terça-feira, 2 de agosto de 2011

A ressurreição de Lauda



Niki Lauda se aproximava de sua terceira temporada na Ferrari e partia para o bicampeonato com uma dominação poucas vezes vistas na F1. O recorde de pontos de Jim Clark de 1963 parecia apenas uma mera formalidade e mesmo com toda as polêmicas da temporada de 1976, a Ferrari tinha o melhor carro e Niki Lauda era o melhor piloto de então, suplantando o irregular Clay Regazzoni.


Nürburgring era um circuito que trazia emoções diferentes aos pilotos que nela enfrentaram quando a pista tinha mais de 22 km. Poucos autódromos continham tantas curvas rápidas e espetaculares, assim como um clima que poderia mudar do nada. No entanto, faziam anos que Nürburgring havia se tornado um circuito antiquado até mesmo paras ao padrões de segurança da época. Tanto que 1976 seria a última vez que a F1 correria pelas perigosas curvas da pista que ficava aos pés do castelo de Nürbur.


Lauda tinha conseguido o segundo lugar no grid para essa prova, mas a corrida se inicia com a pista ainda úmida e muita movimentação nos boxes. Na segunda volta, correndo atrás do Brabham de José Carlos Pace, Niki perde o controle da sua Ferrari na curva Bergwerk, bate no guard-rail e é atingido pelo Surtees do americano Brett Lunger. A Ferrari explode em chamas e Lauda fica preso dentro do carro. Sem respirar, Lauda tira o capacete enquanto Arturo Merzario, Guy Edwards, Harald Ertl e o próprio Lunger fazem um socorro improvisado ao piloto da Ferrari. Foi Merzario, italiano que foi substituído por Lauda na Ferrari, que desatou o cinto de segurança do austríaco. Niki saiu andando do carro, mas sua situação era mais grave do que as queimaduras em seu rosto. Ele tinha inalado gases tóxicos durante a operação de salvamento e seus pulmões estavam queimados e seu sistema circulatório estava afetado. Um Niki Lauda todo enfaixado foi levado em coma para o Hospital de Adenau e depois para o Hospital de Manheim, onde no dia seguinte recebeu a extrema-unção.

A F1 já pensava quem substituiria Niki Lauda tanto no cockpit da Ferrari, como no trono de melhor piloto da F1, mas o austríaco mostraria algo que o tornaria ainda mais especial do que ter vencido várias corridas e ter conquistado três títulos mundiais. Depois apenas quatro semanas, Lauda estaria de volta em sua Ferrari e chegaria em 4º lugar em Monza, com o rosto todo deformado e tendo que fazer fisioterapia por causa das lesões em seus pulmões. Lauda perderia o título de 1976, mas ganharia outros dois em 1977 e 1985, mas sua ressurreição, há exatos 35 anos atrás, entrou para a história do esporte. Tanto que deverá virar filme em breve.

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