seu carro, o Sunbean Lotus, não era páreo ao espetacular e inesquecível Audi Quattro A1, mas isso não impede de Toivonen de conseguir algumas exibições espetaculares, sempre fazendo misérias com sua pilotagem cheia de improvisos. Porém, isso lhe trouxe alguns acidentes e mudanças de navegadores durante o ano. Foram três em 1980: Antero Lindqvist, Paul White e Neil Wilson. Apesar dos vários problemas, Henri Toivonen consegue uma incrível e surpreendente primeira vitória na última etapa do ano, o Rally do RAC, com quatro minutos de vantagem sobre o seu compatriota Hannu Mikkola. Aos 24 anos e 86 dias, Henri Toivonen se tornava o piloto mais jovem a vencer uma etapa do Mundial de Rally, recorde que só seria quebrado quase 28 anos depois pelo também finlandês Jarí-Matti Latvala. Nessa época, a F1 se surpreendia com a velocidade e loucura de Gilles Villeneuve e com seu estilo similar, Toivonen era considerado o mesmo personagem no Mundial de Rally. Porém, assim como acontecia com o canadense com sua Ferrari, o piloto finlandês sofria com a falta de competitividade do seu Talbot Sunbean, ainda mais com os novos carros do Grupo B da FIA, que exibiam uma potência absurda e crescente já no seu início. Sem vencer uma única etapa sequer em 1981, Toivonen ainda era visto como uma estrela em ascensão e é contratado pela Opel em 1982, onde dividiria a equipe com outras três feras do Mundial de Rally na época: Ari Vatanen, o alemão Walter Röhrl e o escocês Jimmy McRae. O Opel Ascona 400 era um dos grandes carros da época a ponto de Röhrl ter se tornado campeão mundial daquele ano, mas Toivonen não se adapta tão bem ao carro e ainda se envolvia em acidentes demais. No final deste ano, Toivonen testa um carro da March de F1 em Silverstone e de forma incrível, o finlandês enfia 1.4s em cima de Raul Boesel, o piloto titular da equipe. Eddie Jordan, que acompanhou este teste, afirmou que tinha certeza que Toivonen se tornaria um grande piloto nos monopostos se ele quisesse.



Toivonen permanece mais um ano na Opel, que trocava o Ascona pelo Manta, já correndo com o regulamente do Grupo B, mas nem por isso capaz de enfrentar a Audi e a Lancia, que dominaram o campeonato de 1983. Toivonen passa mais um ano em branco e desiludido com falta de um carro competitivo, se transfere para o Campeonato Europeu de Rally por uma nova equipe que entraria para a história dos ralis: a Prodrive. Chefiada por David Richards, que tinha sido chefe de Toivonen na equipe Opel no Mundial de Rally, a Prodrive correria apenas no Campeonato Europeu com um Porsche 911 SC RS, onde Toivonen teria como companheiro de equipe o italiano Carlo Capone. Henri mostra todo o seu talento e praticamente polariza o campeonato com Capone, vencendo cinco etapas, mas perdendo o título para o italiano porque teve que abandonar o campeonato no seu final por problemas físicos. Enquanto corria no certame europeu, Toivonen já ensaiava uma volta ao Mundial de Rally e começa entendimentos com a Lancia, no qual participa de três etapas ainda em 1984, assinando com a equipe italiana no final do ano. A Lancia utilizava o modelo Delta 037 que tinha muita potência, mas os italianos teimavam em utilizar um carro com tração traseira, enquanto a dominante Audi tinha um carro com tração 4x4. Porém, o ano de 1985 seria terrível para Toivonen. Logo na primeira etapa do Mundial, Henri sofre um sério acidente no Rally Costa Esmeralda e quebra três vértebras, quase o deixando paraplégico. Algumas semanas mais tarde, Toivonen vê seu companheiro de equipe e amigo Attilio Bettega falecer durante o Rally da Córsega. Recuperado dos seus ferimentos, Toivonen retorna no seu rally em casa e consegue um quarto lugar, mas o Lancia Delta 037 estava com os dias contados. No final da temporada, o Lancia Delta S4 estava pronto para estrear no Rally do RAC, a última etapa do ano. O carro italiano era um legítimo representante do Grupo B, com um motor turbo que lhe garantia uma potência absurda e, segundo a lenda, fazia de 0 a 100 km/h em 2.3s. No cascalho! Na estréia do carro na Grã-Bretanha, Toivonen vence o tradicional Rally do RAC com facilidade, mas a potência estúpida do bólido italiano (e dos outros também) já chamava a atenção de todas as pessoas que acompanhavam o Mundial de Rally. Não era raro os carros ultrapassarem os 500cv e feitos com material muito leve, a relação peso-potência era altíssimo, fazendo daqueles carros tão velozes como perigosos.



Após ter dado o recado na última etapa do ano, a Lancia era a favorita ao título de 1986 e Toivonen finalmente começava um campeonato como favorito, ainda demonstrando o mesmo ímpeto e talento que lhe caracterizou nos anos 80. Mais rápido do que seus companheiros de equipe Markku Allen e Miki Biasion, Toivonen estrearia um novo navegador, o ítalo-americano Sergio Cresto, e com ele venceria o Rally de Monte Carlo, repetindo algo que seu pai fez vinte anos, mas desta vez sem contestações. Em 1966, Pauli Toivonen só venceu aquele rally no principado por que três carros que chegaram à sua frente foram desclassificados por supostas irregularidades nos faróis, revoltando até mesmo o Príncipe Rainier, que se recusou a entregar o troféu de vencedor a Pauli. Quando Henri venceu, o patriarca da família Toivonen comemorou duplamente a vitória do filho. “O nome Toivonen agora está limpo”. Após um abandono na Suécia, a etapa seguinte do Mundial seria em Portugal, uma das mais populares do ano, mas com grande risco para os torcedores, que se arriscavam demais na beira da pista. Juntando tudo isso com a potência cada vez maior dos carros, a tragédia estava a espreita. E ela ocorreu no estágio da Lagoa Azul, quando o português Joaquim Santos perdeu o controle do seu Ford RS2000 e atropelou várias pessoas, matando três e ferindo outras quarenta. Os principais pilotos do Mundial se reuniram e resolveram abandonar o Rally de Portugal, com o comunicado sendo lido por Toivonen, que era o líder do campeonato até aquele momento. Ainda em Portugal, uma das maiores lendas do finlandês aconteceu. Henri Toivonen levou seu Lancia Delta S4 ao circuito do Estoril e após um teste, consegue um tempo que o colocaria em sexto lugar no grid do Grande Prêmio de Portugal de 1985! Isso não apenas mostrava o talento de Toivonen, como também mensurava a loucura que havia se tornado o Mundial de Rally com os carros do Grupo B. Se no Estoril havia áreas de escape e cercas de proteção para segurar os carros de F1 em caso de acidentes, o que poderia acontecer se um carro de rally, com uma velocidade similar, saísse da pista sem proteção nenhuma? Isso era o que se indagavam os amantes das corridas quando o Mundial de Rally foi para a Córsega, local da quarta etapa do campeonato.



Henri Toivonen chegou na Itália gripado e com febre, tendo que tomar remédios para poder participar do rali que um ano antes tinha matado seu amigo Bettega. Mesmo debilitado, o finlandês disputava estágio a estágio com o francês Bruno Saby da Peugeot, mas o próprio Toivonen reclamava da falta de segurança do rali e dos carros. O finlandês liderava o rali no dia 2 de maio de 1986 e durante o 18º estágio, Corte-Taverna, no km 8, uma densa fumaça negra era vista no horizonte. No rádio da equipe Lancia, Markko Allen gritava desesperado, pedindo socorro ao carro de Toivonen, que havia acabado de sair da pista e batido numa árvore. O tanque de combustível tinha se rompido e carroceria de plástico e kevlar rapidamente se tornou uma enorme fogueira. Uma pira crematória. Henri Toivonen e Sergio Cresto não tiveram nenhuma chance e morreram carbonizados. Toivonen, que completaria 30 anos em alguns meses, deixou a esposa e um casal de filhos. Até hoje o acidente que vitimou Henri Toivonen é um completo mistério. Não havia espectadores ou comissários que testemunhassem o acidente e somente um vídeo amador, totalmente inconclusivo, mostra o final do acidente. O carro ficou de tal forma carbonizado que foi impossível para os investigadores e técnicos da Lancia determinar se houve algum problema técnico. Muitos chegaram a dizer que os remédios que Toivonen estava tomando naqueles dias para melhorar da sua gripe poderia ter influenciado seus reflexos, mas nada pode ser comprovado. O certo era que aquele acidente fora um marco no Mundial de Rally. Audi e Ford abandonaram o campeonato imediatamente e a Peugeot, que venceu este triste Rali da Córsega com Bruno Saby, o faria no final do ano, só retornando ao WRC em 1999. Estranhamente, a Lancia foi a única a permanecer no Mundial, dominando o campeonato por algum tempo. Outra coincidência foi que Toivonen utilizava o número 4, mesmo numeral que Bettega utilizava um ano antes quando o italiano morreu no mesmo rali e por isso o quatro foi expurgado do Mundial de Rally por vários anos. Outra conseqüência foi o fim do Grupo B por ordem direta de Jean-Marie Balestre e o Mundial de Rally demoraria alguns anos para retomar a força que tinha até aquele momento. Com a morte do seu maior ídolo, o WRC só retornaria aos bons tempos em meados da década de 90, mas com apenas 29 anos de idade, Henri Toivonen deixou uma marca indelével na história do automobilismo mundial. Quando finalmente tinha tudo para se tornar campeão mundial, quando tinha o melhor carro e era o melhor piloto da equipe, o destino pregou uma peça e nos tirou a espetacular pilotagem de Henri Toivonen.

domingo, 14 de agosto de 2011

Amadorismo





Muitas vezes reclamos de Bernie Ecclestone, FIA e os organizadores de corridas da F1 por algumas de suas atitudes soberbas e movidas somente pelo dinheiro, mas o que foi visto em New Hampshire mostrou o quanto a Indy está muitos degraus atrás da F1 com relação a organização das corridas.




Primeiramente, o diretor de corrida Brian Branhart simplesmente antecipou em meia hora a largada da prova por causa da perspectiva de chuva iminente. Para quem se preparou (como eu...) para assistir a largada às 17 horas, sentamos na frente da TV com uma corrida já iniciada com mais de 50 voltas e duas bandeiras amarelas já tinham acontecido. E o público que foi ao circuito de Loundon? Eles sabiam que a corrida fora antecipada em meia hora?




Pelas arquibancadas vazias, isso não foi um problema muito sério, mas a chuva seria a protagonista da presepada seguinte. Uma bandeira amarela já tinha aparecido no meio da corrida por uma neblina, mas quando as gotas de chuva retornaram quando faltavam apenas quinze voltas no oval de uma milha, estava na cara que era para ficar. Independentemente de quem estava na liderança naquele momento, a corrida tinha que ser mantida em bandeira amarela e por mais que o fim nessas condições não sejam as ideais, era o lógico a acontecer até o final. Ou então que a bandeira vermelha aparecesse. Em oval, é básico que não aconteça corrida em pista molhada ou úmida. Mas em nome do espétaculo e contra a opinião de todos os pilotos, que sentiam seus carros escorregarem para todo o lado, e os chefes de equipe a bandeira verde foi dada e o resultado não poderia ser outro: um múltiplo acidente após uma rodada de Danica Patrick no meio do pelotão, claramente com a americana sem nenhuma aderência na pista úmida.




Foi o caos. Finalmente a bandeira vermelha apareceu, mas cinco carros estavam batidos e Will Power, que fora ajudado em termos de campeonato pelo bizarro abandono de Dario Franchitti, se desesperando e fazendo gestos obcenos contra Branhart. No fim, a corrida foi terminada e Ryan Hunter-Reay venceu e Power, pela regra de se computar a volta anterior em casos de interrupção, acabou não sendo prejudicado, mas o piloto da Penske, que relargava em quinto, não estava preocupado com o campeonato. Mas com a sua segurança e a dos outros pilotos. Definitivamente, isso não aconteceria na F1.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

História: 25 anos do Grande Prêmio da Hungria de 1986

Desde o começo da década de 80 Bernie Ecclestone insistia em levar para o mundo comunista o mais capitalista dos esportes, a F1. Primeiramente negociou seriamente com os soviéticos para uma prova nas ruas de Moscou, mas o acordo acabou não dando certo e a Hungria se tornou uma segunda opção interessante. Primeiramente se tentou um circuito de rua em Budapeste, inclusive com a etapa entrando no calendário de 1985, mas resolveu-se construir um novíssimo autódromo próximo a Budapeste. O circuito de Hungaroring foi feito em tempo recorde, mas a pista era claramente travada e lenta. Conta a lenda que o projeto original tinha uma curva muito rápida e atraente, mas no meio das obras, descobriu-se um poço de águas naturais e resolveu-se construir mais uma chicane para não atrasar as obras.

De qualquer forma, a pista estava pronta para receber a F1 no começo de agosto de 1986. Na época, foi um encontro de dois mundos diferentes quando a glamorosa F1 chegou a sisuda Hungria. Contudo, não faltaram críticas ao novo circuito com seu traçado lento e estreito. Além de sujo. ‘É Monte Carlo sem os muros e os prédios bonitos’, sintetizou muito bem Martin Brundle. Nigel Mansell foi o mais rápido no primeiro dia com 1:30.516, colocando quase 1s sobre Nelson Piquet, enquanto Ayrton Senna, com cinco poles em dez corridas até então, era o terceiro colocado. Já no sábado Senna mostrou que era o ás da Classificação ao melhorar 2.8s seu tempo e ficar com a pole, trazendo Piquet consigo e fazendo uma primeira fila toda brasileira. Mansell melhora apenas meio segundo com relação ao seu tempo e fica em quarto, atrás de Prost, que melhorou impressionantes 3s com relação ao seu tempo de sexta-feira.

Grid:
1) Senna(Lotus) – 1:29.450
2) Piquet(Williams) – 1:29.785
3) Prost(McLaren) – 1:29.945
4) Mansell(Williams) – 1:30.072
5) Rosberg(Williams) – 1:30.628
6) Tambay(Lola) – 1:31.725
7) Johansson(Ferrari) – 1:31.850
8) Dumfries(Lotus) – 1:31.886
9) Arnoux(Ligier) – 1:31.970
10) Jones(Lola) – 1:32.401



O dia 10 de agosto de 1986 amanheceu com o céu limpo e mais de 200.000 pessoas lotaram o novo autódromo de Hungaroring. Era um recorde de público e os comunistas teriam uma rara chance de ver o quanto os rivais capitalistas investiam em tecnologia automobilística. Porém, nem só de tecnologia vive a F1 e dois grandes talentos da história da categoria dariam um show inesquecível para todos que tiveram a grande oportunidade de ver a corrida inaugural atrás da cortina de ferro. Senna se mantém na frente na largada, com Nelson Piquet logo atrás e todo o longo pelotão atrás dos brasileiros. Eles seriam apenas coadjuvantes nesse dia.

Senna consegue criar uma pequena diferença nas primeiras voltas de 3s, mas logo Piquet contra-ataca e na volta 8 já estava colado na traseira da Lotus do compatriota. Nas quatro voltas seguintes, Piquet tentou ultrapassar Senna várias vezes, mas não conseguiu seu objetivo por causa do circuito apertado. Na décima segunda volta Piquet acha u
m pequeno espaço por dentro no final da reta dos boxes e consegue a ultrapassagem, subindo para a ponta da prova, mas Senna não desiste e fica sempre por perto. Na verdade, os húngaros estavam sendo presenteados com uma bela exibição e o terceiro colocado Mansell já estava longe dos ponteiros. Na volta 18 Senna comete um erro e perde 3s com relação a Piquet, mas o piloto da Lotus começa a marcar várias voltas rápidas para se reaproximar do rival e trás a diferença de 8 para 3s, mas logo Piquet dá o troco e a diferença sobe para 7s. Mais atrás, Prost se envolve num sórdido acidente com o eterno rival René Arnoux e acaba abandonando a corrida, o que aumentaria seu déficit no campeonato.

Lá na frente, com Piquet e Senna andando sempre muito forte, não foi surpresa vê-los indos aos boxes quando a corrida chegava a metade. Na volta 35 Piquet vai trocar seus pneus e com Senna apenas 5s atrás, o piloto da Lotus
aproveitou as últimas voltas antes de fazer sua parada e disparou a fazer voltas velocíssimas, no intuito de voltar a frente de Piquet. Essa estratégia é tão antiga na F1 quanto a própria categoria, mas só passou a ser criticada na época áurea de Schumacher. Sete voltas depois de Piquet ir fazer sua parada, Senna foi aos pits e mesmo a Lotus sendo ligeiramente mais lenta que a Williams, Senna mostrou que fez o seu serviço bem feito dentro da pista e voltou 7s à frente de Piquet. Porém, Senna não voltou à pista com o carro 100% com os novos pneus e Piquet rapidamente encostou no rival. Começaria uma batalha frenética e histórica pela primeira posição na corrida inaugural húngara.

Rapidamente Piquet estava procurando uma chance de ultrapassar Senna, mas o piloto da Lotus sabia que o único local possível de se ultrapassar era no final da reta dos boxes, onde Piquet já tinha feito a ultrapassagem no começo da corrida. Piquet também sabia que só podia passar naquele local e teria que forçar a ultrapassagem se quisesse vencer seu rival, já declarado na época. Na volta 47 Piquet colocou por dentro de Senna no final da reta, mas Ayrton desta vez fecha a porta e o piloto da Williams tem que frear no limite e na sujeira, fazendo com que Piquet perdesse a tangência da curva e levasse o xis na mesma curva. Piquet ficou furioso. Ele sabia que Senna era capaz de repetir esta manobra quantas vezes fossem possíveis e teria que mudar sua estratégia. Na volta 56, Piquet sai mais forte na entrada da reta dos boxes e claramente indicava que iria por dentro na curva 1. Como era esperado, Senna foi para dentro, mas numa manobra inesquecível, Piquet foi repentinamente para a esquerda e freou no limite do limite. O Williams entrou na curva de lado, enquanto Piquet controlava sua máquina,
contornando o carro de um surpreendido Senna. Por isso, é bastante complicado Piquet ter feito tudo isso e ainda ter mostrado o dedo do meio para Senna no meio da manobra... O que importava era que Piquet havia completado o que para muitos é a ultrapassagem mais bonita da história da F1 e a corrida, por causa disso, já estava na história. Senna tentou ainda tirar o máximo de sua Lotus e forçou o ritmo no final, mas Piquet tinha tudo sobre controle e com três voltas para o fim, marcou a volta mais rápida da corrida. Com o limite estourado de duas horas, a primeira corrida na Hungria teve seu fim glorioso com os dois brasileiros recebendo a bandeirada. A F1 estava aceita entre os comunistas e uma das corridas mais espetaculares estava finda com a certeza que, quando dois tricampeões se encontram na pista, com uma vontade incrível de ganhar, podemos esperar somente coisas boas!


Chegada:
1) Piquet
2) Senna
3) Mansell
4) Johansson
5) Dumfries
6) Brundle

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Cabra macho





Alguém imaginaria alguém vencer uma corrida de 500 Milhas com o tornozelo acima? Pois Brad Kaselowski conseguiu a proeza neste domingo em Pocono, poucos dias depois de sofrer um acidente durante um teste em Road Atlanta e fraturar o tornozelo esquerdo. Com muita coragem, Kaselowski foi ao rápido tri-oval de alta velocidade e mesmo tendo que usar bastante a embreagem para diminuir as marchas nas curvas, o piloto da Penske se aproveitou do ótimo acerto da sua equipe para vencer uma prova, no mínimo, doída.


Enquanto isso no domingo...





A TV Bandeirantes anuncia a F-Indy como a 'Formula da Emoção', numa leve cutucada na F1 e para demonstrar que as corridas da categoria americana são melhores. Só que em 2011, essa faceta mudou um pouco, com a F1 tendo ótimas corridas praticamente em toda a temporada e a Indy tendo corridas nem tão animadas assim. Um exemplo claro foi no tradicional circuito de Mid-Ohio, onde a Indy visitou neste domingo e coroou Scott Dixon. Mesmo sendo um circuito muito belo e interessante, não restam dúvidas que Mid-Ohio também é um circuito arcaico, com muitas curvas estreitas, não possibilitando ultrapassagens.




A Ganassi se aproveitou disso para comandar o final de semana e conseguir uma bela dobradinha, aumentando a vantagem de Franchitti no campeonato, mesmo o escocês tendo ficado apenas em segundo, após ter levado uma baita ultrapassagem de um inspirado Dixon, que parece ter despertado de um longo e profundo sono que o fez perder a primazia dentro da equipe Ganassi para Franchitti. Antes dominadora na pista no meio de Ohio, a Penske foi a grande decepção do dia ao estragar bizonhamente a corrida de Will Power, que muito provavelmente não venceria, mas tinha um tranquilo 3º lugar na mão. Numa bandeira amarela, inexplicavelmente a Penske não trouxe Power e Ryan Briscoe para os boxes, seguindo os líderes, o que deixou os dois pilotos ocêanicos no final do pelotão, enquanto a Ganassi liderava sozinha, sem ameaça de ninguém. Destaques negativos para a presença feminina na Indy. Simona de Silvestro não repetiu mais seus bons resultados em circuitos mistos, Bia Figueiredo levou 1s de um piloto que foi colocado as pressas no lugar do titular da Dreyer&Reinbold, enquanto Danica Patrick está cada vez mais próxima da Nascar, mas pelo desempenho atual, ela está sendo muito mais corrida do que por mérito.




Também neste domingo houve a Corrida do Milhão da Stock, que premiou muito bem Thiago Camilo, que usou uma pitada de sorte para vencer esta corrida especial. Após as paradas de boxes, a corrida estava indo para as mãos de Marcos Gomes, mas o paulista tem um furo lento no pneu esquerdo direito e vai perdendo rendimento. Conhecedor da pista como poucos, já que o filho de Paulo Gomes foi instrutor de uma escola de pilotagem, Marcos se segurava como podia e um grande pelotão se formava atrás dele, mas Camilo foi mais esperto e conseguiu a ultrapassagem e para melhorar sua vida, Gomes ainda se segurou em 2º por mais algum tempo. Quando Daniel Serra subiu para 2º, Thiago Camilo já tinha diferença suficiente para vencer e conseguir o milhão.


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

História: 30 anos do Grande Prêmio da Alemanha de 1981

Se existe uma pista que parecia ser feita sobre medida para os motores turbo, era Hockenheim. Com suas enormes retas cortando a Floresta Negra, a pista alemã privilegiava claramente a potência pura e simples e por isso não foi surpresa ver a Renault novamente na primeira fila com seus dois pilotos, com a grande diferença de Alain Prost, já considerado a maior revelação do ano, conseguindo sua primeira pole na F1, superando René Arnoux. Prost já começava a se mostrar um piloto a ser observado.

Após duas corridas atrapalhadas pela transição dos pneus Michelin para Goodyear, a Williams voltava à boa forma e utilizando o ótimo acerto do chassi FW07, os dois carros brancos ficaram com a segunda fila, mesmo 1s atrás dos carros da Renault. O único piloto que enfrentava os dois pilotos da Williams no campeonato era Nelson Piquet e o brasileiro teve que se conformar com uma sexta posição, mas o piloto da Brabham preferia as pistas rápidas como Hockenheim e prometia uma boa corrida.

Grid:
1) Prost(Renault) – 1:47.50
2) Arnoux(Renault) – 1:47.96
3) Reutemann(Williams) – 1:48.43
4) Jones(Williams) – 1:48.49
5) Pironi(Ferrari) – 1:49.00
6) Piquet(Brabham) – 1:49.03
7) Laffite(Ligier) – 1:49.28
8) Villeneuve(Ferrari) – 1:49.44
9) Watson(McLaren) – 1:49.52
10) De Cesaris(McLaren) – 1:49.58

O dia 2 de agosto de 1981 estava nublado em Hockenheim, mas não havia perspectiva de chuva para o rapidíssimo circuito alemão. Afinal, correr com spray na cara a mais de 300 km/h não era uma sensação que nenhum piloto queria sentir. No grid de largada, Carlos Reutemann mostrava suas intenções quando colocou seu Williams praticamente no meio da pista, entre os dois carros da Renault. A largada ainda não era um dos pontos fortes do carro francês, mas em sua primeira pole na carreira, Prost se deu bem e ficou com a primeira posição, com Reutemann se metendo entre os dois carros da Renault e tomando o segundo posto de Arnoux. Laffite também ultrapassa Piquet ainda antes da primeira curva, enquanto o pelotão ia sempre problemas em direção a Floresta Negra.

Enquanto Prost liderava a corrida, o outro piloto da Renault tinha problemas. Depois de ser ultrapassado por Jones, Arnoux é atingido por Nelson Piquet numa briga por posição e o francês tem que ir aos boxes no final da primeira volta com o pneu traseiro direito furado. Mesmo nas últimas posições, Arnoux ainda seria um fator mais tarde. Piquet também tem problemas, com parte da asa dianteira quebrada, mas graças ao efeito-solo, isso não atrapalharia tanto o brasileiro. Ainda na segunda volta, o motor de Pironi explode e Prost não conseguia se ver livre de Reutemann, enquanto Jones marcava a melhor volta da corrida em sua perseguição aos dois líderes, e Piquet ultrapassava Laffite na grande reta da floresta. Na quinta volta Jones ultrapassa o desafeto Reutemann e vai em busca de Prost, que teimava em não disparar na ponta. Logo o australiano colava em Prost e os dois iniciavam em bela briga pela primeira posição, com direito a toques de rodas na região do Estádio.

Depois de algumas tentativas, Jones diminui seu ímpeto, vendo que não intimidaria o jovem Prost daquela forma e permite a chegada de Reutemann e Piquet, que encostava no primeiro pelotão. A diferença entre o primeiro e o quarto colocado era de 2s, enquanto o quinto colocado Laffite já vinha longe. Piquet ultrapassa Reutemann e quando começava a atacar Jones, tem problemas de superaquecimento em seu motor e diminui seu ritmo, permitindo Reutemann reconquistar a terceira posição e vindo no embalo, o argentino acaba por ultrapassar o companheiro de equipe. Da segunda a quarta posição, Jones, Reutemann e Piquet tinham ocupado todas as posições, enquanto Prost permanecia na ponta, mas com seus rivais colados em sua traseira, esperando um erro do francês.

Naqueles tempos, havia uma disputa toda particular entre os vários pilotos franceses que corriam na F1 na época para ver quem seria o primeiro francês a ser Campeão Mundial. Isso trazia muita rivalidade entre os pilotos gauleses e dentro da Renault a relação entre Prost e Arnoux não era nada boa. Isso ficou claro quando Arnoux, nas últimas posições depois do toque na primeira volta, não aliviou quando estava prestes a receber uma volta do companheiro de equipe, permitindo a Jones, que havia deixado Reutemann para trás novamente, dar o bote e assumir a ponta da corrida. Imediatamente, Jones abriu uma boa diferença para Prost, mas o francês não era atacado por Reutemann, que perdia rendimento até ter o motor estourado na metade da corrida. Quando tem 11s de vantagem sobre Prost, Alan Jones diminui seu ritmo, já pensando em administrar a corrida, mas o australiano nem precisava se dar a esse trabalho, pois Prost tinha problemas com o seu motor Renault e o seu carro falhava em altas rotações. Piquet deixou Prost para trás facilmente quando faltavam dez voltas para o fim e parecia que esse seria o fim, quando Jones começa a ter problemas em seu motor, ficando muito lento na pista. Nas últimas voltas Piquet assume a liderança da corrida e a vence nas últimas voltas, acabando com uma má fase do campeonato, em que marcou apenas oito pontos em quatro corridas. Desesperado e tentando marcar alguns pontos, Jones permanece na pista, mas acaba indo aos boxes no fim, terminando seu dia sem pontos, mesmo tendo liderado várias voltas. Prost, mesmo com os problemas em seu carro, ainda fica em segundo, com Laffite completando o pódio de forma bem discreta. Se Piquet havia vencido duas corridas na base da dominação no começo do ano, em Hockenheim o brasileiro usou toda a sorte que havia lhe deixado na mão nas últimas corridas. Uma sorte de campeão!

Chegada:
1) Piquet
2) Prost
3) Laffite
4) Rebaque
5) Cheever
6) Watson

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A ressurreição de Lauda



Niki Lauda se aproximava de sua terceira temporada na Ferrari e partia para o bicampeonato com uma dominação poucas vezes vistas na F1. O recorde de pontos de Jim Clark de 1963 parecia apenas uma mera formalidade e mesmo com toda as polêmicas da temporada de 1976, a Ferrari tinha o melhor carro e Niki Lauda era o melhor piloto de então, suplantando o irregular Clay Regazzoni.


Nürburgring era um circuito que trazia emoções diferentes aos pilotos que nela enfrentaram quando a pista tinha mais de 22 km. Poucos autódromos continham tantas curvas rápidas e espetaculares, assim como um clima que poderia mudar do nada. No entanto, faziam anos que Nürburgring havia se tornado um circuito antiquado até mesmo paras ao padrões de segurança da época. Tanto que 1976 seria a última vez que a F1 correria pelas perigosas curvas da pista que ficava aos pés do castelo de Nürbur.


Lauda tinha conseguido o segundo lugar no grid para essa prova, mas a corrida se inicia com a pista ainda úmida e muita movimentação nos boxes. Na segunda volta, correndo atrás do Brabham de José Carlos Pace, Niki perde o controle da sua Ferrari na curva Bergwerk, bate no guard-rail e é atingido pelo Surtees do americano Brett Lunger. A Ferrari explode em chamas e Lauda fica preso dentro do carro. Sem respirar, Lauda tira o capacete enquanto Arturo Merzario, Guy Edwards, Harald Ertl e o próprio Lunger fazem um socorro improvisado ao piloto da Ferrari. Foi Merzario, italiano que foi substituído por Lauda na Ferrari, que desatou o cinto de segurança do austríaco. Niki saiu andando do carro, mas sua situação era mais grave do que as queimaduras em seu rosto. Ele tinha inalado gases tóxicos durante a operação de salvamento e seus pulmões estavam queimados e seu sistema circulatório estava afetado. Um Niki Lauda todo enfaixado foi levado em coma para o Hospital de Adenau e depois para o Hospital de Manheim, onde no dia seguinte recebeu a extrema-unção.

A F1 já pensava quem substituiria Niki Lauda tanto no cockpit da Ferrari, como no trono de melhor piloto da F1, mas o austríaco mostraria algo que o tornaria ainda mais especial do que ter vencido várias corridas e ter conquistado três títulos mundiais. Depois apenas quatro semanas, Lauda estaria de volta em sua Ferrari e chegaria em 4º lugar em Monza, com o rosto todo deformado e tendo que fazer fisioterapia por causa das lesões em seus pulmões. Lauda perderia o título de 1976, mas ganharia outros dois em 1977 e 1985, mas sua ressurreição, há exatos 35 anos atrás, entrou para a história do esporte. Tanto que deverá virar filme em breve.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Figura(HUN): Jenson Button

Se a corrida foi realizada debaixo de chuva ou em condições variáveis de tempo, Jenson Button imediatamente se tornar um favorito a vitória e na Hungria, local onde venceu pela primeira vez cinco anos atrás nas mesmas condições, não foi diferente. Até os adversários admitem que estão um passo atrás do inglês da McLaren nessas condições e toda a sensibilidade e experiência (Button completou em Hungaroring duzentos Grandes Prêmios) ficam a favor do Campeão Mundial de 2009 e neste domingo vimos outro bom exemplo do quanto Button pode ser capaz de ser rápido nos momentos certos e ainda se livrar se toda sorte de problemas que sempre acontecem nesses tipos de corridas. Button venceu pela 11º vez, mas ainda há quem duvide das capacidades desse inglês. Já está passando da hora de muitos mudarem seus conceitos sobre Jenson Button.

Figurão(HUN): Felipe Massa

A corrida em Hungaroring marcou o fim da primeira parte da temporada 2011 da F1 e ficou claro que três equipes dominam o campeonato, ou seja, há seis pilotos com chances (uns mais, outros menos...) de vitória em cada Grande Prêmio. Pois depois de onze corridas, Felipe Massa não chegou sequer no pódio e enquanto os demais cinco pilotos de Red Bull, Ferrari e McLaren tem mais de cem pontos, Massa ainda está nos setenta. Na Hungria, Massa ainda conseguiu a 'proeza' de largar à frente de Fernando Alonso, mas já na largada o brasileiro foi ultrapassado pelo companheiro de equipe e ficou quase um minuto atrás de Alonso. Apesar de negar, dois anos após o acidente na Hungria, Felipe Massa deixou de ser o piloto de antes e numa equipe claramente focada em Alonso, o brasileiro vê sua carreira decair cada vez mais.