Ele foi um dos últimos pilotos a se destacarem pelas mãos da Elf em seu apoio em descobrir pilotos franceses. Por sinal, ele foi também uma das últimas esperanças francesas para se destacar na F1. Olivier Panis foi um piloto que chegou relativamente tarde na F1, mas vindo de uma carreira vitoriosa nas categorias de base, tinha chances de substituir Alain Prost no coração dos franceses, já que o tetracampeão havia se aposentado no ano anterior. Porém, ao contrário de Prost, por quem chegou a correr em sua melhor fase, Panis foi um piloto marcado pela inconstância durante sua passagem pela F1, que incluiu um sério acidente bem no auge da carreira e também uma vitória das mais improváveis. Completando 45 anos, vamos conhecer um pouco deste francês que competiu na F1 por dez anos.
Olivier Denis Panis nasceu no dia dois de setembro de 1966 na cidade de Oullins, na França. Como todo jovem piloto, Panis começou no kart, onde foi escolhido pela Elf para integrar seu programa de jovens pilotos franceses, onde atuou por muitos anos como uma séria promessa gaulesa, bem no auge da fama de Alain Prost na F1. Panis subiu para a F-Renault francesa em 1988, já com 22 anos de idade e foi campeão francês na temporada seguinte. Em 1990 Olivier subiu de degrau e foi para a F3 francesa, conquistando um bom quarto lugar em sua primeira temporada, lhe garantindo o favoritismo em seu segundo ano na F3. Mesmo vencendo cinco vezes, Panis teve que se contentar com o vice-campeonato, mas suas boas exibições lhe garantiram a subida para a F3000 Internacional em 1992, pela equipe francesa Apomotox. Logo em sua primeira corrida na categoria anterior a F1, Panis conseguiu largar na primeira fila e terminaria a corrida em terceiro, logo atrás de Rubens Barrichello, outra promessa que surgia naqueles tempos. Mesmo estando numa equipe muito boa, a inexperiência de Panis nos potentes carros da F3000 foi decisiva e o francês só marcaria pontos novamente na última corrida do ano, onde foi segundo colocado em Magny-Cours, pista que Panis conhecia muito bem. O décimo lugar em sua primeira temporada na F3000 foi uma boa impressão deixada por Olivier e o francês ficou mais um ano na categoria, em outro time francês, a DAMS. A temporada de 1993 seria uma das mais fortes da F3000, com a presença de pilotos do naipe de Gil de Ferran, David Coulthard e Pedro Lamy. Após um início de temporada discreto, Panis começa sua recuperação no meio da temporada, onde vence três corridas consecutivas (Hockenheim, Nürburgring e Spa) e entra na briga pelo campeonato. As duas últimas etapas seriam na França, mas Panis não se aproveita do fator casa e chega em Nogaro, local da última corrida do campeonato, apenas um ponto à frente de Pedro Lamy. Largando na primeira fila, enquanto Lamy era 12º, Panis nem precisa receber a bandeirada para se tornar campeão da F3000 Internacional e se credenciar a um lugar na F1.
A Ligier era conhecida por ser um time amplamente francês e com um piloto gaulês tão vencedor nas categorias de base, não foi surpresa Olivier Panis estrear na F1 pelo tradicional time francês em 1994. Aos 27 anos de idade, Panis não era exatamente um garoto quando chegou a F1 e o Ligier JS39B não era exatamente um bom carro, mesmo a equipe tendo os motores Renault, os melhores da F1 de então, graças a amizade de Guy Ligier e François Mitterand. As primeiras corridas de Panis são discretas, não marcando pontos até o campeonato chegar a Hockenheim. A pista alemã tinha dado sorte a Panis no ano anterior, quando ele venceu na rapidíssima pista alemã e engrenando rumo ao título na F3000. Contudo, Panis teve a sorte ao seu lado naquele dia. Uma carambola na primeira volta eliminou dez carros de uma vez só e com a potência do motor Renault ao seu alcance nas longas retas de Hockenheim, Panis pôde se desviar dos acidentes e dos problemas e com muita calma conseguiu um excelente segundo lugar, marcando seus primeiros pontos logo com um pódio, à frente do seu mais experiente companheiro de equipe Erik Bernard. Isso foi o impulso no qual Panis necessitava e com um 6º e um 5º lugares, o francês conseguiu uma boa temporada de estréia. Porém, a Ligier perde os motores Renault para a Benetton e a equipe é comprada por Flavio Briatore, que praticamente cede os chassis do carro campeão a Ligier, que se torna como uma filial da Benetton. Ao contrário do seu ano de estréia, Panis agora tinha um ótimo chassi, mas um motor pouco potente. Agora tendo mais experiência, o francês passa a conseguir resultados mais consistentes, marcando pontos com mais freqüência, culminando com um improvável segundo lugar na última prova do ano, na Austrália, onde vários carros abandonaram e o próprio Panis chegou com o carro (duas voltas atrás do vencedor Damon Hill) com o motor soltando muita fumaça.
Os pontos conquistados na Austrália fizeram Olivier Panis subir ao oitavo lugar do campeonato, o que seria seu melhor resultado na F1, mas o francês conseguiria seus momentos marcantes na F1 nas duas temporadas seguintes. Em 1996 a Ligier tinha sérios problemas financeiros e nem a chegada de Jacques Laffite, um personagem intimamente ligado a Ligier, fez os resultados de o time melhorarem. Mesmo tendo o mesmo pacote de 1995, Panis sempre largava no pelotão intermediário até a F1 chegar ao principado de Mônaco. Olivier consegue um bom acerto do seu carro no apertado circuito de rua, mas problemas em seu motor fizeram-no largar apenas em 14º, mas no domingo a chuva se fez presente e Panis surpreendeu ao ficar com o melhor tempo no warm-up com a pista molhada. Mas como ultrapassar em Mônaco? No começo daquela corrida, Damon Hill tinha a faca e o queijo na mão e parecia não ter adversários, enquanto Panis lutava para subir pelo pelotão intermediário. O francês era um que era segurado por Eddie Irvine, que estava mais lento, mas não deixava ninguém passá-lo. Com as paradas nos boxes, os abandonos começaram a acontecer. Primeiro foi Hill, que tinha uma enorme liderança nas mãos e foi traído pelo motor Renault bem no túnel. À essa altura, Panis já tinha subido para terceiro, atrás de Eddie Irvine, piloto com quem já tinha quase brigado à tapas anos antes. Numa manobra impossível, Panis colocou por dentro no hairpin e praticamente jogou Irvine no muro, forçando a ultrapassagem sobre o irlandês. Contudo, o líder Jean Alesi estava muito à frente, mesmo com Panis sendo mais rápido naquele momento. Quando a corrida se aproximava do final, Alesi entra nos boxes lentamente com a suspensão quebrada e o que parecia inacreditável acontecia: Olivier Panis liderava a prova. Porém, David Coulthard se aproximava perigosamente do francês, mas com o fim da prova se aproximando, Panis segurou a ponta e consegue aquela que seria sua única vitória na F1 e a última da Ligier. Apenas quatro carros receberam a bandeirada naquele dia, mostrando bem o quão confusa foi aquela prova, mas isso não tirava o mérito de Olivier Panis, que sempre tinha se mostrado muito rápido. Porém, isso foi apenas o último suspiro da Ligier. Com problemas financeiros graves, o time francês não foi capaz de dar um bom carro para Panis no resto da temporada e o francês só pontuaria outra vez no ano.
Contudo, havia uma esperança. O time é posto à venda e no final de 1996 Alain Prost compra a Ligier e o tradicional time francês é extinto, entrando em seu lugar a Prost Grand Prix. Porém, a maior aquisição da equipe para 1997 seriam os pneus Bridgestone, que iniciava com a Goodyear uma nova guerra de pneus. Isso seria um fator preponderante para várias surpresas naquela temporada e para Panis ter uma pilotagem inesquecível naquele ano. Os japoneses investem em pneus que andavam muito bem em ritmo de corrida e Panis se adapta rapidamente à nova borracha da Bridgestone. Após pontuar na primeira corrida em Melbourne, Panis retornava ao pódio no Brasil e abandona na Argentina quando tinha totais condições para brigar pela vitória com Jacques Villeneuve. Depois de fazer uma bela corrida em Mônaco, quando o francês chegou a cair vários lugares após sair da pista e conquistar várias posições até chegar em quarto, Panis vai à Barcelona, pista onde os melhores chassis se destacam. O Prost JS45 era um carro tão bom, que Panis faz uma das suas melhores exibições. Mesmo largando apenas em 12º, Olivier imprimi um ritmo de corrida fortíssimo, ultrapassando pilotos de equipes como Ferrari e Benetton. Quando Panis ultrapassa seu compatriota Jean Alesi e sobe para segundo, o piloto da Prost estava mais rápido do que o líder Jacques Villeneuve e se aproximava rapidamente, mas de uma forma inacreditável, Panis é atrapalhado por vários retardatários, inclusive Irvine, que o segurou de propósito para tentar ajudar Schumacher a grudar no pelotão intermediário. Apesar do irlandês ter sido punido, isso fez com que Panis tivesse que se conformar com a 2º colocação quando era o mais rápido, mas juntando os ótimos resultados anteriores, Panis estava numa inacreditável terceira posição no campeonato quando a F1 foi a Montreal. No Canadá, Panis tem problema em seu carro e o tempo perdido durante a corrida havia impedido o francês de repetir o resultado na Espanha, mesmo Panis tendo um carro muito rápido a ponto de ultrapassar Villeneuve e Alesi, que lideravam a corrida, mas estavam uma volta à frente. Então, já próximo do fim da corrida, Panis perde o controle do seu carro e bate muito forte no muro de concreto. Fora uma batida frontal e a bandeira vermelha é mostrada. Era a primeira vez que isso acontecia desde San Marino em 1994, com a morte de Senna. Se a situação de Panis não era tão séria, infelizmente ele não estava ileso. Com as duas pernas fraturadas, o francês fica de fora de sete corridas e seu melhor momento na carreira é subitamente interrompido.
A verdade foi que isso foi uma espécie de divisor de águas na carreira de Panis. O francês nunca mais seria o mesmo piloto vistoso daquela primeira metade de 1997. Olivier retornaria a F1 ainda no final de 1997, onde teve tempo de marcar pontos em Nürburgring, mas o que Panis não sabia era que ele só voltaria a se colocar entre os seis primeiros numa corrida quase dois anos depois. Após uma temporada muito boa, a Prost se atrapalha com a mudança radical de regulamento em 1998 e a equipe produz um carro terrível, onde nem Panis e seu companheiro Trulli puderam marcar pontos. Panis ainda sofria de seqüelas do seu acidente e tem que fazer uma nova cirurgia durante o ano para retirar pinos de suas pernas. Apesar dos resultados, Panis permanece mais um ano na Prost em 1999 e nem mesmo o investimento da Peugeot faz a equipe repetir os bons resultados de 1997. Não faltaram oportunidades em que Panis fora mais rápido apenas que a Minardi, mas o francês consegue resultados impressionantes quando a pista estava molhada, como o 3º lugar no grid em Magny-Cours. Nesse momento, começava os desentendimentos entre Alain Prost e a Peugeot, o que acabaria ocasionando o fim da equipe no final de 2001. Com a chegada de Jean Alesi, o time já tinha seu piloto experiente e Panis fica sem lugar no time para o ano 2000. Mesmo com uma proposta da Williams, Panis surpreende ao aceitar o lugar de piloto de testes da McLaren. Ao contrário do que acontece hoje, naqueles tempos se testava bastante e o piloto de testes era uma pessoa muito ocupada. Panis testava intensamente com a McLaren, dando um bom feedback para a equipe, que brigava com a Ferrari pelo título, além de melhorar sua pilotagem. Isso chamou a atenção da BAR, que havia demitido Ricardo Zonta, e contratou Panis em 2001.
As primeiras corridas de Panis na sua nova equipe são muito boas, chegando a superar o até então intocável Villeneuve. Na primeira corrida, Panis só não pontuou porque foi punido por causa de uma ultrapassagem em bandeira amarela. Duas corridas depois, o francês chega em 4º lugar no Brasil numa prova marcada por muitas ultrapassagens de Olivier. Um quinto lugar na Áustria e a temporada de Panis praticamente termina, com o francês passando a ser superado por Villeneuve e parecendo se conformar com isso. Quando a BAR erra na mão em 2002, a temporada de Panis é ainda pior, apenas recebendo a bandeirada na oitava corrida do ano e só marcando pontos em outras duas oportunidades. Após duas temporadas irregulares na BAR, Panis ainda tinha fôlego e cartaz para se transferir para a Toyota em 2003. O time nipônico havia estreado na F1 em 2002 com um investimento monstruoso e mostrava crescimento na base do passo a passo. O time havia trazido Cristiano da Matta dos Estados Unidos e para dar apoio ao novato, confiou na experiência de Panis. Aquela temporada tinha sido muito confusa, com várias mudanças nos regulamentos esportivos e Panis chegou a largar em 3º em Indianápolis, mas o francês só marca pontos uma única vez e fora superado por Da Matta. Porém, a Toyota, que só havia evoluído até então, erra feio em 2004 e o TF104 era um chassi terrível para tanto investimento. Panis se desmotiva cada vez mais. Aos 37 anos de idade, Olivier era o piloto mais velho do grid e durante a volta de apresentação do Grande Prêmio da França, em Magny-Cours, Panis ficou acenando para a torcida o tempo todo, como se estivesse se despedindo da sua torcida. Finalmente nas vésperas do Grande Prêmio do Japão, Panis anuncia que estava se aposentando da F1 e que Suzuka seria sua última corrida. Foram 158 Grandes Prêmios, uma única vitória, cinco pódios e 76 pontos.
Olivier Panis ainda fica um ano como piloto de testes da Toyota em 2005, até sair definitivamente da equipe no final de 2006, andando em carro de F1 pela última vez em 14 de dezembro de 2006, em Jerez. Aquela data marca também o definitivo fim dos frutos do programa da Elf, que havia se iniciado no início dos anos 70 e projetou nomes como François Cevert, Didier Pironi e Alain Prost. A saída de Panis foi um duro golpe para o automobilismo francês, que passou vários anos sem nenhum piloto na F1 e em 2008 perderia seu Grande Prêmio. Olivier Panis passou a correr em corridas de Endurance pela equipe Oreca, onde participa anualmente das 24 Horas de Le Mans, sempre como favorito. Piloto simpático e querido por todos no paddock, Panis nunca teve verdadeiramente uma chance numa equipe grande na F1 e por isso fica difícil avaliar sua passagem na categoria, onde passou dez anos militando em equipes médias, tendo tanto exibições de encher os olhos, como outras corridas para esquecer. Mesmo assim, Panis será sempre lembrado pelas corridas excepcionais pela Prost em 1997 e, claro, sua surpreendente vitória em Mônaco em 1996.
Parabéns!
Olivier Panis
Olivier Denis Panis nasceu no dia dois de setembro de 1966 na cidade de Oullins, na França. Como todo jovem piloto, Panis começou no kart, onde foi escolhido pela Elf para integrar seu programa de jovens pilotos franceses, onde atuou por muitos anos como uma séria promessa gaulesa, bem no auge da fama de Alain Prost na F1. Panis subiu para a F-Renault francesa em 1988, já com 22 anos de idade e foi campeão francês na temporada seguinte. Em 1990 Olivier subiu de degrau e foi para a F3 francesa, conquistando um bom quarto lugar em sua primeira temporada, lhe garantindo o favoritismo em seu segundo ano na F3. Mesmo vencendo cinco vezes, Panis teve que se contentar com o vice-campeonato, mas suas boas exibições lhe garantiram a subida para a F3000 Internacional em 1992, pela equipe francesa Apomotox. Logo em sua primeira corrida na categoria anterior a F1, Panis conseguiu largar na primeira fila e terminaria a corrida em terceiro, logo atrás de Rubens Barrichello, outra promessa que surgia naqueles tempos. Mesmo estando numa equipe muito boa, a inexperiência de Panis nos potentes carros da F3000 foi decisiva e o francês só marcaria pontos novamente na última corrida do ano, onde foi segundo colocado em Magny-Cours, pista que Panis conhecia muito bem. O décimo lugar em sua primeira temporada na F3000 foi uma boa impressão deixada por Olivier e o francês ficou mais um ano na categoria, em outro time francês, a DAMS. A temporada de 1993 seria uma das mais fortes da F3000, com a presença de pilotos do naipe de Gil de Ferran, David Coulthard e Pedro Lamy. Após um início de temporada discreto, Panis começa sua recuperação no meio da temporada, onde vence três corridas consecutivas (Hockenheim, Nürburgring e Spa) e entra na briga pelo campeonato. As duas últimas etapas seriam na França, mas Panis não se aproveita do fator casa e chega em Nogaro, local da última corrida do campeonato, apenas um ponto à frente de Pedro Lamy. Largando na primeira fila, enquanto Lamy era 12º, Panis nem precisa receber a bandeirada para se tornar campeão da F3000 Internacional e se credenciar a um lugar na F1.
A Ligier era conhecida por ser um time amplamente francês e com um piloto gaulês tão vencedor nas categorias de base, não foi surpresa Olivier Panis estrear na F1 pelo tradicional time francês em 1994. Aos 27 anos de idade, Panis não era exatamente um garoto quando chegou a F1 e o Ligier JS39B não era exatamente um bom carro, mesmo a equipe tendo os motores Renault, os melhores da F1 de então, graças a amizade de Guy Ligier e François Mitterand. As primeiras corridas de Panis são discretas, não marcando pontos até o campeonato chegar a Hockenheim. A pista alemã tinha dado sorte a Panis no ano anterior, quando ele venceu na rapidíssima pista alemã e engrenando rumo ao título na F3000. Contudo, Panis teve a sorte ao seu lado naquele dia. Uma carambola na primeira volta eliminou dez carros de uma vez só e com a potência do motor Renault ao seu alcance nas longas retas de Hockenheim, Panis pôde se desviar dos acidentes e dos problemas e com muita calma conseguiu um excelente segundo lugar, marcando seus primeiros pontos logo com um pódio, à frente do seu mais experiente companheiro de equipe Erik Bernard. Isso foi o impulso no qual Panis necessitava e com um 6º e um 5º lugares, o francês conseguiu uma boa temporada de estréia. Porém, a Ligier perde os motores Renault para a Benetton e a equipe é comprada por Flavio Briatore, que praticamente cede os chassis do carro campeão a Ligier, que se torna como uma filial da Benetton. Ao contrário do seu ano de estréia, Panis agora tinha um ótimo chassi, mas um motor pouco potente. Agora tendo mais experiência, o francês passa a conseguir resultados mais consistentes, marcando pontos com mais freqüência, culminando com um improvável segundo lugar na última prova do ano, na Austrália, onde vários carros abandonaram e o próprio Panis chegou com o carro (duas voltas atrás do vencedor Damon Hill) com o motor soltando muita fumaça.
Os pontos conquistados na Austrália fizeram Olivier Panis subir ao oitavo lugar do campeonato, o que seria seu melhor resultado na F1, mas o francês conseguiria seus momentos marcantes na F1 nas duas temporadas seguintes. Em 1996 a Ligier tinha sérios problemas financeiros e nem a chegada de Jacques Laffite, um personagem intimamente ligado a Ligier, fez os resultados de o time melhorarem. Mesmo tendo o mesmo pacote de 1995, Panis sempre largava no pelotão intermediário até a F1 chegar ao principado de Mônaco. Olivier consegue um bom acerto do seu carro no apertado circuito de rua, mas problemas em seu motor fizeram-no largar apenas em 14º, mas no domingo a chuva se fez presente e Panis surpreendeu ao ficar com o melhor tempo no warm-up com a pista molhada. Mas como ultrapassar em Mônaco? No começo daquela corrida, Damon Hill tinha a faca e o queijo na mão e parecia não ter adversários, enquanto Panis lutava para subir pelo pelotão intermediário. O francês era um que era segurado por Eddie Irvine, que estava mais lento, mas não deixava ninguém passá-lo. Com as paradas nos boxes, os abandonos começaram a acontecer. Primeiro foi Hill, que tinha uma enorme liderança nas mãos e foi traído pelo motor Renault bem no túnel. À essa altura, Panis já tinha subido para terceiro, atrás de Eddie Irvine, piloto com quem já tinha quase brigado à tapas anos antes. Numa manobra impossível, Panis colocou por dentro no hairpin e praticamente jogou Irvine no muro, forçando a ultrapassagem sobre o irlandês. Contudo, o líder Jean Alesi estava muito à frente, mesmo com Panis sendo mais rápido naquele momento. Quando a corrida se aproximava do final, Alesi entra nos boxes lentamente com a suspensão quebrada e o que parecia inacreditável acontecia: Olivier Panis liderava a prova. Porém, David Coulthard se aproximava perigosamente do francês, mas com o fim da prova se aproximando, Panis segurou a ponta e consegue aquela que seria sua única vitória na F1 e a última da Ligier. Apenas quatro carros receberam a bandeirada naquele dia, mostrando bem o quão confusa foi aquela prova, mas isso não tirava o mérito de Olivier Panis, que sempre tinha se mostrado muito rápido. Porém, isso foi apenas o último suspiro da Ligier. Com problemas financeiros graves, o time francês não foi capaz de dar um bom carro para Panis no resto da temporada e o francês só pontuaria outra vez no ano.
Contudo, havia uma esperança. O time é posto à venda e no final de 1996 Alain Prost compra a Ligier e o tradicional time francês é extinto, entrando em seu lugar a Prost Grand Prix. Porém, a maior aquisição da equipe para 1997 seriam os pneus Bridgestone, que iniciava com a Goodyear uma nova guerra de pneus. Isso seria um fator preponderante para várias surpresas naquela temporada e para Panis ter uma pilotagem inesquecível naquele ano. Os japoneses investem em pneus que andavam muito bem em ritmo de corrida e Panis se adapta rapidamente à nova borracha da Bridgestone. Após pontuar na primeira corrida em Melbourne, Panis retornava ao pódio no Brasil e abandona na Argentina quando tinha totais condições para brigar pela vitória com Jacques Villeneuve. Depois de fazer uma bela corrida em Mônaco, quando o francês chegou a cair vários lugares após sair da pista e conquistar várias posições até chegar em quarto, Panis vai à Barcelona, pista onde os melhores chassis se destacam. O Prost JS45 era um carro tão bom, que Panis faz uma das suas melhores exibições. Mesmo largando apenas em 12º, Olivier imprimi um ritmo de corrida fortíssimo, ultrapassando pilotos de equipes como Ferrari e Benetton. Quando Panis ultrapassa seu compatriota Jean Alesi e sobe para segundo, o piloto da Prost estava mais rápido do que o líder Jacques Villeneuve e se aproximava rapidamente, mas de uma forma inacreditável, Panis é atrapalhado por vários retardatários, inclusive Irvine, que o segurou de propósito para tentar ajudar Schumacher a grudar no pelotão intermediário. Apesar do irlandês ter sido punido, isso fez com que Panis tivesse que se conformar com a 2º colocação quando era o mais rápido, mas juntando os ótimos resultados anteriores, Panis estava numa inacreditável terceira posição no campeonato quando a F1 foi a Montreal. No Canadá, Panis tem problema em seu carro e o tempo perdido durante a corrida havia impedido o francês de repetir o resultado na Espanha, mesmo Panis tendo um carro muito rápido a ponto de ultrapassar Villeneuve e Alesi, que lideravam a corrida, mas estavam uma volta à frente. Então, já próximo do fim da corrida, Panis perde o controle do seu carro e bate muito forte no muro de concreto. Fora uma batida frontal e a bandeira vermelha é mostrada. Era a primeira vez que isso acontecia desde San Marino em 1994, com a morte de Senna. Se a situação de Panis não era tão séria, infelizmente ele não estava ileso. Com as duas pernas fraturadas, o francês fica de fora de sete corridas e seu melhor momento na carreira é subitamente interrompido.
A verdade foi que isso foi uma espécie de divisor de águas na carreira de Panis. O francês nunca mais seria o mesmo piloto vistoso daquela primeira metade de 1997. Olivier retornaria a F1 ainda no final de 1997, onde teve tempo de marcar pontos em Nürburgring, mas o que Panis não sabia era que ele só voltaria a se colocar entre os seis primeiros numa corrida quase dois anos depois. Após uma temporada muito boa, a Prost se atrapalha com a mudança radical de regulamento em 1998 e a equipe produz um carro terrível, onde nem Panis e seu companheiro Trulli puderam marcar pontos. Panis ainda sofria de seqüelas do seu acidente e tem que fazer uma nova cirurgia durante o ano para retirar pinos de suas pernas. Apesar dos resultados, Panis permanece mais um ano na Prost em 1999 e nem mesmo o investimento da Peugeot faz a equipe repetir os bons resultados de 1997. Não faltaram oportunidades em que Panis fora mais rápido apenas que a Minardi, mas o francês consegue resultados impressionantes quando a pista estava molhada, como o 3º lugar no grid em Magny-Cours. Nesse momento, começava os desentendimentos entre Alain Prost e a Peugeot, o que acabaria ocasionando o fim da equipe no final de 2001. Com a chegada de Jean Alesi, o time já tinha seu piloto experiente e Panis fica sem lugar no time para o ano 2000. Mesmo com uma proposta da Williams, Panis surpreende ao aceitar o lugar de piloto de testes da McLaren. Ao contrário do que acontece hoje, naqueles tempos se testava bastante e o piloto de testes era uma pessoa muito ocupada. Panis testava intensamente com a McLaren, dando um bom feedback para a equipe, que brigava com a Ferrari pelo título, além de melhorar sua pilotagem. Isso chamou a atenção da BAR, que havia demitido Ricardo Zonta, e contratou Panis em 2001.
As primeiras corridas de Panis na sua nova equipe são muito boas, chegando a superar o até então intocável Villeneuve. Na primeira corrida, Panis só não pontuou porque foi punido por causa de uma ultrapassagem em bandeira amarela. Duas corridas depois, o francês chega em 4º lugar no Brasil numa prova marcada por muitas ultrapassagens de Olivier. Um quinto lugar na Áustria e a temporada de Panis praticamente termina, com o francês passando a ser superado por Villeneuve e parecendo se conformar com isso. Quando a BAR erra na mão em 2002, a temporada de Panis é ainda pior, apenas recebendo a bandeirada na oitava corrida do ano e só marcando pontos em outras duas oportunidades. Após duas temporadas irregulares na BAR, Panis ainda tinha fôlego e cartaz para se transferir para a Toyota em 2003. O time nipônico havia estreado na F1 em 2002 com um investimento monstruoso e mostrava crescimento na base do passo a passo. O time havia trazido Cristiano da Matta dos Estados Unidos e para dar apoio ao novato, confiou na experiência de Panis. Aquela temporada tinha sido muito confusa, com várias mudanças nos regulamentos esportivos e Panis chegou a largar em 3º em Indianápolis, mas o francês só marca pontos uma única vez e fora superado por Da Matta. Porém, a Toyota, que só havia evoluído até então, erra feio em 2004 e o TF104 era um chassi terrível para tanto investimento. Panis se desmotiva cada vez mais. Aos 37 anos de idade, Olivier era o piloto mais velho do grid e durante a volta de apresentação do Grande Prêmio da França, em Magny-Cours, Panis ficou acenando para a torcida o tempo todo, como se estivesse se despedindo da sua torcida. Finalmente nas vésperas do Grande Prêmio do Japão, Panis anuncia que estava se aposentando da F1 e que Suzuka seria sua última corrida. Foram 158 Grandes Prêmios, uma única vitória, cinco pódios e 76 pontos.
Olivier Panis ainda fica um ano como piloto de testes da Toyota em 2005, até sair definitivamente da equipe no final de 2006, andando em carro de F1 pela última vez em 14 de dezembro de 2006, em Jerez. Aquela data marca também o definitivo fim dos frutos do programa da Elf, que havia se iniciado no início dos anos 70 e projetou nomes como François Cevert, Didier Pironi e Alain Prost. A saída de Panis foi um duro golpe para o automobilismo francês, que passou vários anos sem nenhum piloto na F1 e em 2008 perderia seu Grande Prêmio. Olivier Panis passou a correr em corridas de Endurance pela equipe Oreca, onde participa anualmente das 24 Horas de Le Mans, sempre como favorito. Piloto simpático e querido por todos no paddock, Panis nunca teve verdadeiramente uma chance numa equipe grande na F1 e por isso fica difícil avaliar sua passagem na categoria, onde passou dez anos militando em equipes médias, tendo tanto exibições de encher os olhos, como outras corridas para esquecer. Mesmo assim, Panis será sempre lembrado pelas corridas excepcionais pela Prost em 1997 e, claro, sua surpreendente vitória em Mônaco em 1996.
Parabéns!
Olivier Panis
Um dos meus pilotos favoritos da minha época favorita da F1.
ResponderExcluirQuando lembro do Panis,lembro de torcer por ele e por aquele lindo Pros azul que pilotava.