sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Schummy, 20



O destino quando quer fazer seus caprichos, ele é implacável. A Jordan fazia uma ótima temporada de estréia na F1 e Bertrand Gachot fazia sua melhor temporada na categoria. O belga já tinha marcado alguns pontos, mas um julgamento por uma briga de trânsito em Londres estava marcado para julho de 1991. De forma surpreendente, a corte inglesa decidiu prender Gachot nas vésperas da corrida caseira do belga. Eddie Jordan precisava de um novo piloto e tentou Stefan Johansson, que já tinha feito uma corrida pela Arrows naquela temporada substituindo Alex Caffi no Canadá. Porém, além da experiência do sueco, Jordan necessitava ainda mais de dinheiro e de forma súbita, a Mercedes lhe ofereceu 300 mil dólares para fazer a estréia de um dos seus protegidos.

A montadora germânica tinha três pilotos na sua equipe como júniores no time da Sauber do Mundial de Esporte-Protótipos: Heinz-Harald Frentzen, Karl Wendlinger e Michael Schumacher, todos protagonistas do campeonato alemão de F3 de 1990, vencido pelo último por margem mínima. Mesmo tendo conquistado o certame germânico e a prova de Macau, talvez Schumacher não chamasse tanta atenção quanto Wendlinger e Frentzen, principalmente. Contudo, quando a Mercedes comprou uma vaga no cockpit da Jordan para o Grande Prêmio da Bélgica de 1991 em Spa, os alemães optaram por Schumacher. E sem conhecer a traiçoeira pista de Spa-Francorchamps, Michael iniciava uma carreira que começou com linhas tortas, mas que o tornaria uma lenda do esporte mundial.

Schumacher mostrou seu talento de forma espantosa, superando seu experiente companheiro de equipe Andrea de Cesaris nos treinos e se colocando em sétimo no grid, melhor posição da Jordan em seu já bom ano de estréia. A verdade foi que Schumacher tinha um ótimo carro em mãos naquele final de semana e isso não ficaria claro com seu desempenho (abandonou ainda na 1º volta com a embreagem pifada), mas pelo desempenho de De Cesaris. No final da corrida, o italiano estava em 3º lugar e alcançando o duo da McLaren, com ambos os pilotos tendo problemas em seus carros. Quando o Jordan teve o motor quebrado já nas voltas finais, houve um grande sentimento de alívio na McLaren, exemplificado com o vencedor Senna, que recebeu a bandeirada com seu câmbio não durando mais uma única volta.

Apesar da boa atuação de Andrea de Cesaris, o que importou naquele final de semana belga, realizado 20 anos atrás, foi a estréia de um alemão que mudaria a face da F1 para sempre. Por uma incrível coinscidência, Michael Schumacher correu ao lado de Ayrton Senna, vencedor daquela corrida, e hoje corre com o sobrinho dele, que reestréia em Spa..

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