Agora é fácil criticar, podem acusar uns. Mas faz tempo que tenho arrepios em ver as corridas em pistas como a de Las Vegas, mas também em Homestead, Kentucky e Texas. São circuitos largos, com curvas super inclinadas, prontas para os pilotos fazerem todo o percurso com o pé embaixo. E melhor, lado a lado. Para uma categoria que preza ao extremo a emoção e a imagem, esse tipo de corrida é um show ideal para a Indy, com carros quase tocando rodas a mais de 350 km/h. O problema é quando há o toque...
E hoje, dia 16 de outubro de 2011, houve mais do que um toque. Houve vários. E a busca incessante pela emoção cobrou o mais alto dos preços. Dan Wheldon foi convidado até de última hora para correr em Las Vegas e como não fazia parte do campeonato, largou em último. Mesmo tendo um título (2005) e duas 500 Milhas de Indianápolis na carreira (2005 e 2011), Wheldon não teve uma equipe para correr esse ano.
A corrida em Las Vegas começou com vários carros (vários mesmo, 34!) lado a lado. Com minha calculadora, medi a velocidade em quilometros por hora de Dan Wheldon, cuja a TV mostrava constantemente, pois se ele vencesse, ganharia 2,5 milhões de dólares. 358,759 km/h de média. Alguns toques já haviam acontecido, mas quando o inexperiente Sebastian Saavedra perdeu o controle do seu carro, iniciou-se um dos acidentes mais espetaculares da história do esporte a motor. Contei cinco carros voando alto. Um deles, o de Wheldon. Ele já havia ganho dez posições, mas correndo a uma velocidade em que você percorre cem metros em um segundo, nem ele e nem ninguém podia fazer alguma coisa.
Dan Wheldon morreu aos 33 anos de idade, bem no momento em que sua carreira ganhava novo impulso pela surpreendente vitória em Indianápolis esse ano e pelos bons testes que fez com o novo carro da Indy nesse segundo semestre. Carismático, esse inglês estava praticamente certo com a equipe Andretti em 2012. Agora, só nos resta lamentar pela sua morte e cobrar da Indy que deixe de correr em pistas como a de Las Vegas e outros ovaus de uma milha e meia em formato de D, que podem nos trazer corridas emocionantes, mas também imagens como essas.
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